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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Você tem que me amar!



Me falaram hoje que era o meu dia e eu respondi que todos os dias eram meus.


Me desejaram muita luz e eu disse que eu já a possuía em quantidade suficiente para iluminar o meu mundo.


Me disseram que eu deveria continuar com essa alegria e eu retruquei que a tinha sem medida para me divertir.


Me parabenizaram e eu aquiesci por natureza.


Me cumprimentaram por telepatia, por telefone, por voz e mensagem, por texto, por sílabas, por chamadas entrecortadas e completas, por tentativas, por acaso, por amor, por educação, por e-mail, pelas redes sociais. Me dirigiram as melhores energias. Foram centenas as mensagens e eu as tomei gentilmente para crescer meu ego inflado.


Me abraçaram, beijaram, até mesmo cantaram intercontinentes e eu amei cada som que se dissipou pelas linhas de cobre e ondas de rádio porque a música, dizem, é o que há de mais sublime que temos para oferecer.


Me cercaram de tantos afagos que os demais dias, todos meus, terão que ser preenchidos pelo carinho concentrado em 24 horas e redistribuído à exaustão por todos os demais.


Me enriqueceram e eu senti o coração, o cérebro e o corpo cheio, mas nunca o bastante, que não o é efetivamente.


Me afirmaram, e nunca neguei, que nunca estou satisfeito o bastante com o que me é dado.


Me orientaram, de quatro formas diferentes, a me olhar no espelho e pedir aquilo que eu desejar, tal qual uma rainha má, e ouvir do reflexo que não, não existe mais nada a não ser o que a imagem mostra e tentar não trincar nem de brincadeira.


Porque carinho, amor, amizade, lealdade, lembrança, dos de sangue aos conquistados, dos de toque aos tocados, o sentimento todo é bem-vindo e torna-se uma liga tão forte que não pode ser quebrada.


Eu sou um pedinte, sempre, e sempre reclamarei que o copo está quase vazio quando deveria dizê-lo quase cheio, que a sopa está quase fria quando deveria prová-la quase quente, que o pão está mole quando poderia achar que estava macio. Que bastam os instantes, lampejos, do que faísca alguma.


Digo que não porque sou esfaimado. Não guloso. Não nesse caso. Porque quase que digo que você tem que me amar para eu ser. Sem as provas e mostras, quase que não sou.


Obrigado a todos pelos gestos e mensagens, de todas as cores, desejos e tecidos. Tive um maravilhoso aniversário alimentado o dia todo por todos aqueles que me concederam algum momento do dia. Você tem que me amar sim. Ou feneço rapidinho e murcho. Beijo para todos, sem exceção alguma, pelo carinho enviado das mais diferentes formas, das mais diversas tonalidades, com as variações possíveis de intensidade. Beijo! P.S. Pode fazer tudo de novo e de novo e de novo amanhã, depois, no sábado, domingo, no mês que vem, em setembro, outubro, novembro e dezembro, em 2012, 2013, 2014...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Young Blood

O young blood (sangue jovem) do título deveria ser burning blood (sangue ardente) porque é o que sinto, por vezes, dentro de mim. Um sangue latejante, como se as veias pudessem, todas, saltar do controle que a pele e a epiderme as mantêm.


Sim, cronologicamente, a idade passa. Mas, duvido que o sangue envelheça. Duvido. Porque o meu ferve, oh! Ferve feito um erupção subcutânea, um vulcão prestes a saltar das profundas.


P.S. Você, frequente por aqui, deve ter notado que nem tive a audácia suficiente para postar o Rugido de ontem. Estava tão febril no sangue que achei melhor poupar o(a) leitor(a) de pensamentos delirantes por demais.


by The Naked and Famous




quinta-feira, 30 de setembro de 2010

2666

Calma, não é um número de candidato a nada. Nem o número da besta em dobro. Tampouco é alguma conta maluca a que eu cheguei ao fazer cálculos mais estranhos ainda. 2666 não significa nada, na verdade. Pelo menos o livro "2666" - Roberto Bolaño - Companhia das Letras - 852 páginas, em si mesmo, não remete a nenhum significado aparente. Se o tem, o número 2666, significado, esse ficou guardado com o autor, que já é morto. Estou a ler o livro há meses. De tempos em tempos, leio um trecho. São cinco romances dentro de um livro. Quero destacar um texto, um textículo pelo qual acabei de passar que muito me agradou:




"Há coisas mais esquisitas que a sacrofobia, disse Elvira Campos, sobretudo se levarmos em conta que estamos no México e que aqui a religião sempre foi um problema, na verdade, eu diria que todos os mexicanos, no fundo, sofremos de sacrofobia. Pense, por exemplo, num medo clássico, a gefirofobia. É algo de que muita gente padece. O que é gefirofobia?, perguntou Juan de Dios Martínez. É o medo de atravessar pontes. É verdade, conheci uma pessoa, bem, na realidade era um menino, que sempre que atravessava uma ponte temia que ela caísse, de modo que atravessava correndo, o que era muito mais perigoso. É um clássico, disse Elvira Campos.


