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terça-feira, 31 de março de 2009

Eu tinha uma vaquinha

Essa musiquinha fez muito sucesso nos anos 80:

Eu tinha uma vaquinha
Que se chamava Sara Lee
Um dia fiquei com fome
E papei a Sara Lee
Sara Lee! (Sara Lee)!


Lembra disso? Era do Ultraje a Rigor. A música, "Marylou", homenageava, na verdade, uma galinha. Mas, por enquanto, vamos ficar com as vacas mesmo. Das vacas, sabe-se o seguinte:

- São animais garbosos que pastam mansamente e passam a maior parte do tempo a ruminar, a pensar lá, no fundo do pasto, com suas tetas
- São sagradas na Índia
- São matéria-prima para bolsas, sapatos e roupas, notadamente as femininas
- São boas fornecedoras de leite
- Servem perfeitamente como xingamento adequado para as mulheres
- É como eu chamo a maior parte das amigas, tanto em estado de raiva quanto em estado normal


Das vacas (e de muitos bois) sabe-se, ainda, que grande parte da espécie é criada para o abate. Como nós, humanos, há aquelas que ansiam pelo abate e outras que fogem do matadouro. 

Como nós, há as que se atolam - e por isso vamos, vacas ou não, todos para o brejo -, bem como as há as que, espertas, jamais pisam em solo movediço e evitam, assim, a decadência. Perfeitas para metáforas, ser vaca, em algumas situações, significa ser vagabunda, ter aquela porção suspeita que muitos almejam mas nem todos têm coragem de copiar. Em outras circunstâncias, ser comparada a uma vaca é um ultraje (sem rigor), pode gerar bate-boca, correria, gritos e alguns cabelos espalhados pelo chão.

Uma vaca animal, não humana, não quis nem saber: escapou do abate e da lama simultaneamente. Mas, o caminho foi de pedras, e não de rosas. Durante nove meses, percorreu 100 quilômetros para fugir ao destino cruel do abatedouro. A "Besta de Ealand", o nome da fofa criatura, fugiu enquanto o proprietário se preparava para descarregá-la em um mercado no Reino Unido, de onde seria levada ao açougue. A fuga, cheia de riscos e atribulações, valeu a pena: um casal simpático, Sue McAuley e Tracey Jaine, pagou 500 libras (pouco mais de R$ 1,5 mil) por ela e comprou, com isso, sua carta de alforria.

A "Besta" foi levada para um santuário de animais onde poderá viver feliz e livre a ruminar as reminiscências de sua aventuresca fuga. O santuário abriga animais fugitivos. O que credenciou a "Besta" a conquistar seu espaço no paraíso animal foi o fato de se virar sozinha por um ano sem pedir a ajuda de ninguém. Vacas são vacas. E, se forem poderosas como a "Besta", sempre estarão preparadas para o abate. Nunca, porém, serão abatidas. Essa vaca britânica, com certeza, não é uma vaca atolada.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Detona, galinho!

Sabe a expressão "afogar o ganso"? Pois uma outra, com igual profundidade e destinada ao mesmíssimo membro, acaba de ser cunhada por uma empresa norte-americana: "Detona, galo!" OK, OK, não é bem isso. Seria mais ou menos "galo detonador", mas a tradução aproximada encaixa-se perfeitamente, já que se trata de acondicionar determinado produto em embalagem que o valorize.


(Rooster Booster - Galo Detonador)

A empresa norte-americana, Mr. Busy Balls (senhor Bolas Ocupadas??!!!!!), acaba de resolver um dos mais antigos vexames do público masculino: você, homem, sabe que a cada vez que usa a piscina, entra no mar ou toma um banho frio, o pênis se constrange, se esconde, oculta-se, enfim, transforma-se de aguerrido galo em coruscante pintinho que, se asas houvessem, por debaixo delas se abrigaria, tal a sobriedade vetusta que se acomete instantaneamente no ríspido contato da água com o órgão.

(Foto de modelo no site com o galo arriado, digo, detonado)

Pois seus problemas acabaram: a empresa Senhor Bolas Ocupadas lançou uma sunga que promete acabar com essa disfunção erétil ao contrário. A sunga tem nome - Rooster Booster ou Galo Detonador - e, aparentemente, cria uma ilusão - claro! achou que era outra coisa? - do espectador em relação ao tamanho do pênis. Nos tempos atuais, em que tudo pode ser "customizado", também a sunga pode ser adaptada conforme o tamanho desejado.

E tudo sem maiores complicações: você sai da água sem qualquer ajuste e sem correr o risco de por para fora aquilo que está intrinsecamente interiorizado. Na avaliação dos criadores, a ilusão criada é discreta, e não deve provocar celeumas. Claro, tanto quanto podem ser, para as mulheres, os discretos sutiãs que criam seios fartos.

Entendi tudo, exceto uma coisa. Quando você acessa o site, automaticamente a moeda escolhida para o pagamento está lá: em reais!!! OK, tem também em dólar, euros, dólar australiano, libras esterlinas e yenes. Ah! Faz todo o sentido: somos um país litorâneo como a Austrália e parte da Europa e dos EUA. O quê? Reino Unido e Japão? Não, não sei quanto aos ingleses, deve ser a chuva constante. Os japoneses? Olha, até onde eu sei ... Deixa para lá. Abaixo, um vídeo altamente esclarecedor, se ainda restam dúvidas.


