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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quatro

Quatro eram os Cavaleiros do Apocalipse. Também chamados de Cavaleiros da Revelação. Eram eles Conquista, Guerra, Fome e Morte. Isso é a simbologia bíblica.




Os cavaleiros, portanto, são metafóricos e altamente simbólicos. Se foram apropriados pela Bíblia, que importa?


Importa que o número quatro, lido biblicamente (e antes, por algum visionário que inventou o conceito), significa quadrangulação em simetria. Isso é universalidade ou totalidade simétrica, a perfeição, enfim. O quatro significa quatro partes de um todo.


As bodas de quatro anos são de flores e frutas.




Quatro são as patas dos cavalos.


Quatro são os ventos.


Na numerologia, o 4 se relaciona ao trabalho organizado e dirigido a massas (como um blog) e se preocupa com os detalhes, com alta exigência. O 4 significa honestidade, perseverança e lealdade. Método e objetividade, perfeccionismo e exigência. Tradicionalista. Exceto pelo tradicionalista, o blog, que completa neste dia 4 o quarto ano de aniversário é, sim, dirigido às massas, sobretudo porque está nessa imensa plataforma que é a internet.


Honesto? Sim, acho que este blogueiro que vos escreve é bastante honesto por aqui. Perseverante também, com lapsos, admito. Leal? Apenas comigo mesmo (e nem isso, por vezes). Apesar de achar ao blog e a mim mesmo metódicos, não sou perfeccionista. Não há espaço para o perfeccionismo. A simetria pode confundir.


Se diz do número 4 que está relacionado a ordem, construção e estabilidade. Tudo o que exige paciência. O oposto é verdadeiro: o lado negativo do 4 é a auto-crítica excessiva, a inflexibilidade (a tenho, e muita)  e a rigidez (isso pode ser extremamente verdadeiro de diversas formas, rsrsrsrsrs).


Hoje o blog faz 4 anos e eu comemoro. Hoje é uma quinta-feira. E este blog foi concebido na noite de um sábado (me lembro quase do exato momento e o motivo). Quatro anos. Quase 1,6 mil postagens (média de 400 por ano). Quase 350 mil visualizações (média de 85 mil ao ano). Tanta gente, exatos 4.001 comentários (média de 1 mil ao ano).


Obrigado pelo carinho. Obrigado pela leitura. Obrigado pela presença. Feliz aniversário ao espaço que me permite tanto e tão imenso alcance. E vamos ao ano 5, que começa neste dia 5, para um ano novo inteiro. Beijo, me liga!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Blog Action Day 2010

Neste momento, quase 1 bilhão de pessoas, das quase 7 bilhões que habitam este planeta, não têm acesso a água potável para beber e tampouco para se limpar. Esse é um direito de cada um de nós.




Água não-potável e a ausência de condições sanitárias básicas causam 80% das doenças e matam mais gente por ano que todas as formas de violência, inclusive as guerras. As crianças, especialmente, são as mais vulneráveis porque seus corpos não são fortes o suficiente para lutar contra a diarreia, desinteria e outras doenças. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 10% das doenças que acometem as pessoas podem ser evitadas pelo simples suprimento de água e condições sanitárias.


A água é um elemento global e merece um debate igualmente global.


Esta é a mensagem deste ano do Blog Action Day. Que é uma iniciativa da blogosfera mundial que acontece anualmente, todo 15 de outubro, e, até o momento da edição deste post, contava com a participação de 4.280 blogs, 131 países e 33.182.617 leitores. Participe e compartilhe. Basta acessar o Blog Action Day 2010 e se inscrever. Abaixo, o widget para doações para a ONU. Mais abaixo, o vídeo de divulgação do Blog Action Day 2010.



Petitions by Change.org|Start a Petition »



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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Blog de ouro

Recebi do(s) caro(s) Eros, Apolo e Hermes, da trindade que compõe (e decompõe) o blog Três Egos, o selo "Prêmio Blog de Ouro - Eu Admiro Este Blog". Primeiro, Eros, sim, eu adoro receber selos, prêmios, indicações e outras coisinhas mais. Ganhar, assim, espontaneamente, qualquer referência que seja, significa que alguém se lembrou de você e isso, por si só, é legal.




Peço desculpas novamente se deixei passar qualquer outro selo, mas, como eu disse, não foi intencional.


A regra desse selo é simples e, como disse o próprio Eros, embora não seja capciosa, é restritiva: devo indicar outros dez blogs que admiro. Como ele, eu também gosto de muito mais do que uma dezena de blogs. Mas, os selos, em geral, estão atrelados a regras e, portanto, me atenho a elas. Indico os seguintes blogs para receber esse selo (e um selinho, uma bitoca, um beijinho nos lábios):


1. Ovelha Tresmalhada


2. A Monga e a Executiva


3. Hammering in My Shell


4. Luso Boy


5. Cova do Urso


6. Why Not Now?


7. Abraço-te


8. Um Lindo Menino


9. Traços de um Homem


10. Em Parafuso Horizontal

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

3 x 4 | Three Years (blog anniversary)

Três centímetros por quatro centímetros (3 x 4) é o tamanho oficial das fotos de documentos no Brasil. A maior parte dos nossos documentos pede fotos das pessoas nesse tamanho.




Ontem, dia 4, eu estava exausto. Desde segunda-feira tenho andado bastante ocupado, com eventos externos. E, à noite, chego em casa e literalmente desabo. Tento com grande esforço postar continuamente no blog.




E fiz isso ontem ao postar tarde, já de madrugada, o aniversário do blog. E cometi um grande equívoco que somente percebi bem depois. Como já havia passado o dia todo com a postagem equivocada, deixei por isso mesmo.




O blog, de fato, fez três anos. Foi criado no dia 04 de agosto de 2007. Quanto ao quatro, na minha cabeça, eu queria dizer que entrava, a partir de hoje, no ano 4. Como de fato entrou. Mas isso não significa que tem quatro anos. Ou seja, uma grande confusão agravada pelo fato de eu realmente ter achado que o blog tinha quatro anos, e não três. Portanto, tomei o 3 pelo quatro (3 x 4) e inverti as bolas, os quadrados, os triângulos e toda e qualquer aritmética, geometria e mais algum dado matemático.


Para recolocar as coisas em perspectivas, portanto, deixo claro que o blog tem 3 anos de existência, completados ontem, 4 de agosto, e entrou hoje, 5 de agosto, no 4º. ano. É isso (parece que ficou ainda mais confuso mas, definitivamente, não me dou bem com números).

