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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Capoeira em bolas

A capoeira é, sobretudo, uma expressão cultural de escravos africanos do Brasil. O movimento mistura dança, música, luta e cultura popular. Portanto, nada mais correto do que expressar essa liberdade de movimentos sem nada que segure o corpo. É só uma manifestação de liberdade da minha parte, nada mais! O vídeo mostra a prática de uma capoeira bem mais libertária.





domingo, 8 de novembro de 2009

36 maneiras de ser um homem moderno, aka übersexual

Da mesma forma como foram constatadas 236 razões pelas quais as pessoas fazem sexo, aparentemente, existem 36 maneiras de um homem ser moderno, aka übersexual. O conceito nem é tão novo assim (foi lançado pelos mesmos autores do termo 'metrossexual', que são, claro, publicitários, em 2005) mas sempre há tempo de tentar se modernizar, já que a demanda por atualizações faz parte da nossa época.


Um übersexual (über, em alemão, significa 'acima') é um homem acima da média, quase um super-homem. É mais ou menos o conceito de super-homem de Nietzsche, definido em "Assim Falou Zaratustra, Um Livro Para Todos e Para Ninguém". A diferença é que, ao contrário do metrossexual, o übersexual não usa creme, roupas ou acessórios femininos, não se depila e não faz as unhas (pelo menos não as pinta).


A mídia, imediatamente, definiu alguns homens como representantes desse conceito: Bono, George Clooney, Brad Pitt. Esses homens não são uns garanhões viris (não sei, não experimentei) mas emanam, pela aparência e comportamento, um resgate de uma masculinidade que havia sido relegada nos últimos anos. Übersexual é, pois, aquele homem que confia em si mesmo sem ser detestável, tem aspecto e comportamento de macho, tem estilo e é determinado. Na versão tupiniquim, o ator José Mayer cabe direitinho nessa definição.


Ainda que não tenha herdado o legado do metrossexual, esse novo homem nem por isso deixa de se cuidar: o über também se preocupa com a aparência. Porém, ao contrário do metrossexual, não é narcisista e egocêntrico. Abaixo, fotos que, na minha opinião, representam os homens atuais - entre os conceitos de metrossexual e übersexual e muitos outros que, de fato, não precisam de tarjas a lhes colar nomes. Basta ser homem e pronto. Se é metro ou über, isso é lá com os publicitários. E porque sou leonino e dono deste blog, a primeira foto é minha (alô curiosos/as!!!). Será que sou über? Ou sou um retrossexual (aguarde, post futuro)? Mas achei por bem ficar na companhia desses caras aí debaixo. E, lá embaixo, bem lá embaixo, depois de todas essas fotos, as 36 maneiras de um homem ser moderno.
























Vamos, portanto, a mais uma lista (este blog e respectivo blogueiro vivem de listas...). Para ser moderno, antes de começar a lista propriamente dita, o homem tem que, sempre, se adaptar: ao mundo, ao seu próprio mundo (bairro, colegas, amigos), ao seu ambiente (político, cultural) e ao(à) seu(sua) cônjuge. Isso pode soar simples mas é mais complicado do que parece à primeira vista.


Para se harmonizar com o seu eco-sistema, o homem moderno, obviamente, tem que se livrar do passado. Por definição, o passado é uma espécie de roupa velha que ata a pessoa ao antigo, ao fora da moda (dentro desse contexto, por favor). Essas 'roupas velhas' são valores que dificultam a adaptação ao novo. Vamos, finalmente, às 36 maneiras de ser moderno (ou tentar sê-lo, ao menos):