Spicy põe pimenta no desejo e nos pés das mulheres

Ainda outro dia, publiquei um post sobre o binômio sapatos-mulheres e a reação que essa combinação suscita tanto em homens quanto em mulheres. Um cobiçadíssimo sapato ainda nem chegou ao Brasil e já há uma fila (32 mulheres) à espera: é a nova sandália Spicy (referência à palavra 'spice', que significa 'pimenta'), da Louis Vuitton, cujos preços variam entre 1.250 euros (R$ 3,8 mil) a 2.250 euros (R$ 6,8 mil). A assinatura da linha - são seis modelos - é do estilista Marc Jacobs que, na semana passada, abriu loja em São Paulo e aproveitou para conhecer os pais do namorado brasileiro Lorenzo Martone, com quem pretende se casar.


(Um dos modelos que deve atrair pedólatras, homens e mulheres)

As novas sandálias LV já foram vistas em desfile nos pés de celebridades como Madonna, Chloë Sevigny (de "Big Love"), a ex-Spice Victoria Beckham e a modelo norte-americana Heidi Klum (apresentadora do reality 'Project Runway' e esposa do cantor Seal).


(Lorenzo Martone e Marc Jacobs na Cantho, em São Paulo)

Os sapatinhos "étnicos, inspirados em máscaras africanas", chegam nesta segunda ao Brasil. Para poucas Cinderelas: são, a princípio, apenas 12 pares, a R$ 2,2 mil o par. Não se trata nem de fetiche mais. É fixação mesmo!

domingo, 29 de março de 2009

Meu rugido dominical


No post anterior, escrevi que tenho vontade de montar uma lhama e sair a galope. Claro, era uma brincadeira. Daí que uma leitora atenta me recorda que a lhama é um animal de duas faces: "as lhamas são conhecidas pelo seu estilo calmo, ... andam devagar, porém, podem se irritar facilmente (são consideradas o oitavo animal mais furioso do mundo). ... uma lhama furiosa pode cuspir uma saliva 'venenosa'". Anônima, não está ipsis litteris porque fiz algumas alterações para servir ao propósito do contexto deste post.


Ainda ontem, assisti o filme "As Duas Faces de Um Crime" (Primal Fear), no qual o ator Edward Norton vive um personagem com múltiplas personalidades: uma é o coroinha Aaron, inocente, meigo e aterrorizado com as acusações que lhe atribuem pela morte de um arcebispo; a outra é Roy, um cara violento que não hesita em esmurrar o advogado e pular no pescoço da advogada de acusação em pleno tribunal. Em outro filme - "A Cartada Final" (The Score), Edward Norton vive papel bastante semelhante ao fingir ser deficiente mental para cometer um grande roubo ao lado de Robert de Niro. Nos dois filmes, Norton mostra as duas faces de uma mesma pessoa: o lado calmo e controlado da lhama e o lado sombrio e obscuro, que pode ser violento e amoral, quando finalmente a máscara cai e a lhama cospe no rosto alheio.

Ao avaliar o comportamento bipolar da lhama, que a mim me parece natural, já que a primeira atitude (de compassividade e tranquilidade) assemelha-se à postura que lhe é (à lhama) intrínseca e a segunda lhe vem também de forma natural, porque surge como resposta a eventuais situações (imaginadas ou possíveis) de ameaça, cheguei à conclusão que me identifico bastante com esse animal. Principalmente quando, (pretensamente) vítima de ataque, a lhama se defende e ataca, por sua vez, para se safar ao ataque.

Isso não significa que me considero lobo em pele de cordeiro. Ao contrário, sou uma união de ambos os instintos desses animais, eu acho. Nem tão agressivo como o lobo e tampouco fofo quanto o cordeiro. Mas, de vez em quando, o Dr. Jekyll (kyll com significado de I kill, ou 'eu mato') se sobrepõe ao Mr. Hyde (de hidden, 'oculto' em português). Ou melhor, por trás do manto, está lá o violento, o primitivo, que mata. Não literalmente, claro. No entanto, suponho que, de forma metafórica, um assassino convive de forma dúbia com a mansidão exteriorizada pela maior parte das pessoas. Quem já não teve impulsos de morte por pequenas ou grandes atitudes provocadas por terceiros ou por si mesmo?

Assim, a lhama me cabe perfeitamente. Se a almejo como meio de transporte para fugir de perseguições reais ou imaginárias, ou mesmo do nada, apenas para galopar rumo ao desconhecido, é porque porções lhama convivem dentro de mim.

Eu, leonino, dificilmente cavalgaria um Pégaso, que, supõe-se, oferece uma melhor imagem quando se trata de dar asas à liberdade. Melhor mesmo uma lhama selvagem que combina os dois lados e me permite ser Jekyll e Hyde.

Creio que não escrevo nada de novo ao referir múltiplas personalidades que convivem comigo. E muito menos devo ser bipolar somente porque ora sou 'normal', ora 'estranho'. A multiplicidade de personalidades, salvo os casos flagrantes de fundo patológico, são, como a maior parte do comportamento humano, perfeitas carapuças que se vestem para uso social.