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

4 4nos | Four years





Hoje é 4. E 4 são os anos que completa este blog hoje. Leonino como o proprietário, é temperamental e faz graça, muita graça. E tem graça fazer graça? Acho que tem. Porque sem humor esse mundo é muito chato. Este blog gosta de gente pelada (eu também). Gosta de música (eu também). De literatura (eu também). De gente (eu não! rsrsrsrs).


Quatro anos é um tempo legal mas não é nada. O blog é apenas um cristal de areia nessa praia monstruosa da blogosfera. É o meu cantinho. Não é onde eu vou para me esconder. É onde eu me exponho. Timidamente ou corajosamente. Tem sido assim nos quatro anos. E pode continuar mais ou menos assim. Depende do meu humor. Mas o blog tem vida própria e às vezes se rebela. Fazer o quê? Criaturas nem sempre obedecem o criador. E o criador nem sempre dimensiona a criação. Vamos em frente, de quatro ou com quatro, para outros quatro e mais!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Os tops do YouTube e do Twitter

Saíram as listas dos mais vistos do YouTube e os mais comentados do Twitter. Assim na terra como na internet, os assuntos mais badalados do ano foram de um espaço (internet) a outro (terra) os que dominaram o ano de 2009.







Os cinco vídeos mais vistos no YouTube em todo o mundo (três foram postados neste blog durante o ano):


1º. Susan Boyle - Britain's Got Talent - com mais de 120 milhões de visitas (o vídeo original teve o link desincorporado pelo YouTube)





2º. David After Dentist - o menino filmado pelo pai sob o impacto da anestesia após a ida ao dentista - 36 milhões de visitas





3º. JK Wedding Entrance Dance - 33 milhões de visitas (quando eu casar, será assim)





4º. New Moon Movie Trailer - o trailer de "Lua Nova", da saga "Crepúsculo" - 30 milhões de visitas





5º. Evian Roller Babies - os bebês radicais do comercial da água Evian - 27 milhões de visitas





Na música, a audiência não ficou para trás. Abaixo, os cinco vídeos mais assistidos:


1º. Pitbull - I Know You Want Me - 80 milhões de visitas
2º. Miley Cyrus - The Climb - 62 milhões de visitas
3º. Miley Cyrus - Party In The U.S.A. - 49 milhões de visitas
4º. The Lonely Island - I'm On A Boat - 48 milhões de visitas
5º. Keri Hilson - Knock You Down - 35 milhões de visitas


No Twitter, os assuntos que tomaram conta da rede de microblogging foram os seguintes trending topics, conforme a área:


Tecnologia


1º. Google Wave - que se pretende a tsunami googaláctica que pretende cobrir o mundo
2º. Snow Leopard - a evolução do sistema operacional Mac OS da Apple
3º. Tweetdeck - browser para facilitar as postagens e demais funcionalidades do Twitter
4º. Windows 7 - o retorno, depois do fracasso do Vista
5º. Consumer Electronic Show (CES), maior feira mundial de tecnologia de consumo

Pessoas

1º. Michael Jackson, colocado em outro reino
2º. Susan Boyle, segunda colocada na edição do "Britain's Got Talent" deste ano
3º. Adam Lambert, segundo colocado na edição do "American Idol" deste ano
4º. Kobe Bryant, colocador de bolas nas cestas de basquete do Los Angeles Lakers
5º. Chris Brown, colocador de marcas roxas na Rihanna

Notícias

1º. Iran Election, a pressão mundial pelas eleições do Irã que, no final das contas, redundou em nada: Ahminejad foi reconduzido ao cargo e ainda veio ao Brasil e foi bem recebido, para infelicidade de muitos de nós
2º. Swine Flu, a gripe suína que assustou o mundo
3º. Gaza, a faixa disputada eternamente
4º. Irã, em função do primeiro item
5º. Teerã, em função do primeiro e quarto itens

Filmes

1º. Harry Potter, com o último filme da série
2º. New Moon (Lua Nova, no Brasil)
3º. District 9 (Distrito 9)
4º. Paranormal Activity (Paranormal, no Brasil)
5º. Star Trek

Programas de TV

1º. American Idol
2º. Glee
3º. Teen Choice Awards
4º. Saturday Night Live - SNL
5º. Dollhouse

Esportes

1º. Superbowl
2º. Lakers
3º. Wimbledon
4º. Cleveland Cavaliers (Cavs)
5º. Superbowl

Hash tags (categorias)

1º. #musicmonday (música de segunda-feira)
2º. #iranelection (eleições no Irã)
3º. #sxsw (sxsw é o acrônimo de uma empresa que realiza uma série de conferências e festivais sobre tendências na música, no cinema e na indústria da mídia, em geral)
4º. #swineflu (gripe suína)
5º. #nevertrust ("nunca acredite" ou "nunca confie")

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Calmaria

Às vezes, o blog sofre uma forte queda de visitações de um dia para o outro. Até hoje, não consegui identificar as causas. Sei que acontece de tempos em tempos. Dessa vez, começou no último dia 19, véspera do feriado da Consciência Negra em algumas cidades brasileiras. De lá para cá, a frequência ao blog despencou: a média de visitação diária caiu cerca de três vezes.







Não sei se é o final do ano (já aconteceu isso na mesma época nos dois anos anteriores em períodos equivalentes) ou se o(a) leitor(a) cansa dos posts e resolve dar um tempo.


Ah! As moscas e insetos? Deve ser por conta dos bolos que ando a postar ultimamente...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Redes sociais: dependência à flor da pele

Você se considera dependente de redes sociais? Como o Orkut, Twitter, Facebook e até mesmo o blog, que é bastante representativo da sociabilização promovida pela internet? Um dos critérios para se medir o quão aderente você é às social networkings é a quantidade de vezes durante o dia que você as acessa ou, ainda, o período de tempo que passa conectado(a) nessas redes.


Sabe-se que as empresas não gostam nem um pouco desse contato entre redes e usuários. Há estimativas de perdas financeiras bastante altas pelo fato dos(as) funcionários(as) gastarem tempo - e equipamentos - para jogarem, postarem ou simplesmente dizer o que fazem em determinados momentos do dia ou da noite.