1. Faça um esforço para manter uma conversa à mesa
2. Mude os lençóis da cama antes de receber um(a) parceiro(a) no 'ninho'
3. Não diga palavrões durante o sexo (ou diga, mas somente se solicitado a dizê-lo)
4. Pense sobre o beijo durante o sexo (sem comentários!)
5. Aceite que o(a) seu(sua) parceiro(a) decida quando fazer amor
6. Mude os lençóis depois de fazer amor e também o ar (abra a janela, purifique etc.)
7. Use meias esportes mesmo que você não pratique esportes (não fique de meias durante o sexo e... NUNCA, JAMAIS, fique de meias sociais)
8. Jogue fora suas cuecas ou samba-canções de malha ou com desenhos de oncinha (é, tem homem que gosta)
9. Evite correntes e colares com medalhões de ouro especialmente se o seu peito é cabeludo (a menos que você seja cigano, único homem a quem é permitido usar isso)
10. Evite orelhas e nariz peludos (não é viril, é anti-higiênico mesmo)
11. Mantenha as unhas das mãos e dos pés aparadas e impecáveis (não use base brilhante, é brega)
12. Coma de forma frugal, sem achar que o(a) parceiro(a) vai roubar seu prato. Em resumo: dê 'bicadinhas'
13. Não se surpreenda se o tempo de sua resistência para fazer sexo 'convencional' é estúpido (a mais ou a menos) em relação ao tempo para fazer sexo oral (faça os dois ao seu devido tempo)
14. Concorde em ir ao cinema de vez em quando
15. Você não é o único tema da conversa nem tampouco o mais emocionante; a pessoa amada também faz perguntas e quer respostas
16. Pare de dizer 'estou certo porque sei que estou certo'
17. Levante a tampa do vaso antes de fazer xixi (ou não, se for parceiro, são ambos porcos mesmo!)
18. Faça xixi dentro do vaso sanitário e agite o bilau/pinto/pênis depois de 'usar'. Se, apesar de seus esforços, alguma gota cair na borda do vaso ou no chão, limpe (ou não, se for parceiro, são ambos porcos mesmo!)
19. Lave as mãos depois de 'usar' o bilau/pinto/pênis.
20. Retire as mãos da parte de cima ou de dentro das calças (que mania! sua mãe ensinou isso para você!)
21. Lembre-se sempre que arrotar, soltar gases, escarrar e sugar os dentes não são atos bonitos
22. Você não é obrigado a fazer sexo mas, de qualquer modo, faça e não obrigue o(a) parceiro(a) a dormir antes de fazê-lo
23. Libere o controle remoto
24. Nas esfregue as pontas dos seios com o pênis (se parceira) porque esfola
25. Não esfregue o ânus do(a) parceiro(a) com o pênis; o pênis não é um pincel
26. Não use a toalha do(a) outro(a) e não deixe o chão molhado após o banho
27. Não use a escova de dentes do(a) outro(a)
28. Guarde seus chinelos na prateleira
29. Pare de perguntar se o(a) parceiro(a) já viu pênis mais bonito ou maior que o seu
30. Acene com a cabeça se não quer falar, mas o faça honestamente
31. Pare de usar os cremes do(a) seu(sua) parceiro(a) e compre os seus
32. Entenda de uma vez por todas que a loção pós-barba não é a mesma coisa que cuidado total com a aparência
33. Se o(a) parceiro(a) estiver bravo(a) e disser que não quer sexo, não seja imbecil de acreditar que, necessariamente, ele(ela) está com sono e quer dormir
34. Dedique, ainda que sob ameaça e em silêncio, todo o seu tempo para o(a) parceiro(a)
35. Compreenda que atravessar a porta antes do(a) parceiro(a) não é nenhuma evidência de bravura
36. Medite acerca dessa citação: "Não existe amor, existe apenas prova de amor"





Mas calma que não sou o Hermes da foto acima pronto para lhe entregar más notícias. Acima de tudo, aceite que não existem apenas 36 maneiras de ser um homem moderno, e sim milhões de meios de sê-lo. Nos adaptamos a uns ou outros meios conforme nosso próprio senso. O único fio condutor que reúne todas as maneiras de se ser moderno é um: a capacidade de ouvir a si mesmo. E, ao fazer isso, não hesite em desafiar os padrões convencionais mesmo que signifique romper com o tradicional e confortável passado.


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Gallery

A pedido de e sob a curadoria dela mesma, da Gentil Carioca, este blogueiro/galerista posta aqui uma obra-prima do Renascimento. Dos dois protagonistas do quadro, sou um deles quando ébrio. E quando sóbrio também. O artista em tela e nesta tela é Ticiano (Tiziano Vecellio/Vecelli), que viveu na Itália entre 1490 e 1576. Ticiano (ou Tizian Vecellio De Gregorio, Ticiano, Titian ou Titien - vá ter nomes assim como se fosse um avatar de rede social!) foi um dos principais representantes da escola de Veneza do Renascimento e antecipou tendências que seriam solidificadas no Barroco e no Modernismo.


O quadro exposto é "Bacchus and Ariadne" ("Baco e Ariadne" ou "Dionísio e Ariadne"). A cara Gentil me recomendou mais duas obras que ficam para serem posteriormente expostas. Como sou econômico, exponho um quadro por vez (se eu fosse dono de museu, estaria rico!).