Afinal, que graça teria mostrar sempre a mesma face e não ter, por vezes, o prazer confesso de cuspir na cara alheia porque, naquele momento, se faz necessário? Hoje mesmo, em entrevista à Folha de S.Paulo, o cantor Ney Matogrosso disse, sobre seu relacionamento com o também cantor Cazuza que, num determinado dia, Cazuza cuspiu-lhe no rosto e ele revidou com uma bofetada.

Em algumas circunstâncias, quase todas, sou uma lhama afável, cuja lã aquece e, se você olhar para mim, por certo, estarei a ruminar como esses bichos o fazem, sempre com alguma comida na boca (isso é horrível!). Mas, se você me confrontar e eu me sentir ameaçado, posso me tornar, sim, o oitavo humano mais furioso e até dar umas cuspidas envenenadas. E ainda uns coices. Depois, é só partir para o galope!

sábado, 28 de março de 2009

Ola, ¿Que tal?

Sabes hablar español? Ou hablas catalano, como se dice por aqui? Muitos de nós fingimos compreender e falar espanhol, embora não saibamos coisíssima nenhuma.


Se passa que o mesmo acontece com los hermanos que (in)tentam hablar português como se o soubessem. Abaixo, um vídeo publicitário da operadora móvel argentina Personal que ironiza a comunicação dos povos latinos. Eles falam, nós fingimos que entendemos e eles fingem que ficou tudo acertado.

O que tenho a dizer? Maldito Tratado de Tordesilhas que dividiu a América do Sul em duas babéis linguísticas e que nos isolou como o único povo do continente a hablar português. Tenho vontade montar numa lhama e sair a galope!



A coisa encrespou

Uns, como o milionário norte-americano George David, que está em litígio com a ex-mulher, afinam e clamam por socorro: David afirmou no tribunal que era forçado a fazer sexo com a lindinha e, quando resistia, ela tornava-se agressiva.

Outros, como a prostituta também norte-americana Nicole Mary Scarpone, se cansam do tédio e vão às vias de fato: Nicole forçou a entrada de um apartamento e tentou obrigar três homens a fazerem sexo com ela, a US$ 10 a cabeça. Foi presa e recebeu multa de mais de US$ 2 mil.


Como se vê, o sexo move o mundo. Mas, as coisas encresparam mesmo foi para o lado do desconhecido cantor porto-riquenho Elvis Crespo. Conforme o testemunho de uma passageira, Crespo teria se masturbado a bordo de um avião minutos após a decolagem. "Não me lembro de ter feito isso", escarneceu Mister Encrespadinho, em resposta ao interrogatório dos agentes do FBI que o detiveram. Pelas fotos aqui do post, estou quase certo de que Mr. Crespo usa chapinha ou faz escova progressiva.


A passageira do assento do lado, Patricia Perea, diz que viu o cantor se masturbar debaixo do cobertor: "enquanto fazia isso, retirou o cobertor e se expôs", afirmou Patricia, que não conteve um gritinho de revolta. E não foi alucinação por despressurização: funcionários da empresa também afirmaram terem visto Crespo se encrespar com o próprio bilau - "com as calças arriadas e o pênis de fora" - e exigiram que o cantor parasse de fazer aquilo, ao que ele languidamente obedeceu.


O mais hilário é que, no final das contas, ninguém apresentou acusação formal contra Crespo. Apenas reclamaram da exposição do órgão genital e respectivos cabelos crespos que costumam estar associados ao local. Para que não reste nenhuma dúvida sobre o fato de que Crespo deva ser compulsivo sexual, o cantor casou há apenas uma semana com Maribel Vega, com quem está há pouco mais de um ano. Creio que Maribel e Elvis, no final das contas, se encresparam horrores depois de tudo isso.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Ordinariazinhas




Na maior parte do tempo, há que se ter ginga para ir em frente.

Liberdade de impressão

Diz-se da liberdade de expressão que é o ato de manifestar livremente ideias, opiniões e pensamentos. Ato esse respaldado pelos regimes democráticos nos quais não cabe qualquer forma de censura. Digo que liberdade de impressão é usar a tecnologia para divulgar essas ideias, opiniões e pensamentos, seja por meio de livros, jornais, revistas ou quaisquer outros meios impressos. E um sueco disse, afinal, que liberdade, mesmo, é se exprimir e imprimir no próprio, à guisa de tatuagem, suas próprias ideias, opiniões e pensamentos.


Em 1450, Gutenberg imprimiu a Bíblia e foi registrado como o primeiro homem a dominar a técnica. No filme "O Livro de Cabeceira", de Peter Greenaway, uma jovem usa o corpo de seus amantes para escrever e fazer das peles - própria e alheias - verdadeiros pergaminhos.


Talvez inspirado por Gutenberg, o sueco Marc Strömberg levou a impressão ao limite e usou uma técnica da tattoo que remonta ao Egito antigo: tatuou a terceira edição do fanzine "Tare Lugnt" nas próprias coxas, depois de tê-lo impresso no tradicional papel.


O designer gráfico sueco afirmou que o próximo número da revista será tatuado nas costas. Abaixo, um vídeo registrado por Marc para mostrar a impressão da revista em sua própria pele. OK! É uma opção, digamos, artística e original. Nada contra a liberdade de expressão, de impressão e de tatuagem. Mas, não seria mais fácil publicar o fanzine num blog?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Reabilitai-vos!