Esses dados, porém, parecem ter sido insuficientes para algumas pessoas. Verdadeiramente social networking addicts, alguns(mas) foram além e evidenciam a dependência das redes sociais literalmente à flor da pele: essas pessoas tatuaram no corpo os códigos e símbolos que remetem às redes como forma de expressar suas ligações com esses sites, conforme você pode ver nas fotos a seguir. E você, quais são suas redes preferidas? Tatuaria algum símbolo ou código? Eu, a despeito de gostar imenso das redes sociais, acho que não chegaria a incrustá-las no corpo. Tem coisas mais interessantes para grudar no corpo, não é não?










terça-feira, 27 de outubro de 2009

Deslizamento de blogs, mais conhecido como blogroll

Antes, eram 13. Saíram 3. Ficaram, agora, 167. Que conta é essa? É o que pode se chamar de deslizamento de blogs. Rolagem é o mais correto. Mas deslizamento assenta melhor essa terra toda. É a nova blogroll deste blog. Blogroll é a mesma coisa que lista de blogs. Pode ser rol de blogs. Roll é rolar, deslizar. Portanto, basta deslizar o cursor e encontrar na coluna direita deste blog a seção "Blogs | Blogroll" e é só se deixar levar.


Os números que listei no início do post se referem aos blogs que agora estão lá na seção. Eram 13 desde que reformulei este blog. Excluí três - dois porque comunicaram oficialmente que estão paralisados por tempo indeterminado e um terceiro porque não era atualizado há mais de 5 meses. Na blogosfera, um mês é muito tempo. Cinco meses, então, soam quase como uma eternidade. Portanto, foram adicionados 157 novos blogs na minha 'listinha' de blogs.





Blogs são dinâmicos. Ou são constantemente atualizados ou perdem, imediatamente, a fidelidade do(a) leitor(a). Os(as) blogueiros(as) podem tirar férias. Mas têm que dizer isso ao(à) leitor(a). Somos, os blogueiros, como padaria que fornece pãozinho fresco de tempos em tempos. Se falharmos, o(a) freguês(sa) vai cantar em outra freguesia. Pode ter certeza!


Desses 157 novos blogs adicionados, os há de todos os feitos, confeitos e fornos: diferem em conteúdo, em sabor, cor, credo, gênero, número, grau. Uns são expressos: apitam a cada momento com novidades. Outros, fornos movidos a outras lenhas, assam seus pães em tempos particulares.


O que mais me agrada na blogosfera é a diversidade. Diversidade vem da palavra 'diverso' e significa diferente, distinto, que diverge. E é isso que você encontrará na imensa lista dos 167 blogs: diferentes opiniões, distintas origens, divergentes e convergentes temas. Feminino, masculino, gay. Em prosa e verso.


O mais bonito do universo dos blogs é a vastidão. Nunca dá para dizer que uma lista comporta o suficiente. Cada lista, a minha ou a sua, é um extrato desse universo. Para elaborar a minha, não tenho critério nenhum: vejo o blog e sei se gosto ou não. O único critério é que continue ativo. A taxa de mortalidade de blogs é alta. E também a taxa de natalidade. Todo dia tem novidade.





O anagrama da palavra 'diverso', note que engraçado, é 'servido'. Um blog é servido, pois, aos seus leitores e leitoras. É diverso, controverso, disperso, perverso, imerso, transverso, inverso, reverso e universo. Universal, assim como caminha para ser a minha blogroll, o meu deslizamento de blogs: há blogs portugueses (do Brasil e de Portugal), os há de língua espanhola e de inglês. E mais os haverá porque a língua é barreira pequena e a internet é uma Babel a ser escalada.


Convido você, leitor(a) do Por uma Second Life Menos Ordinária, a dar um passeio, a deslizar por entre e dentre esses blogs. Fica logo ali, aqui do lado (pode ser abaixo, ao lado, depende em que momento você ler este post). Divirta-se. As atualizações - inclusões e exclusões - serão feitas conforme meus passeios ou rolamentos pela blogosfera.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O saber que permanece apenas na ponta do iceberg

"É apenas a ponta do iceberg", dizemos, quando queremos indicar que, se formos a fundo, existe muito mais do que aquilo que é aparente. Do iceberg, apenas 10% da massa total (ou volume) emergem. É a chamada 'ponta do iceberg'. Os 90% restantes dos blocos de gelo permanecem submersos. Em outra proporção, significa dizer que 1/7 do iceberg aflora e os demais 6/7 ficam ocultos sob a água.



Popularmente, usa-se a expressão 'ponta do iceberg' para fazer referência a algo que aparentemente é simples mas que, de fato, se for investigado ou confrontado com profundidade, a complexidade do assunto, obstáculo ou problema tende a ser muito mais árdua do que, a princípio, pensaríamos que fosse.





(Apenas 10% de um iceberg permanecem expostos na superfície; os 90% restantes estão imersos em mares profundos, penetráveis apenas por aqueles que têm persistência)


Faço uso desse mote para me referir a um artigo do escritor italiano Umberto Eco (crítico literário, professor de semiótica e autor de livros com "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault"), publicado no jornal "The New York Times".


O artigo de Eco aponta para a superficialidade do conhecimento que vaga, feito um iceberg, nas caudalosas águas da internet. O escritor aponta para uma dessas pontas de iceberg bastante visível: a enciclopédia online Wikipedia ( e observe que a versão disponível para o Brasil é a mesma de Portugal; não existe uma versão da Wikipedia brasileira) me fio na informação única e exclusiva da Wikipedia. Até mesmo porque não faz três ou quatro anos, as minhas fontes de consulta eram outras. Em adição à Wikipedia citada por Eco, acrescento o buscador mais famoso da internet, o Google.





(O globo enciclopédico cujo objetivo é aglutinar o saber humano num só local)


Recorremos ao Google para saber tudo: informações, endereço de determinado restaurante, site da companhia aérea, clima no norte ou no sul, cotação da moeda, preço do iPhone, condições das rodovias, situação no Irã. Não há assunto ou tema que não esteja contido no Google. Mas até que ponto essa dependência pode nos levar a um empobrecimento? Quais são as ferramentas que nos permitem entender a ponta do iceberg e mergulhar até profundas águas para lhe conhecer a base?


Se Eco reprime o uso da Wikipedia, o mesmo valor que o escritor atribui à enciclopédia eu atribuo ao buscador. Claro que ambos facilitam o acesso à informação. Mas trata-se de ter, principalmente, massa crítica (e sonares e radares eficientes) para pescar da rede/web/teia sob a superfície. Ou então estaremos em um processo irrevogável de formação de conhecimento de ponta. De ponta do iceberg, e não de ponta em termos de avanço tecnológico ou científico.





