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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Do caos calmo ao caos. Ponto!

Nem bem cheguei e sou devidamente abalroado pelos ruídos da cidade que não cessa o burburinho jamais, faça chuva (e quanta chuva tem feito!) ou faça sol. Agora mesmo são 23 horas e uma equipe da prefeitura insiste em contribuir para o aumento de decibéis com a potência da britadeira no asfalto aqui da rua. Mal se ouve a TV!


Passei a tarde e parte da noite com uma amiga a quem não via há quase um ano e meio. Ela vive em Montreal e, de passagem por São Paulo, me disse estranhar a multidão nas ruas. Montreal tem cerca de 1,7 milhão de habitantes. São Paulo contabiliza mais de 11 milhões de moradores. Somente na festa da virada do ano, a Avenida Paulista concentrou estimadas 2,5 milhões de pessoas, ou seja, uma Montreal e meia em pouco mais de 3 Km de extensão!


Não é à toa que ao passar pelas calçadas da Paulista a minha amiga tenha estranhado a movimentação. Um ano e meio fora de São Paulo e dentro de Montreal, onde não é preciso brigar por espaço nas calçadas, deve mesmo provocar calafrios. A minha amiga também estranhou o aumento de carros na rua e isso é um fato: 2009 bateu o recorde de vendas de veículos.


Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), a cidade fechou novembro do ano passado com 6.698.004 veículos. Esse amontado de gente e de carros faz com que a poluição sonora e o estresse auditivo sejam a terceira causa de maior incidência de doenças do trabalho, atrás apenas de agrotóxicos e de doenças articulares. 


Isso porque somente refere-se a doenças do trabalho. Imagine o que todo esse ruído faz a cada um de nós que aqui vivemos e somos acordados por saltos altos no apartamento de cima, por alarmes que disparam às 4 horas da manhã, por helicópteros que sobrevoam a cidade a qualquer hora do dia e, por vezes, da noite. Ainda agora ouço gritos de vizinhos na rua de baixo (ontem presenciei uma briga que envolveu pelo menos três casas!).





(Foto feita a partir da janela do meu apartamento agora há pouco)


Minha amiga falou de uma placidez e da ausência desse amontoado de pessoas e barulho de Montreal e eu me recordei de quando estive na Finlândia e tive a mesma sensação: ruas estranhamente desertas, estações do metrô amplas para pouca ocupação (aqui, driblamos a lei da física e ocupamos, no metrô, o mesmo espaço em três ou quatro corpos onde deveria haver apenas um corpo).


Mas, você quer saber? Quando lá estive, senti falta justamente dessa aglomeração, dessa justaposição de camadas e camadas de gente que, afinal, fazem dessa cidade o que é: urbe, tão generosa quanto o úbere de uma vaca holandesa. Uma cidade que, como Roma, decerto que é uma loba que amamenta filhotes sem fim. Com força. Como diria meu irmão, "aqui (lá em São Pedro do Turvo), a gente vive no sistema bruto".


Bem, devo dizer que aqui (em São Paulo), vive-se no sistema bruto também. A diferença é que a brutalidade referida pelo meu irmão deve-se à rudeza da natureza e ao natural trabalho braçal que o campo enseja no interior. Em São Paulo, a brutalidade é de outra coloração. É formada por vigas de aço e vidro que faz com que o homem que permeia o meio torne-se quase que de aço também.


Somente para registrar, fui devidamente enxotado do longo corredor entre a Paulista e a entrada da FNAC por um nada simpático segurança que insistiu em dizer que aquele espaço era privado e que eu não podia fumar ali. Como se sabe, a lei antifumo permite que se fume em espaços não-cobertos (públicos ou privados). Como de onde eu estava eu avistava largamente o céu, deduzi que era espaço aberto.


Não sei se os arquitetos mudaram a definição de espaço aberto, mas fui intimidado o suficiente pelo segurança para sair do local. O prédio abriga a FNAC mas também, na maior parte, a Petrobras e outros órgãos federais. Como eu discuti um pouco antes de ceder, o segurança apenas argumentava que o espaço era privado. OK, estava no papel dele. Mas o espaço é público.