Você sabe quem é Inri Cristo? Eu também não. Acabei de saber. É um cara que se diz "Emissário do Pai": barba branca, roupa de pregador e um sotaque de arrasar. Aparentemente, o profeta é bilíngue: francês, inglês, tudo ele domina. Lembra do Walter Mercado??? Pois que o Inri lançou no YouTube sua própria versão de "Rehab", da minha amada Amy Winehouse.

No vídeo, a música é cantada em português pelas "Inrizetes" e legendada em inglês. Como eles mesmos dizem no site, é a versão mística da música da Amy, que, por sua vez, deve ser o lado profano da coisa toda. Se gargalhar e passar mal de tanto rir for pecado, já fui condenado ao mármore do inferno.



Agora, o mais engraçado foi ver e ouvir outra versão: "Sorry", da Madonna. Assista:



Mas, ainda não acabou. Uma versão igualmente divertida de "Ne Me Quitte Pas" está lá no site. Não resisti! E tem mais ainda, como Britney Spears. Imaginem!!! E pensar que tem gente que insiste em ser mau-humorada. A vida é bela, gente!


Você vale o chão que ela pisa?

Você, seu canalha, já parou para se perguntar se vale o chão que ela pisa? Ou, melhor, se vale o solado do sapato que ela usa para pisar o chão no qual você rasteja? O assunto é tão universal que ao menos dois nomes badalados têm obras com esse nome: "O Chão Que Ela Pisa" (The Ground Beneath Her Feet), livro de Salman Rushdie, que recria de forma moderna o mito de Orfeu e Eurídice e transcorre em Mumbai, na Índia. O tema é sobre o amor, morte e rock-roll. O título deste livro levou o U2 a compor música com mesmo nome que, tenho certeza, você já ouviu (confira no vídeo lá embaixo). Ah! E tem também a versão nacional, do CPM 22.



Sapatos e mulheres são, eu diria, siameses: os primeiros estão ligados às segundas como se unidos umbilicalmente estivessem. Desconheço, da singela caipirinha que se calça com o melhor par aos domingos para ir à cidade até a mais imodesta prima-dona, mulher no mundo que, descalça, se compraza com a figura que faça, desfalcada que está do anabela, do salto Luís XV ou do escarpin. É mentira se elas afirmarem o contrário: estão, antes, a debochar da falta de sensibilidade tua, macho que, se desconhece a relação sapato-mulher, nunca desvenderá a alma feminina. Melhor: jamais terá um vislumbre do que seja um alma feminina cujo corpo insiste no precário equilíbrio sobre montes mais pontiagudos do que o Everest.



Pois que colinas erigem as mulheres, a que elas, de forma ponderada, simplesmente deram o nome de saltos. Saltitam nos saltos feito gazelas. E, ainda que não dominem as artes de se esgueirar centímetros acima do chão o qual, na condição de cão sem dono, você lambe, elas andam, trotam, se atropelam e se equilibram feito malabaristas chinesas em circo mágico.



"Tu pisavas nos astros distraída/Sem saber que a ventura desta vida ...", compôs Orestes Barbosa para que Sílvio Caldas cantasse. Elas pisam com saltos-agulha, que estilhaçam feito estalactites o gelo de corações duros. Quando, na solidão de um piso de mármore, você ouve "toc, toc, toc", pode ter certeza: por cima daquele par de couro, no cimo, uma mulher se faz a extensão dos sapatos.



E por que estou a falar de sapatos? Porque, tenho certeza, é um fetiche - feminino e masculino. E porque um sapateiro famoso acaba de abrir uma loja onde cada par de sapato - em média, R$ 2 mil - conta uma história, uma trajetória, toca um sino aonde deveria haver apenas o toque do salto no solo. Porque as mulheres gostam de sapatos e não me custa nada homenageá-las com um post sobre o assunto e estampá-lo com os modelos desse sapateiro, Christian Louboutin, cuja marca registrada são os solados vermelhos e, para as noivas, azuis.



Louboutin, por certo, conhece a alma feminina: "Queria que as mulheres deixassem uma imagem quando vistas indo embora", afirma, quando questionado como cria os sapatos que calçam estrelas que, literalmente, pisam nos astros: Nicole Kidman, Sarah Jessica Parker, Madonna, Reese Witherspoon, Angelina Jolie e Katie Holmes, entre tantas outras. E rainhas e princesas que existem fora dos contos de fada como Elizabeth II e aquela que já não está mais entre nós, Lady Di. Como não confundir Louboutin com um Manolo Blahnik ou com um Jimmy Choo? Solado, minha cara, solado, como já disse: vermelhos ou azuis. Únicos.



E, de volta a vocês, canalhas, ainda acham mesmo que valem o chão que elas pisam? Da próxima vez que pensarem assim, observem o solado dos sapatos da amada e verifiquem. Se o par for, em média, cerca de cinco salários-mínimos (R$ 2.325), como os do Louboutin, melhor pisar em ovos.



quarta-feira, 25 de março de 2009

Picture


O papa Bento XVI virou estampa de camisinha na França. A imagem com a inscrição "Eu disse não!" é um protesto contra a posição extremista da Igreja Católica de proibir o uso da camisinha. Bento XVI acabou de visitar Angola e, uma vez mais, ratificou a proibição do preservativo no combate à AIDS.

Olha o passarinho!!!