(Esse é o volume em papel que teria a Wikipedia se impressa fosse)


Reproduzo a seguir o artigo de Eco que serve como parâmetro para questionar o quão importante ferramentas como Wikipedia e Google podem ser. Na minha opinião, isso depende de cada um de nós. O meu saber particular eu o absorvo de inúmeras fontes - jornais impressos, revistas, livros, sites noticiosos etc. Para o meu trabalho, o Google é uma excelente ferramenta de localização de dados, fontes e links que me fornecem elementos para eu escrever artigos. E, eventualmente, uso dados da Wikipedia até mesmo para escrever posts neste blog. Mas, lhe asseguro, não me submeto inteiramente a essas ferramentas jamais.


Pode me chamar de antigo, mas prefiro recorrer ao velho dicionário impresso e, sim, aos volumes clássicos da minha própria enciclopédia Larrouse. O papel me dá uma segurança que nunca a tive no cristal líquido da tela do meu computador. E os dados, como se sabe, podem omitir, mentir ou deixar de existir de repente. Ao menos o papel tem uma vida útil equivalente à minha própria e por ora isso me basta. Ao artigo:





(O escritor Umberto Eco, cujos dados na Wikipedia sempre estão incorretos, ainda que ele mesmo os atualize)


"Hoje em dia, as pessoas que precisam checar um nome ou uma data tendem a recorrer à Wikipedia. Para a minoria que ainda não sabe do que se trata, a Wikipedia é uma enciclopédia online constantemente escrita e reescrita por seus usuários. Em outras palavras, se você buscar um verbete como "Napoleão" e perceber que há alguma informação incompleta ou incorreta, você pode se registrar no site, editar o texto e salvar a versão correta na base de dados.


Naturalmente, isso permite que algumas pessoas irresponsáveis e mal intencionadas disseminem informações falsas, mas os milhões de usuários também podem atuar e checar uns aos outros. Se alguém alterou o texto sobre Napoleão Bonaparte, e mudou o lugar de sua morte para Santo Domingo em vez de Santa Helena, outros iriam imediatamente corrigi-lo (e eu acredito que depois que várias pessoas entraram com processos de calúnia contra a Wikipedia, um tipo de conselho editorial foi estabelecido para exercer controle sobre as mudanças que são difamatórias). Nesse sentido, a Wikipedia confirma as teorias do filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce, de uma comunidade (científica) que através de um tipo de homeostase elimina os erros e legitima novas descobertas, e continua, assim, a carregar o que ele chamou de tocha da verdade.


Mas, embora esse controle coletivo mantenha a acuidade do texto sobre Napoleão, será que fará o mesmo para um João da Silva? Para dar um exemplo, vamos observar o texto sobre uma pessoa que é um pouco mais conhecida do que João da Silva, porém menos famosa do que Napoleão - em outras palavras, eu mesmo. Há algum tempo eu corrigi o texto sobre "Umberto Eco" porque ele continha informações falsas. Entre outras invenções, estava escrito que eu sou o mais velho de treze filhos. Isso é verdade no caso do meu pai, não no meu. Todas as vezes que a curiosidade me levou a checar o texto sobre mim, encontrei mais nonsense, então desisti.


Recentemente, alguns amigos informaram-me que o texto da Wikipedia dizia que eu havia me casado com a filha do meu ex-chefe, o editor italiano Valentino Bompiani. Isso não é nem um pouco difamatório, mas no caso de suas filhas - minhas queridas amigas Ginevra e Emanuela - pensarem assim, eu eliminei a informação. Nesse caso não é possível argumentar que isso foi um erro compreensível - como a história dos trezes filhos - ou que simplesmente perpetuou um rumor corrente: ninguém nunca nem mesmo pensou que eu poderia me casar com qualquer uma delas. O editor anônimo da Wikipedia havia modificado o texto para disseminar sua fantasia particular, sem checar a informação com nenhuma fonte.


Então, o quão confiável é a informação encontrada na Wikipedia? Quando eu a uso, emprego as ténicas utlizadas pelos acadêmicos profissionais: leio sobre um determinado tópico na Wikipedia e depois comparo com a informação com material encontrado em três ou quatro outros sites. Se o fato for confirmado por três fontes diferentes, então há uma boa possibilidade de que seja verdade - mas fique atento para os sites que são parasitas da Wikipedia, porque eles simplesmente repetem os erros.


Outro método é ler sobre o mesmo tópico na Wikipedia, mas em outra língua - se o seu Urdu estiver meio enferrujado, você pode experimentar as versões italiana ou francesa. Se elas forem diferentes, você poderá encontrar a contradição. Isso, por sua vez, fará com que você se levante da escrivaninha e consulte uma enciclopédia impressa, apesar de sua fé convicta no virtual.


Esses são métodos de um acadêmico que aprendeu como descobrir os fatos ao comparar as fontes. E os outros? Os crentes? As crianças que usam a Wikipedia para suas tarefas escolares? Tenham em mente que o que eu escrevi aqui sobre a Wikipedia é verdadeiro para qualquer outro site. Tanto assim que já faz um certo tempo que defendo o estabelecimento de um centro de monitoramento da internet no qual um comitê de especialistas conceituados revisaria e avaliaria os sites por sua confiabilidade e precisão.


Mas vamos considerar outro exemplo, um que não envolva um nome histórico como Napoleão (com dois milhões de entradas no Google), mas o de um jovem escritor que trabalhou na obscuridade até um ano atrás, quando ganhou o Prêmio Strega, de grande prestígio literário na Itália. Falo de Paolo Giordano, autor de "The Solitude of Prime Numbers" ("A Solidão dos Números Primos"). Uma busca por seu nome no Google resulta em 242 mil entradas. Como podemos monitorar todos esses sites?


Pensei em monitorar apenas sites dedicados um único autor sobre quem estudantes possam buscar informações com frequência. Mas se alguém fizer uma busca pelo nome de Peirce (o filósofo que mencionei no início), a busca resulta em quase um milhão de entradas.


Então, temos um sério problema que, por enquanto, não tem solução."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cartão vermelho: coisas que, sem o menor pudor, eu expulsaria do campo da visão e das ideias

A mim me agradam muito alguns tipos de desafio que me propõem. É o caso do assunto deste post. Recebo, pois, o desafio, do amigo transatlântico Pinguim, do transmissível Why Not Now?, de apresentar o cartão vermelho para conceitos, atitudes, atos, fatos e pessoas que, a meu ver e segundo o meu próprio (ou impróprio) juízo de valor, mereçam expulsão sumária do campo da visão (o que os olhos não veem, o coração não sente) e do terreno das ideias.


