Fringe
Existe uma linha que separa o possível do impossível? Você já teve a sensação (déjà vu) de que as coisas podem ir e vir sem que tenhamos a menor possibilidade de controle sobre elas? Ou que aquilo que seria impossível, de repente, se concretiza sem que ao menos saibamos como tudo aconteceu?
A essas questões, comumentemente, apomos, simplesmente, a pecha de 'filosofia'. É um termo, bom como outro qualquer, para definir o indefinível. Poderia ser também 'fé', 'crença', 'Deus', 'espírito', 'alma' ou outra definição, desde que caiba naquilo em que você crê. O importante é que fatos relacionados às três questões anteriores ocorrem e, no fundo, não conseguimos explicá-los nos termos que a lógica moderna nos impõe.
O teor mítico e místico desse tema é o que permeia o roteiro da série "Fringe" (literalmente, franja, em português): um mistério mortal que envolve eventos inacreditáveis é descoberto por três pessoas que passam a suspeitar que fazem parte de algo fantástico que poderá acabar com a tênue linha que divide o possível do impossível. A estreia do seriado é amanhã, 17, 22 horas, no Warner Channel.
Um voo internacional chega ao aeroporto de Boston, supostamente sem ninguém a bordo. O FBI é chamado para investigar e a equipe chega à empresa Massive Dynamic. A partir daí, os investigadores do FBI descobrirão que o voo é apenas uma pequena peça de um imenso iceberg.
O produtor de "Fringe" é J.J.Abrams (o mesmo, claro, de "Lost", e também de "Alias" e "Felicity"). Nos EUA, "Fringe" estreou em 9 de setembro do ano passado, pela Fox. A crescente audiência levou a série à temporada inteira, com 22 capítulos, e pode gerar continuidade para uma segunda temporada.
Claro que, se você é um dos fãs órfãos de "Arquivo X", percebeu que "Fringe" tem elementos bastante semelhantes ao seriado protagonizado pelos agentes do FBI Fox Mulder e Dana Scully. Eu assisti "Arquivo X" em 1998, pela Record e, desde que vi o seriado, nunca mais deixei de assisti-lo e às séries precedentes que fazem do mistério o seu melhor componente.
Antes mesmo de estrear, o seriado já tem blogs específicos aqui no Brasil: o Fringe Brasil e o Fringe Laboratory. E uma comunidade no Orkut. Quer dizer que, provavelmente, "Fringe" terá uma grande audiência na TV paga.
Como toda série de suspense, as gravações de "Fringe" estão cercadas de 'curiosidades', as quais têm toda a cara de serem virais feitos pelos próprios produtores do seriado. Este post, mesmo, acaba por ser um viral, resultado da minha curiosidade a respeito de "Fringe". Eu soube de "Fringe" no ano passado, quando, a trabalho, entrevistei uma executiva da Warner.
O episódio piloto de "Fringe", que é duplo, foi um dos mais caros do mundo: US$ 12 milhões (mesmo valor do primeiro episódio de "Lost"). O produtor J.J.Abrams disse que a ideia de "Fringe" nasceu a partir de várias influências como Michael Crichton (autor do livro "Jurassic Park", que deu origem ao filme do mesmo nome e produtor do seriado "ER" que, este ano, completa a última temporada, depois de 15 anos no ar); "Arquivo X"; "Altered States" (filme que, no Brasil, recebeu o nome de "Viagens Alucinantes") e "The Twilight Zone" (que é a famosa série "Além da Imaginação"). No primeiro episódio de "Fringe" (mais ou menos aos 40 minutos) aparece uma música da trilha sonora de "Lost".
Como "Lost", também para "Fringe" foi desenvolvido um jogo de realidade alternativa, com um site específico, o Imagine The Impossibilities. E, para completar, foram criados os símbolos de "Fringe" - chamados "glyphs" -, que são as fotos que estampam este post. Cada glyph destaca um elemento natural, em geral com alguma peculiaridade estranha. Os símbolos aparecem durante os comerciais de cada episódio de "Fringe" para fornecer pistas para a formulação de um código que, de acordo com os criadores, não será nada fácil de decifrar.
Os glyphs são:
- Maçã: as sementes são embriões humanos.
- Borboleta: cujas asas têm ossos.
- Flor: algumas pétalas são asas de dragões voadores e, no centro da flor, há um contador rotativo espiral, baseado na sequência Fibonacci (google porque é difícil de entender e mais ainda de explicar).
- Perereca (ou rã): nas costas da perereca está inscrito o símbolo para o número Pi.
- Mão: a mão tem seis dedos e pode ser tanto a mão esquerda quanto a direita.
- Chifre: o chifre é uma réplica da espiral de Fibonacci e tem o número Pi inscrito. A aparência do chifre foi o ponto de partida para o site que representa o número Pi, que você pode acessar aqui.
- Folha: tem um símbolo de triângulo (ou delta).
- Cavalo-marinho: de um lado, tem, também, a espiral Fibonacci.
- Fumaça: a fumaça forma a face de uma mulher.
- Pontos amarelos: esses pontos aparecem em vários glyphs e em vários sites virais de "Fringe".
Acho até que vou fixar um ponto amarelo no meu próprio blog. Só para ver se o impossível acontece. Comigo, claro! E se você quiser saber o que é impossível para mim, siga-me neste blog. Diariamente, eu deixo 'escapar' alguma pista.
4 Comentários:
Hm, esta é uma série que sou capaz de gostar. Desde Felicity que venho seguindo todas as séries que cria e até agora não desiludiu.Obrigada pela dica.
Beijo
ANA
P.s. Desculpa, se não tenho conseguido comentar sempre, mas tens andado bastante inspirado e eu nem por isso. A qualidade dos posts é enorme,mas às vezes nem sequer tenho tempo para ler tudo. Espero conseguir modificar isso.
Ana, não se desculpe pela falta de tempo. Já me satisfaço em sabê-la por aqui, com ou sem comentários. Quanto às séries, gosto de Lost, gostei de Alias e não muito de Felicity. Espero ansiosamente por Fringe porque o fantasioso sempre me atrai mais do que a realidade. Beijo!
nas costas da perereca está inscrito o símbolo para o número Phi(1,618...)E não o simbolo de pi (3.1415...)
Anônimo, obrigado pela retificação ao equívoco. Como vê, não apenas sou ruim em matemática como o sou também em escrever sobre números. Abraço!
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