E, Gentil, te aviso desde já que este blogueiro adora uma exposição e, frequentemente, tem sido convidado para desnudar-se (no Facebook). Embora eu não seja exatamente um tímido quando se trata de expor algumas partes do corpo (os amigos de balada bem o sabem!), por enquanto não vou me publicar, com ou sem roupa, nesta ou noutras seções do blog. Para tanto, devo fazer uma exposição mais para o devasso contemporâneo do que para a estética do Renascimento (se bem que as curvas do corpito aqui combinam com aquele período lá! Affe!).


Essa pintura de Ticiano - chamado pelos seus conterrâneos de 'o sol entre as estrelas' - foi produzida entre 1520 e 1523, sob encomenda, e atualmente pertence ao acervo da National Gallery, de Londres, Inglaterra.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Gallery

Inauguro hoje, 3 de novembro, mais uma seção neste blog, para fazer páreo às outras como Ordinariazinhas (humor) e Picture (fotografia). Esta Gallery (galeria) tem por objetivo celebrar a pintura universal. Em linha com o meu sentimento de evidenciar aquilo de bom que a mão do homem é capaz de produzir, passo a replicar nestas páginas os grandes mestres da pintura.


São telas que se eternizam pela beleza e estética, pela genialidade com que foram retratadas e que simbolizam o homem em evolução ao longo da humanidade como a conhecemos.


Começo com um dos meus prediletos, o espanhol Diego Velázquez (Diego Rodríguez de Silva y Velázquez), que viveu entre 1599 e 1660. Neste primeiro post-gallery, a parede será ocupada pelo quadro "O Triunfo de Baco ou os Bêbados" (no original, "El Triunfo de Baco o los Borrachos"), feito entre 1628 e 1629. Para ver melhor os detalhes da tela, clique sobre a reprodução. O quadro está exposto no Museu do Prado, em Madri, na Espanha.





sábado, 24 de outubro de 2009

Um cavalo de pau para as modas contemporâneas

Os mesmos cientistas que resgatam os fragmentos que permitem datar e codificar a evolução da humanidade bilhões de anos atrás são os responsáveis pelo sombrio futuro daqui a alguns milhões de anos: a extinção da espécie humana.


Estou na fase final da leitura de um catatau sobre a evolução do planeta. Esse livro faz um retrocesso de alguns bilhões de anos para tentar explicar a origem de todos nós. Para trás ou para a frente, o que se sabe, quase com certeza, é que não existíamos e que deixaremos de existir.





Isso pode soar terrível porque, aparentemente, somos os controladores de todo o planeta. Mas não é bem assim e a natureza se sobrepõe à nossa fraca condição de elemento da cadeia. Somos apenas mais um traço nessa escalada e, assim como os dinossauros viveram e definharam, também nós nos desenvolvemos e chegaremos a um ápice. Depois, a decadência. E, por fim, a extinção completa. Assim como o pássaro dodô, a nossa existência será apenas isso: dadaísta, sem sentido. Dadaísmo vem da palavra francesa 'dadá' que significa cavalo de pau, o brinquedo infantil. Pois dou um cavalo de pau no comportamento contemporâneo que para mim, no mais das vezes, não faz o menor sentido.


No intervalo entre o momento em que adquirimos consciência (e essa data, creio, nunca será precisamente determinada) até o momento atual, ao qual chamamos de contemporâneo, muita coisa mudou. Mas, conforme passam os anos (dizem que as antigas civilizações datam de pouco mais de 5 mil anos atrás) e, no momento mesmo em que eu, humano, presencio o desenrolar da história, o que vejo, no decorrer das décadas, não é nada evolutivo: é castrador.






É como se fossemos, uns e outros, caça e caçador. Bastou um comportamento se desviar do considerado padrão para que alguns de nós sejamos tachados de subversivos, devassos, sórdidos e mais uma série de adjetivos que se pretendem desqualificadores. Isso vale para preconceitos, estilos de vida e até mesmo sobre o que consumimos.





Volto a afirmar, como já disse antes neste blog, que somos, na maior parte, vigiados por um Estado e uma sociedade autoritários que não hesitam em condenar sob pena de, em algum tempo, estarmos todos presos nessa armadilha hipócrita do que é ou não é correto. O certo e o errado variam, historicamente. As leis mudam, como disse o amigo Pinguim, e basta um governante e um grupo de políticos decidir, lá se vão anos de conquista e de uma pretensa evolução cultural.


Aqui em São Paulo e em algumas outras capitais brasileiras já vigoram leis bastante autoritárias que cerceiam, antes de tudo, a liberdade individual, tecla a qual nunca me cansarei de dedilhar: é a lei antifumo, a lei do silêncio, a lei do rodízio municipal que me proíbe de circular por algumas horas um dia na semana e que nem por isso me desconta os impostos (federais, estaduais e municipais) que eu pago sobre o carro e mais uma penca de leis que nascem por uma demanda de alguns hobbies ou porque alguns setores da sociedade acreditam mesmo que as leis são capazes de ditar comportamentos.