Primeiro, Ashton Kutcher bota a bunda da mulher, Demi Moore, no Twitter. Ambos, Ashton e Demi, são figurinhas assíduas no serviço de microblog. Na foto, Demk aparece de calcinha, meio agachada. Olha o comentário do Ashton no Twitter: "Shhh! Não conte para minha mulher!" O ator é conhecido pelo lado "molecão". Aparentemente, Demi nem ligou!


(Olha o passarinho do Twitter pronto para dar uma bicadinha)

Ao contrário do casal twitteiro, no entanto, Jennifer Aniston, a loura cheia de birra, que perdeu Brad para Angelina, decidiu encerrar o relacionamento com o músico John Mayer porque o cara era mais obsessivo com as atualizações no Twitter do que com a própria Jennifer.


(A foto do ex de Jennifer Aniston, John Mayer, no Twitter: "este coração aqui não vem com manual de instruções", piou o bonitinho)

Aparentemente, John reclamava da falta de tempo para ficar com a atriz mas passava horas no microblog. Jennifer descobriu as constantes atualizações de John no microblog e ficou furiosa.

O malandro concluiu o fim da relação com uma postagem no Twitter, claro: "Minhas seis palavras para essa história: este coração aqui não vem com manual de instruções."


(A foto de Ashton Kutcher no Twitter, cujas bicadas incluem até o popozão da Demi)

Depois do Facebook e do Orkut, o Twitter é a bola da vez na hora de brigar por meio da rede. Segundo informação do instituto Nielsen, o Twitter é uma das redes sociais que mais cresce: somente nos EUA, passou de pouco mais de 200 mil usuários em fevereiro do ano passado para mais de 7 milhões este ano.


(A foto de Demi Moore no Twitter: uma passarinha, ainda)

No Brasil,  país considerado early adopter quando se trata de novidades tecnológicas, segundo o instituto Ibope Nielsen, o número de visitantes únicos do Twitter passou de 225 mil usuários para 344 mil pessoas em apenas um mês.

O que tem provocado a fúria dos primeiros adeptos da rede. Assim como ocorreu com o Orkut, quando muitos cometeram "orkutcídio" por conta da popularização da rede, uma onda de "twittercídio", de "facebookcídio" e de "myspacecídio" deve se propagar nas respectivas redes.

Até que surjam novas redes e os pioneiros migrem feito aves de arribação, com ou sem o passarinho do Twitter. Como se vê, as castas virtuais não resistem à pressão popular e a dalits ou não, o acesso às redes gratuitas é totalmente franqueado, queiram ou não os usuários exclusivistas.


(A calçola de Demi Moore no TwitPic do Ashton: "Shhh! Não conte para minha mulher", deu de bicada o gavião)

Ah! Você quer o Twitter da Demi, do Ashton e do John Mayer?

É só seguir os seguintes links. Aproveite para, se você for do sexo masculino, esticar seu pênis-twitter:


terça-feira, 24 de março de 2009

Qual é o tamanho do seu?

Você, se é homem, já sabe e já o fez. Se é mulher, já sabe também ou pelo menos ouviu falar. No limite, já até brincou com isso com fita métrica. Nós, numa proporção de 10 em 10, medimos nossa virilidade pelo tamanho do nosso próprio pênis. Não, nem vem que não tem com desculpas, com conversas inteligentes, com recuos. É isso mesmo!



Na adolescência (e depois, com certeza), num dado momento, temos que medi-lo, o pinto. Com uma régua, com uma fita métrica ou seja lá o que for. Mas, é fato. Muitos de nós o fizemos um dia e poucos são os que passaram a mão e apenas afagaram o passaralho sem cair em tentação de medir, pesar, sopesar, traçar retas, curvas, circunferências e acurados estudos a respeito do próprio membro. Como se ao membro lhe coubesse um particular e obstinadíssimo estudo extracorpóreo.

Bem, não é demais afirmar que o pênis do homem é praticamente um corpo separado do corpo, com vontades próprias e nem sempre condizentes com a decência (para uso exterior) do portador.

Pois que demorou para vir à tona um desses (des)serviços virtuais que nos instigam e depois nos aniquilam sem dó nem piedade. Raramente ficamos felizes com o que temos: cabelos, nariz, olhos, orelhas. E, claro, o pênis, vulgo caralho, pinto, pau, dick, cock, piroga. Seja lá que nome que se dê ao que deveria ser o perfeito instrumento vibrador de boas e gloriosas vibrações, tanto se vai à e com a bica (queria dizer outra palavra, com "p" de pinto) que um dia lá ela fica, sem grandes feitos e muito menos tamanhos almejados.

Um site, por certo cujo criador teve esses mesmos receios, dúvidas e frustrações e, mais ainda, tendo feito tudo o que lhe estava à mão fazê-lo, sucumbiu como 99% de nós homens: não gostou do que extraiu da ardilosamente correta fita métrica e resolveu vingar-se e, pelo menos, compartilhar o (des)prazer com o tamanho que tem.

No site, você informa o seu nickname (apelido) no Twitter e, imediatamente, tem o tamanho do seu e-pênis. Ou melhor: o comprimento do seu pênis no contexto do Twitter. O meu Twitter-pênis pensa que está na primeira infância: são apenas 8,83 cm. Claro que, devo esclarecer logo, em estado flácido. Ainda que a foto que ilustra este post deixe claro que o pênis está ereto, não vou aqui entrar em discussões fisiológicas que não nos conduzirão a nenhum lugar.

