quarta-feira, 29 de junho de 2011
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
No Natal eu venho me buscar
Ainda que eu não seja uma ave de arribação, tenho uma tendência migratória: faço, anualmente, o caminho de regresso para casa. Convenciona-se chamar de casa, ou pelo menos eu mantenho essa convenção, àquela a partir da qual fomos gerados para o mundo. De fato, casa é onde se está. Mais: casa sou eu mesmo, ao modo das tartarugas que carregam o próprio lar nas costas.
Mas empreendo todo ano uma espécie de romaria ou, para situar no período, uma via sacra. E é praticamente um hábito religioso que repito todos os anos, com raríssimas quebras. Assim, aponto meu bico de ave que não é ave para a região Oeste do Estado e vou. Sim, embora ave não seja, meio que voo. Depois, as multas voam atrás de mim.
E, mais uma vez, chega a hora da migração periódica. Todo ano prometo me fazer mais presente lá na casa da minha mãe. É lá que está a maior parte da minha família. Todo ano não cumpro a promessa. Este ano estive lá no começo de janeiro, na beira dos estertores de 2008, e depois em julho. E foi tudo. São quase 400 quilômetros de distância mas não é a distância física uma barreira, e sim a forma como levo a vida. De julho para cá, trabalhei todos os dias, de domingo a domingo, e apenas na semana passada houve um alívio.
Estou bastante cansado e estressado. Andei a reclamar por aqui vez ou outra desse esforço e sempre li de volta palavras que dão alento. Embora eu pareça refratário, afirmo que não sou e, para fazer ainda a analogia com as aves, mais vale uma palavra de incentivo aqui escrita por um(a) leitor(a) do que atitudes que não chegam a se concretizar e pairam feito penas ao vento, sem direção, a flutuar no espaço cada vez mais rarefeito da vida cotidiana.
Nesses cinco meses, entre julho e agora, passei, das 24 horas do dia, ao menos 16 horas colado à tela do computador. Por tudo: por trabalho, pelo blog, pelas redes sociais e, por fim, para me dedicar aos social games, os jogos atrelados às redes sociais que, como a milhões de outras pessoas no mundo, me fizeram um viciado diário.
Tenho uma relação mal resolvida com o mundo virtual: amo e odeio e isso pode ocorrer nas mesmas proporções. Amo porque se me abriu não apenas janelas, mas um portal inteiro, um imenso mar de pessoas, um universo pelo qual transitam seres deste planeta - quiçá de outros, nunca se sabe - e que estão, numa ilusão de ótica, simultaneamente tão perto e tão longe. Amo porque todo o ambiente da internet me fez conhecer pessoas novas. Que eu amaria ainda mais conhecê-las pessoalmente. Pois que me acompanham por aqui de uma forma que nem as pessoas reais, que me estão próximas, por vezes conseguem me acompanhar.
Odeio exatamente pelo mesmo motivo: por não poder trespassar a tela, atravessá-la como se um portal fosse e conhecer e me dar a conhecer às pessoas (OK, me dar é mais exato, admito). Que tudo que tenho desses seres que se encontram nessa massa esfera binária que, em combinações 011011001100110110, nos transformam, a todos, em pessoas de carne e osso, para além de nossos avatares, nicknames, fotografias e metáforas de todas as formas, são, por enquanto, relâmpagos de vidas que riscam essa estratosfera virtual.
Portanto, eu coloco de lado a virtual life, que acho, sim, uma second life tão rica quanto a first life pode ser, e vou para a real life. Vida real. Volto, uma vez mais, filho pródigo, para os meus.
Deixo a FarmVille em que planto e realizo colheitas virtuais para a terra que me viu nascer.
Deixo a famiglia do Mafia Wars e vou para a família a qual eu pertenço.
Deixo o Café World para tomar café de casa, feito na hora.
Deixo o Happy Aquarium para alimentar os peixes reais do açude do sítio em que nasci.
Assim, este blog e blogueiro pedem arrego e entram ambos em recesso. Que o gene recessivo do ano foi completamente coberto pelo gene dominante. E que, embora eu tenha tido excelentes resultados em muitas coisas, noutras predominou um certo desalento que, por fim, me abateu mais do que eu previa. Mas é para isso que voo em sentido contrário. Para me recompor. Para trocar as penas. Para sentir a vida real mais do que a virtual.
Formo fileira com aquelas pessoas que não têm muito apreço ao Natal. Nunca gostei da data, mesmo antes de identificá-la com o significado comercial que tem atualmente. Não sei nem explicar porque. Talvez seja porque não fui formado com um espírito natalino, de um papai noel que trouxesse presentes e me encantasse. Talvez porque nunca houve neve. E talvez porque no fundo eu era um incrédulo desde sempre.