Se existem as leis oficiais, outras, por vezes piores, são leis não-escritas, mas que têm força coercitiva muitas vezes dobrada porque são daquele tipo que te intimidam socialmente e te elegem (ou ao grupo) como pária: você se transforma em exemplo a não ser seguido e é apontado como um outsider (né, Gentil Carioca?).





Hoje, contemporaneamente, por vezes sem conta me sinto um outsider. Faço parte do grupo segregado que fuma; bebo e sou recriminado por isso; tenho um comportamento que, para alguns, é visto como nocivo; e, agora, pertenço a uma categoria quase equivalente aos antigos antropófagos: gosto de carne. Não da carne humana. Bem... da carne humana não nessa conotação. Mas em todas as outras, pô! sou bem humano!


Gosto de carne de bicho morto, em vulgo português: carne bovina, caprina, suína, de aves, de caça. Toda e qualquer carne. De preferência, levemente mal passada, o que me remete, simbolicamente, aos selvagens que comiam carne crua (ah! gosto de peixe cru!) porque não dominavam o fogo e desconheciam os temperos.





Pois que agora instituíram a Segunda Sem Carne, pela qual toda segunda-feira as pessoas, espontaneamente, deixam de ingerir carne. Essa data se segue ao Dia Mundial Sem Carne (que é realizado no dia 20 de março). OK! Nada contra. Cada um opta pelo que acha mais saudável, mais prudente ou, no limite, por aquilo que a correnteza leva.


Mas me preocupa o fato de isso virar, primeiro, um debate na roda de amigos e, depois, pequenas e superficiais condenações. É como no passado quando não se comia carne na sexta-feira santa (e isso ocorreu na minha casa por muito tempo). O problema é que quem adota tal atitude quer que o rebanho (não abatido, evidentemente) inteiro se una na mesma condição.


E aí eu retruco: por que não parar de comer de uma vez? Porque, se fazemos parte da cadeia alimentar, deveríamos ter a mesma consciência com toda a gama de alimentos: vegetais, animais e minerais. Comer uma alface pode ser encarado, portanto, como um assassinato verde, não é? Ou as plantas são menos seres vivos do que os animais? Para mim, exceto pelas pedras, plantas e animais são, todos, seres vivos.


E por que cargas d'água comer um coelho ou uma vaca é um crime ambiental e comer arroz não é? Se a agricultura e a pecuária de subsistência têm os mesmos princípios? Acho que tudo não passa de conversa fiada para boi ir dormir (e, mais tarde, ser abatido). Lorotas!


Estamos de passagem por aqui e daqui a pouco não mais existiremos. Com carne de vaca ou sem. Isso é fato. Portanto, me deixem em paz com minhas picanhas. Façam suas saladas verdes e regojizem-se: estão a cometer crimes naturais da mesma forma que eu o faço. O que dizer da água que caminha para o completo esgotamento? Você vai parar de tomar água por isso? Oras, é uma questão de sobrevivência.


Repito: cada um de nós é muito provisório para que fiquemos a cuidar uns dos outros como se fossemos sobreviver aos tempos. Todos acabaremos na mesma condição: enterrados, derretidos ou embalsamados, seremos apenas carcaças. E, depois, nem isso. Seremos poeira do tempo porque a natureza é selvagem e não poupa a nada e a ninguém. Por sorte.


sábado, 10 de outubro de 2009

De olhos bem abertos, o cinema pode ser um nuovo paradiso



Três filmes assistidos do último sábado para cá fizeram com que eu pensasse em como alguns pensamentos e conceitos, de repente, unem-se para dizer alguma coisa. Não programei nada: simplesmente aconteceu. E isso é o inusitado. Sempre que o inesperado se interpõe à nossa frente talvez seja, não sei por quais mecanismos, para nos dizer ou nos fazer ver algo.


O primeiro filme foi 'Zeitgeist'. Longo - são mais de duas horas ou 122 minutos -, 'Zeitgest, The Movie' foi produzido em 2007 por Peter Joseph e aborda temas como o cristianismo, os ataques de 11 de Setembro e o Federal Reserve, dos EUA. Foi lançado somente em versão online pelo Google Video. Em 2008, foi lançado um segundo filme, em continuidade ao primeiro, chamado 'Zeitgeist:Addendum', com foco em outros pontos: globalização, manipulação do ser humano pelas grandes corporações e a insustentabilidade material e moral da humanidade.





