Blog Widget by LinkWithin
Connect with Facebook
Mostrando postagens com marcador Internet. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Internet. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Quatro

Quatro eram os Cavaleiros do Apocalipse. Também chamados de Cavaleiros da Revelação. Eram eles Conquista, Guerra, Fome e Morte. Isso é a simbologia bíblica.




Os cavaleiros, portanto, são metafóricos e altamente simbólicos. Se foram apropriados pela Bíblia, que importa?


Importa que o número quatro, lido biblicamente (e antes, por algum visionário que inventou o conceito), significa quadrangulação em simetria. Isso é universalidade ou totalidade simétrica, a perfeição, enfim. O quatro significa quatro partes de um todo.


As bodas de quatro anos são de flores e frutas.




Quatro são as patas dos cavalos.


Quatro são os ventos.


Na numerologia, o 4 se relaciona ao trabalho organizado e dirigido a massas (como um blog) e se preocupa com os detalhes, com alta exigência. O 4 significa honestidade, perseverança e lealdade. Método e objetividade, perfeccionismo e exigência. Tradicionalista. Exceto pelo tradicionalista, o blog, que completa neste dia 4 o quarto ano de aniversário é, sim, dirigido às massas, sobretudo porque está nessa imensa plataforma que é a internet.


Honesto? Sim, acho que este blogueiro que vos escreve é bastante honesto por aqui. Perseverante também, com lapsos, admito. Leal? Apenas comigo mesmo (e nem isso, por vezes). Apesar de achar ao blog e a mim mesmo metódicos, não sou perfeccionista. Não há espaço para o perfeccionismo. A simetria pode confundir.


Se diz do número 4 que está relacionado a ordem, construção e estabilidade. Tudo o que exige paciência. O oposto é verdadeiro: o lado negativo do 4 é a auto-crítica excessiva, a inflexibilidade (a tenho, e muita)  e a rigidez (isso pode ser extremamente verdadeiro de diversas formas, rsrsrsrsrs).


Hoje o blog faz 4 anos e eu comemoro. Hoje é uma quinta-feira. E este blog foi concebido na noite de um sábado (me lembro quase do exato momento e o motivo). Quatro anos. Quase 1,6 mil postagens (média de 400 por ano). Quase 350 mil visualizações (média de 85 mil ao ano). Tanta gente, exatos 4.001 comentários (média de 1 mil ao ano).


Obrigado pelo carinho. Obrigado pela leitura. Obrigado pela presença. Feliz aniversário ao espaço que me permite tanto e tão imenso alcance. E vamos ao ano 5, que começa neste dia 5, para um ano novo inteiro. Beijo, me liga!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Aquela nuvem que passa sou eu, é você e mais 2 bilhões

A mais favorita de todas as bandas para mim é o Sigur Rós, como postei várias vezes aqui. Se algum dia me for ofertada uma viagem para a Europa, para destino a escolher, escolherei Reiquiavique, a capital da Islândia, cuja área metropolitana abriga dois terços da população do país. Estive perto de chegar lá, quando viajei para a Finlândia. Mas, não perto o suficiente para conhecer a ilha de gelo, despregada dos demais escandinavos, mas ainda assim parte deles. A origem da Islândia é norueguesa e, portanto, tem razão de ser a afinidade com a Escandinávia - que, além da Islândia, é formada pela Noruega, Finlândia, Suécia e Dinamarca. Alguns incluem as Ilhas Feoré também.




A Islândia tem apenas pouco mais de 300 mil habitantes, ficou em 17º. lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2010, 100% de alfabetização e quase 100% dos cidadãos têm conexão de banda larga, o que possibilita um acesso quase que integral da população à internet.


E, com isso, a pequena ilha ao norte do continente europeu acaba de fazer história: sob o conceito crowdsourcing, o governo islandês usa as redes sociais - Facebook, Twitter e YouTube - para reescrever a Constituição do país, que substituirá a atual, datada de 1944 (67 anos).




Crowdsourcing é um conceito revolucionário que surgiu justamente com a disseminação da internet. Literalmente, é um modelo de produção que usa a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários, espalhados pela teia mundial que liga os computadores (a famosa WWW ou web), para resolver problemas, criar conteúdo e soluções e desenvolver novas tecnologias.