Por iniciativa, o próprio site se encarrega de comparar o tamanho do meu com o de três amigos twitteiros, sendo que um deles é famoso: o Paulo Coelho, que tem um pênis comprido: são 18,54 cm; o djc8080, comprimento que está na média mundial frequentemente aceita e categorizado como "de bom tamanho", de 13,66 cm; e quileslucas, coitado, que tem um pintinho nascedouro de apenas 0,68 cm.

Os criadores - os holandeses Barry Borsboom e Boy van Amstel - sugerem que se você quiser aumentar o tamanho do seu e-pênis basta adicioná-los ao seu próprio Twitter. Foi o que fiz, descontente, é certo, com o meu tamanho atual. Como se vê, aquele papo de "tamanho não é documento" nunca fez a cabeça de ninguém. Nem a do pênis.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Harry Potter Na Cozinha

Não poderia deixar de destacar: três colegas de classe da faculdade de gastronomia - André Giovani, Helton Bicalho e Raul Godoy (aka Harry Potter) - estão na brigada do Na Cozinha, restaurante de nova safra de São Paulo. A fachada é de vidro com uma novidade: quem passa na calçada, vê a cozinha. Dá para assistir os cozinheiros na preparação dos pratos.



(Parte da equipe do Na Cozinha: Marcelo, Raul/Harry de bandana preta, o sous-chef André, de chapéu, e o chef Carlos Ribeiro, abaixo, à direita)

O acesso ao salão, pequeno, passa obrigatoriamente pela cozinha. Uma decoração pontilhada com as obras de cerâmica de Hideko Honma, em forma de pratos, panelas e cumbucas, é uma atração à parte.


(Raul Godoy, conhecido na faculdade e no mercado como "Harry Potter")

O chef é o paraibano Carlos Ribeiro e o sous-chef é o meu colega André Giovani, revelação do concurso Talento ao Vivo do canal GNT e da revista Prazeres da Mesa. Descobri, com alguma surpresa, que Carlos Ribeiro era chef do restaurante Mamarana, em Higienópolis, onde almocei vezes sem conta quando trabalhei naquele bairro.


(Com a faca e o garfo no antebraço, Harry está pronto para o queijo)

Agora, a maior surpresa foi saber dos três colegas e sabê-los juntos no mesmo projeto. A informação veio de repente, ao navegar no blog do Marcelo Katsuki, que também está atrelado à equipe do Na Cozinha. Um dos posts do blog do Marcelo traz as tattoos do Raul/Harry Potter na qual, literalmente, ele prova que está na cozinha de alma e, de forma reveladora, de corpo, ou melhor, de pele.


(Harry em companhia de Carême, um dos maiores cozinheiros da gastronomia ocidental)

Marcelo, desculpe o atrevimento, mas reproduzo aqui as fotos do Harry. No último sábado, por mais uma dessas coincidências, encontrei o André e o Helton em evento da minha turma de gastronomia. Uma espécie de formatura informal. Harry não estava lá. Mas, depois do evento, ao descer a rua Augusta, passei pelo Harry. Eu estava com uma amiga, Aline, que também se formou comigo, com Harry, André e Helton. Buzinamos e gritamos. Mas o Harry não nos viu ou ouviu. Bem, coincidências, de fato, não existem. Acho que tem mais a ver com uma conjugação de pessoas e de energias que, no fim, convergem todas e faz com que nos encontremos pelas esquinas, sejam as de São Paulo ou as da internet.


(A verdadeira fisiologia do gosto; Harry, por certo, faz a devida homenagem a Brillat-Savarin, autor de "La Physiologie du Goût")

Ainda não fui, mas vou em breve: Na Cozinha - Rua Haddock Lobo, 955 - Jardins - 11 3063-5377 - de 2ª. a 5ª., das 11:30 às 15:30 horas e a partir das 19 horas; na 6ª. e sábado, entre 11:00 e 15:30 horas e a partir das 19:00 até 1:00 da manhã. Aos domingos, entre 12:00 e 17:00 horas. Preços? Bem razoáveis: em média, R$ 50.

domingo, 22 de março de 2009

Meu rugido dominical


Apologia: defesa, justificativa, discurso que louva, defende ou justifica.

Latente: algo que é implícito, com potencial de ação futura. Algo que está por vir em oposição ao estado atual de repouso.

São dois conceitos diferentes que, por alguma razão, cruzam-se constantemente nas postagens deste blog.

Escrevo sobre os mais variados temas e alguns me são particularmente caros, o que os torna frequentes e constantes, a ponto de, em alguma medida, assemelharem-se a apologias e, em outra, a estados latentes que, teoricamente, estão a ponto de vir à tona a partir do meu interior.

Creio que, como profissional de comunicação, se registro tendências para a apologia ou para uma posição latente sobre alguma coisa, em absoluto o faço de forma casual. Ao contrário, tudo o que escrevo é deliberado. Pode não ser profundamente pensado ou trabalhado. Mas, nada do que é publicado neste espaço ocorre por um equívoco ou erro ou qualquer outro pretexto.