Mas eu gosto do período em si que antecede e precede o Natal. Do fato de podermos, na minha casa, finalmente nos juntarmos a todos. É a única ocasião que acontece isso por mais que nos prometamos uns aos outros o contrário. O tal do espírito natalino ao menos tem o mérito de nos por em torno de uma mesa, uma casa e fazer daqueles instantes um mundo particular.
Gosto também da passagem de ano. Já passei sujo, no sentido estrito de não me banhar horas antes, descalço, sem camisa. Tive o maior prazer porque passei, um ano, a altas gargalhadas. Por tudo e por nada. Livre de qualquer outro pensamento. Acho que somente pelo prazer de estar onde estava com as pessoas que importavam. Antigamente, lembro que eu costumava me preparar cerimoniosamente para a passagem do ano: roupa branca, nova, um banho de purificação, um preparo para o que viria. Isso acabou. E não faz falta. São besteiras. Agora, o que importa são outras cerimônias, mais intangíveis porém mais importantes.
Se tenho algum sonho para 2010? Sonhos os tenho todos os dias. Sonho acordado inclusive. Sonho muito para mim mas não sou do tipo que acorda e acredita que a vida é pesadelo. Embora eu creia que a vida não é sonho, também não é pesadelo, certamente. Prefiro dizer que alimento perspectivas. Porque os sonhos pertencem ao universo dos sonhos e é lá que ficam, no reino do inconsciente. As minhas perspectivas para 2010 são muitas. Mas tem uma, particularmente, que a mim me daria muito prazer efetivá-la: gostaria de ir para Portugal e conhecer uma porção de pessoas que me visitaram o ano inteiro e que dialogaram comigo neste espaço. Não vou nominá-las porque sempre que se procede assim ou se peca por falta ou por excesso. Essas queridas pessoas, ao me lerem, se saberão citadas.
Durante este ano de 2009, alimentei, para o regozijo dos amigos, uma ideia fantasiosa: a de que iria me casar. O detalhe é que existe apenas uma pessoa nessa história: eu. A não ser que eu me casasse com um poste ou um boneco inflável, nunca existiu essa possibilidade. Durante o ano inteiro, esvaziado que foi pelo término da faculdade de gastronomia que fiz entre 2007 e 2008, não conheci praticamente ninguém (na vida real, quero dizer). Dos conhecidos, são todos amigos e, a não ser por um desatino, não me vejo casado com ninguém que conheça atualmente. Portanto, a ideia de casamento foi, essa sim, uma fantasia - não cultivada, devo frisar - que pertence ao tal universo dos sonhos. O ano termina e eu não estou casado. Se estou infeliz? Não. Mas não estou feliz também. Estou a meio caminho entre perspectivas e sonhos. E que ambos se realizem, a despeito de eu acabar de desmerecer os sonhos. Sei lá. Vai que...
Desejo a você, amado(a) leitor(a), muita coisa. Mas não vou repisar os cumprimentos habituais que se fazem nessa época. Não gosto disso. Só quero dizer que desejo mentalmente que cada um de vocês, amigos(as), conhecidos(as) e anônimos(as), realize suas perspectivas e, porventura, eventuais sonhos, na medida em que acreditam nas primeiras ou nos segundos.
Este é, assim, o último post do ano. Porque no Natal eu mesmo venho me buscar e me levarei para a outra dimensão, a real. Nos vemos - modo de dizer, né! - no ano que vem. Abraço, beijo e o que mais você quiser. Que tudo o que quiser lhe será concedido (eu repito isso para mim mesmo até acreditar). Até logo!
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O que Alice encontrou através do espelho
Alice sonhou ou viveu? Não importa a resposta, e sim o que o livro conta. Pois a ficção é muito mais interessante do que, de fato, teria acontecido realmente. Para saber as respostas, basta ler o livro (recomendo de pronto a maravilhosa edição comentada que inclui "Aventuras de Alice no País das Maravilhas", "Através do Espelho e o que Alice Encontrou por Lá" e o episódio "O Marimbondo de Peruca", suprimido de "Através do Espelho" - Lewis Carroll - editora Jorge Zahar Editor - 303 páginas).
Afirmo, com propriedade, que muitas coisas podem ser encontradas através do espelho. Claro fica que meu espelho, neste momento, passa a ser a tela do computador no qual digito as palavras que, eventualmente, você, leitor(a), lê. E você passa a ser, assim, o 'através' do espelho, o lado de lá.