Mas não foi no último sábado que 'Zeitgeist' me foi introduzido: eu conheço e já havia assistido ao filme no início do ano passado, quando um amigo virtual me falou sobre o vídeo. Uma pausa: sinto falta desse amigo que sumiu, aos poucos, até que desapareceu do meu horizonte virtual. Saudade das nossas conversas online e uma enorme frustração por, afinal, não termos nos conhecido pessoalmente quando poderíamos tê-lo feito.


Quando vi o filme pela primeira vez, fiquei pasmo pela amplitude de 'Zeitgeist'. Esse filme diz muito da contemporaneidade e das incertezas que nos cercam a nós, a humanidade, com nossas inexoráveis questões sobre nossa tênue existência na linha do tempo. 'Zeitgeist' é estruturado em três seções:


- Primeira parte: 'The Greatest Story Ever Told' ('A Maior História Já Contada'), que começa aos 13 minutos. Essa seção faz uma avaliação crítica da religião, sobretudo em relação ao cristianismo. Sugere-se que Jesus é um híbrido literário e astrológico e que a Bíblia é uma miscelânea de histórias baseadas em princípios astrológicos pertencentes a civilizações antigas (como o Egito). O filme mostra o movimento do sol e das estrelas e remete às religiões pagãs (ou pré-cristãs). Apresenta várias semelhanças entre a história de Jesus e a de Hórus, deus-Sol egípcio que tem vários pontos de contato com o messias do cristianismo.


- Segunda parte: 'All The World's a Stage' ('O Mundo Inteiro É Um Palco'): a partir dos 40 minutos. Nessa seção, 'Zeitgeist' aborda os ataques de 11 de Setembro de 2001 e sugere que o governo dos EUA tinha conhecimento prévio desses ataques e que a queda das Torres Gêmeas do World Trade Center foi uma obra de demolição encetada pelo próprio governo norte-americano. Faz, ainda, conexões entre as famílias Bush e Bin Laden, parceiros comerciais de longa data, e mostra testemunhos sobre explosões internas e sabotagens no episódio do World Trade Center.


- Terceira parte: 'Don't Mind The Men Behind The Curtain' ('Não Se Importem Com os Homens Por Detrás da Cortina'): a partir de 1:14 minutos. Essa parte aborda o sistema bancário mundial e o domínio que esse setor exerce sobre a mídia, inclusive por meio de atos criminosos. Fala sobre o FED (Banco Central dos EUA) e sobre os lucros obtidos pelos bancos, de forma geral, com a I e II Guerras Mundiais, com a Guerra do Vietnã, do Iraque e do Afeganistão. Aponta, ainda, para uma potencial invasão da Venezuela para o controle sobre o petróleo e também sobre o comércio de armas. Segundo o filme, os banqueiros mundiais estão em processo de criação de um governo unificado mundial. É uma teoria da conspiração.


Abaixo, os filmes. Se você tiver tempo e disposição, assista. Para saber do que se trata e concordar ou discordar da abordagem de 'Zeitgeist'. Eu o assisti na TV no último sábado, por meio de download em DVD, e mal dava para ver as imagens e legendas. Recomendo que você o assista na tela do computador mesmo para manter a qualidade. 'Zeitgeist', como eu disse, é longo: 122 minutos. Também posto aqui a continuação - 'Zeitgeist:Addendum', tão longo quanto o primeiro: são 116 minutos. No total, são quase quatro horas de filme.









O segundo filme sobre o qual quero comentar é 'Número 9' ('The Nines', EUA, 2007, dirigido por John August). O protagonista é Ryan Reynolds, em três interpretações que me surpreenderam, já que Ryan é mais conhecido por papéis algo canastrões (em filmes como 'O Dono da Festa', 'Quando a Vaca Vai para o Brejo' e 'Até Que os Parentes Nos Separem' - veja as fotos na sequência). Em 'The Nines', um ator problemático (Ryan), uma apresentadora de um programa de entrevistas na TV e uma conhecida criadora de jogos para videogame têm suas vidas cruzadas por acontecimentos misteriosos, ligados ao número 9.





Assim como 'Zeitgeist', 'The Nines' tem três histórias distintas, aparentemente sem ligação entre si. Na primeira parte, Ryan Reynolds é Gary, ator de TV famoso que, após perder a namorada, abusa das drogas, é preso e condenado à prisão domiciliar, inclusive com o uso da tornezeleira eletrônica que emite um sinal de alarme quando ele ultrapassa os limites estabelecidos pela justiça.