Outro clássico: a claustofobia. Medo dos espaços fechados. Mais outro: a agorafobia. Medo dos espaços abertos. Esses eu conheço, disse Juan de Dios Martínez. Mais outro clássico: a necrofobia. Medo dos mortos, disse Juan de Dios Martínez, conheci gente assim. Se você trabalha na polícia, é espeto. Também tem a hematofobia, medo de sangue.


Certíssimo, disse Juan de Dios Martínez. E a pecatofobia, medo de cometer pecados. E depois tem outros medos, que são mais raros. Por exemplo, a clinofobia. Sabe o que é? Não faço a menor ideia, disse Juan de Dios Martínez. Medo de cama. Como é que alguém pode ter medo ou aversão a uma cama? Pois é, tem gente que tem. Mas isso dá para atenuar dormindo no chão e nunca entrando em um dormitório.


Depois tem a tricofobia, que é medo de cabelo. Um pouco mais complicado, não é? Complicadíssimo. Há casos de tricofobia que acabam em suicídio. E também tem a verbofobia, que é o medo das palavras. Nesse caso o melhor é ficar calado, disse Juan de Dios Martínez. É um pouco mais complicado que isso, porque as palavras estão em toda parte, inclusive no silêncio, que nunca é um silêncio total, não é?


Depois temos a vestiofobia, que é medo de roupa. Parece raro mais é muito mais difundido do que parece. E um relativamente comum: a iatrofobia, que é medo de médico. Ou a ginofobia, que é medo de mulher e de que, naturalmente, só os homens sofrem. Difundidíssimo no México, embora disfarçado com as mais diversas roupagens. Não é um pouco de exagero seu? Nenhum pouquinho: quase todos os mexicanos têm medo das mulheres. Não sei o que dizer, falou Juan de Dios Martínez.


Depois há dois medos que no fundo são muito românticos: a ombrofobia e a talassafobia, que são, respectivamente, o medo da chuva e o medo do mar. E outros dois que também têm um quê de românticos: a antofobia, que é o medo das flores, e a dendrofobia, que é o medo das árvores.


Alguns mexicanos sofrem de ginofobia, disse Juan de Dios Martínez, mas nem todos, não seja tão alarmista, senhora.


O que o senhor acha que é a optofobia?, perguntou a diretora. Opto, opto, uma coisa relacionada com os olhos, na certa, medo de olhos? Pior que isso: medo de abrir os olhos. Em sentido figurado, isso contesta o que o senhor acaba de dizer sobre a ginofobia. Em sentido literal, produz transtornos violentos, perdas de consciência, alucinações visuais e auditivas, e um comportamento em geral agressivo. Conheço, não pessoalmente, é claro, dois casos em que o paciente chegou à automutilação. Arrancou os olhos? Com os dedos, com as unhas, disse a diretora. Puxa vida, disse Juan de Dios Martínez.


Depois temos, é claro, a pedifobia, que é medo de crianças, e a balistofobia, que é medo de bala. Essa é a minha fobia, disse Juan de Dios Martínez. Sim, suponho que seja de senso comum, disse a diretora.


Outra fobia, esta vem aumentando, é a tropofobia, que é o medo de mudar de situação ou de lugar. Que pode se agravar se a tropofobia se torna agirofobia, que é o medo das ruas ou de atravessar uma rua. Sem esquecer da cromofobia, que é o medo de certas cores, nem da nictofobia, que é o medo da noite, nem da ergofobia, que é o medo de tomar decisões. E um medo que está começando a se difundir é a antropofobia, que é o medo de gente.


