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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

American beauty

Foi a minha primeira vez. Antes, houve, pelo menos, uma meia dúzia de tentativas. Mal-sucedidas todas. Nem sei direito porque. Até acho que sei. Mas, melhor guardar comigo mesmo. Entrei pela porta mais escancarada. Que descortina todo o resto que vem depois de si. Sem expectativa alguma. Juro!


O arco da entrada foi a meca latino-americana. Miami. Em português, dá para fazer jogo de palavras com me ame. Prefiro não. Porque não foi assim, um amor à primeira vista. Não mesmo. Em quatro dias de Estados Unidos, lhe asseguro que nada me conquistou. O decantado american way, na minha talvez embaçada visão, vá lá, não passa de uma moldura plástica bem feita para vender o produto.


Cheguei por Miami, fiquei quase quatro horas dentro do aeroporto. Pode chamá-lo de portal latino-americano. Ouvi 90% espanhol, 5% português, 3% de outras línguas e uns 2% de inglês. Dos EUA. Voei de American Airlines e a companhia faz jus aos comentários no Facebook e Twitter de ser péssima. De Miami, fui para Orlando. Antes, porém, direito a duas horas de espera dentro do avião porque alguma porta de algum compartimento não fechava. Disseram que era a porta das refeições. Não nos serviram nem água. Como se fossemos todos imigrantes clandestinos a atravessar a aridez com a fronteira EUA-México. Talvez, aos olhos da AA e aos dos norte-americanos, não passemos mesmo disso. Um bando de clandestinos regularizados pela força do visto que querem (segundo a ótica deles) viver no país.


Fui para a terra da fantasia e, sem dúvida, fosse eu a escolher o meu destino, teria ido para Nova York ou para Boston. Jamais para Orlando e para a Disney. Mas, eu fui a trabalho. Em Orlando, cheguei atrasado - eram seis horas a mais já em relação ao roteiro original. Esperei mais um pouco e fui de micro-ônibus para aquela terra absurda concebida por Walt Disney.


Fiquei no Dolphin Hotel, sobre o qual, encimado no topo da entrada, um gigantesco golfinho goza de posição privilegiada. Na outra extremidade da edificação, há o Swan Hotel, sobre cujo topo igualmente repousa um enorme cisne. A visão não me animou nada. Antes, me assustou a cafonice.


Foram quatro dias, de domingo a quarta. Foram dois dias intensos de evento, no qual os norte-americanos corresponderam à minha expectativa plenamente: uivavam nas falas dos grandes executivos, sorriam, conversavam, planavam feito cisnes e jorravam alegria feito golfinhos.




(O ator Kevin Spacey na abertura do evento o qual eu cobri; Spacey é o protagonista do filme 'American Beauty' ou, no Brasil, 'Beleza Americana')

Terminado o evento, voltei a Orlando na quarta-feira. Na Disney, não tive tempo para nada absolutamente. Apenas antevi da minha janela a imensa bola que caracteriza o Epicot Center. Nada mais.


Em Orlando, fui ao Florida Mall, templo do consumo norte-americano exatamente como se vê nos filmes e como se imagina. Sim, estão lá todas as grandes marcas americanas. GAP, M.A.C., Mac/Apple, J.C.Penney, Macy's, MM, Dillard's, CSV e outras, tantas que se perde o fio da meada e a própria meada.


Não, não fiquei extasiado. Apenas constatei que, se há um mercado consumidor, ele existe e fica nos EUA. Uma surpresa: não há calçadas. Questionei o taxista e ele me disse: porque não há pedestres. E não há mesmo. Todos andam de carro. Todos os carros, de novo uma infinidade de marcas. Algumas as quais eu jamais sonhei existirem. Precisei tomar um táxi para chegar do lado oposto do Florida Mall, na Best Buy.


Queria um livro e, entre tantas mercadorias, foi a única coisa que não encontrei. Me disseram, os taxistas, que em Orlando fecharam duas grandes livrarias recentemente. Uma dentro do Florida Mall e outra ali perto. Sobrou apenas a Barnes & Noble. Na qual também não achei o livro. Me disseram também que é porque os americanos andam a consumir apenas e-books, os livros digitais, lidos em e-readers e tablets como o iPad. Duvido.


A comida americana me causou, desculpe, asco. Do começo ao fim. O café, intragável, me fez ter dores de estômago. Come-se qualquer coisa e me parece que nada tem gosto efetivo de comida. Sabe do que gostei? Os americanos não dão um passo sem dizer excuse-me (com licença) ou sorry (desculpe). E thanks for everyone! São educados. A diferença é visível no voo: de Miami a Orlando, na ida, havia mais americanos. Na volta, havia mais brasileiros do que assentos. Claro que o voo com americanos foi muito mais ameno.


Na viagem de volta para o Brasil, a American Airlines provou que é mesmo de uma falta absoluta de qualidade: mais duas horas dentro do avião por um outro problema não-identificado (para nós, passageiros). As comissárias não serviram água de novo. Deve ser uma espécie de rito: deixe que morramos de sede porque assim morre também um eventual desejo de voltar ao nosso país (devem pensar, não sei).


Em relação ao Brasil: tudo funciona, exceto a American Airlines. As estradas são bem pavimentadas e há quase um ônibus para cada dez passageiros dentro da Disney, para levar as pessoas de um parque para o outro. As ruas são limpas e o tráfego flui. Tudo é bem sinalizado.


Existe um profissionalismo em tudo que não vejo no Brasil de forma alguma. Mas, quando desembarquei em Cumbica, Guarulhos e vim para São Paulo pela Ayrton Senna e marginais, vi todas as diferenças gritantes. Mas, lhe juro, respirei o poluído ar da cidade com a satisfação de estar aqui. O american beauty, por mais bonito que seja, me pareceu extremamente artifical e fake, desde o golfinho e cisne do hotel até a pasteurizada alimentação. Fico com o Brasil e, para contrapor ao jogo de palavras com Miami, com relação à antiga exortação dos governos militares brasileiros "Brasil: ame-o ou deixe-o", digo ao povo que fico, e o amo.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Contatos imediatos de primeiro grau

Passei quase quatro anos isolado num local em que chamava "torre". Como se fosse eu um Barba Azul, sem as respectivas vítimas (devo tê-las feito, ao longo desse período, mas não de forma direta como fazia Barba Azul), me isolei nas alturas do nono andar e me encerrei, numa fuga talvez motivada pelo cansaço da rotina jornalística e por falta de sentido. Nesse meio tempo, fiz uma faculdade inteira: me graduei chef de cozinha. A prática não a tenho, mas a técnica e a boa literatura gastronômica me abriram um novo mundo que eu intuía. Ainda não sei as consequências da faculdade de gastronomia na minha vida. Mas, a guardo em escaninho dileto, para dali sacar, talvez, um horizonte que, por ora, não suspeito.


Depois desses quase quatro anos, voltei, em abril deste ano, ao ambiente de uma redação. Voltei ressabiado, duvidoso da profissão em si e do meu próprio destino. Depois de 8 meses, devo dizer que pertenço, sim, à redação. Que, aos contatos virtuais feitos ao longo dos quatro anos, fiz, este ano, vários contatos imediatos de primeiro grau.




Sem falsa modéstia, domino a técnica jornalística e faço uso completo da minha melhor empunhadura, que é a palavra escrita. As palavras, de mim, costumam sair como se eu as lavrasse na terra. Sou a terra e a enxada, a semente e água da chuva que, juntas, fecundam os textos. Pode parecer romântico ao olhar alheio, alheio ao que se me vai dentro, mas, asseguro, as palavras, em mim, ainda que profissionalmente, reverberam e encontram terreno fértil.