Na segunda história do filme, Ryan vive o criador de um reality show que acompanha as gravações do processo de criação e de aceitação de um programa de TV pela emissora e os eventuais conflitos entre o roteirista (Ryan) e os executivos da emissora.


Por fim, a terceira parte mostra uma família - pai, mãe e filha - presa numa reserva florestal por conta de um problema com o carro. Ryan vive o pai. O filme é aparentemente desconexo. Mas, de uma forma estranha, me disse muito sobre a identidade do ser humano e, ao contrário de 'Zeitgeist', passa ao largo de potenciais teorias conspiratórias para definir que as únicas conspirações existentes são as que imaginamos, sejam reais ou fantasiosas.





Fiquei bastante comovido com o filme e com a capacidade de irmos e voltarmos em nossas mentes para, no final das contas, nos darmos conta de que o que importa é o que temos, e não aquilo que almejamos. É algo simplista mas eficiente. Esse filme eu o assisti durante a semana, numa daquelas crises de insônia que se me abatem durante as madrugadas. E já não sei se tenho insônia ou se me comporto feito aquelas crianças que combatem o sono e, com isso, adquirem o hábito da insônia.


Digo isso porque, na mesma madrugada, ao zapear pelos canais depois do término de 'The Nine', encontrei 'Maurice'. Quer dizer, reencontrei. Já lá se vai mais de uma década desde que assisti ao filme no cinema e, ato contínuo, comprei e li o livro. E, de alguma forma simbólica, 'Maurice' fechou a trindade de filmes - 'Zeitgeist', 'The Nines' e 'Maurice'. Cada um com uma essência, um conceito, uma forma diferente de explicar, ou tentar explicar, o mundo. Cada um em busca de soluções.






'Maurice' (1987, Inglaterra, dirigido por James Ivory) se passa na Inglaterra vitoriana de 1900 e conta a história de Maurice (James Wilby) e Clive (Hug Grant). Ambos estudam juntos e descobrem que estão apaixonados um pelo outro. Enquanto Maurice se atira na paixão, Clive se retrai e os dois mantêm um amor platônico, sem sexo, pelo temor de serem descobertos numa época em que, na Inglaterra, o homossexualismo era crime e os 'criminosos' eram punidos de forma severa, inclusive com o repúdio da família. Enquanto Clive se força a um casamento de fachada para atingir ambições políticas, Maurice jamais consegue se libertar da sensação de estar deslocado dos verdadeiros sentimentos. E é nessa busca que Maurice encontrará respostas onde jamais imaginou. O filme fala sobretudo da aceitação de si mesmo e do que é preciso, enfim, para encontrar a felicidade. Comovente, une-se aos demais filmes relatados por este post - 'Zeitgeist' e 'The Nines' - na mesma busca: por respostas.





O que me levou a fazer tão extenso post é a união de três filmes, do cinema mesmo, em torno de temas que me são caros e que querem, apenas, respostas: de sentido, de identidade e da vida na mais pura concepção do cotidiano. Na verdade, a aparente complexidade dos temas propostos pelos filmes não passa de uma questão bem mais simples: a de que as respostas estão sempre em nós mesmos e na forma como abordamos, ou não, essas questões.


Foi uma semana produtiva no contexto fílmico, a despeito de muito trabalho e um stress crescente pelo pouco tempo que tenho em fazer as coisas que realmente importam. Mais: os filmes me fizeram alongar a mente ao invés de me perder em divagações subjetivas. Não obstante o fato de debaterem justamente a subjetividade, conseguiram, de alguma forma, me serem, os três filmes, mais objetivos do que eu previa. Simples assim!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Alguma coisa acontece no meu coração...

...e em mais 191.828.286 corações (éramos o total de brasileiros às 22:22 horas desta sexta-feira, dia 2, segundo o popclock do IBGE) quando somos tomados pela emoção e nada mais nos contêm: nem os muros de decepções, nem as cercas de proteção que criamos à nossa volta e tampouco as defesas que construímos pouco a pouco. Vejo tudo ruir, ir abaixo feito castelos de areia.


Nesse momento, sinto-me, mais do que nunca, conectado ao mais íntimo significado de brasilidade: uma nação de chorões, cujos corações, por mais sofridos e castigados que sejam, mutuamente nos encontramos, num fugaz instante, e celebramo-nos a nós mesmos.