Alguns índios sofrem de forma acentuada de astrofobia, que é o medo dos fenômenos metereológicos, como trovões, raios, relâmpagos. Mas as piores fobias, a meu ver, são a pantofobia, que é ter medo de tudo, e a fobofobia, que é o medo dos próprios medos. Se o senhor tivesse que sofrer de uma das duas, qual escolheria? A fobofobia, disse Juan de Dios Martínez. Tem seus inconvenientes, pense bem, disse a diretora.


Entre ter medo de tudo e ter medo do meu próprio medo, escolho este último, não se esqueça de que eu sou policial e que se tivesse medo de tudo não poderia trabalhar.


Mas se o senhor tem medo de seus medos sua vida pode se transformar numa observação constante do medo e, se estes se ativam, o que se produz é um sistema que se alimenta a si mesmo, um círculo vicioso de que seria difícil escapar, disse a diretora."


Eu? Padeço de autofobia, que é o medo de si mesmo ou de ficar sozinho, também conhecido como monofobia ou isolofobia. #prontofalei (não que eu não tenha falado antes de 2666 diferentes formas)

sábado, 25 de setembro de 2010

Ilha de Man

Esta semana, escrevi uma pequena matéria para o serviço online da publicação em que trabalho e citei a Ilha de Man. De fato, eu a verti para o português, a Ilha do Homem. A Ilha de Man (Isle of Man) é quase um montículo localizado entre a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda do Norte.


Antes, era um reino nórdico, estabelecido pelos vikings. Depois, a Noruega cedeu a Ilha para a Escócia e, por fim, o local foi transferido para a Coroa Britânica. Tem uma área total de 572 km2, 48 km de comprimento e, em alguns lugares, a largura chega a 24 km. A população, conforme dados de 2006, é de pouco mais de 80 mil pessoas.


Formalmente, a Ilha de Man não faz parte do Reino Unido, é uma dependência da Coroa Britânica. E, por isso, a defesa e as relações externas são de responsabilidade do governo britânico. Uma organização extraparlamentar, Mec Vannin (filhos de Man) pretende alterar o estatuto da ilha e elevá-la a república soberana independente. Devo ter ouvido falar da Ilha de Man umas duas ou três vezes até aqui. Quando escrevi a nota a que me referi, foi com surpresa que encontrei o nome da Ilha entre os demais países.




(bandeira da Ilha do Homem)

Mas, a Ilha não é o meu foco, é apenas o nariz de cera (introdução do post). Passa-se que, assim que a nota foi ao ar, um leitor escreveu um comentário e alertou que nem ele nem qualquer outra pessoa que ele conhece chamaria a Ilha de Man de Ilha do Homem. Ou seja, eu havia escrito errado o nome da Ilha.
E me ocorreu que as pessoas - eu, você e todos, provavelmente todos os seres pensantes que habitam esse mundo - são bem rápidas em apontar incorreções, erros, equívocos e informações sobre as quais não têm certeza. Apontamos (e eu me incluo sim) rapidamente, ainda que não tenhamos ao menos checado se a informação que supomos deter é, definitivamente, a correta.


Pois o leitor assim agiu, por certo sob a guarida da convenção que determina que a Ilha de Man é Ilha de Man, e não, nunca Ilha do Homem. E mais não disse, não apontou fundamentos para o seu próprio comentário. Eu, particularmente, não respondi ao comentário. O serviço é da empresa e, para falar a verdade, não sei bem como é responder diretamente ao leitor sem argumentar e entrar em searas outras, longas como este post. Por isso, me calei. E note que eu não assino a matéria do serviço online.


Contudo, depois fiquei a pensar que muitas vezes, na minha vida, erros e incorreções que eu cometi me foram imediatamente apontados. Meu pai costumava gritar quando eu fazia algo errado ou diferente daquilo que ele supunha certo. Sempre me lembro disso. Não havia negociação. Era apenas de um jeito, do dele. E o apontamento era sempre rígido, sem maiores rodeios.


Depois, quando comecei a trabalhar no mercado formal, continuei a ouvir das mais variadas pessoas sobre algum serviço que eu havia feito e que estava errado. Ou apenas que não tinha sido feito conforme um determinado padrão. O padrão, no caso, é sempre da pessoa que está imediatamente num nível superior ao seu - pai, padrasto, chefe, o motorista do táxi (que detém o poder de me dirigir), o gerente do banco (que decide sobre minha eventual saúde financeira), o motorista (quando estou pedestre) e assim por diante. Há uma hierarquia da qual não se consegue fugir.