Como trata-se de um meme (leia aqui para entender mais o conceito), ao aceitá-lo, aquiesço também para algumas regras. Claro que isso não é uma regra fechada, mas, no caso dos memes, gosto de dar continuidade ao tema sem romper com a corrente. Nesse caso, a proposta é que eu enumere dez coisas ou pessoas merecedoras do meu fuzilamento com o cartão vermelho e repasse igual incumbência para outros dez blogs à minha escolha.


Vamos, portanto, ao top ten dos que recebem o vermelho cartão. O cartão vermelho, como se sabe, significa, em vários esportes - futebol, esgrima, artes marciais, voleibol, futsal, rugby, hóquei e pólo aquático -, a expulsão do jogador de campo. É o que farei a seguir, ao menos do meu campo particular. Portanto, expulso, com o cartão vermelho na mão:





1. A falta de educação: a educação, a meu ver, independe da norma culta para ser cultivada. Tanto faz se você tem formação formal ou se é analfabeto(a). Ou você a tem ou não. É um princípio e a cada vez que me deparo com pedestres que andam nas calçadas públicas como se estivessem em seus próprios quintais, a espetarem guarda-chuvas nos olhos alheios, penso que a incivilidade grassa cada vez mais. O mesmo vale para motoristas de todos os calibres. Me incomodam, portanto, pessoas que furam filas, que se esbarram e não se desculpam, que não pedem, e sim mandam, que buzinam sem o menor motivo, que se irritam ante ao menor contratempo e, de forma geral, que se acham superiores aos demais. No Brasil, a falta de educação está associada, apropriadamente, ao termo 'malandragem', surrupiado dos bandidos, e usado para dar nome ao feio costume de se praticar pequenos atos impróprios com o fim único de se obter vantagem sobre os demais.



2. O preconceito: de todos os tipos - religioso, de raça, de orientação sexual, político, econômico, cultural. Qualquer tipo de preconceito sugere a prevalência de um conteúdo ideológico sobre outro com a consequente certeza de que a sua opinião deve se sobrepor à minha. Abomino.



3. A sujeira: me refiro à sujeira tanto no sentido de lixo quanto à sujidade moral, com o fim de prejudicar ou ofender. A sujeira, em oposição à limpeza, faz com que, de alguma forma, todo o ambiente se contamine e, ao final, nada mais reste que um imenso chiqueiro em que todos os tipos de porcarias, físicas e morais, são praticadas.



4. O politicamente correto: o conceito filsófico do politicamente correto partia do princípio de se evitar a utilização de termos discriminatórios para construir uma sociedade mais igualitária. Como nunca acreditei nessa premissa, o que vejo, atualmente, é um uso amplo do conceito em todas as coisas. Resta que usa-se o politicamente correto para acobertar algumas políticas totalmente incorretas e para formar juízo de valor, num claro desvirtuamento do conceito. Por esse motivo, expulso o politicamente correto de campo.



5. A intransigência (que também pode atender pelo nome de fanatismo): para mim, qualquer pessoa que defenda um ponto de vista e que queira converter os demais para a sua causa sem argumentos válidos, rapidamente se esgota em si mesma. Não suporto verdades absolutas e a falta de discernimento nas pessoas que se dão ares de doutas e, em flagrante contradição, não têm flexibilidade para ouvir opiniões divergentes.



6. O barulho: me esgotam os barulhos e ruídos de todos os formatos e feitios. Da conversa exacerbada e em altos brados aos ruídos diuturnos que não deixam mais ninguém em paz. O mundo precisa ouvir um pouco de silêncio para ser mais sereno. Nas cidades, não se ouve mais o som da natureza. O que se ouve é uma sinfonia industrial de grandes proporções. Portanto, estamos surdos ante os pequenos encantos auditivos e, quanto mais surdos, mais gritamos uns com os outros.



7. O falso moralismo: odeio quando a pessoa ser arvora de guardiã de qualquer tipo de moral em público e, em privado, é capaz de imoralidades inomináveis. Em compensação, tenho para mim que essas pessoas são feitas de papel ou de areia e se dissolvem com o tempo.



8. Os políticos em geral e o Congresso Nacional em particular: não consigo ver qualidades nem naqueles os quais ajudei a eleger. Desmerecem que eu fale demasiado sobre isso.



9. As amizades flutuantes: as chamo de flutuantes as amizades que se prestam pontualmente a determinado objetivo e, admito que, na medida em que amadureço, esse tipo tortuoso de amizade rareia. São pessoas que se aproximam por determinado interesse e que podem ficar muito tempo na sua vida. Mas, como não são autênticas, fenecem, mais dia, menos dia. Tenho horror, particularmente, dos 'amigos flutuantes' que, depois de longa ausência, confrontados com você, fingem ter te visto ontem ou, pior, disfarçam e fingem não te conhecer.



10. A memória: falo das memórias todas, boas e ruins. De repente, eu gostaria de ser imemoriado, não de doença ou por acidente, mas simplesmente ser assim, não ter memória alguma. Porque se as há, as boas memórias, em maior proporção existem as memórias ruins. E o pensamento pode pregar peças e atear fogo somente com o poder das memórias, tanto as boas quanto as ruins. De forma que dou um cartão vermelho para a memória, entidade independente que ousa trazer à tona certos pensamentos que deveriam estar arquivados no mais profundo dos hard disks cerebrais.


Com isso, encerro o rosário de 'avermelhados' e passo a bola para outros campos que, se assim o quiserem, podem expulsar seus próprios demônios:


- O Quem
- Carnet de Route
- Ricardo Soares
- O Mundo Mágico de HorseMan
- Histórias Que Nos Contam na Cama Antes da Gente Dormir
- Eu Só Queria um Café
- Construção e Desconstrução
- Mais de Mil Motivos para Combinar Palavras
- Cotidiano
- Algo Se Perdeu na Tradução

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

BlogDay 2009: espalhe essa ideia!

Hoje, 31 de agosto de 2009, acontece a 4ª. edição do BlogDay.


Os blogs que eu indico, com prazer e carinho, os conheci mais cedo ou mais tarde. Isso não importa. O que vale é que, ao menos para mim, todos têm algo a dizer. E o dizem.

- De Todo Un Poco... : Victory Silcana escreve de Málaga, Andalucia, Espanha, para o mundo. De pouco em pouco, escreve sobre tudo. Uma cozinheira de poemas, antes de tudo. Que trabalha com as panelas para alimentar o espírito.