De ofício e de formação, sou racional. Não costumo mais me emocionar com sentimentos coletivos, bons ou ruins. Limito-se a assistí-los e, no máximo, a observá-los com certo cinismo próprio de quem se acha acima das superfícies porosas de mazelas, desgraças e infinitas dores que afligem o grosso do povo. Esse desdém não é calculado. Ao contrário, me visto dele para não capotar junto. Mas, exatamente por serem porosas as superfícies é que, longe de eu me distanciar, sempre estarei pronto a vazar pelos poros, e bem mais colado à massa popular do que quer supor a minha tola filosofia.


Claro, nuvens de dados, de informações e de argumentos brotam nos meus céus. Mas imediatamente as inundo, a essas nuvens, feito uma chuva torrencial. Chuva salgada, brotada de lágrimas coletivas às quais me junto. E, já sem o menor pudor, viro povo. Me emulo no povo e sou povo, finalmente. Devidamente entranhado no que mais bonito pode haver nesse povo: a emoção.





Que corre à solta. Que nos diferencia e nos coloca em outra categoria, a de bezerros desmamados. Choramos e berramos de tristeza. De felicidade. Pelas tragédias. Pelas perdas e pelos ganhos. Por nós mesmos e pelos outros. É um chororô eterno. Que me irrita, sim!


Ainda ontem afirmei, convicto (oh!, que pretensão!), a uma amiga que me relatava uma humilhação seguida de choro. Eu dizia: você tem que parar de se submeter, de chorar porque a pessoa te reduziu porque, ao chorar, você reafirma e legitima o domínio que essa pessoa tem sobre você. Sou cheio de conselhos, como você pode ver. Claro, eu, o controlado, não vou chorar, derramar lágrimas por besteiras.





Eu, que apontei dardos e petardos: olhai as mazelas nos campos e nas cidades, a ausência de água filtrada, de saneamento (básico, não o tratado), de luz elétrica, de educação, que o analfabetismo cresceu ao invés de se reduzir. Eu que xingo a rudeza do povo, a falta de educação dos que avançam nos semáforos, dos que entopem as escadas do metrô, dos camelôs que tomam as calçadas e nos colocam, pedestres, na mesma faixa dos veículos. Abomino, sempre que posso e também quando não posso, essa incivilidade, gerada talvez graças à confluência das três raças: do índio, do branco e do negro.


E mais: misturada com uma infinidade de outras raças, numa festa promíscua de miscigenação que, por fim, me deu, a mim mesmo, origem: pois que descendo de sírios, turcos e espanhóis e olhe lá se não houver algo mais nesse molho.





Portanto, eu me obriguei a uma racionalidade que não a encontro. Não a vejo refletida na lida do dia. Que, turco/espanhol, deveria eu, portanto, ser mouro. E, como mouro, ser árido, de grossa crosta. Que do lado espanhol, minha bisavó, hirta e hirsuta, vinda lá da Catalunha, não se permitia luxos: era toda embrulhada em preto, com vestes enrugadas a lhe cobrir a pele igualmente enrugada, fechada às dezenas de botões que nunca floriram. Que não havia sorrisos gratuitos. Não havia sorrisos. Ponto.
E da paterna face eram só rezas ferozes e pouca alegria pagã. Do que herdei uma carranca facial e mental.


E da qual não pretendia me desfazer. Eu, cínico! Crítico! Leão feroz a abater presas fáceis! Ora! Foi tudo pelos ares: comemorei, celebrei, chorei. Verti lágrimas e me uni ao Lula chorão. A um Brasil emocionado na TV, cujo jornalismo tornou-se, uma vez mais, um carnaval de emoções de apresentadores. Mandei tudo para o espaço: danem-se as ausências de infraestrutura, as difíceis condições básicas de sobrevivência, o clamor por um futuro que não chega!





Me juntei ao povo. De novo, me fiz povo. Virei num átimo um brasileiro a mais e tive orgulho dessa pátria. De um tudo: do povo, do presidente que chora na TV mundial, de mim mesmo e por todos. Por tudo o que somos e por aquilo que almejamos. Por um fogo sagrado que nos alimenta e nos consome sempre assim, como uma vela a pingar gotas quentes e depois torna-se fornalha para lançar terríveis chamas. Que queimam a garganta, aquecem o coração e feito fundição, fundem o coração e nos fazem arder: neste momento olhamos para os lados e somos iguais.


Somos assim, o Brasil. O brasileiro, se métrica houvesse para medir, é 98% de emoção e 2% de razão. Chora porque vai embora. Chora quando chega. Vibra com coisa pouca: um gol do time amado, a reunião no boteco da esquina, o nascimento de uma nova vida. Somos festivos, barulhentos. Tenho raiva dessa condição por vezes. Mas quando estou eu a festejar e a fazer barulho, que se danem os demais. 