De sorte que, de tempos em tempos, erros, incorreções e equívocos me são apontados por todo lado. Claro que, por minha vez, eu os aponto também e o cachorro, como elo final da cadeia, deve correr atrás do gato para se vingar do humano. O gato vai atrás do rato que, por outro lado, rói tudo o que o humano faz. E assim, num círculo verdadeiramente monumental, comemos a própria calda e nem nos damos conta.


O que me chamou a atenção não foi o puxão de orelha do leitor. Foi o outro lado. Pouquíssimas vezes, raras mesmo, ouvi o contrário. Que o trabalho estava correto, que a informação havia valido a pena, que a matéria atendia determinada demanda, que o pasto roçado havia ficado segundo a vontade do meu pai. Não, isso é raro de acontecer. Eu podia carpir uma roça inteira (e eu o fazia) e me orgulhar do meu trabalho (e eu me orgulhava). Meu pai, no entanto, nunca disse uma palavra de retorno. OK, em sua defesa, posso dizer que foi assim que meu avô o tratou e era assim que ele imaginava que as coisas deveriam ser. Mas bem cedo eu era carente dessa afirmação positiva, desse reconhecimento, ao menos uma vez, de que tudo estava certo.


E isso, assim como o dedo apontado sobre os erros, continuou pela minha vida profissional. Você comete 9 acertos e 1 erro. E será para sempre lembrado por esse erro. Os acertos nunca são bons o bastante para se sobrepor aos erros. Jamais. Se eu informei bilhões ao invés de milhões, em matéria de qualquer coisa, cairão por cima de mim a fonte, o editor, o leitor e até mesmo colegas. É obrigatório que eu acerte sempre, que jamais erre.


Então, ao ler o comentário do leitor sobre a Ilha de Man, eu senti um enorme cansaço. Toda uma vida que, me pareceu, é vivida para apenas acertar. Nunca errar. Porque você será imediatamente punido, de uma forma ou de outra. Mas, se acertar, você não ganhará nada. É obrigação. Está implícito no grande contrato social que eu, afinal, nunca assinei.


Este post é apenas um desabafo. De uma exaustão que carrego comigo há tempos. E não vejo mais sentido em tanto acerto se sempre serei cobrado por erros, sejam enormes ou minúsculos. É cansativo. Não almejo condescendência e tampouco recompensas. No entanto, a cobrança milimétrica sobre tudo o que faço cansa. E não tenho mais energia para lidar com isso.


A propósito, sim, me é permitido nomear a Ilha de Man de Ilha do Homem. Eu não inventei a tradução. O engraçado é o nome da ilha. Ou, melhor, tem tudo a ver exatamente com o man.


sábado, 31 de julho de 2010

Leonino feliz: modo de fazer

O Leão (ou leo, lion) é o quinto signo astrológico do zodíaco, entre Câncer e Virgem, e está associado à constelação de Leo. É, junto com Áries e Sagitário, do signo de Fogo. É, ainda, um dos quatro signos fixos - com Touro, Escorpião e Aquário. Os leoninos são pessoas que nasceram entre 22 de julho e 22 de agosto.


Se diz do leonino que tem personalidade vibrante e espírito de liderança. Que costuma chamar a atenção das pessoas naturalmente pelo otimismo. Que, embriagado no deleite da admiração das pessoas, pode se tornar presunçoso e orgulhoso. Que deve evitar a tendência à arrogância e vaidade. Que os nativos desse signo são dominadores, espontâneos, criativos e de natureza extrovertida. Que têm graciosidade, dignidade e personalidade francamente expansiva. Que adoram aparecer. Que têm coragem, ambição, determinação, positivismo, independência, auto-confiança e lealdade. Que são detentores de uma generosidade quase ingênua e se decepcionam com pessoas nas quais confiam. Mas que se saem bem ao se afastar dessas pessoas. Que são bonitos, elegantes e detêm um charme admirável que conquista qualquer pessoa ao seu redor. Que são um pouco egocêntricos mas sempre respondem ao amor correspondido. Que têm grandes habilidades artísticas. Que adoram namorar e não dispensam aventuras. Que, quando tristes, não se trancam dentro de casa. Vão dançar e ouvir sons que rompem os tímpanos.