Acordados ambos, você e eu, quero dizer que tenho viajado através desse mágico espelho e, para tanto, tomo a liberdade de me portar feito um Lewis Carroll e divagar - ora como se tivesse a tomar chá com um Coelho e um Chapeleiro malucos, ora como se tivesse a me contornar ante as peripécias de uma Rainha Vermelha.
Pois muito bem que posso ser um Redneck Alício, a sonhar com superfícies mais profundas do que simplesmente a tela plana desse iMac que está à minha frente. De tanto ver a maçã que faz as vezes de logotipo da Apple, feito um Adão tentado, vou dar uma mordida e desvendar o que há por detrás desse espelho. Claro está que, a propósito do quadro que ilustra o topo deste blog, poderei ser expulso. Mas, qual o quê! Expulso de onde? Do refúgio? Só se for. Porque o paraíso é que não é. E por não temer o inferno, pois há quem tenha dito que fugiu do céu por ser escuro e foi ao inferno à procura de luz, me lanço, aliciamente, fácil fácil pelas dobraduras, melhor ranhuras, desse meu espelho.
Pois ao atravessar o espelho, me dei conta que, se Alice sonha, eu realizo. Ontem, estava a pedir afagos e abraços. Ontem ainda, os tive, se não fisicamente, de uma forma que transcende o físico. Confirmo, portanto, que a minha viagem através do espelho tem sido frutífera - ainda que eu não tenha abocanhado nenhuma maçã. Entretanto, me salta aos olhos o conhecimento, a descoberta, o ver através. Se estancou a cegueira paradisíaca que eu supunha haver comigo. Vieram abraços alados, lá daquele velho continente que, um dia, parece, estava cá emendado a este chamado novo continente.
De maneira que, não obstante a massa d'água que se interpõe, o espelho houve por bem conduzir de um lado a requisição -> me dê um abraço! Do outro lado, veio, feito um murmúrio de ondas -> abraçado estás! Se eu perguntasse "Espelho, espelho meu, existe alguém do outro lado da areia, da prata e do estanho de que você (espelho) é feito?", poderia o espelho, autêntico fosse, dizer que "não, nada mais existe além da sua fantasia louca".
Mas incorre em erro o espelho. Que não foram, em absoluto, fantasias de minha parte. Ainda que virtuais, foram, sobretudo, pessoais. Assim, devo afirmar que, se Alice encontrou efetivamente algo através do espelho (e encontrou, sim), Redneck Alício também encontrou. Encontrou amigos com quem quer tomar chá e ter conversas malucas sobre coelhos, chapeleiros e rainhas com pessoas que conseguem se enxergar através (e apesar) do espelho. Eles, esses amigos, não os nominarei. Porque, como me disse um deles, não é necessário que se nomeiem todas as coisas (ao contrário daquela tradição que saiu a nomear tudo o que povoava a terra). Basta que saibamos, entre nós, o que somente nós vimos, um de cada lado, o que o espelho tinha para nos dizer. E, ao afirmar isso, como Alice, desperto de um sono profundo. E está dito ou vão me falar que estou a delirar!
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Sem maracutaia






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Eu tenho um amor em Nova York!



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Dia do beijo





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A ver o peso (*)
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Chora nos meus pés
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Eu sei o que vocês fizeram a noite passada
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Emigrantes
Hoje, quinta-feira, 24 de julho, deixa o País uma grande amiga. Outra emigrante do meu não tão extenso círculo de amigos. Sou de poucos amigos. Me basta o pouco.
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Aldeia global
Marshal McLuhan, sociólogo do Canadá, cunhou o conceito "aldeia global" - o progresso tecnológico reduz todo o planeta a uma aldeia e torna possível a comunicação entre qualquer pessoa - , em 1968. Somente em 1991, precisamente no dia 7 de agosto, o primeiro site, na forma como conhecemos a internet atual, viria a público, pelas mãos de Tim Berners-Lee. Mais à frente, em 1997, portanto, há 11 anos, Jorn Barger concebeu o termo "weblog" - uma página da web onde um diarista relata todas as outras páginas interessantes que encontra. De 1968 até agora, são 20 anos. No ano passado, em 4 de agosto, criei este blog, o Por uma Second Life menos ordinária. Salvo engano, no dia 5 de fevereiro deste ano, recebi o primeiro comentário de um leitor que se transformaria, aos poucos, em colega, comentarista assíduo e, finalmente, uma pessoa de carne e osso que posso - e tenho o prazer - de chamar de amigo.