O único e verdadeiro motivo que me leva a publicar um post é o que sinto, o que penso, o que acho do mundo, das pessoas, das atitudes e da minha própria reação ao acontecimento. A minha pauta sou eu mesmo, com meus critérios objetivos, subjetivos, retos, tortos, incertos. Seja lá como for, sou dono do meu pensamento e a minha produção, qualquer que seja, assim é feita: dos meus princípios, da minha avaliação e dos meus próprios atos.

De tal forma que, se parece que faço apologias ou engrandeço colocações de modo a lhes tornarem o que não são, isso é de minha única e exclusiva responsabilidade. Sou grandinho o suficiente para dar a cara para bater e poder responder "assim é se lhe parece".

Continuarei a olhar e comentar o mundo, com olhos dissimulados, enviesados, oblíquos, míopes. Todo olhar padece de um juízo de valor preestabelecido e não é diferente comigo. Todo olhar pode se tornar, porém, zombeteiro e rir-se com a propriedade única que os olhos têm de sorrir para consigo mesmo, num acordo recíproco entre razão e emoção. Por outras, entrecruzam-se os olhares e perdem-se, num lapso, algumas conexões, talvez.

É das imperfeições que se constitui o homem, inclusive de olhares sóbrios ou ébrios. E, se for assim, que o seja também. Que também está de bom tamanho. Que nada é matemático a ponto de se estabelecer sincronia entre a oferta e a demanda.

Prefiro dançar hipnotizado ao som de um tecno indefinido, em terra, sol e lua em transe, a ser enredado por tramas as quais não teci um único fio. Posso ser fio-terra, sem-fio ou fio de Ariadne. Depende do contexto, da vontade, do impulso. E, de repente, se meus impulsos convertem-se em textos, emaranhados de palavras, cabe a mim romper ou não a teia que pode tanto me aprisionar quanto me libertar. Sou aranha. Sou inseto. Sou qualquer coisa. Apologista ou latente, sou eu mesmo, sim senhor!

 

sábado, 21 de março de 2009

A maconha nos tempos da cólera

Faço no título deste post uma analogia com o livro de Gabriel Garcia Marques, "O Amor nos Tempos do Cólera". Enquanto Garcia Marques trata do "cólera" doença, eu, por minha vez, nomeio a crise mundial de "cólera", uma espécie virótica que nos deixa a todos paralisados, sem que ao menos tenhamos consumido qualquer tipo de substância ilícita para que isso aconteça. No meio da cólera/crise, surgem as mais inusitadas alternativas para combater cóleras umas e outras, sejam doenças do corpo ou da alma.


"Com a Califórnia no meio de uma crise histórica, regular e taxar a maconha é simples bom senso", afirmou o parlamentar democrata Tom Ammiano, de San Francisco, EUA. O deputado é o autor do projeto de lei que propõe a legalização do uso recreativo da maconha na Califórnia.


Em entrevista ao UOL Notícias, o deputado disse que tem conversado com os colegas para obter apoio à sua causa. O argumento do deputado norte-americano baseia-se no fato de que a Califórnia, com um déficit orçamentário de US$ 40 bilhões, deixa de cobrar impostos das pessoas que cultivam, vendem e consomem a maconha. No próximo dia 31, a proposta entra em discussão e, se aprovada, vai a plenário, para ser votada. Pelo projeto de lei de Ammiano, cria-se uma taxa de US$ 2 para cada grama de maconha comercializada, uma "beck tax". Pelas contas dos inventivos parlamentares que defendem a ideia, isso representaria uma arrecadação extra de US$ 1,3 bilhão.


Nos EUA, dos 50 estados, 14 permitem o uso da maconha para fins medicinais. Segundo pesquisas recentes, 40% da população californiana não se opõem à discriminalização da cannabis sativa. Dados de ONGs locais estimam que o cultivo clandestino da marijuana na Califórnia é a maior lavoura geradora de receitas do estado: seriam US$ 14 bilhões anuais. Para comparar, a indústria do leite vende US$ 7,3 bilhões ao ano e as uvas geram US$ 2,6 bilhões.


A eventual aprovação dessa taxa não eleva a maconha ao status de droga legal, já que o governo federal dos EUA não aprova o consumo da droga, nem mesmo para fins terapêuticos. O deputado Ammiano é ativista desde os anos 70 e, ao lado de Harvey Milk, liderou o movimento contra a medida que tentava coibir a contratação de professores gays nas escolas da Califórnia. Ammiano participou do filme "Milk" como personagem de si mesmo. Nos tempos da cólera mundial, qualquer tentativa de amenizar a situação é válida. Nem que for para acender um cigarrinho e contemplar o caos com mais serenidade em meio a nuvens etéreas de fumaça.

Eles já estão entre nós



Finalmente, o rádio e a cabeça, de corpo inteiro. Com vocês, Radiohead.








sexta-feira, 20 de março de 2009

Parabéns, Noosferatus!

O que é um blogueiro? É um ativista, um exibicionista, diarista, agregador, disseminador ou é apenas um leitor que, cansado da unilateralidade da informação, resolveu emitir a sua própria em espaço público e aberto em âmbito mundial? Quem somos e o que representamos dentro do mundo virtual e, no contexto de formação de opinião, também no mundo real?

A blogosfera e o blogueiro são novos. Somos uma nova plataforma de comunicação. Dos poderosos blogs políticos que tiveram mais peso nas eleições dos EUA do que a grande mídia tradicional àqueles blogs que, como este, apenas postam os mais aleatórios assuntos sem que se tenha uma pauta definida, quem somos, afinal? Que força representamos na sociedade da informação?