Se o elemento é o Fogo, o regente do leonino é o Sol (claro que sim!). O metal é ouro (absolutamente!). As pedras são diamante (nenhuma dúvida!), rubi e topázio. O perfume, âmbar. As plantas, narciso (precisamente!), girassol (por quê?), tulipa e malmequer (começo sempre do bemmequer para terminar com bemmequer), os animais são o próprio leão e, surpresa!, o pavão. Os países são a Itália (sensuais), a Romênia (sou cigano na essência) e França (sou natural de San Pierre de la Turvè), as cores são o laranja (amo!) e o amarelo (mais ou menos), o órgão é o coração (demais até!), o dia é domingo (maybe) e o verbo, olha só, é "ser" (sou). Se diz que o leonino é naturalmente atraído pelos signos de Aquário e Escorpião e eu digo que o limite são os 12 signos do zodíaco.


E tem mais: perseguimos, os leoninos, sempre, uma imagem ideal de nós mesmos. Desejamos evoluir e nos auto-afirmarmos. Tememos, frequentemente, sob tanta insegurança, parecermos não corresponder à imagem que queremos passar. Somos voluntariosos, empreendedores, generosos e, ao mesmo tempo, autoritários. Falta-nos capacidade de fazer a felicidade alheia segundo nossas próprias leis pessoais.


Somos verdadeiramente organizados (sou), ignoramos a mesquinharia (odeio) e detestamos a mediocridade (certamente). Atribuímos grande importância à estima das pessoas e desejamos, bastante, ter o poder de construir a própria auto-estima (com sucesso, digo).


Temos boa disposição, somos amigos, capazes de gestos magnânimos. Líderes, se não recebemos a atenção, perdemos completamente o interesse (verdade). Aparência brilhante e sorridente (mais do que menos). Delegamos. Gostamos de ser elogiados mas não aceitamos pressões.


Orgulhosos (e rancorosos), não esquecemos as ofensas (concordo). Sociais, somos românticos, dominadores ao ponto de "faça o que eu digo ou então não faça". Determinados, queremos projetar-nos. Extrovertidos (somos?) - se diz que não há leonino introvertido, apenas fingimos sê-lo. Estamos sujeitos a febres, doenças inesperadas e violentas mas raramente crônicas (para chamar a atenção, o quê mais?). Nossas costas (que suportam o peso do mundo) e a hérnia de disco (para suportar o peso do mundo 2) são vulneráveis.


Nossos corpos são energéticos, vigorosos e harmoniosos, de porte médio (médio alto) e altivo (empinado sim!). O olhar é magnético (confio no meu olhar). Temos boa resistência física. Tendemos ao bélico (guerra). Estamos propensos a enfartes (uia!!!) e congestão (medo!). As referências (em nós mesmos) anatômicas são o coração, o dorso e o sistema circulatório. As referências (nos outros) anatômicas são o corpo todo! Hehehehehe!


As ervas que harmonizam conosco são a manjerona, o louro e as folhas de uva. Os incensos que mais nos agradam são o patchouli, almíscar, sândalo e ópium. Nossa psique é movida pela intuição (muito) e a vontade prevalece sobre a base física (quase como uma mente a conduzir). O ego é viril (oh!), com necessidade de auto-afirmação constante. Uma vez mais, tendência ao narcisismo e egocentrismo (como assim?). Temos impulsos primários autoritários (coisas de bebê, diriam os feios, sujos e malvados). Gostamos de proezas e hábitos requintados e aristocráticos (minha linhagem retrocede aos colonizadores de Damasco, na Síria, e conquistou a Cataluña, na Espanha).


Afetivamente, somos protetores, viris e idealistas. A sexualidade é estética (muitoooooo!!!!), com paixões exaltadas (ahãn!!!). Buscamos prestígio também pelo afeto. O amor é nobre, atencioso e dominador (ciumento mesmo!).


Creio que 99,9% do que está escrito acima me define. Para me fazer, um leonino, feliz, a receita é tudo o que está descrito acima.


Mas também, e sobretudo, e principalmente, é olhar para mim, lembrar-se de que eu sou, eu existo e, logo, preciso de você. Porque não sou sozinho. Apenas estou sozinho. Na última quarta-feira, 28 de julho, foi meu aniversário. Desse ente leonino que é muito leonino. O maior presente que eu recebi foi mais de uma centena de telefonemas, mensagens ao celular e no Facebook e Orkut. Somadas, as manifestações foram mais de cem! Foi uma corrente que percorreu algumas cidades e quatro dos cinco continentes. Senti e vibrei com todas as energias que me foram remetidas. Não existe uma receita para me fazer (ou a qualquer outra pessoa) feliz. Mas o modo de fazer passa, necessariamente, pelo carinho. E foi isso que senti no dia 28: um carinho que percorreu cabos submarinos para chegar pela minha conexão de internet, que percorreu cabos os mais distantes para se realizar em voz ao meu telefone, que se traduziu em textos na telinha do celular e na tela do computador. Isso é um modo de me fazer feliz. Obrigado a todos e todas que o fizeram. Fiquei ainda mais leonino e, certamente, um pote de felicidade foi adicionado no meu arco-íris. Amo todos vocês que o fizeram!