Embora você não se aperceba, já vivemos o crowdsourcing no dia-a-dia: sistemas de código aberto (open source) são desenvolvidos sob o crowdsourcing. São exemplos disso o Linux e o Firefox. Mas, também são exemplo disso toda a disseminação de conteúdo educativo por meio de redes sociais. Não, não se trata daquelas postagens bobas do Facebook ou do Twitter que falam da dor de barriga, da preguiça ou do ovo que você comeu no almoço. Crowdsourcing é conteúdo relevante, importante e que serve a muitos simultaneamente.


Parte-se do princípio, com o conceito de crowdsourcing, que o universo de mais de 2 bilhões de internautas pelo mundo (eram 2.095 bilhões em março deste ano) é capaz de fornecer, coletivamente, informações mais exatas, sobre os mais variados assuntos, do que os especialistas individuais que estão restritos às suas salas de pesquisas e centros de desenvolvimento. Outro exemplo poderoso de crowdsourcing é a enciclopédia virtual Wikipedia, alimentada exclusivamente pelo esforço colaborativo de voluntários.


Ao olhar para esse universo, a pequena Islândia não teve dúvidas: colocou em consulta pública a Carta Magna do país para que todos os 311 mil habitantes islandeses possam, caso o queiram, opinar sobre o texto que se transformará num rascunho da nova Constituição, no próximo dia 29.


A Islândia sofreu uma violenta crise em 2008 e viu o sistema financeiro ruir. E foi por isso que o governo entendeu que a população é capaz de se administrar e indicar o que é bom ou não para o país. Democracia: já que o governo foi ineficiente para barrar a quebra do país todo, por que haveria de ser eficaz na confecção do principal documento da nação?


Não sei quais serão os resultados e o quanto da colaboração dos islandeses poderá ser aproveitada na nova Constituição. Mas, as novas armas de colaboração em massa - de novo, Facebook, Twitter, YouTube, Orkut, blogs e uma série de outras ferramentas - estão, definitivamente, a transformar o mundo e, finalmente, a era da tecnologia da informação mostra a que veio. Para o bem ou para o mal, que sempre os há, ambos os lados.


Não é à toa que no próximo dia 13 a Apple, liderada por Steve Jobs, ou Jobs, que lidera a Apple, tanta faz a ordem dos fatores nesse caso, lança, dentro do iOS 5 (sistema operacional da empresa), o iCloud. Cloud é nuvem. Crowd é reunião, agrupamento, aglomeração. Você ouvirá e lerá tanto cloudsourcing quanto crowdsourcing. É a mesma coisa. Ambas as expressões significam ajuntamento de ideias para trabalhar coletivamente. Trabalho em nuvem, junto, coletivo, colaborativo. O iCloud da Apple criará uma nuvem (externa, com memória inicial de 5 GB) para você guardar fotos, músicas, apps, documentos, ou seja, todo o conteúdo que julga relevante. Onde é o externo? Em servidores os quais eu não tenho a mínima ideia de onde ficam.


Mas, atenção: cloud também é sombra, névoa ou mancha. E, se um dia, suponha, tudo o que é digital vá pelos ares (pela falta de energia elétrica, porque os sistemas globais pifaram ou por não haver mais capacidade possível para tanta informação acumulada), você ficará nu/a, despido/a de tudo o que é virtual. Daí, tudo o que tenho a dizer é que, se tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é virtual, eventualmente, pode muito bem cair das nuvens e desabar. #prontofalei

terça-feira, 28 de junho de 2011

O tablet dos 10 mandamentos (ou como se comportar digitalmente)

A revista Veja publicou na edição desta semana os dez novos mandamentos, agora para o mundo digital, sobre o uso de smartphones, notebooks e tablets.




São sugestões da revista (em verde), seguidas do risco associado à quebra de cada um dos mandamentos (em azul), aos quais eu acrescento o castigo de minha própria cepa se o crime for cometido (em escarlate, porque deve sugerir sangue).


I - Não ireis, tu e teu parceiro, para a cama cada qual com seu iPhone


Isso abre a porta para muitos outros. A cama do casal é só dos dois.


Isso abre a porta, as windows, safaris inteiros e podem saltar das telas viados, tigresas, piranhas, piriguétis e outros répteis afins. Você será punido com a expulsão da cama, da casa, do jardim e do éden inteiro se pego em flagrante.


II - Não te levantarás da cama, depois do amor, para checar os emails


Ofensa gravíssima, pior do que virar para o lado e dormir, roncando.


Se te levantarás, que levante outra coisa que deve ser levantada. Se for para checares algo, cheque o saldo de seu talão de cheques e jamais dê um cheque em branco. Confrontado em falta, erga os braços e afirme, sem vergonha de parecer ridículo: É mail, tudo mail!