Não tenho ferramentas para dimensionar a força do blogueiro. E tampouco sou estudioso do assunto. Mas, inequivocadamente, abrimos, com nossos blogs, janelas para outras abordagens. De todos os tipos, estilos, ideologias, tendências, influências talvez.

Os blogs e microblogs são, em paralelo às redes sociais, o mais próximo que chegamos, até hoje, às bordas da democratização da informação. Blogueiros, podemos abordar qualquer assunto que nos interesse e reinterpretá-lo à luz de nosso (des)conhecimento. Isso é ser livre, praticar a liberdade da informação.

Hoje, 20 de março, é o início do outono no Brasil. É também o Dia do Blogueiro. Parabenizo todos os blogueiros aos quais me juntei há quase dois anos. Blogar requer criatividade e perseverança. Blogar pode ser tanto pessoal quanto profissional. Pode ser uma brincadeira. Um jogo. Não importa. Mesmo!

O fato de expor a opinião, por si só, é libertador. A audiência? Creio que a audiência não é o mais importante. O que realmente interessa é ter a possibilidade de escrever e publicar. E, ao publicar uma postagem, nos libertamos da ideia e a colocamos em circulação. Damos asas aos pensamentos. E que vaguem por aí, na imensidão desmedida da internet.

Para todos os efeitos do que afirmei acima, registro aqui um neologismo: somos Noosferatus modernos. Não, não é uma referência ao conde Nosferatu, o temível vampiro da Transilvânia que vivia nas trevas. Ao contrário, somos criaturas que saem do escuro para o claro das ideias. Ouso dizer iluministas. Se Nosferatu, derivado do eslavo antigo Nosufur-atu, significa "portador de pragas", afirmo que somos portadores de palavras. Todas. Bonitas, feias, ridículas, acintosas, violentas, virulentas, doces. Talvez a praga do contemporâneo seja isso mesmo, a manipulação infinita da palavra.

Noosferatus, na minha concepção, somos todos nós, os blogueiros, advindos da noosfera (esfera do pensamento humano). Segundo teoria do geoquímico russo Vladimir Vernadsky, a noosfera seria a terceira etapa do desenvolvimento humano, depois da geosfera (matéria inanimada) e da biosfera (vida biológica). A vida, ao surgir na Terra, transformou a geosfera, que evoluiu para biosfera. Por sua vez, ao evoluirmos, humanos pensantes, elevamos a biosfera à noosfera, que é a esfera do conhecimento humano que, aplicado à natureza, altera significativamente a biosfera.

Também o filósofo francês Teilhard de Chardin trabalhou esse conceito e definiu a noosfera como o mundo ou a esfera das ideias. Esse mundo, conforme o filósofo, é formado por produtos culturais, pelo espírito humano, pelas linguagens, teorias e conhecimentos. A partir desse princípio, alimentamos a noosfera quando pensamos e nos comunicamos. Portanto, daí a minha derivação para Noosferatus. Ainda que alguns defendam que estamos em transição de esferas. Para estudiosos, a nossa era é a "tecnosfera", que é temporária. Ouso dizer que a tecnosfera é apenas um meio, e não uma esfera de fato, assim como a blogosfera é apenas o ambiente, e não a noosfera de fato.

De onde concluo que somos, blogueiros, Noosferatus modernos que, com dentes e garras afiados, avançamos nos pescoços alheios diariamente para que não sejamos sepultados pelos escombros de uma esfera dominante que nos submeta a todos, bloggers ou não, a uma única e irresoluta vontade. Somos, portanto, livres, neste contexto. Então, parabéns, Noosferatus!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Festa do Pênis

A origem do festival é pagã, como muitas outras festividades na Europa e em outros lugares do mundo. Tagata Honen Matsuri é o nome da Festa do Pênis, um festival que celebra a fertilidade anualmente no dia 15 de março no Japão, na cidade de Komaki.


O festival consiste em uma procissão numerosa na qual monges carregam um imenso pênis de madeira (280 quilos e 2,5 metros de comprimento) e tocam instrumentos musicais, enquanto os participantes tomam saquê e acompanham o andor fálico.


O falo de madeira é carregado de um templo - o Shinmeu Sha (em anos pares) ou o Kumano-sha Shrine (em anos ímpares) - para outro templo, o Tagata Jinja. O festival tem início com uma celebração e preparação às 10 horas da manhã no templo de destino do pênis, onde são vendidas guloseimas e também souvernirs em formato de pênis. O saquê é distribuído gratuitamente ao longo das barreiras que cercam a procissão. Às 14 horas, todos se encaminham para o templo do qual sairá o pênis e começa a procissão.


Na descida para o templo Tagata Jinja, o pênis, de tempos em tempos, é girado de forma vigorosa antes de ser depositado no chão, ao mesmo tempo em que preces são ditas. No final, pequenos bolinhos de arroz (mochi nage) são distribuídos pelos monges que conduzem a cerimônia. Às 16:30 horas, o festival é encerrado.


O festival, além de celebrar a fertilidade, está baseado na crença de que o falo traz sorte às mulheres que querem ter filhos e aos homens que querem casar. A seguir, um vídeo do festival deste ano, que aconteceu no último domingo.

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