- Gentil Carioca: uma poesia, uma música. Palavras e trilhas me interessam assim como 'raspas e restos me interessam', sempre.

- H de Homem: é um blog recente, com informações que interessam aos homens. E a homens e mulheres que gostam de homens. De fato, interessa a todos, pois que trata, principalmente, de seres humanos. Assim, tipo, como você e eu.

- Morri de Sunga Branca: o blog é novinho, novinho. Mas é uma delícia. Você, de biquini ou sunga lilás, verde-limão ou preto, pode dar pinta nessa orla também.

- Why Not Now? - do amigo virtual (ainda) Pinguim, lá do outro lado do Atlântico, de Lisboa, cuja história me inspira mais do que ele imagina. Como ele mesmo diz no subtítulo, o blog é 'pessoal e transmissível'. Como o são, creio, todos os blogs, cujos pedacinhos espalham-se pelos oceanos cibernéticos.

Blog Day 2009

Você também pode compartilhar esse dia do blog. O blog é local e universaliza o seu próprio mundo. Basta soltar as asas do pensamento. Verborragia. Espalhe as palavras que elas têm força.

Para participar, as instruções do BlogDay são as seguintes:

1. Liste cinco novos blogs que você, blogueiro(a), ache interessante.

2. Notifique por e-mail esses cinco blogs e diga que serão recomendados por você no BlogDay 2009 (pode ser por outro meio também, como comentário no blog indicado).

4. Publique no BlogDay (hoje, dia 31 de agosto) o post.

5. Faça o link com a tag do BlogDay neste link aqui e crie um link para o site do BlogDay neste link aqui.

Happy BlogDay!

sábado, 29 de agosto de 2009

BlogDay 2009

Segunda-feira, 31 de agosto, celebra-se a 4ª. edição do BlogDay. O evento foi criado com a intenção de que os blogueiros devem ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogs, outros países e áreas de interesse diversas às suas. É o dia em que blogueiros recomendam novos blogs aos visitantes de seu próprio blog.


No dia 31, o blogueiro deve fazer um post específico de recomendação de visita a outros blogs. De preferência, de blogs que tenham atitude completamente distinta à do próprio blogueiro que os recomenda.

Blog Day 2009

As instruções do BlogDay são as seguintes:

1. Liste cinco novos blogs que você, blogueiro, ache interessante.
2. Notifique por e-mail esses cinco blogs e diga que serão recomendados por você no BlogDay 2009.
4. Publique no BlogDay (na segunda, dia 31) o post.
5. Faça o link com a tag do BlogDay neste link aqui e crie um link para o site do BlogDay neste link aqui.

Farei o post BlogDay. É uma forma de agregar e promover a blogosfera.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As mensagens digitais colocadas em garrafas virtuais

Duas informações, colhidas diretamente na fonte ou em blogs, me incentivaram a fazer este post: a primeira diz respeito ao que vai dentro da garrafa, ou seja, a mensagem, o conteúdo. A segunda é sobre a própria garrafa, ou a forma, a plataforma.

A informação de conteúdo diz respeito ao anúncio de dois blogueiros, das antigas, sendo um deles o meu iniciador na blogosfera: comecei a ler blogs exatamente por linkar as indicações de Pedro Dória na coluna do NO., sucedido pelo NoMínimo e, depois, fragmentado em ex-nomínimos por diversos weblogs, blogs ou sites.

O NO. (no ponto) era um portal de jornalismo. Foi lançado em abril de 2000 e encerrado em maio de 2002. Portanto, eu comecei a consumir blogs nessa época. Depois, com o patrocínio da operadora Brasil Telecom (e do iBest), migrou para o NoMínimo. O portal tinha, entre outros nomes, a colaboração de Ancelmo Gois, Tutty Vasques, Flávio Pinheiro, Zuenir Ventura, Xico Vargas, Marcos Sá Corrêa, Paulo Roberto Pires, Villas-Bôas Corrêa, Carla Rodrigues, Pedro Doria e Arthur Dapieve. Foi encerrado em junho de 2007, por falta de patrocínio.

Os colunistas espalharam-se mas, ao mesmo tempo, estão aglutinados sob o site As Últimas que, sob a inspiração dos sites Alltop.com e PopURLs.com, é um agregador de conteúdo.


(Pedro Dória, o primeiro blogueiro a gente nunca esquece)

Pedro Dória postou no domingo, 16, o fatídico "Hora da despedida". A despeito dos motivos que o levaram a isso, lamento, dado que conteúdo relevante que é carregado pelas garrafas virtuais nesse imenso oceano de bits é raro. Ainda mais que, pela lei das estatísticas, poucas são as garrafas que chegam. E, das que chegam, mais raras ainda são as que entregam a mensagem.

Não bastasse a despedida algo melancólica de Pedro Dória, eis que outro adeus surge na praia, e, ao contrário do que seria de se esperar nessas ocasiões, não se trata de um sobrevivente de naufrágio. Não! Porque, de alguma forma, naufraga e afunda ao deixar de existir: Idelber Avelar nos comunica, em prosa suave, que O Biscoito Fino e a Massa entram, ambos, biscoito e massa de que é feito, em hibernação por tempo indeterminado. Converte biscoito e massa em marmotas, daquelas que passam longos invernos em hibernação, ou em ursos polares que sobrevivem soterrados por si mesmos nas agruras geladas do pólo.

Idelber está, como ele mesmo diz, na rede desde outubro de 2004. Talvez eu tenha entendido errado e ele estivesse, na verdade, hibernado na própria rede, no mar virtual que cerca a todos nós, e agora emerge para superfícies menos áridas. Não sei. Não me cabe sabê-lo também. São só conjecturas de um urso que, de polar, tem uma certa rudeza no trato com aqueles que voam, de repente, e nos deixam mancos, faltos de algum pedaço.


(Idelber Avelar, que colocou a mão na massa e assou finos biscoitos)

Não quero soar dramático mas enceno, sim, um pequeno manifesto pela partida, abrupta como há de ser, neste e no outro universo, o real, a partida de dois blogueiros que admiro há alguns anos. Lhes desejo, a ambos, a Pedro e Idelber, boa sorte em outras garrafas. Que essas os conduzam para outras praias com mensagens intactas. E que, rompidas as rolhas, reverberem.