Creio que, ao voltar ao convívio diário da redação, retomei alguns pontos que estavam eclipsados por outros interesses, por outras visões. Equivocadas talvez. Ou não. Quero acreditar que as pessoas que conheci ao longo do ano, a maior parte delas, não são colegas de profissão. São pessoas, algumas sobretudo, que as terei comigo para sempre. Tenho novos amigos, novas ideias, novas faces, novos olhares sobre a vida.


Ao mesmo tempo em que me voltei para a vida real, física, presencial, a minha presença neste espaço que me é tão querido se distendeu. Muitas noites tive ímpetos de escrever mais um post, crispar neste blog as agruras, reais ou não. Me refreei mais por cansaço do que por temor. Nunca temi publicar nada neste blog. Me confesso, me jogo, me atiro daqui desta janela virtual para o vazio. Sempre tive a consciência do eco que reverbera de volta.


De forma que, se amigos reais contabilizei este ano, amigos virtuais ficaram relegados. O que lamento. É o cotidiano contemporâneo que atropela vidas real e virtual. Tenho tido, ao longo do tempo da existência deste blog - pouco mais de três anos - experiências as mais ímpares. Algumas pessoas vieram e se foram. Outras chegaram e se instalaram no meu coração. Outras estão em suspenso, tal qual as palavras que as telas dos computadores estampam. Se lamento a ausência compulsória deste blog, não posso deixar de me alegrar aos(às) resistentes amigos(as) virtuais que me resgatam. Aos comentaristas que nunca arrefeceram ante meu silêncio. Aos que romperam, inclusive, o silêncio.


Portanto, celebro este ano heterodoxo em que ganhei pessoas reais na minha vida real. E também a manutenção das pessoas no ambiente virtual. Algumas, quase as conheço, de tão vívidas. Outras, são um lampejo, se deixam ver apenas o contorno. Assim como eu mesmo devo refletir várias tonalidades.


Chega agora o tempo que eu chamo de período das aves migratórias. Me vou, uma vez mais, para os meus. Estive com a minha família há sete meses e isso é tempo demais na cronologia desses anos que correm céleres.


Me afasto da vida real da redação, de São Paulo, e me aproximo da vida real da minha família, do novo (há um bebê, de 10 meses), do precedente (há uma avó, de quase 90 anos) e do conhecido, conhecidíssimo universo do qual eu vim. Me vou de novo, empreendo a migração sazonal. Pelos próximos 15 dias, torno-me invisível neste blog. Descanso eu e descanso você de mim.


Não falarei palavras doces sobre o dia de amanhã porque tenho sérios conflitos em relação a esta data. Mas, te desejo, expressamente, que amanhã e os próximos dias, semanas, meses e ano sejam do jeitinho que você queria. Seja em reuniões familiares, como é o meu caso, seja na balada, com os amigos, na praia, no exterior, na rua. Que seja apenas da forma, ou o mais próximo da forma, que você idealizou. E já será o bastante. Falamo-nos em 2011. Um lindo e ousado 2011 para você. Beijo!


P.S. Deixei este post em modo de publicação automática. Ou seja, quando for postado, estarei bem longe, ainda na estrada, mas longe da tela do computador. Peço desculpas pela saída à francesa, mas o fato é que não gosto muito de despedidas. 



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pena que é dia da mentira

Sou das pessoas mais céticas que conheço: duvido de mandingas, olho gordo, mau olhado, gato preto e não costumo desviar de escadas e contorná-las. Esse ceticismo se estende a um completo alheamento ante o horóscopo. A não ser que alguém mostre interesse específico, nunca consulto o que se vai no meu dia conforme a astrologia determina. Duvido dos sais grossos que me mandaram colocar em casa (fizeram mais, me deram o recipiente), tenho sérias dúvidas sobre eventuais energias negativas que afirmaram pairar sobre determinados ambientes e, portanto, não las creo. Pero que las hay, las hay. E, sendo assim, coloquei o recipiente de sal grosso no canto apropriado, deixei que benzessem lugares e até mesmo aceitei uma imagem que, segundo me informaram, tem dentro de si água benta. OK.


De forma totalmente aleatória, cliquei sobre o link das previsões para o meu signo hoje, 1º. de abril. Consagrado como o Dia da Mentira, seja por superstições tolas ou por ser exatamente o Fool's Day (Dia dos Tolos), tolamente li inteirinho o meu horóscopo mensal. A seguir, reproduzo, na íntegra, o que me está reservado para o mês de abril (os comentários entre parênteses são sinais claros da minha incredulidade ou da minha condescendência irônica para com esse tipo de informação):


"Leoninos começam bem o mês, com o beneficio do trânsito do Sol em Áries, que faz com que brilhem e queiram melhorar de vida e expandir horizontes. Esse será um motor muito poderoso para você agir e lutar.


Abril é um mês de energia e entusiasmo, de ação e de recomeços para você, especialmente até o dia 22. Depois do feriado de Tiradentes (no Brasil, obviamente), a vibração do Sol em Touro, e de Mercúrio retrógrado nesse signo, predispõe atitudes mais pausadas, lentas e pensadas. Começa a fase de consolidar e aprimorar as conquistas da primeira fase do mês.

Na Lua crescente, a pedida será fazer novos planos e dar os primeiros passos para uma melhora de vida. Isso é especialmente verdadeiro para quem nasceu entre 26 e 31 de julho (
meu caso, dado que saí do útero para entrar no mundo a 28 de julho). Intuição mais forte e golpe de vista são bônus astrais com que você pode contar com certeza.

Na segunda quinzena, devido a uma oposição forte entre Saturno, de um lado, e Urano e Júpiter de outro, você será confrontado e terá de escolher entre a esperança e o ceticismo (
por ora, fico com o ceticismo, velho aliado). Aproveite para se livrar de esquemas e valores antigos. O Sol envia raios de persistência, capacidade de concretização, paciência e teimosia, para você não largar tudo na hora em que os obstáculos ficarem difíceis (nunca fiz isso, sou insistente: em geral, largo tudo duas horas depois).

Na última semana, a Lua cheia em Escorpião elucida pontos que precisam ser revistos e valorizados na vida familiar e profissional. Bom para você rever sonhos e realidade criada a partir deles.


No final do mês, você se tornará um exemplo, o melhor presente que um leonino pode querer: uma plateia que aplauda seus esforços (
que isso seja uma constante porque preciso de plateia todos os dias, isso sim é o melhor presente para um leonino).

Na saúde, a Lua crescente acontece em seu signo, e um contato forte da Lua com Marte trazem energia a mais e também impaciência e turbulência. Evite acidentes e problemas (
claro, claro) e compense essa tendência com momentos de relaxamento, esportes e vida saudável (claríssimo, eu já disse!). Afora isso a saúde vai bem, a não ser de 28 a 30 de abril (ficar na cama é aconselhável?), quando você deve evitar excessos de trabalho. Procure cuidar da aparência, pois ela terá muito impacto e será muito importante para você se sentir seguro (ai que preciso fazer a barba, talvez).


No amor, de 4 a 8 de abril, Mercúrio em bom aspecto com Plutão sinaliza que você estará fascinante (eu sou, não estou fascinante), o que na pior das hipóteses é muito bom para conquistar as pessoas que não lhe dão atenção (pior para elas, evidentemente). Você pode conquistar alguém que parece inatingível (estava a pensar em Ricky Martin). Se você já estiver num relacionamento que valha a pena, é o momento de aprofundá-lo. Mercúrio é o planeta do diálogo e Plutão o da transformação. Mercúrio em trígono com Plutão diz que você, por meio da conversa, pode descobrir diferenças e semelhanças com a pessoa amada que nem imaginava serem possíveis. Com o diálogo você poderá transformar as diferenças em uma ligação que os unirá ainda mais. Termine o mês com um pouco de diversão na companhia de seu par (eu já disse que poste não fala?).