III - Só porás no Facebook fotos da festa se todos os fotografados concordarem


Desgraças assim evitáveis: emissões, separações e amizades rompidas.


Desgraçadamente, colocastes fotos da festa com todos os parentes, amigos e agregados ao final da festa, quando os salões se transformaram em dark rooms, as crianças já dormiam nos sótãos e restavam apenas os vagabundos e safadas de plantão, à espera da xepa. Claro que as fotos são de alto teor pornográfico. Se porventura postastes no Facebook as indecências e partes pudendas, suas e de outrens, diga que o movimento hacker LulzSec invadiu seu território digital e você não tem culpa. Espera-se que você tenha postado fotos próprias para confirmar que também foi agredido e, lógico, porque é exibicionista.


IV - Mesmo se todos concordarem, espera até o fim da festa


Exibicionismo? Carência? Descontrolados devem ficar em casa.


Vá ao banheiro de tempos em tempos e se conecte como quem aspira três ou quatro carreiras daquele pó branco. Se tiveres tremores, volte ao banheiro e acesse rapidamente tudo o que deseja, poste o que quiser e saia. Não se esqueça de limpar o nariz, digo, as digitais da tela do smartphone. Quando a festa acabar, não aja como um adicto: conduza o veículo calmamente e tente controlar os movimentos. Em casa, se o descontrole surgir, respire fundo: sempre há um papelote, ops, um teclado disponível, para ocasiões como essa. Se ainda assim for inevitável a queda, aja com decência e desmaie: será levado embora da festa e, no hospital, ficará confortavelmente instalado para se conectar durante o período em que estiver entubado.


V - Não usarás o iPad como similar de domesticação infantil


Almoço na casa da vovó é para conversar, brincar e fazer folia, à moda antiga.


Envie as crianças ao campo: ao campo de futebol, ao Campo de Marte (aeroporto em São Paulo), ao campo do além. Se casa de avó é para confraternizar, não se esqueça que as avós não medem recursos em servir comidas anti-saudáveis, quase envenenadas de tanta caloria. Dê um iPad para cada criança com o Angry Birds instalado. A cada porco tombado, uma criança será salva da obesidade mórbida. Se reprimido, use pássaros raivosos para abater aquele porcino que te acusas.


VI - Não tuitarás durante o casamento; em especial o teu próprio


Todo mundo precisa saber cada segundo da tua vida? Tens certeza?


Evidentemente que todo mundo deve saber de tudo o tempo todo, inclusive naquelas ocasiões em que você, bêbado até a alma, é capaz de voltar aos 2 anos de idade e irrigar seu colchão como se fosse um terreno árido. Poste isso, tuíte o casamento, comente que o vestido da sogra é de uma cor que lhe dá ânsia de vômito e solte impropérios ao padre com transmissão em streaming de vídeo. Aproveite para caluniar padrinhos e, eventualmente, aquele familiar que você odeia. Na saída, tire fotos e as deforme com o Instagram ou qualquer outro recurso e faça comentários abusivos sobre as pessoas. Se tentarem te deter, diga que está em estado de choque porque, afinal, casar é praticamente bloquear o acesso dos 3 mil amigos do Facebook ao seu Messenger e Skype e a toda a sorte de putaria que você pode (não que o faça) fazer no ambiente online.


VII - Só mostrarás o local das férias uma vez, e discretamente


Andar pelo resort de notebook aberto, e falando alto, é superadíssimo.


Caminhe pela praia de zíper ou botões abertos, nade nu, quebre alguns móveis do hotel, brigue com aqueles turistas indesejáveis e nunca, jamais, deixe de certificar-se de que a potente conexão 3G (que venha logo a 4G) esteja em pleno funcionamento em transmissão real time. Grave tudo, faça o upload no YouTube e depois compartilhe pelo Facebook, Twitter e, por fim, poste no seu blog. Guarde tudo em sistemas de armazenamento pagos para ter certeza de que os registros permanecerão até que sua memória se esvaia. Se a polícia for avisada e quiser lhe reprimir por atentado violento ao pudor, diga que é um teste para o próximo projeto experimental de Lars von Trier. Serás perdoado e compreendido.


VIII - Não erguerás o iPad como uma barreira à mesa do café da manhã


Valem para o tablet as mesmas regras aplicadas aos jornais.