Por fim, a segunda informação - a primeira, claro está, trata-se da despedida (vá que seja provisória, mas não o creio!) de ambos -, trata especificamente do invólucro, da garrafa mesmo.

A plataforma que suporta este blog e a muitos outros, o Blogspot, que pertence ao Blogger e, mais acima, ao Google, completa, no próximo domingo, 23, dez anos de existência. Segundo leio no blog da Luma (sim, festa sim, sempre!), algumas mudanças deverão chegar junto com essa primeira década. O Dicas Blogger, ao qual este meu blog deve a nova template, e o Ice Breaker sinalizam algumas funções que deverão entrar no ar:

- Novo sistema de comentários baseado no Google Friend Connect (aproveite e me siga!)
- Novos widgets sociais compatíveis com o Google Friend Connect (follow me, now!)
- Nova aba de estatísticas dentro do próprio Blogger, o que dispensa o uso do (ou integra-se ao) Google Analytics
- Melhor integração com outros serviços do Google como o FeedBurner, AdWords, YouTube e Reader
- Novo sistema de templates (passou da hora, o atual é limitado e pobre em estética e opções)
- Suporte a páginas estáticas e ao "Leia Mais" nativamente
- Contagem de visualizações nas postagens
- Perfis do Blogger serão atualizados para os Google Profiles


Além dessas novidades, que muito me agradam, ao pular de galho em galho, no meio do cipoal de informações, me deparei com o seguinte texto no blog oficial do Blogger:

"Alguns meses atrás, mencionou-se que o Blogger faria dez anos este ano. Esse dia está aí - faltam apenas dois dias - e nós trabalhamos arduamente para pensar o que poderia ser feito para comemorar essa data.

O quê? O que poderia ser dado? É o nosso aniversário mas celebramos as suas (blogueiros/as) contribuições ao longo dos anos. Nos últimos dez anos, milhões de pessoas ao redor do mundo fizeram do Blogger o que é hoje: uma vibrante comunidade de pessoas reais que contam suas histórias. Quando lhes pedimos para contar sua história no Blogger, você responde: você que postou longe da família, você que compartilhou sua arte, que cresceu, que demonstrou conhecimentos de uma área emergente de pesquisa, que superou adversidades, que reuniu autores e poetas que admira, que lidou com doenças, tornou-se pai (e mãe), aprendeu uma nova cultura, lutou com o divórcio de seus pais, colocou mensagens digitais em garrafas virtuais, ajudou as pessoas a consertar (ou desbloquear) celulares, que escreveu um romance. Você mesmo fez a postagem em tempo real da escola enquanto não desenvolve o próprio doutorado sobre as tendências de consumo para blogs. Existem milhões de histórias desse tipo, que crescem a cada dia.

Nós voltamos dez anos e quisemos dar-lhe alguns presente para celebrar este marco histórico.

Muito obrigado por fazer parte da nossa história. Ao longo das próximas semanas, lançaremos uma série de novas funcionalidades no Blogger. Alguns presentes são porque você pediu. E outros porque nossos amigos (dentro e fora do Google) simplesmente quiseram dar-lhe algo. Em resumo, é como um aniversário verdadeiro: você não quer ou não precisa, necessariamente, de todos os presentes que recebe, mas, o que vale é a intenção!

Estamos animados em compartilhar este marco com você. Fique ligado! Nas próximas semanas, será muito divertido."

Posso parecer, aos olhos do(a) leitor(a), algo nerd ou geek. Não me importo. Em pouco mais de dois anos de blogagem, quero dizer que aprendi muito sobre blogs. Por iniciativa própria ou com terceiros. Aprendi, sobretudo, que, tão importante quanto o conteúdo (mensagem), é a forma (garrafa), e que se garrafas atravessam oceanos - e as virtuais atravessam, sim, comprovadamente -, já me dou por satisfeito por não mais ficar à deriva entre ilhas. Quero dizer, entre continentes.

De modo que fico aqui, entre a partida de uns, os blogueiros, e a chegada de outras, as novidades. Que assim é a blogosfera, fértil em aparições e sumiços. Que não só no mundo virtual, mas também no real, acendemos e apagamos de quando em quando e, em alguns momentos, paramos tudo para nos celebrar ou a outrem. Ai que mundos, esses!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O papel do meme na teoria da evolução

"... A psicóloga Susan Blackmore, em seu ousado livro 'The Meme Machine', apresenta uma teoria mais radical sobre a seleção sexual da mente humana. Essa autora recorre ao que batizamos de 'memes', unidades de herança cultural. Memes não são genes e não têm nenhuma relação com o DNA, exceto por analogia. Enquanto os genes são transmitidos por óvulos fertilizados (ou por vírus), os memes transmitem-se por imitação. Se eu ensinar você a fazer um modelo em origami de um junco chinês, um meme passa do meu cérebro para o seu. Você então pode ensinar a duas pessoas essa mesma habilidade, e cada uma delas ensinar a outras duas e assim por diante. O meme propaga-se exponencialmente como um vírus. Supondo que todos nós cumprimos de forma adequada nossa tarefa de ensinar, as 'gerações' posteriores do meme não serão perceptivelmente diferentes das primeiras gerações. Todas produzirão o mesmo 'fenótipo' do origami. Alguns juncos podem ser mais perfeitos do que outros se, digamos, alguns dobradores de papel forem mais cuidadosos. Mas a qualidade não se deteriorará de modo gradual e progressivo ao longo das 'gerações'. O meme é transmitido, inteiro e intacto como um gene, mesmo se sua expressão fenotípica detalhada variar. Esse exemplo específico de um meme é um bom análogo para um gene, especificamente um gene de vírus. Um modo de falar ou uma técnica de marcenaria podem ser candidatos mais dúbios a memes porque é provável - estou supondo - que, progressivamente, 'gerações' posteriores em uma linhagem de imitação se diferenciem mais da geração original.

"Blackmore, assim como o filósofo Daniel Dennet, acredita que os memes tiveram um papel decisivo no processo que nos tornou humanos. Nas palavras de Dennett:

O porto a que todos os memes esperam chegar é a mente humana, mas a própria mente humana é um artefato criado quando memes reestruturam um cérebro humano para torná-lo um melhor habitat para memes. As rotas de entrada e saída são modificadas para adequar-se às condições locais e reforçadas para vários recursos artificiais que intensificam a fidelidade e prolixidade da replicação: mentes de chineses nativos diferem drasticamente de mentes de franceses nativos, e mentes de literatos diferem de mentes de iletrados.