Se casado ou em um relacionamento estável (
nem um nem outro), a primeira quinzena é o momento de viajar com seu amor, e verificar com mais rigor se vocês vão na mesma direção. É possível que haja uma diferença de objetivos e de sentidos, mas nada que uma boa conversa não resolva. Mercúrio em Touro vai ajudar. O feriado da Páscoa é boa desculpa para tirar umas férias do cotidiano e mergulhar fundo nessa descoberta.


Os leoninos a fim de novas paqueras e amores (
eu??? será???) devem ficar de olho nos dias 22 e 26 (no feriado... hummmm...), pois Mercúrio retrógrado traz alguém do passado (não!), e Vênus em aspecto a Júpiter aumenta sua confiança, o que impulsiona uma relação antiga (de 20 anos atrás pode ser?). Para os leoninos comprometidos, esses dias serão de enlevo e sensualidade, bons para curtir os prazeres da vida com tudo a que tem direito, junto ao seu amor (uó!).

Vênus em Gêmeos a partir do dia 26 de abril garante vida social divertida e agradável, com novos amigos e festas (
oba, festa! diversão! bebida!). É um período excelente para retomar contatos com gente que você não via há muito tempo ou que ainda não conhecia. Pessoas novas se aproximarão por meio do seu trabalho, mesmo que não sejam diretamente ligadas a ele. Circule, pois é bem capaz que você conheça alguém que o atraia pela inteligência e versatilidade (devo ir ao espetáculo do Cirque du Soleil, imagino).

Sobre as finanças, este é um mês ótimo para fazer escolhas que podem alterar o curso de sua vida financeira e material. Abril também promete maior focalização nos objetivos e metas profissionais mais importantes. Problemas surgirão e você terá de enfrentá-los com ousadia, inovação e inspiração. Assim, superará todos esses desafios. Recado dos astros para o trabalho: insista em ser maleável e se lembre sempre de seus objetivos principais. Onde estão eles ou onde foram parar? (
acabei de procurar no armário e lá eles não estão; presumo que, junto com o meu diploma, joguei fora alguns desses tais objetivos)

Antigos problemas que pareciam superados podem voltar com toda a força e exigir de você uma decisão definitiva (
ai, meda!). Você terá de organizar as prioridades financeiras e, a partir daí, com bastante apuro e atenção, estabelecer um mínimo de ordem e eficiência nas suas despesas, entradas e saídas (hummmm... esse entra e sai é sempre difícil de controlar) para fazer frente aos gastos inesperados que estão delineados no céu de abril (comprar um carro novo? uma lancha? uma TV de 60 polegadas? um Ermenegildo Zegna?).

Se o terreno financeiro e material anda complicado em abril, você tem prestígio de sobra e pode contar com o apoio de pessoas que conhece por meio da sua profissão. Tenha muito cuidado com sua reputação e evite falatórios que o envolvam a outras pessoas num contexto que tenha relação a sentimentos (
ah! gente faladeira!). Ou seja, deixe o coração de lado na vida pública e para efeito externo, e não misture interesses pessoais com necessidades do trabalho (já sei, já sei: onde se ganha o pão não se come a carne!). Assim, você ganhará (a mesma coisa que Mário encontrou atrás do armário?).

Mercúrio em Touro retrógrado a partir de 19 de abril denota revisões de sua posição profissional, e um chefe pode voltar atrás nesse período, em relação a uma incumbência, tarefa ou poder delegado a você nas semanas anteriores. Avalie com calma.
"

Como você pode perceber, tem desde um amor reservado para mim até o brilho que me é (leonino) peculiar. Terei sobressaltos e assombrosas (não sei se boas ou más) notícias. Terei saúde se me cuidar. Terei isso e aquilo ou isso ou aquilo outro. Tudo o que pode acontecer no mês inteiro, assim como no ano, assim como na década. Agora, me diz: dá para acreditar? Pena que é dia da mentira porque se metade do que foi predito (das coisas boas) acontecesse, eu seria um homem feliz.

Para não celebrar apenas o Dia da Mentira, hoje, 1º. de abril, há pelo menos uma verdade: é aniversário da minha mãe, com quem já falei, obviamente. Parabéns, mãe! Pelo menos alguma verdade há. E que não estava nas previsões desse horóscopo mensal. Somente não sei se, neste caso (das previsões) ter informações privilegiadas de antemão ajuda ou atrapalha. Deixemos abril correr naturalmente.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Veleidades do destino

Bastou que eu caminhasse alguns metros sob um chuvisco que era pouco mais que meia dúzia de precipitações na forma de finas partículas de água que o meu sistema imunológico abrisse os braços, pernas e, talvez, todos os poros, pronto para se abater sob o pesado ataque do vírus da gripe.





De longa data, sei de duas coisas que me afetam imediatamente: dormir com a janela aberta e tomar chuva. Nas duas situações, posso contar 24 horas ou 48 horas depois e já começar a sentir os primeiros sintomas de um resfriado ou uma gripe. E não foi diferente: no sábado, estava quente em São Paulo. Até uma determinada altura. Eu estava na fnac, em ambiente completamente climatizado, já sob o efeito do ar-condicionado. Creio que não me demorei pouco mais de 20 minutos dentro da loja. Quando saí, havia uma cortina fina de chuva. Moro relativamente próximo da fnac: são 10 ou 12 minutos de casa, a pé.


Foi o tempo suficiente para que o meu corpo absorvesse as variações térmicas e ainda ontem, pouco mais de 24 horas depois do evento, eu já começava a apresentar os sinais típicos: sonolência, tosse, uma febre incipiente. Hoje, o quadro se completou: cabeça e corpo pesados, dor de cabeça, febre, tosse, coriza. Há um gosto amargo também e uma sensação rascante na garganta que pode evoluir para dor de garganta.


Me automediquei (#prontofalei!) e dormi profundamente durante a tarde. Como se não houvesse mundo lá fora. E tampouco aqui dentro. Acordei e o dia já não existia. Agora, é quase o final da noite e começo da madrugada. Chove, uma vez mais, e sinto calor, muito calor. É como se toda a umidade que vem com a chuva não fosse suficiente para saciar a sede do corpo.


A palavra "gripe" vem do francês "grippe", que significa a mesma coisa que a palavra inglesa "influenza", que é o nome dessa gripe popular que todos os anos milhares de nós a contraímos. No século XIV, a palavra "grippe" era usada pelos franceses para significar "gancho" e "garra". Já no século XVII, "grippe" era usada para indicar "capricho" ou "desejo repentino". Há diversas versões para o uso da palavra francesa para nominar essa praga que são gripes e resfriados e uma delas, que muito me agrada, é a ideia de que a gripe é uma doença que se contrai de maneira brusca, como se fora uma veleidade do destino. Chega a soar poético, não fosse a gripe totalmente isenta de poesia, com todos os sintomas que se lhe acompanham e lhe emolduram: catarro, olhos marejados, narizes a destilar fluidos como se fosse pequenos encanamentos e, em casos mais graves, vômitos, diarreias e convulsões (espero que você leia isso em hora distante das refeições mas, veja, é necessário que eu descreva minuciosamente tudo para contextualizar a ausência de romantismo em se ficar gripado ou resfriado).


A não ser que eu fosse um alemão à maneira de Thomas Mann e tivesse "A Montanha Mágica" a emoldurar a minha própria gripe e depois sofrer languidamente uma "Morte em Veneza", apaixonado que estaria pela palidez (talvez tuberculosa) de um Tadzio tardio não há motivo para romantizar a gripe. Não, nada disso.