P.S. O título deste post é dúbio: tanto quer dizer "modo de fazer" no sentido conhecido, de ensinar a lidar com, quanto significa "vou fazer tal pessoa" no sentido sexual. Apenas quero dizer que os dois modos estão on!


P.S. 2 Na próxima quarta-feira, 4 de agosto, outro leonino celebra o aniversário. Criatura dileta deste criador que vos escreve, o outro leonino é este blog, nascido a 4 de agosto de 2007. Entramos, eu e o blog, em novas idades cronológicas mas mais atormentados do que nunca. Nunca mais, nunca mais, diria o corvo de Poe. Eu digo que o corvo que me corrói o fígado continua a me mordiscar e a grasnar sempre mais, sempre mais...



terça-feira, 16 de março de 2010

Não tente fazer isso em casa!

Há pouco mais de duas semanas, dei início a um movimento involuntário. Logo eu que estava a reclamar de uma inércia espessa que se me toldava o passo, fui devidamente movido por algumas leis não-escritas que movem as engrenagens da nossa própria vida e, enfim, que fazem com que uma pessoa acelere ou reduza a marcha, conforme o contexto.




Oficialmente, fui informado, de uma hora para outra, que o apartamento em que eu vivia há dez anos seria vendido. E nada mais me foi dito. Claro que, tomado de assalto por tão definitiva notícia, eu, que não sofro de ansiedade, me investi de um ânimo que não tinha e reagi.


Procurei apartamentos, falei com algumas pessoas e, em resposta, ligeiríssima, me foi oferecida a locação de um apartamento três andares abaixo do meu. Até então, eu morava no nono andar. Antes, ainda, morei no 12º. andar deste mesmo prédio. Agora, estou no sexto andar. Prevejo que descerei ainda mais três pisos nos próximos anos para, enfim, chegar ao nível da rua e ir viver em outra freguesia.


Quando me mudei do 12º. andar para o 9º. andar - e lá se vão alguns bons anos -, eu mesmo fiz a minha mudança. Não havia muita coisa para transportar e a mudança não me foi assim tão danosa. Dessa vez, ao passar do 9º. andar para o 6º. andar, calculei que poderia fazer o mesmo. Ao contrário do homem que calculava, de Malba Tahan, os meus cálculos são sempre imprecisos e, no fundamento, me levam a resultados bastante cansativos e nunca satisfatórios.


Depois de alguns entreveros, há dez dias, comecei a mudança. Antes, porém fiz o que todo mundo tem que fazer quando chega numa nova casa: ver a energia elétrica, o gás, o telefone, a internet e o serviço de TV paga. Afora a energia elétrica e o gás, que são essenciais, eu esperava que serviços de telefone, de internet e de TV paga fossem me dar mais trabalho do que o usual.


A seguir, para, uma vez mais, contrariar os meus equivocados cálculos, relato o calvário que me foi imposto pelas empresas as quais, exceto a de TV paga, são concessionárias de serviços públicos e, portanto, deveriam ter o mínimo de respeito com o consumidor que, religiosamente, paga suas faturas:


- Energia elétrica: foram 13 dias úteis para conectar o relógio que conecta a minha residência à rede da rua. Foram mais de 20 dias no total, intercalados por cobranças quase que diárias de minha parte. Ao telefone, em média, fiquei 16 minutos a cada contato, o que deu, segundo minhas anotações (sim, sou escaldado), 120 minutos ou duas horas para pedir, implorar que me ligassem à rede de energia elétrica. O problema é que a proprietária anterior, numa atitude mesquinha, fez com que a companhia retirasse o relógio medidor. A empresa é a AES Eletropaulo, controlada pela norte-americana AES. Quando o funcionário ligou, enfim, levou apenas 3 minutos para fazê-lo!


- Gás: assim como ocorreu com a energia elétrica, a proprietária anterior solicitou o desligamento do gás, que é encanado. Mas, ao contrário da companhia elétrica, a Comgás, controlada pela britânica British Gas e pela holandesa Shell, demorou menos de 17 minutos para registrar meu pedido ao telefone e, em menos de 20 horas, o gás estava religado. De qualquer forma, tive que arcar com a instalação da rede de gás da rua até a minha casa.