"Dennett pensaria que a principal diferença entre os cérebros anatomicamente modernos antes e depois do Grande Salto para a Frente na cultura é que os cérebros posteriores ao Grande Salto fervilham de memes. Blackmore vai além.
"Invoca os memes para explicar a evolução do avantajado cérebro humano. Isso não poderia ser obra só de memes, evidentemente, pois estamos falando aqui de uma mudança anatômica fundamental. Os memes podem manifestar-se no fenótipo do pênis circuncidado (que às vezes passa, de um modo quase genético, de pai para filho) e até em uma forma corporal (pense em uma moda transmitida de emagrecer ou alongar o pescoço com colares). Só que a duplicação de tamanho do cérebro é outra coisa. Ela tem de ocorrer por meio de mudanças no reservatório gênico. Mas então, que papel Blackmore vê para os memes na expansão evolutiva do cérebro humano? É aqui, mais uma vez, que entra a seleção sexual.
"As pessoas tendem mais a copiar seus memes de modelos admirados. Esse é um fato no qual os anunciantes apostam seu dinheiro: pagam a jogadores de futebol, astros de cinema e supermodelos para recomendar produtos - pessoas que não têm um conhecimento especializado para avaliá-los. Indivíduos atraentes, admirados, talentosos ou por algum outro motivo renomados são poderosos doadores de memes. Essas mesmas pessoas tendem a ser sexualmente atraentes e, portanto, ao menos no tipo de sociedade polígama na qual é provável que tenham vivido nossos ancestrais, ser poderosos doadores de genes. Em cada geração, os indivíduos atraentes contribuem proporcionalmente mais tanto com genes como com memes para a geração seguinte. Blackmore supõe que parte do que torna uma pessoa atraente é sua mente geradora de memes: uma mente criativa, artística, loquaz, eloquente. E os genes ajudam a produzir o tipo de cérebro eficiente para gerar memes atraentes. Assim, a seleção quase darwiniana de memes no reservatório 'mêmico' anda de mãos dadas com a seleção sexual genuinamente darwiniana de genes no reservatório gênico. Eis mais uma receita para a evolução desenfreada.
"Qual é exatamente, nessa visão, o papel dos memes no aumento evolutivo do cérebro humano? Eis, a meu ver, o modo mais proveitoso de examinar essa questão. Existem variações genéticas nos cérebros que permaneceriam despercebidas sem memes que as trouxessem à luz. Por exemplo, há bons indícios de que existe um componente genético na variação da habilidade musical. O talento musical dos membros da família Back provavelmente deveu muito aos seus genes. Em um mundo repleto de memes musicais, as diferenças genéticas em habilidade musical salientam-se e estão potencialmente disponíveis para a seleção sexual. Em um mundo anterior à entrada de memes musicais nos cérebros humanos, as diferenças genéticas na habilidade musical também estariam presentes mas não se manifestariam, ou pelo menos não do mesmo modo. Elas não estariam disponíveis para a seleção sexual ou natural. A seleção memética não pode mudar o tamanho do cérebro sozinha, mas pode trazer à luz variações genéticas que, de outro modo, permaneceriam ocultas..."

Esse é um excerto do livro "A Grande História da Evolução" - Richard Dawkins - Companhia das Letras - 759 páginas -, que estou a ler atualmente. Faço, agora, uma analogia entre o texto de Dawkins e a teoria de Susan Blackmore com o Meme, do Yahoo!, e com as redes sociais, de forma geral. É apenas uma brincadeira e uma coincidência de nomes, claro, porque o livro de Dawkins é sério e dirigido especificamente à linha darwniana da teoria da evolução humana.

Mas, por outro lado, tudo é evolução e as redes sociais são extensões, portanto, da evolução humana. Abaixo, trechos do texto acima e (na minha opinião) os pontos de contato com o Meme e outras redes sociais:

- "... os memes transmitem-se por imitação" - uma mente criativa desencadeia o processo e as demais repostam, copiam, replicam e reproduzem. Isso ocorre no Meme, YouTube, blogs e outras redes.
-"... Você então pode ensinar a duas pessoas essa mesma habilidade, e cada uma delas ensinar a outras duas e assim por diante. O meme propaga-se exponencialmente como um vírus..." - no Meme, quem tem convite pode repassar para três pessoas e, assim como outros virais, propaga-se exponencialmente, a priori, sem limites. Caso de vídeos do YouTube como o de Susan Boyle.
-"... O porto a que todos os memes esperam chegar é a mente humana..." - em qualquer rede social, o objetivo sempre é fazer com que o conteúdo postado chegue a outra(s) pessoa(s), assim como ocorre no processo evolutivo cujo leitmotiv é se transmitir e se perpetuar.
-"... modernos antes e depois do Grande Salto para a Frente na cultura é que os cérebros posteriores ao Grande Salto fervilham de memes..." - O Grande Salto para a Frente, na sociedade da informação, pode ser interpretado como a disseminação da internet que eliminou as fronteiras e nos colocou, a todos, em potencial contato uns com os outros, pelos mais diversos meios - ou pontes -, sejam blogs ou redes sociais. O caldeirão de 'memes' origina-se dessa combustão cultural.
-"... As pessoas tendem mais a copiar seus memes de modelos admirados. Esse é um fato no qual os anunciantes apostam seu dinheiro: pagam a jogadores de futebol, astros de cinema e supermodelos para recomendar produtos..." - isso é um princípio do marketing e é válido para o mundo do Meme, Youtube, blogs e outras redes sociais. Assim que uma pessoa, referência em qualquer meio, liga-se a qualquer uma das redes sociais e divulga essa conexão, tende a arrastar atrás de si uma multidão. Caso de Ashton Kutcher no Twitter.
-"... Em um mundo repleto de memes musicais, as diferenças genéticas em habilidade musical salientam-se e estão potencialmente disponíveis para a seleção sexual. Em um mundo anterior à entrada de memes musicais nos cérebros humanos, as diferenças genéticas na habilidade musical também estariam presentes mas não se manifestariam, ou pelo menos não do mesmo modo..." - aqui, a meu ver, os memes musicais bem podem ser as bandas que se divulgam pelo MySpace e mesmo o usuário (nós) que reproduz música via Blip, YouTube, Last.fm e outras ferramentas do tipo.

Como se observa - com um pequeno esforço - a evolução está em todos os níveis, sim. Inclusive nessa cadeia gigantesca que é a internet com suas próprias forças que agem e nos empurram à frente, para um futuro completamente desconhecido e fascinante.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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