Volto, portanto, à veleidade do destino que os franceses preferem atribuir à contração da gripe. Estar com gripe equivale a não ter imunidade. A liberar o corpo para o ataque frontal de vírus que, durante um determinado período de tempo, farão o ciclo completo de sua natureza: ataque, proliferação e, finalmente, morte. Não a minha própria morte, claro está, e sim a da colônia de vírus instalada provisoriamente no meu corpo.


Pois essa tal de veleidade ou capricho do destino funciona muito bem para que eu não seja mais inócuo ao vírus, e sim, ao contrário, seja um fecundo campo para sua proliferação. Quis o destino, então? Seria simples assim. Mas não é. De fato, eu conheço os motivos: chuva e janela aberta = gripe ≠ destino. E não é de bom tom, portanto, atribuir ao destino o meu atual estado.


Quisera eu que a veleidade do destino fosse de outras proporções. Que ao invés de abrir meu corpo para o ataque coordenado de vírus, abrisse a minha mente e coração para caprichos outros e que eu não mais tivesse controle sobre eventuais ataques desencadeados pela falta de imunologia. Porque se o corpo é fraco a ponto de permitir que o sistema se deteriore e permita a entrada de corpos estranhos, por que não ocorre o mesmo processo em outras escalas? Como, por exemplo, permitir que um ataque virulento te deixe prostrado(a), de quatro? Sim, me refiro sim a ataques emocionais, daqueles que te deixam febril, a murmurar palavras desconexas como se em delirium tremens estivesse!


Talvez, lucidamente, esteja eu, neste momento, a delirar e direcionar esse delírio à "grippe". Talvez. Mas, neste momento, estou apenas em estado semi-febril. E chove. E, de repente, se louco eu fosse, sairia para comprar cigarros sob a chuva. Mas daí seria não um estado de inconsciência, e sim de burrice.


Como ainda me resta ludicez e o delírio não chega a tanto, apenas fico aqui, inerte e em bicas de transpiração. Sim, continuo com calor como se à beira de fornalhas estivesse. Ainda à espera das veleidades do destino que me ataquem, sorrateiras, e me peguem totalmente desprevenido e que rompam barreiras. Se é que existem barreiras. OK. Posso, de qualquer forma, creditar o teor deste post a eventuais sintomas de um doente. Porque aos doentes, por vezes, se lhes deve ser permitido delirar.


Me lembro com carinho de um amigo. Eu estava, na ocasião, com uma gripe ainda mais forte e, sob cobertores, tremia com febre de 40 graus. Não sei você mas quando estou assim o que menos desejo é conversar e responder se estou bem, se estou melhor ou não. A cabeça dói, o corpo freme e tudo o que queremos é silêncio. Pois esse amigo veio até mim com uma toalha úmida para aplacar minha febre. E me recordo vivamente de tê-lo xingado e lhe dito para me deixar em paz. Ele, que era bastante espirituoso, disse que os demais deveriam me deixar em paz porque eu estava em puro delírio e que todos eles me perdoariam no dia seguinte dado o meu estado de quase selvagem naquela cama.


Pois se hoje não chego a estar daquele jeito (e creio que, verdadeiramente, nunca cheguei de fato às vias do delírio), quero dizer que amanhã, passado esse meta-delírio, estarei novamente imune a qualquer ataque de vírus alheios. Bem, isso não é de todo real porque, como sabemos todos, os vírus são mutantes e nunca estamos preparados para eles. Acho que vou tomar um chá de limão com mel porque a boca está bem amarga!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O caos calmo dos dias brandos

Voltei! Depois de 18 dias de um estratégico e benéfico recesso, volto em ano novo. Feliz ano novo, portanto. Ano do tigre no horóscopo chinês. Piso neste solo virtual devagar, meio assim sem jeito ainda. Os dedos parecem titubear ante o teclado. Desconhecem-se, dedos e teclas. Bem-feito para ambos. Reais e virtuais, homem e máquina atropelam-se até entrar em novo entendimento. E é sempre assim, não? Sempre quando se volta há uma sensação inicial de estranhamento.


Fui e quando o fiz, escrevi sobre fazer a migração do virtual para o real. Saí das telas para a paleta real. Essa quebra sempre é algo meio rígida: trata-se de atravessar cerca de 400 quilômetros de terra. E nesse percurso, o virtual deixa de sê-lo para, aos poucos, ser tomado pelo real. À cidade sucedem-se os campos. Aos espigões de prédios de São Paulo correspondem as florescentes espigas de milho. Ao cinza da paisagem urbana sobrepõe-se o verde das pastagens, cortadas apenas pelo cinza do asfalto.


Saio sempre de madrugada, a hora das estrelas. Por companhia, pesados caminhões. Por norte, as faixas das pistas que correm junto. Corremos, todos, eu e estrada, eu e o carro. Elevado a Deus ex machina pela potência do motor do automóvel, posteriormente serei reconduzido à condição humana.


Vejo, uma vez mais, o alvorecer. São seis horas da manhã e o dia ainda não sabe se pode tomar o lugar da madrugada. Pálidos raios de sol refletem nos vidros dos carros contrários. Amanhece sem transição. Desço do carro. Apeio, melhor dizer, que estava a montar alguns cavalos.


Faço a transição sem nem perceber: deixei uma mente e um corpo na capital e tomo posse de outro corpo e de outra mente no interior. Dispo-me da armadura. Deixo de ser soldado. Estou de férias. De folga de mim mesmo. Um "eu" alquebrado. Que fique para trás. O primeiro café, as primeiras conversas, o olhar sobre as coisas familiares e ao mesmo tempo temporariamente esquecidas. Uma planta nova, outra antiga que não está mais lá.


Não é que os dias passam. Eles são passados. Deixam-se atravessar. Devagar, brandamente. Tal qual uma massa de pão que descansa no escuro da despensa. O tempo é relativo. Einstein explica melhor do que eu essa sensação de que o tempo voa, de que o tempo não anda, de que as horas são mortas, de que o tempo não cabe na vida. Quem sou eu para discordar dessa liturgia do tempo que varia conforme a companhia, a geografia e a coreografia com o que se faz com o tempo que se tem ou não se tem?


Faço contatos imediatos com a natureza do lugar. É minha terra. São Pedro do Turvo. Mais de cem anos. Mas não de solidão. A cidade tem um eficiente sistema de comunicação: tudo é anunciado e explicitado pelo alto-falante que fica na construção mais alta do lugar: a igreja. Emitem-se notas sobre tudo e todos. Com alcance, calculo, de uns dois quilômetros de circunferência, perímetro mais do que suficiente para todos ouvirmos as notícias que sucedem-se indiferentes aos dias:


- Morreu uma mulher
- Haverá vacina contra a febre amarela
- Foi perdido um pen drive preto com pingente vermelho
- José perdeu todos os documentos
- Velório da mulher que morreu foi adiado para a 1 da manhã
- Mulher precisa de dez doadores de sangue
- Andréa perdeu uma carteira preta com todos os documentos
- Faleceu outra mulher
- Um homem perdeu a calça preta alugada para um casamento (!)


São todos fatos reais. Não inventei nada. São dois os sistemas de comunicação: as emissões da igreja católica e o serviço de alto-falante móvel. Na falta de um, o outro informa do mesmo jeito. Se você está na cidade, saberá, certamente, o que se passa na cidade. Perdem-se documentos a toda hora. Morre-se na mesma proporção.


Creio que deveriam anunciar os nascimentos (já que estamos no período de natal). E o que se acha. Porque para aqueles que sempre perdem sempre os há aqueles que acham. Deveriam anunciar as chegadas. E não apenas as partidas. Os encontros. Uma nota de felicidade. Deveriam tocar Requiem, de Mozart, ou as marchas fúnebres de Chopin ou Wagner. Ao invés disso, a música de fundo para os falecimentos é o Toque de Silêncio militar. Triste. Será que caímos feito soldados no front da vida e por isso precisamos ser encerrados com o toque do silêncio?