- Banda larga e TV paga: a provedora desses serviços é a NET, controlada pela mexicana Telmex, do homem mais rico do mundo (segundo a Fortune), Carlos Slim. Em diversos contatos, a empresa me consumiu quase 2 horas ao telefone e uma infindável dose de paciência para fazê-los entender que eu apenas mudaria de andar e de apartamento, e não de país! Me atenderam, de qualquer forma, no prazo estabelecido.


- Telefone: fiquei cerca de 16 minutos ao telefone para pedir a portabilidade do meu número para o novo endereço e me deram três dias úteis (previstos pela lei) para transferir a linha. Sim, o fizeram. Mas também, assim como com a Comgás, tive que pagar um técnico particular (que é funcionário da operadora, por sinal) para fazer a conexão entre a rede telefônica externa e a minha residência. A operadora é a Telefônica, controlada pela espanhola homônima Telefónica que, exceto pela diferença de acentuação, carecem, ambas, brasileira e espanhola, de excelência na prestação de serviços.


Tomadas essas providências, mudei. Mudei, mudei, mudei e mudei. Foram tantas viagens entre o 9º. e o 6º. andares que muitas vezes recitei o mantra "antes cair das nuvens do que do terceiro andar" sem nem perceber. O elevador foi o meu caminhão de mudança. Foram dois dias de braçadas de tralhas de todos os tipos, de roupas a livros, de pratos a almofadas. Não fosse a simpática e providencial ajuda de um servente do prédio, eu ainda estaria a carregar os mais pesados móveis. O fato é que em dois dias eu dei conta de esvaziar um apartamento e encher o outro.


A partir daí - e eu não sabia - começou uma nova etapa: tal qual uma procissão de formigas, vi passar dentro da minha casa, de domingo a domingo, os mais diversos profissionais que, de repente, se fazem necessários nessas ocasiões: encanador, chaveiro, eletricista, desentupidor, marceneiro, vidraceiro, técnico de telefonia, técnico de refrigeração, técnico de gás etc. etc. Eu já não sabia mais se a rua estava na minha casa ou eu é que havia feito uma fusão com a classe operária, num perfeito entrosamento com toda a casta que faz com que as casas funcionem.


Hoje, terça-feira, dia 16 de março, faz apenas 10 dias que vivo, efetivamente, no novo apartamento. E apenas hoje o apartamento entrou em operação. Quase. Faltam alguns detalhes mas que não absolutamente prioritários.


Depois desse longo relato, quero dizer que não tente fazer isso em casa! Não ouse fazer isso. Me disseram que eu parecia um fantasma num dado momento. Eu passei ao menos cinco dias sem uma alimentação decente (na transição entre um apartamento e outro fiquei sem fogão a gás e sem micro-ondas), uns dois dias sem banho (não faça cara de nojo!) e com tantas dores que daria para fazer um colar de contas inteirinho com três voltas ao pescoço. Portanto, não faça isso em casa. É tudo muito cruel e, ao final, basta ter um leito para repousar o esqueleto que luta para permanecer em pé.


Se sou um novo homem depois disso? Logicamente que não! Estou mais alquebrado e, com certeza, com algumas rugas novas.


Se estou feliz? Logicamente que estou! Meu novo apartamento apara o sol da manhã perfeitamente! É branco! De uma brancura extrema. Lindo. Me sinto renovado, branco também eu depois de tantas águas turvas que rondaram tanto a cidade de São Paulo quanto eu mesmo.


Roda, estou em movimento. No final das contas (e sou ruim de fazer contas), se os cálculos não me saíram com precisão, o resultado final é positivo. Estou mais baixo, três andares mais baixo e mais perto da terra e das pessoas. Por que não haveria de me sentir bem, hein?

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O meu fio de Ariadne

Em Creta, o Minotauro, conforme a mitologia grega, exigia pagamentos de tributos anuais. O pagamento consistia na oferenda de sete rapazes e sete moças que seriam literalmente comidos pelo Minotauro, que se alimentava de carne humana. O jovem ateniense Teseu, num determinado momento, pediu para ser incluído entre os rapazes. Na cerimônia de entrega dos humanos ao Minotauro, Teseu recebeu de Ariadne, filha do rei Minos, um novelo que deveria ser desenrolado no interior do labirinto, onde vivia o Minotauro. O objetivo de Teseu era matar o Minotauro e usar o fio como artifício de saída pois, sem o fio condutor, o jovem se perderia nas inúmeras entranhas do labirinto. Teseu matou o Minotauro e, com o apoio do fio, encontrou a saída, casou-se com Ariadne e a levou consigo para Atenas.