Contei a história para exemplificar a brutalidade a que me referi. O sistema bruto de São Paulo é esse: desinformação, intimidação, barulho. Caos, pois. Somente me questiono que efeitos - além dos óbvios - têm essa passagem do caos calmo para o caos. Estamos apenas no sexto dia do ano, o Dia de Reis, e, ao menos hoje, fui plebeu mais que tudo. OK, sou urbe. Então, está tudo certo.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O caos calmo dos dias brandos

Voltei! Depois de 18 dias de um estratégico e benéfico recesso, volto em ano novo. Feliz ano novo, portanto. Ano do tigre no horóscopo chinês. Piso neste solo virtual devagar, meio assim sem jeito ainda. Os dedos parecem titubear ante o teclado. Desconhecem-se, dedos e teclas. Bem-feito para ambos. Reais e virtuais, homem e máquina atropelam-se até entrar em novo entendimento. E é sempre assim, não? Sempre quando se volta há uma sensação inicial de estranhamento.


Fui e quando o fiz, escrevi sobre fazer a migração do virtual para o real. Saí das telas para a paleta real. Essa quebra sempre é algo meio rígida: trata-se de atravessar cerca de 400 quilômetros de terra. E nesse percurso, o virtual deixa de sê-lo para, aos poucos, ser tomado pelo real. À cidade sucedem-se os campos. Aos espigões de prédios de São Paulo correspondem as florescentes espigas de milho. Ao cinza da paisagem urbana sobrepõe-se o verde das pastagens, cortadas apenas pelo cinza do asfalto.


Saio sempre de madrugada, a hora das estrelas. Por companhia, pesados caminhões. Por norte, as faixas das pistas que correm junto. Corremos, todos, eu e estrada, eu e o carro. Elevado a Deus ex machina pela potência do motor do automóvel, posteriormente serei reconduzido à condição humana.


Vejo, uma vez mais, o alvorecer. São seis horas da manhã e o dia ainda não sabe se pode tomar o lugar da madrugada. Pálidos raios de sol refletem nos vidros dos carros contrários. Amanhece sem transição. Desço do carro. Apeio, melhor dizer, que estava a montar alguns cavalos.


Faço a transição sem nem perceber: deixei uma mente e um corpo na capital e tomo posse de outro corpo e de outra mente no interior. Dispo-me da armadura. Deixo de ser soldado. Estou de férias. De folga de mim mesmo. Um "eu" alquebrado. Que fique para trás. O primeiro café, as primeiras conversas, o olhar sobre as coisas familiares e ao mesmo tempo temporariamente esquecidas. Uma planta nova, outra antiga que não está mais lá.


Não é que os dias passam. Eles são passados. Deixam-se atravessar. Devagar, brandamente. Tal qual uma massa de pão que descansa no escuro da despensa. O tempo é relativo. Einstein explica melhor do que eu essa sensação de que o tempo voa, de que o tempo não anda, de que as horas são mortas, de que o tempo não cabe na vida. Quem sou eu para discordar dessa liturgia do tempo que varia conforme a companhia, a geografia e a coreografia com o que se faz com o tempo que se tem ou não se tem?


Faço contatos imediatos com a natureza do lugar. É minha terra. São Pedro do Turvo. Mais de cem anos. Mas não de solidão. A cidade tem um eficiente sistema de comunicação: tudo é anunciado e explicitado pelo alto-falante que fica na construção mais alta do lugar: a igreja. Emitem-se notas sobre tudo e todos. Com alcance, calculo, de uns dois quilômetros de circunferência, perímetro mais do que suficiente para todos ouvirmos as notícias que sucedem-se indiferentes aos dias:


- Morreu uma mulher
- Haverá vacina contra a febre amarela
- Foi perdido um pen drive preto com pingente vermelho
- José perdeu todos os documentos
- Velório da mulher que morreu foi adiado para a 1 da manhã
- Mulher precisa de dez doadores de sangue
- Andréa perdeu uma carteira preta com todos os documentos
- Faleceu outra mulher
- Um homem perdeu a calça preta alugada para um casamento (!)


São todos fatos reais. Não inventei nada. São dois os sistemas de comunicação: as emissões da igreja católica e o serviço de alto-falante móvel. Na falta de um, o outro informa do mesmo jeito. Se você está na cidade, saberá, certamente, o que se passa na cidade. Perdem-se documentos a toda hora. Morre-se na mesma proporção.


Creio que deveriam anunciar os nascimentos (já que estamos no período de natal). E o que se acha. Porque para aqueles que sempre perdem sempre os há aqueles que acham. Deveriam anunciar as chegadas. E não apenas as partidas. Os encontros. Uma nota de felicidade. Deveriam tocar Requiem, de Mozart, ou as marchas fúnebres de Chopin ou Wagner. Ao invés disso, a música de fundo para os falecimentos é o Toque de Silêncio militar. Triste. Será que caímos feito soldados no front da vida e por isso precisamos ser encerrados com o toque do silêncio?