E o que você me diz do homem que perdeu as calças? Como assim? Perdeu na debandada? Na fuga? Na cachaça? Ou por distração? Estava acaso vestido com a calça? Ou, alugada a calça, passado o casamento, pensou que era melhor tirar e por outra, de uso cotidiano, para poupar eventuais danos à calça alugada? E, o tendo feito, saiu-se com mais danos que, por certo, a cidade inteira saberá quem as vestia. Coisas de cidade pequena em que os segredos também correm à boca pequena.


Deixo para trás também as notas de perdas (de vidas), de perdas (de documentos) e de perdas (de calças) e ganho (a estrada), ganho (a terra) e ganho (a vida). Estou na vida real, exatos 367 quilômetros depois da minha retirada da beira da Avenida Paulista. Estou nas Três Barras, bairro rural onde, literalmente, fui parido.


De novo, me vem a sensação de estranhamento. E respeito grandemente os cães, que me reconhecem sem pestanejar. Digo melhor: reconhecem em ondas de abanos de rabo e orelhas. Passam-se seis, oito meses, um ano e os cães nos reconhecem com uma exatidão que sempre me deixa perplexo.


Bato a primeira enxadada na terra. Faço fendas na terra, carpo o mato, a terra salta sobre os meus pés, calçados de sandálias Havaianas. E a terra entranha-se nos meus pés. Dos pés, sobe pelas pernas. Transpiro. Suo sal. E o sal volta à terra e eu à terra pelo sal do suor. Faço-me terra, derretido em sal da terra.


A vaca berra, os carneiros balem, os cães ladram, os cavalos zunem, as galinhas cacarejam, o galo canta as horas, os insetos zumbem, os pássaros trilam, as cobras ciciam (imaginação, não as ouvi, propriamente). É um caos. O caos calmo. Caos calmo dos dias brandos. Que acabam, ainda que eu queira que não. Que a teoria de Einstein é marota e nos engana: se queremos o tempo paralisado, aí é que voam as horas. Se o queremos urgente, as horas plainam, escorregadias.





Os voos ariscos das aves não deixam dúvidas. Também os céus com nuvens apressadas avisam: hora de voltar. Cai a noite. E com a noite, ligo o carro. Homem na máquina. Cavalos mecânicos. Apolo das estradas, percorro de volta na sequência: campo, campo, campo, cidade, campo, cidade, cidade, cidade. Voltam as luzes, o asfalto, os carros todos. Deus ex machina em marcha. Deuses porque somos centenas, milhares de faróis feito vagalumes a hesitar nas rodovias. Até entrar na cidade, no ano novo e me enterrar, feito os funerais dos anônimos, com o meu automóvel, na minha garagem subterrânea. Foi bom. Sempre é. Feliz ano novo!


P.S. Ah! Esse da foto sou eu, em versão colorizada pelo sol de verão bravo. Que estou a descamar de tanto sol porque, à maneira das cobras, talvez eu precise mudar de pele assim como mudo de comportamento quando saio à paisana pelo mundo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

No Natal eu venho me buscar

Ainda que eu não seja uma ave de arribação, tenho uma tendência migratória: faço, anualmente, o caminho de regresso para casa. Convenciona-se chamar de casa, ou pelo menos eu mantenho essa convenção, àquela a partir da qual fomos gerados para o mundo. De fato, casa é onde se está. Mais: casa sou eu mesmo, ao modo das tartarugas que carregam o próprio lar nas costas.


Mas empreendo todo ano uma espécie de romaria ou, para situar no período, uma via sacra. E é praticamente um hábito religioso que repito todos os anos, com raríssimas quebras. Assim, aponto meu bico de ave que não é ave para a região Oeste do Estado e vou. Sim, embora ave não seja, meio que voo. Depois, as multas voam atrás de mim.


E, mais uma vez, chega a hora da migração periódica. Todo ano prometo me fazer mais presente lá na casa da minha mãe. É lá que está a maior parte da minha família. Todo ano não cumpro a promessa. Este ano estive lá no começo de janeiro, na beira dos estertores de 2008, e depois em julho. E foi tudo. São quase 400 quilômetros de distância mas não é a distância física uma barreira, e sim a forma como levo a vida. De julho para cá, trabalhei todos os dias, de domingo a domingo, e apenas na semana passada houve um alívio.





Estou bastante cansado e estressado. Andei a reclamar por aqui vez ou outra desse esforço e sempre li de volta palavras que dão alento. Embora eu pareça refratário, afirmo que não sou e, para fazer ainda a analogia com as aves, mais vale uma palavra de incentivo aqui escrita por um(a) leitor(a) do que atitudes que não chegam a se concretizar e pairam feito penas ao vento, sem direção, a flutuar no espaço cada vez mais rarefeito da vida cotidiana.


Nesses cinco meses, entre julho e agora, passei, das 24 horas do dia, ao menos 16 horas colado à tela do computador. Por tudo: por trabalho, pelo blog, pelas redes sociais e, por fim, para me dedicar aos social games, os jogos atrelados às redes sociais que, como a milhões de outras pessoas no mundo, me fizeram um viciado diário.





Tenho uma relação mal resolvida com o mundo virtual: amo e odeio e isso pode ocorrer nas mesmas proporções. Amo porque se me abriu não apenas janelas, mas um portal inteiro, um imenso mar de pessoas, um universo pelo qual transitam seres deste planeta - quiçá de outros, nunca se sabe - e que estão, numa ilusão de ótica, simultaneamente tão perto e tão longe. Amo porque todo o ambiente da internet me fez conhecer pessoas novas. Que eu amaria ainda mais conhecê-las pessoalmente. Pois que me acompanham por aqui de uma forma que nem as pessoas reais, que me estão próximas, por vezes conseguem me acompanhar.


Odeio exatamente pelo mesmo motivo: por não poder trespassar a tela, atravessá-la como se um portal fosse e conhecer e me dar a conhecer às pessoas (OK, me dar é mais exato, admito). Que tudo que tenho desses seres que se encontram nessa massa esfera binária que, em combinações 011011001100110110, nos transformam, a todos, em pessoas de carne e osso, para além de nossos avatares, nicknames, fotografias e metáforas de todas as formas, são, por enquanto, relâmpagos de vidas que riscam essa estratosfera virtual.


Portanto, eu coloco de lado a virtual life, que acho, sim, uma second life tão rica quanto a first life pode ser, e vou para a real life. Vida real. Volto, uma vez mais, filho pródigo, para os meus.


Deixo a FarmVille em que planto e realizo colheitas virtuais para a terra que me viu nascer.


Deixo a famiglia do Mafia Wars e vou para a família a qual eu pertenço.


Deixo o Café World para tomar café de casa, feito na hora.


Deixo o Happy Aquarium para alimentar os peixes reais do açude do sítio em que nasci.





Assim, este blog e blogueiro pedem arrego e entram ambos em recesso. Que o gene recessivo do ano foi completamente coberto pelo gene dominante. E que, embora eu tenha tido excelentes resultados em muitas coisas, noutras predominou um certo desalento que, por fim, me abateu mais do que eu previa. Mas é para isso que voo em sentido contrário. Para me recompor. Para trocar as penas. Para sentir a vida real mais do que a virtual.





Formo fileira com aquelas pessoas que não têm muito apreço ao Natal. Nunca gostei da data, mesmo antes de identificá-la com o significado comercial que tem atualmente. Não sei nem explicar porque. Talvez seja porque não fui formado com um espírito natalino, de um papai noel que trouxesse presentes e me encantasse. Talvez porque nunca houve neve. E talvez porque no fundo eu era um incrédulo desde sempre.