A amizade virtual não é novidade na minha vida. Acesso a internet desde os primórdios brasileiros, via BBS (Bulletin Board System) ainda, quando não havia a interface de browsers e não existia a configuração WWW (World Wide Web). Pelo menos desde 1996, acesso a internet.
Mas, McLuhan jamais anteviu que a aldeia global seríamos nós, eu e você, plugados cada um num ponto da terra, a nos comunicarmos, trocarmos informações, opiniões, conversarmos quase como se fossemos velhas comadres do interior, por meio de janelas virtuais.
E a troca é maravilhosa. Jamais eu imaginaria encontrar pessoas tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão semelhantes. O mundo é, sim, a minha e a sua aldeia. Por que não, afinal? Só estamos separados por barreiras geográficas. De resto, somos todos irmanados na aldeia. O que te afeta aí, me afeta aqui. Chegamos a um ponto máximo de interação de sentir no outro os humores (cansaço, irritação, felicidade, prazer) até mesmo em mensagens instantâneas.
De brigar online, sem antes mesmo ter conhecido o outro pessoalmente. Acho maravilhoso isso (não as brigas, e sim o contato).
Pois foi graças a essa ferramenta que nos reduz a todos a uma única tribo, livres da Babel enfim, que recebi, do meu mais recente amigo, uma série de fotos sobre as comidas da França e do Irã (ainda falta o jantar senegalês, prometido!). Reproduzo aqui, com o consentimento dele, os pratos. É raro eu abordar comida no blog no final de semana. Mas, quero, com isso, prestar a ele, Marco, e a todos - McLuhan, Berners-Lee e Barger - uma homenagem. Pelo poder da comunicação e pelo fato de todos nós, me incluo nesse rol, estarmos conectados. Ao mesmo tempo tão perto e tão longe. Caro, obrigado pelas fotos e peço em público que você continue a me fornecer preciosidades como estas. Enriquece a mim, como estudante de gastronomia, e ao leitor, pela possibilidade de riqueza cultural que só a troca traz. Obrigado, nouvelle ami (em plágio direto roubado da nouvelle cuisine). E, pela primeira vez, um leitor meu é co-autor de um post. Às fotos e aos pratos:
Cozinha Francesa
Entrada
Boudin Blanc: é uma espécie de embutido de cor branca, recheado de vitela, frango ou porco, que acompanha muito bem outra iguaria, o foie gras.
Prato principal
Brochette D'Aigneau (Espetinho de Cordeiro)
Sobremesa
Foret Noire (Floresta Negra): com chantilly, os exclusivos berries franceses (moranguinhos) e um fio de grenadine (xarope de romã ou de frutas vermelhas, aromatizado com baunilha ou com limão).
Bebida
Rum com frutas vermelhas
Sobremesa
Sorvete com Casquinha
(Rasteje: o restaurante visitado pelo meu amigo é o La Tour d'Auvergne no Château Fort de Sedan, na região de Champagne-Ardenne).
Cozinha Iraniana
Prato principal
Coxas de Frango: "São preparadas de uma maneira bem especial, o sabor não tem nada a ver com o caldo de nosso frango".
Guarnição
Arroz: Foram "dois tipos de arroz, um tinha umas frutinhas vermelhas, e era meio docinho. O outro, mais salgado, tem um tipo de molho - no canto - que foi preparado com especiarias e iogurte, muito especial, e foi servido com a salada."
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Queridos amigos
Tenho (tive) amigos que ficaram pelo vida. Uns, antigos. Outros, mais recentes. O que aconteceu? Por que tanta distância? Tempo, dizem, não temos tempo. Se não o tem para os amigos, para quê então? Por que tão longe, tão estranhos, frios, indiferentes? Amigos de tantos encontros e desencontros. Se os vejo, hoje, me são estranhos. Como eu devo ser para eles.
Tenho saudades dos amigos de toda a vida. Dos recentes, dos antigos. Daqueles que viram minha dor. Viram minha alegria. Dos que fazem parte da rotina. Dos que têm somente flashes da minha vida. Por que sumiram? Ou sumi eu? Que fim levaram nossas juras de amizade? De pingos de sangue que selaram laços que se pretendiam eternos (ah! quanto romantismo, tão Goethe).
Tenho saudades das paixonites entre amigos, de posse, de ciúme. Amigos de toda a vida. Daqueles do ginásio, tão adolescentes quanto eu era. Tão despreparados e sonhadores. Daqueles que me separei por besteira. Daqueles com os quais briguei por mesquinharias. E que hoje são mais distantes do que a lua.