Há pouco mais de dois anos e meio, eu comecei a tecer um fio de Ariadne próprio. Foi este blog. Esse meu fio de Ariadne, no entanto, foi tecido de dentro para fora: eu estava preso num labirinto e não havia fio algum que me indicasse a saída. Mas fui persistente e um longo emaranhado de fios que pareciam entrecruzar-se sem levar a saídas possíveis começaram a desembaraçar-se um a um e o labirinto, finalmente, começou a ser demarcado. Até que num determinado momento, todo o labirinto estava coberto por fios e, ao não haver mais embaraços, achei a saída, enfim.


Hoje, em conversa longa com uma pessoa querida, à segura distância daquele labirinto que ainda me assusta, tenho dimensão quase que real na minha cabeça do que foi todo o processo de desenrolar novelos inteiros e sair, se não ileso, ao menos com vida (no sentido metafórico) dos inúmeros becos daquela morada de um Minotauro que tomou ares de um gigantesco Ciclope.





O Minotauro, figurativamente, é um boi com aparência humana: touro de Minos. Um touro viril, sexualmente atraente e, portanto, que encerra em si a promessa de energia, força e explosão sexual. Por outro lado, a parte taurina indica violência e uma vontade primitiva de ferir, de machucar. Se na mitologia grega o Minotauro se alimenta de carne humana, devo confessar que o meu próprio minotauro se alimentava de alma humana.


Essa pessoa a quem me referi está num processo bastante similar ao meu. Com uma diferença bastante significativa: ela ainda não sabe que também há, em algum lugar, um fio de Ariadne para começar a ser desembaraçado. Todo o processo é bastante idêntico ao meu e foi com bastante consternação que observei vários (demais até) pontos equivalentes.





O meu êxito ao sair do labirinto aconteceu porque em algum momento, por razões que eu não consigo esclarecer mesmo hoje, sob as luzes algo que difusas daquele passado, eu me dei conta de que havia, sim, uma saída.


E esses processos são degradantes: nos prostram, nos colocam, se for possível, abaixo do fundo do poço. Não basta estarmos no fundo do poço: somos submersos sob a água que está no fundo do poço. Pois que acredito que há, em algum mecanismo de nossas mentes, algum dispositivo que faz com que não sejamos mais nós mesmos. Passamos a ser um outro, irreconhecível. Uma deformação do que fomos. Para emergir do poço é preciso deixar vir à tona também a pessoa que éramos e que, de alguma forma, perdermos para minotauros de almas.


Ao conversarmos sobre isso, eu não soube dizer as fórmulas e as eventuais palavras mágicas que convertem a vítima em herói. Não existe um Teseu que se submete ao hipotético sacrifício e muito menos uma providencial Ariadne a nos conceder a linha que nos guiará no labirinto. Temos que arrancar a linha de nós mesmos.





Ao dar conta, uma vez mais, de quanto foi difícil o meu percurso e avaliar que, passado tanto tempo, eu ainda veja claramente, horrorizado, o passo-a-passo daqueles dias, compreendo, afinal, que, embora eu tenha saído do labirinto, mantive o fio de Ariadne preso nos tornozelos, feito um cordão umbilical a me ligar ao interior daquele obscuro lugar.


Preciso, e portanto tenho que escrever isso porque talvez sejam essas as palavras mágicas a concluir o processo, preciso de uma tesoura. De um teseu-tesoura que rompa o fio. Que me liberte de vez assim como se corta a linha que prende o balão de gás ao poste e que faz com que o balão se perca na atmosfera. A conversa com a referida pessoa me trouxe recordações vívidas. Me trouxe também a convicção de que eu não quero que 2010 seja apenas uma repetição pálida de 2009. Quero que 2010 vibre, que me leve aos ares. Que teseu-tesoura me leve para Atenas.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Bang bang

Têm horas que tenho vontade de dar um bang bang em algo/alguém/alguma coisa. Por enquanto, fico com as versões emprestadas de Nancy Sinatra. A princípio, não sou de violência. No fim, a música é melhor, não?










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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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