Mas eu gosto do período em si que antecede e precede o Natal. Do fato de podermos, na minha casa, finalmente nos juntarmos a todos. É a única ocasião que acontece isso por mais que nos prometamos uns aos outros o contrário. O tal do espírito natalino ao menos tem o mérito de nos por em torno de uma mesa, uma casa e fazer daqueles instantes um mundo particular.


Gosto também da passagem de ano. Já passei sujo, no sentido estrito de não me banhar horas antes, descalço, sem camisa. Tive o maior prazer porque passei, um ano, a altas gargalhadas. Por tudo e por nada. Livre de qualquer outro pensamento. Acho que somente pelo prazer de estar onde estava com as pessoas que importavam. Antigamente, lembro que eu costumava me preparar cerimoniosamente para a passagem do ano: roupa branca, nova, um banho de purificação, um preparo para o que viria. Isso acabou. E não faz falta. São besteiras. Agora, o que importa são outras cerimônias, mais intangíveis porém mais importantes.


Se tenho algum sonho para 2010? Sonhos os tenho todos os dias. Sonho acordado inclusive. Sonho muito para mim mas não sou do tipo que acorda e acredita que a vida é pesadelo. Embora eu creia que a vida não é sonho, também não é pesadelo, certamente. Prefiro dizer que alimento perspectivas. Porque os sonhos pertencem ao universo dos sonhos e é lá que ficam, no reino do inconsciente. As minhas perspectivas para 2010 são muitas. Mas tem uma, particularmente, que a mim me daria muito prazer efetivá-la: gostaria de ir para Portugal e conhecer uma porção de pessoas que me visitaram o ano inteiro e que dialogaram comigo neste espaço. Não vou nominá-las porque sempre que se procede assim ou se peca por falta ou por excesso. Essas queridas pessoas, ao me lerem, se saberão citadas.


Durante este ano de 2009, alimentei, para o regozijo dos amigos, uma ideia fantasiosa: a de que iria me casar. O detalhe é que existe apenas uma pessoa nessa história: eu. A não ser que eu me casasse com um poste ou um boneco inflável, nunca existiu essa possibilidade. Durante o ano inteiro, esvaziado que foi pelo término da faculdade de gastronomia que fiz entre 2007 e 2008, não conheci praticamente ninguém (na vida real, quero dizer). Dos conhecidos, são todos amigos e, a não ser por um desatino, não me vejo casado com ninguém que conheça atualmente. Portanto, a ideia de casamento foi, essa sim, uma fantasia - não cultivada, devo frisar - que pertence ao tal universo dos sonhos. O ano termina e eu não estou casado. Se estou infeliz? Não. Mas não estou feliz também. Estou a meio caminho entre perspectivas e sonhos. E que ambos se realizem, a despeito de eu acabar de desmerecer os sonhos. Sei lá. Vai que...


Desejo a você, amado(a) leitor(a), muita coisa. Mas não vou repisar os cumprimentos habituais que se fazem nessa época. Não gosto disso. Só quero dizer que desejo mentalmente que cada um de vocês, amigos(as), conhecidos(as) e anônimos(as), realize suas perspectivas e, porventura, eventuais sonhos, na medida em que acreditam nas primeiras ou nos segundos.


Este é, assim, o último post do ano. Porque no Natal eu mesmo venho me buscar e me levarei para a outra dimensão, a real. Nos vemos - modo de dizer, né! - no ano que vem. Abraço, beijo e o que mais você quiser. Que tudo o que quiser lhe será concedido (eu repito isso para mim mesmo até acreditar). Até logo!

sábado, 18 de julho de 2009

Vou ali e já volto!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Como evitar as cumulus limbus que derrubam aviões

Cumulus limbus (CB) são as nuvens com tempestades dentro, capazes de derrubar aviões. Essa é uma das hipóteses levantadas para a queda do voo AF 447, da Air France, que, ao tudo indica, causou a morte das 228 pessoas que estavam a bordo (há notícias esparsas a respeito de sobreviventes resgatados por navios). Mas é apenas uma das hipóteses, em meio a um verdadeiro tornado de informações dissonantes que somente poderá ser contido se e quando for encontrada a caixa preta (que é laranja).

E ácidas, a propósito, são as atitudes dos envolvidos em acidentes como esse: muita desinformação e um longo calvário para os familiares dali em diante. Basta reler o histórico do voo JJ 3054 da TAM que caiu em Congonhas em julho de 2007 e matou 189 pessoas e até hoje carece de um fechamento que, se não arrefece a perda, ao menos conforta e encerra o pavoroso ciclo que se segue a uma tragédia dessas proporções.


Para responder ao questionamento que dá nome a este post, vou transcrever uma série de informações publicadas pelo G1 com as estatísticas sobre a queda de aviões. Em tempo: as cumulus limbus podem ser evitadas e há instrumentos, como os radares meteorológicos, que servem justamente para isso. Teoricamente, um avião entra numa CB somente quando tem certeza da sua intensidade, ou seja, o piloto, amparado pelos mais sofisticados equipamentos de ar e de solo, tem meios para saber se a aeronave suporta ou não a turbulência da CB.

Na prática, acidentes decorrem de uma sucessão de eventos: erro humano, condições adversas do tempo, falhas elétricas e mecânicas e até interferências externas, como a colisão de um pássaro com as turbinas de um avião. O mesmo ocorre com um acidente de carro: há vários eventos que levam à tragédia. O erro nunca é apenas um, solitário. Esse é o princípio defendido pela teoria do caos.

Conforme o levantamento do G1, até agora, foram 47 acidentes com aviões apenas neste ano, com 569 vítimas fatais, segundo o escritório de Registros de Acidentes Aéreos (ACRO, na sigla em inglês). De 1918 para cá (91 anos), foram 17.369 acidentes na aviação mundial, com 121.870 pessoas mortas e 93.624 feridas.


As falhas foram causadas por:

- Erro humano: 65,57%
- Falha técnica: 20,72%
- Mau tempo:     5,95%
- Sabotagem:     3,25%
- Outros:           2,51%

Ao contrário do que se imagina, a maior parte dos acidentes (50,39%) ocorreu durante os procedimentos de aterrisagem (pouso), e não no ar. Disso eu já havia ouvido falar há tempos. Os acidentes no ar, em voo, são 27,73% do total e, em terceiro lugar, aparecem os acidentes na hora da decolagem, com 20,96% do total.


Historicamente, os acidentes acontecem próximos dos pontos de partida ou de chegada: 53,89% dos problemas ocorreram a menos de 10 Km do aeroporto de destino ou de chegada. A queda de aviões no mar aconteceu com 9,51% dos aviões. Antes, vêm as quedas em planícies (15,96%) e em montanhas (10,44%).

Numa análise superficial desses lados, eu, leigo em aviação, apenas eventual passageiro, creio que as cumulus limbus estão longe de ser uma ameaça aterradora quando se trata de tomar um avião. De fato, as cumulus limbus que derrubam aviões são bastante humanas. Algum tipo de tempestade ocorre com as pessoas das quais espera-se, basicamente, que estejam técnica e psicologicamente preparadas, por exemplo, para conduzir um avião em segurança. Mas, por algum processo interno, um primeiro comando equivocado acontece, uma reação irrefletida, um ato menor e pronto! Desencadeia-se a sucessão de eventos sobre a qual comentei acima.