Tenho saudades das brincadeiras ingênuas, dos temores bobos, das diversões tão infantis. Mas, quanta graça havia, então! Quanta rebeldia boba, vivida coletivamente. Nós todos costumávamos ser amigos. Quando me dei por nômade, perdi tribos. Deixei o convívio diário dos amigos que começavam a formar círculos mais estreitos. Do ginásio. Depois, da primeira faculdade. Quanta tristeza. Quanta cumplicidade havia. Mara, Cláudia, Wagner. Ourinhos. Faculdade. Saudade de vocês. Cássia, querida. De repente, me deu muita saudade de vocês. A Mara, bocuda, maravilhosa, de Salto Grande. A Cláudia, de Ipaussu, que me lembra até hoje a música "Cheia de Charme", do Guilherme Arantes. Me lembro que os três - Mara, Cláudia e eu - éramos mandados para fora da classe (na faculdade!) porque não parávamos de rir. Fomos acertados por giz por um professor enlouquecido pela nossa felicidade. Assistíamos Selva de Pedra ao invés de estudar matemática financeira. Bebíamos rabo de galo. Saudade. O Wagner, de Chavantes. Oh! Eu queria muito saber de vocês. A Cássia, de Santa Cruz do Rio Pardo. O que foi feito de vocês?
Queria relacionar aqui todos os nomes para, como um fio de Ariadne, não os perder jamais nessa labiríntica vida. Por onde andam os amigos? Os de São Paulo, os primeiros com os quais eu dividi quarto de pensão. Os outros, da minha cidade, que se reencontraram aqui. Os da segunda faculdade, que estão cada um no canto da terra. E que se dispersam, se dispersam feito areia no deserto.
Os mais recentes, ainda, do círculo profissional. Onde estão todos? Onde está o imenso Wally que forma a massa compacta de amigos e sob a qual estamos tão protegidos? Onde eu estou nesse quebra-cabeças? Nesse jogo de esconde-esconde? Sou eu que me isolo? Onde estão todos?
Talvez eu esteja bastante influenciado pela minissérie "Queridos Amigos", que, a despeito dos clichês, tem me emocionado bastante. Sim, já perdi amigos. Sim, já amei e odiei e cortei da minha vida alguns amigos. Sim, sou relapso. Mas, onde estão vocês? Que somem, não enviam nada. Que emitem gritos surdos, talvez, porque eu não os ouço o suficiente. Tenho saudades de todos.
Aos amigos presentes, ausentes, desaparecidos, resgatados, de breves aparições no Orkut, de ligações extemporâneas, dedico a música do The Dandy Warhols, "We Used To Be Friends".
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Volver
No dijo que a mí me encanta exactamiente Caetano Veloso. Todavia, no creo que hay nada o nadie mejor que él para hacer una traducción más completa para celebrar tuyo retorno.
Lo que hablo aqui és de una paloma que se he ponido el nombre Patty y que andaba por otros aires que no estos que nos encubren a nosotros.
No me marees más Patty. Volves, volves paloma, con sús alas o no. Mientras estás abajo de los cielos catalanos, aqui, en cielos paulistanos, hay otras palomas que se van y vienen con los vientos.
Y se tu no vienes pronto, mí pongaré por estos y otros cielos con estas palomas.
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Solidarność
A solidarność (solidariedade) é extremamente bem-vinda, sempre. Agradeço duas amigas (e leitoras) que me deixaram aqui mensagens de carinho: a Chefe das Iguanas, uma sem-blog que é assídua, contudo; e Patty Diphusa, que me germinou (né, mãe?) neste mundo blogosférico. A ambas, posto fotos que, na minha cabeça (se é que a conservo sã, ainda), as representam. OK! De uma forma tortuosa, mas representam. As duas sabem, nos seus devidos contextos, o significado do texto que postei ontem. Me conhecem. Beijo para vocês duas.Foto: Está é a Chefe das Iguanas, em momento ternura, a qual, várias vezes, eu tentei, sem sucesso, exportar para Tóquio. Contudo, ela insiste em se afastar das tradições e agir como uma matrioska, aquela boneca russa que você saca uma de dentro da outra e não acaba nunca. A referência russa é à teimosia e a evidente caracterização japonesa é por conta do filme Dolls.
Foto: Patty Diphusa, in London, do like a british. É preciso se adequar, não importa seu estilo. Você, assim como a Chefe das Iguanas, pode tirar da bolsa não um coelho maluco de Alice, mas, talvez, retirar do armário uma Madonna rápida, uma Cher revoltada ou uma Amy Winehouse entorpecida (de sono, não de tóxicos). Have a nice trip, material girl!
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