Somos assim, o Brasil. Egoístas de nossas alegrias, tão poucas e ao mesmo tempo tão demasiadas que chega a doer. Nos derretemos nas lágrimas para chorar os mortos. Para batizar com as lágrimas os recém-nascidos. Lembro-me de um amigo, falecido, que proibia veemente lágrimas, choro e cenas no próprio enterro e nos ameaçava com potenciais voltas do além caso agíssimos como carpideiras. Qual o quê! Quando ele se foi, não foram poucos os que soluçaram alto e sem pudor. Somos assim, o Brasil.


(P.S. Faço deste post uma homenagem a todos nós. Não pelo ufanismo puro e simples ao qual eu sempre repudio. Mas, me desculpe, abram alas porque temos que passar. É urgente que passemos. Teremos, nos próximos seis anos, duas oportunidades de passar por essa catarse coletiva que nos libera a todos de qualquer mal: a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Por mais defeitos que eu encontre, me é impossível não sucumbir ao coletivo nacional. Somos assim, o Brasil.)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

45 peças da minha casa de bonecas

Menino tem que brincar com bola e carrinho e menina tem que brincar de boneca e casinha. Establishment. Estabelecido. Nem um passo para cá (do menino) e tampouco para lá (da menina). Cada um na sua que o mundo é dividido entre machos e fêmeas.

Menino é azul. Menina é rosa. Quando não se sabe o sexo do futuro bebê, amarelo. Se for gay, transexual ou qualquer outra modalidade que não caiba no manual ortodoxo do sexismo prevalecente, que Deus nos acuda! Que será do enxoval (antigo, né!) desse futuro serzinho?

Daí que li sobre o lançamento de bonecos do filme "Crepúsculo" (Twilight) e fui procurar uma imagem dos respectivos. Me deparei com impressionantes sites que vendem bonecas (e bonecos, mais raros) de todos os jeitos, das mais antigas, da Belle Époque francesa até as mais sexies, inclusive nuas, em poses cheias de sensualidade.

Portanto, resolvi montar minha própria casa de bonecas. Por que não? Oras! Eu, que brinquei de bichinhos feitos de buchas vegetais na infância (que eram vaquinhas e boizinhos com direito a mangueiras cercadinhas), resolvi me arriscar nesse universo feminino, cheio de mistérios, com brinquedos que se assemelham a adultos e que, podem, para alguns, estender-se a mundos outros como os do fetiche. Não é o meu caso. Sério!

Posto aqui, portanto, uma bela coleção de 45 diferentes bonecas e bonecos (poucos) dos mais diferentes criadores. São, algumas, verdadeiras obras de arte. E que podem custar entre US$ 19 e US$ 900. Claro que existem outras, mais caras. Quanto mais arcaicas, tanto mais caras.

Há um blog sobre o assunto, com dezenas de links para quem tiver interesse em se estender no reino das bonecas. É o Brincando de Boneca. Mas a história das bonecas é bem mais rica do que as limitações impostas pelas convenções dos sexos. E tornou-se, em todo o mundo, uma atividade lucrativa, de colecionador. A palavra 'boneca' origina-se do espanhol 'muñeca' e é um dos brinquedos mais antigos e populares em todo o mundo. De certa forma, prepara a menina (ainda que eu não concorde com tal tendência de se dividir assim o mundo) para a maternidade, posto que a criança a embala e reproduz, no gestual, o papel da própria mãe. Se nós outros, meninos, fossemos assim educados, talvez saíssemos melhores pais em muitos casos.

A boneca é antiga: há registros que remetem à civilização babilônica e, em túmulos infantis egípcios, foi encontrada uma boneca de alabastro, em período que se situa entre 3 mil e 2 mil a.C. A Grécia e Roma antigas também tinham bonecas. A comercialização de bonecas, no entanto, começou na Alemanha no século XV, terra dos dochenmacher (fabricantes de bonecas). E foi em solo alemão também que surgiram as primeiras casas de bonecas. No século XVII, na Holanda, apareceram as primeiras bonecas com olhos de vidro e perucas, feitas de cabelos humanos. No século XIX, Thomas Edison (sim, o próprio) criou a ideia de uma boneca falante, que seria aproveitada por vários fabricantes. Atualmente, copiam-se celebridades e existem milhares de bonecas.

As mais famosas são as da linha Barbie, com versões do mundo todo. Para arrematar, há um filme magnífico, "Dolls", de Takeshi Kitano, que remete adultos a papeis de bonecos, manipuláveis, portanto, pelas emoções conduzidas pelo amor. Recomendo. Vamos, por fim, às bonecas:














































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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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