Para evitar, pois, as cumulus limbus, não há o que se fazer a não ser torcer para que tudo dê certo. Porque, quando você está num avião e pega uma turbulência, você se sente o mais desamparado dos seres humanos. Não há chão, não há nada que garanta o próximo segundo. Eu já peguei uma tempestade na chegada a Congonhas, em São Paulo, e foi a pior turbulência pela qual passei até hoje. A passageira que estava ao meu lado agarrou a minha mão e me olhou aterrorizada. Quer dizer, entreolhamo-nos, aterrorizados, ambos. Víamos os reflexos das luzes dos relâmpagos pela janela e foi um tanto quanto pavoroso. Quando pousamos em segurança, simplesmente sorrimos um para o outro, cúmplices do nosso medo e aliviados pelo término daqueles segundos que foram longos.

Quando acontece um acidente dessas dimensões, como o da Air France e o da TAM, a parte mais dolorosa é ler sobre as vítimas. As tragédias dessas dimensões nos chocam mais do que a morte de um estranho ou mesmo um conhecido porque, atrás de cada passageiro, desdobram-se as mais diferentes vidas: uma pessoa que tem medo de avião e teve que viajar, outra que deixou de ir a semana passada e embarcou agora, mais um que antecipou a volta, um terceiro que esperou uma vida inteira para fazer a tão sonhada viagem e daí por diante. Choca sim. É como se o avião comportasse pequenos instantâneos de cada um de nós, e nos vemos na mesma situação, identificados com a tragédia global que, de repente, se torna a tragédia de nossas vidas também.

sábado, 16 de maio de 2009

São os homens os deuses astronautas?

O que você vai ser quando crescer? Pergunta fatídica essa, a que se submetem crianças do mundo inteiro sob a pesada inquisição de adultos que não têm mais o que fazer. Na década de 70, embaladas pelas imagens televisivas da chegada do homem à Lua, milhares de crianças no mundo todo respondiam automaticamente: "Quero ser astronauta".


Embora os voos espaciais ocorressem desde 1961, apenas no dia 20 de julho de 1969 a missão Apollo 11 pousou na Lua e o mundo assistiu, impávido, a caminhada de Neil Armstrong e Edwin Aldrin pela TV. Muitas pessoas, passados quase 30 anos dessa conquista, ainda não acreditam no feito, embora uma dúzia de homens tenha pousado no planeta desde então.


Em 1968, o escritor suíço Erich von Däniken lançou o livro "Eram os Deuses Astronautas?", com base na teoria de que antigas civilizações terrestres - como os egípcios, maias, incas e astecas - teriam se originado a partir de alienígenas ou tripulações que desceram à Terra. Na teoria levantada por Däniken, as coincidências entre construções como as pirâmides egípcias e incas, as linhas de Nazca e os moais da Ilha de Páscoa eram indícios da presença de seres extraterrestres no planeta.


Segundo a tese do livro, esses seres primordiais eram considerados divindades pelos povos antigos e por isso o nome da obra. O livro foi lançado um ano antes do homem chegar à Lua e o autor teve o mérito de vender muito e convencer muita gente com suas teses. Até hoje, o livro de Däniken é debatido.


Mas, a partir do momento em que podemos assistir ao vivo uma missão tripulada no espaço para consertar equipamentos, como é o caso dos dois astronautas da NASA que estão, neste momento, em missão no telescópio Hubble - veja aqui o link - dá para afirmar, com certeza, que os deuses astronautas são os homens (todas as imagens que estampam este post, a propósito, são da NASA, exceto, obviamente, a do astronauta russo Gagarin).


As viagens espaciais serão, durante muito tempo, inacessíveis para a totalidade dos 6 bilhões de habitantes da Terra. Apenas os "Eleitos" serão deuses, por enquanto. Contudo, é impossível não se extasiar e acompanhar quase que in loco as movimentações dos astronautas, seja por meio de imagens ou de relatos digitados no espaço via Twitter, com depoimentos em tempo real dos caras que estão lá em cima, a 600 Km de altura de nossas cabeças. Um avião, por exemplo, voa a, no máximo, 13 Km de altura da superfície terrestre.


A cachorra russa Kudriavka, da raça laika, e por isso conhecida mundialmente como Laika, foi o primeiro ser vivo a navegar no espaço, em 3 de novembro de 1957, na nave espacial Sputnik II. Apenas em 12 de abril de 1961 chegou ao espaço o primeiro homem, o russo Yuri Gagarin (morto aos 34 anos), que voou durante 48 minutos na nave Vostok I. Disse Gagarin: "Eu vejo a Terra. A visibilidade é boa". Gagarin não disse, oficialmente, que a Terra era azul e que não havia visto Deus, a despeito das lendas.


Depois disso, as viagens ao espaço tornaram-se mais frequentes (mas não à Lua, considerada uma expedição bastante cara) e, no dia 29 de junho de 2006, o brasileiro Marcos Pontes tornou-se o primeiro astronauta do País a ir ao espaço para uma missão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), da qual o Brasil participa.


Agora, existe até mesmo o turismo espacial, que começou em 2001 quando o norte-americano Dennis Tito pagou US$ 20 milhões para embarcar numa nave russa rumo à ISS (a mesma para a qual foi o astronauta brasileiro). A partir do ano que vem, com a competição nesse segmento, estima-se que será possível baixar o preço de um voo espacial (a 65 Km de altura) de US$ 100 mil para US$ 10 mil. Voos espaciais particulares para outros planetas ainda não estão programados. Mas tudo, absolutamente tudo, é uma questão de tempo e de dinheiro. Quando, enfim, alguns de nós poderá dizer, ainda que Gagarin não o tenha dito: "É, a Terra é mesmo azul".

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O que você faria com R$ 30 milhões?

O concurso da Mega-sena do próximo sábado, dia 25, deve pagar R$ 30 milhões. A fantasia, irresistível, é brincar com a ideia de ganhar a bolada e imaginar o que se faria com essa quantia. Pesquisei o que se pode fazer com os R$ 30 milhões e eis dez dicas para ter como referência caso você seja o(a) ganhador(a):



1. Comprar hotel em Porto Santo, na Ilha de Madeira, em Portugal - Cristiano Ronaldo, melhor jogador de futebol do mundo no ano passado, pagou R$ 30 milhões pelo negócio.

2. Ganhar R$ 210 mil por mês em investimento na poupança básica.


3. Pagar patrocínio para estampar logotipo seu ou de sua empresa no uniforme do time (quantia pedida pelo São Paulo no final do ano passado).

4. Tornar-se proprietário(a) de uma mansão em condomínio de luxo em Nova York e ter como vizinhos o estilista Marc Jacobs (que acabou de comprar a casinha de R$ 30 milhões) e a atriz Hillary Swank.


5. Bancar a Hebe Camargo e o Ratinho (custo estimado de ambos, mensalmente, para o SBT).

6. Ter dois Rolls-Royce e meio na garagem (cada um custa R$ 12 milhões).

7. Fazer uma novela no padrão da Rede Globo com 120 capítulos.

8. Patrocinar o carnaval inteiro de Salvador e ser o único VIP na cidade.


9. Comprar cerca de 200 apartamentos e mais de 500 carros básicos ou comprar 10 apartamentos de luxo em São Paulo e ficar sem carro, ou comprar 5 apartamentos de luxo e viver com medo do condomínio.

10. Fazer uma pequena comunidade (pode ser a de seus seguidores Twitter) feliz, com cerca de 2 mil passagens para a Europa e pouco mais de 5 mil ingressos para a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul.


Eu? Compraria três parlamentares (ao custo de R$ 10 milhões cada um) para que trabalhassem a meu favor: teria passagens gratuitas, apartamentos funcionais, lobbies para qualquer empreendimento, comissões de construtoras, intermediações financeiras e negociatas com todos os segmentos. Em suma: eu, no mínimo, triplicaria o capital investido e atuaria em vários ramos simultaneamente - aviação, hotelaria, construção, bancos - e, de quebra, poderia sair nas fotos com as celebridades que se amarram em gente com poder político. E financeiro, claro.