E o que você me diz do homem que perdeu as calças? Como assim? Perdeu na debandada? Na fuga? Na cachaça? Ou por distração? Estava acaso vestido com a calça? Ou, alugada a calça, passado o casamento, pensou que era melhor tirar e por outra, de uso cotidiano, para poupar eventuais danos à calça alugada? E, o tendo feito, saiu-se com mais danos que, por certo, a cidade inteira saberá quem as vestia. Coisas de cidade pequena em que os segredos também correm à boca pequena.


Deixo para trás também as notas de perdas (de vidas), de perdas (de documentos) e de perdas (de calças) e ganho (a estrada), ganho (a terra) e ganho (a vida). Estou na vida real, exatos 367 quilômetros depois da minha retirada da beira da Avenida Paulista. Estou nas Três Barras, bairro rural onde, literalmente, fui parido.


De novo, me vem a sensação de estranhamento. E respeito grandemente os cães, que me reconhecem sem pestanejar. Digo melhor: reconhecem em ondas de abanos de rabo e orelhas. Passam-se seis, oito meses, um ano e os cães nos reconhecem com uma exatidão que sempre me deixa perplexo.


Bato a primeira enxadada na terra. Faço fendas na terra, carpo o mato, a terra salta sobre os meus pés, calçados de sandálias Havaianas. E a terra entranha-se nos meus pés. Dos pés, sobe pelas pernas. Transpiro. Suo sal. E o sal volta à terra e eu à terra pelo sal do suor. Faço-me terra, derretido em sal da terra.


A vaca berra, os carneiros balem, os cães ladram, os cavalos zunem, as galinhas cacarejam, o galo canta as horas, os insetos zumbem, os pássaros trilam, as cobras ciciam (imaginação, não as ouvi, propriamente). É um caos. O caos calmo. Caos calmo dos dias brandos. Que acabam, ainda que eu queira que não. Que a teoria de Einstein é marota e nos engana: se queremos o tempo paralisado, aí é que voam as horas. Se o queremos urgente, as horas plainam, escorregadias.





Os voos ariscos das aves não deixam dúvidas. Também os céus com nuvens apressadas avisam: hora de voltar. Cai a noite. E com a noite, ligo o carro. Homem na máquina. Cavalos mecânicos. Apolo das estradas, percorro de volta na sequência: campo, campo, campo, cidade, campo, cidade, cidade, cidade. Voltam as luzes, o asfalto, os carros todos. Deus ex machina em marcha. Deuses porque somos centenas, milhares de faróis feito vagalumes a hesitar nas rodovias. Até entrar na cidade, no ano novo e me enterrar, feito os funerais dos anônimos, com o meu automóvel, na minha garagem subterrânea. Foi bom. Sempre é. Feliz ano novo!


P.S. Ah! Esse da foto sou eu, em versão colorizada pelo sol de verão bravo. Que estou a descamar de tanto sol porque, à maneira das cobras, talvez eu precise mudar de pele assim como mudo de comportamento quando saio à paisana pelo mundo.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

São Pedro do Turvo no mapa

Da minha cidade natal, São Pedro do Turvo (390 Km de São Paulo, entre Bauru e Marília), sempre se questionou sua existência a cada vez que se lhe citava: "está no mapa?", "tem TV?". Essas piadinhas típicas das gentes das grandes cidades ocultam, na minha opinião, um desconhecimento de um Brasil interior que, não sei se por conta da velocidade dos tempos entre grandes e pequenas cidades ser bastante diferente, cria um abismo entre o interior e as capitais.





A despeito do fato de São Pedro do Turvo ter 120 anos de fundação (uma quase tataravó, portanto), com IDH de 0,756 (considerado médio) e uma população de 7,439 pessoas (IBGE deste ano), a expansão comercial e industrial nunca foi um fator relevante para o município. Acho que São Pedro do Turvo, 81º. município em extensão territorial do Estado de São Paulo (entre 645 municípios), sempre teve uma vocação agropecuária, até mesmo por conta do espaço dedicado ao plantio e à criação de rebanhos animais.


Ontem, terça-feira, 1º. de dezembro, constatei, com grande surpresa, que o aparente verde que toma conta da paisagem de São Pedro do Turvo é uma ilusão. Claro que nesses longos anos da minha migração de São Pedro para São Paulo, muito verde se foi: árvores, capões de mato, mata nativa e de nascente deram lugar a pastagens e, sobretudo, para o plantio de cana-de-açúcar, mandioca e soja. Mas eu não tinha dimensão de quanto estrago havia sido feito em detrimento da preservação: entre os 20 municípios com a pior pontuação ambiental, São Pedro do Turvo está em 5º. lugar no ranking negativo (num universo de 570 municípios).


A classificação negativa foi publicada pela Secretaria do Estado de São Paulo do Meio Ambiente que entregou o prêmio ambiental exatamente ontem, terça-feira, para o município de Santa Fé do Sul, que recebeu 94,40 pontos. Pelo segundo ano consecutivo, Santa Fé do Sul recebeu a classificação de "município mais verde (preservação ambiental) e azul (águas não-poluídas)". São Pedro do Turvo, com a desagradável colocação entre os piores do Estado, ficou com 11,12 pontos (veja a lista dos 20 piores abaixo).





Isso coloca o município no mapa, finalmente, a que tanto (os moradores) almejamos. Mas nos coloca em projeção negativa. Com o Google Earth, é possível, no entanto, entender o que acontece. Basta um voo satelital por toda a extensão municipal para entender porque a pontuação nos garantiu tão baixa classificação: há imensos vazios, sinais de queimadas (todo ano, a cidade convive com a execrável fumaça da queima das plantações de cana-de-açúcar) e o Rio Turvo, que nomeia a cidade, que era turvo por natureza, agora é turvo por poluição.


O fato de eu não estar no dia-a-dia na comunidade são pedrense não impede que eu chame a atenção para isso. Eu não vivo em São Pedro, mas a maior parte da minha família sim. E são essas pessoas e todos os demais habitantes da região que, de forma direta ou indireta, sofrem as consequências: calor, fenômenos ambientais cada vez mais presentes (trombas d'água, ventos fortes), moscas etc.


Quando eu morava em São Pedro, eu já não gostava da degradação que via: derrubada de matas para transformar fazendas inteiras em roças ou pastagens. Nunca fui (e nem sou tampouco agora) um 'verde', um ecologista. Mas entendo perfeitamente que a contínua degradação do ambiente nos levará (a São Pedro do Turvo, ao Brasil e ao mundo) a um estado crítico, catastrófico mesmo, de falta de água e outros males os quais nem somos capazes de prever.





O "Prêmio Município Verde" foi criado em 2007 com o objetivo de ressaltar a preocupação dos municípios com os recursos hídricos. Dos 570 municípios participantes na edição deste ano, apenas 156 receberam o certificado "verde e azul". Para se chegar à pontuação, a nota abrange dez diretrizes ambientais: esgoto tratado, lixo mínimo, recuperação de mata ciliar (vegetação nativa das margens de rios e mananciais), arborização urbana, educação ambiental, habitação sustentável, uso da água, poluição do ar, estrutura ambiental e conselho ambiental.


A conquista do prêmio vai além da vaidade: significa, para os ganhadores, prioridade na captação de recursos do governo estadual para projetos de melhoria ambiental. Em 2010, serão destinados R$ 50 milhões para esse segmento. Claro, apenas para as cidades que receberam o certificado. Mas o que está em jogo não é o dinheiro, e sim a herança que se deixará para os habitantes de São Pedro do Turvo e dos demais 5.563 municípios de todo o Brasil. Abaixo, a lista dos 20 municípios com a pior pontuação do Estado de São Paulo:


1º. Itararé - 3,22 pontos
2º. Aparecida - 6,62 pontos
3º. Cananéia - 10,17 pontos
4º. Santa Branca - 10,87 pontos
5º. São Pedro do Turvo - 11,12 pontos
6º. Itaí - 12,13 pontos
7º. Catiguá - 12,83 pontos
8º. Potim - 13,52 pontos
9º. Guareí - 13,52 pontos
10º. Pirajuí - 13,98 pontos
11º. Duartina - 14,63 pontos
12º. Cafelândia - 14,70 pontos
13º. Analândia - 15,03 pontos
14º. Itobi - 15,62 pontos
15º. Mairinque - 17,96 pontos
16º. Ferraz de Vasconcelos - 18,37 pontos
17º. Cardoso - 18,62 pontos
18º. Arapeí - 18,74 pontos
19º. Holambra - 19,45 pontos
20º. Orindiúva - 19,59 pontos

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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