Com isso, eu me hospedaria no hotel de Cristiano Ronaldo, sacaria da minha conta nas Ilhas Cayman, compraria o Barsa, moraria em TriBeCa (NY), seria amigo de Hebe, que gracinha, e fugiria do Ratinho, andaria no Rolls-Royce do Lula, seria protagonista de Ugly Betty, ia tomar sol e água de coco com Ivete Sangalo e Cláudia Leite, viveria nas suítes presidenciais dos hotéis cinco estrelas e seria membro apenas de aSmallWord, para gente rica (as demais - Facebook, Twitter, Orkut, Bebo etc. etc. - deletaria todas).

quinta-feira, 5 de março de 2009

Um país original

A Nova Zelândia é um país, no mínimo, original. Terra de bichos e humanos estranhos, também é uma região exótica sob o ponto de vista do Brasil. País novo - constituído apenas em 1907 -, a Nova Zelândia é moderna e famosa pela produção de kiwi e carneiros.


Palco dos filmes da saga de "O Senhor dos Anéis", é uma terra com paisagens deslumbrantes. E uma terra pouco povoada: os habitantes não chegam a 4 milhões de pessoas, entre descendentes de europeus (o país foi colônia britânica), nativos maoris e polinésios. A Nova Zelândia figura, certamente, na minha lista de lugares que devem ser conhecidos no mundo. O exotismo da Nova Zelândia também é cultural. O rugbi é um esporte bastante popular no país e no ano passado os jogadores do All Black, o melhor time de rugbi do mundo, promoveram uma pelada de rugbi totalmente despidos. Pelados na pelada. Pelo sucesso obtido, provavelmente o evento deve se repetir esse ano.


Na Nova Zelândia, assim como ocorre com outros países no mundo, os jovens costumam reunir-se em determinados locais e estabelecer "territórios". Na cidade de Christchurch, a prefeitura decidiu colocar músicas do cantor Barry Manilow, consideradas "melosas", no centro comercial para tentar afastar os adolescentes do local. As músicas tocarão ininterruptamente em altofalantes para que os jovens sintam-se pressionados a migrar de lugar. O ato é para combater a sujeira, as pichações e o uso de drogas e bebidas que as tribos urbanas provocam no local.


Para fechar esse toque de realismo fantástico que emoldura a Nova Zelândia, o site neozelandês worldnudeday.com oferece, até o próximo dia 31, um prêmio de US$ 10 mil para o melhor vídeo no qual o(s) autor(es) aparecer(em) nu(s). Sim, uma premiação para a nudez pura e simples. Você, para participar, deve ter mais de 18 anos e garantir que o vídeo é seu e não provoca nenhum dano a outras pessoas. E, claro, permitir a veiculação da obra.


Até o momento da publicação deste post, eram 134 os vídeos inscritos, com as cenas mais hilárias. Não constava, ainda, nenhum vídeo do Brasil. Creio que farei um e enviarei para os neozelandeses. Bizarro por bizarro, por que eu não posso fazê-lo? Do ponto de vista de alguma lógica que me escapa, talvez assim eu deixe de falar da nudez. E simplesmente a pratique.

terça-feira, 3 de março de 2009

O melhor emprego do mundo

Toda vez que eu viajei a trabalho e depois estendi minha estadia por mais alguns dias no Nordeste e, claro, quando para lá viajei de férias, tive o desejo de ficar por lá, morar na praia, nas cidades litorâneas como Fortaleza, Salvador, Natal, Maceió e muitas outras.

Essa vontade de radicalizar e começar do zero uma nova vida acomete muitas pessoas, sobretudo os paulistas, cansados de tanta inconstância da vida nas grandes cidades de São Paulo. Mas, ao acordar para a realidade, sempre voltei para a casa, com um leve remorso por não levar a sério a possibilidade de mudar de vida geográfica e ideologicamente.


Uma possibilidade desse tipo é para poucos eleitos. E, desconfio, é um sonho universal. Não por acaso, mais de 34 mil pessoas de quase 200 países inscreveram-se para concorrer ao autointitulado "melhor emprego do mundo" que consiste em cuidar da ilha de Hamilton na Austrália durante seis meses com um salário de US$ 100 mil (cerca de R$ 230 mil) a cada mês. Ou seja, ao final do período, serão mais de R$ 1,3 milhão. E mais passagens aéreas gratuitas do local de origem ao destino.


As qualificações exigidas são inglês fluente, domínio da natação, mergulho, vela e registro ostensivo de todos os atos por câmeras, blogs e vídeos sobre a vida na ilha. É uma versão moderna de Robson Crusoé. A diferença é que esse Robson contemporâneo não terá um Segunda-Feira para lhe fazer companhia, mas, por outro lado, estará completamente conectado ao mundo exterior.

Uma lista inicial de 50 candidatos pré-selecionados acaba de ser divulgada pelo estado de Queensland, que promove a seleção. Nenhum dos mais de 700 brasileiros inscritos está nessa lista. A escolha do administrador da paradisíaca ilha assume ares de competições do tipo "Survivor": a partir dos 50 pré-selecionados, apenas 11 serão finalistas.


Essas 11 pessoas visitarão a ilha e farão entrevistas no dia 3 de maio. No dia 6 de maio, acontecerá a grande final, com a divulgação do nome do vencedor. Os 50 candidatos são cidadãos de 22 países diferentes. Detalhe: além do salário atraente, o morador da ilha disporá de aposentos luxuosos.

Pelas fotos do post, me diga: é ou não o melhor emprego do mundo? É o tipo de oferta que faz você pensar em largar tudo e correr para garantir a vaga. Como nem ao menos me inscrevi, dado que não sou nem minimamente qualificado para a função, acho que vou passar o próximo fim de semana no Guarujá, só de raiva. É o máximo de "lugar paradisíaco" que as circunstâncias me permitem, no momento. Dor de cotovelo? Imagine!

Para mim, o melhor emprego, ainda, é o ócio pleno como o defendido pelo escritor Domenico De Masi ("O Ócio Criativo"). Ter tempo de dar tempo ao tempo em condições privilegiadas de intenso ócio. Só para não fazer nada de nada. Ai que delícia!


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Compre um DVD e ganhe maconha!

É como no filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate": entre os primeiros 1 mil DVDs, um deles comporta um bilhete dourado - "golden ticket" - que dá ao feliz ganhador um pacote de maconha e uma viagem para Amsterdã, Holanda, para que o consumidor possa fumar em paz o cigarrinho. Em "A Fantástica Fábrica de Chocolate", cinco convites dourados estavam ocultos em barras de chocolate.

A promoção "Compre um DVD e concorra a um saquinho de maconha" é da produtora Revolver Entertainment, da Grã-Bretanha, para vender o filme "The Wackness". O bilhete premiado está entre os mil primeiros DVDs colocados à venda. O filme trata da amizade entre um psiquiatra deprimido e um jovem traficante de maconha.


A produtora não especifica a quantidade de maconha, mas garante que a marijuana é de alta qualidade e que poderá ser consumida legalmente em Amsterdã. Também não explica como o usuário transportará a droga se o ganhador for aqui do Brasil, por exemplo, já que o DVD está à venda pela internet.

Ah! Sim! O DVD custa £ 8,99, livre de taxa de entrega. Equivale a R$ 29,55. Nada mau, não é? Você ganha um DVD, um beck e uma viagem para a Europa. E com acompanhante! Gostou? O endereço para compra do DVD é na loja eletrônica play.com. Have a nice trip!

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