Vale o que você quiser. Aproveite-se do recurso que lhe permite girar o dispositivo e ler tanto na horizontal quanto na vertical para, em momentos alternados, mostrar-se ou ocultar-se, tal qual uma dama árabe ao fazer o uso do chador. Você não precisa seguir complicadas regras de etiqueta dado que nunca as seguiu quando usava aquela muralha de papel que era o jornal impresso. Ah! Tempos bons aqueles, que permitiam que se desdobrasse uma cortina para que você não fosse obrigado a ter à sua frente aquela visão dos infernos! Agora, com esse equipamento minúsculo, é incrível como aquela pessoa do outro lado da mesa cresceu e tomou proporções de monstro. Se a pessoa revidar, baixe um aplicativo imediatamente, do tipo daquele que emite um som para repelir inseto, coloque tampões no ouvido e deixe o sistema processar.


IX - Acharás os aplicativos adequados a crianças pequenas


E ficarás junto delas o tempo todo. Ou preferes que abram aquelas galerias de fotos?


Fique longe delas o tempo todo. Te consomem mais do que a bateria do iPad. Deixe que abram as 85 milhões de galerias disponíveis, os 674 bilhões de vídeos do YouTube e as 9,128,634,385,021,567 páginas da internet. Você não é obrigado a garantir proteção contra tanto número. Xingado por detratores, diga que os desenvolvedores de aplicativos gratuitos são os culpados de haver tanta criança pequena no mundo.


x - Respeitarás um dia de guarda durante o qual ficarás desconectado


Semanal, quinzenal ou mensal: o importante é mostrar autocontrole.


Oi?


sábado, 12 de março de 2011

Plano Nacional de Bunda Larga

O governo federal tem um plano: de estruturar uma rede de backbones (que conectam as residências aos provedores de acesso à internet) para baratear o preço dos links para o varejo e, com isso, possibilitar que 40 milhões de domicílios acessem a rede até 2014 a preços que oscilam entre R$ 15 a R$ 35 mensais.




Se isso se concretizar (por ora, o Plano Nacional de Banda Larga - PNBL está em fase de licitações para a compra de equipamentos e outras contratações), significa que metade das casas brasileiras, que abrigam mais de 90 milhões de pessoas, terá acesso à internet. Ou seja, 50% da população do País seriam incluídos na web.


Os acessos, no entanto, estão longe do que se considera alta velocidade. O PNBL prevê duas categorias de preços (ainda que o próprio PNBL não forneça o acesso final ao usuário): de R$ 15 mensais para velocidade de conexão (de download) até 512 Kbps e de R$ 35 mensais para velocidade entre 512 Kbps e 784 Kbps. A largura de banda não chega, portanto, nem a 1 Mbps, enquanto em alguns países, como EUA, Finlândia e Coréia do Sul, já se estabeleceu que as conexões devem ser de, pelo menos, 100 Mbps!


Sou usuário antigo da internet. Pelo menos desde 1996, antes mesmo de se criar a atual internet como a conhecessemos, eu acessava da sala de casa, via Macintosh, uma BBS (Buletin Board System), um sistema que permitia, nos primórdios da internet comercial, a conexão entre um computador, o telefone e um provedor de conteúdo (os BBSs).


A internet comercial, sob o padrão TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que sustenta toda a estrutura da world wide web (WWW), se estabeleceu exatamente em 1996 e, a partir daí, se estendeu das empresas às residências.


Ainda em 1996, formalizei contrato com o meu primeiro (e único, até o momento) provedor de acesso, ainda com a conexão discada (ou dial-up), via cabo do telefone (o telefone ficava ocupado e não era possível usar simultaneamente o serviço de voz e o serviço de conexão de internet). A velocidade máxima era de 56 Kbps.


Não me recordo quando migrei para a banda larga. Mas, sou heavy user e devo tê-lo feito assim que a Telefônica, no Estado de São Paulo, começou a oferecer o serviço. Fiquei muitos anos conectado ao serviço da operadora espanhola. Até porque não havia opção. Quando a NET, operadora de TV paga, começou a oferecer o acesso de banda larga, migrei para a empresa. Eu já era assinante de TV paga da empresa. Migrei também para o serviço de voz, já que o combo (voz + TV paga + banda larga) era bastante atraente financeiramente.


No início, acho que a conexão era de 512 Kbps (a mesma que o governo federal considera "banda larga" segundo o PNBL). Depois, migrei para 1 Mbps e, mais tarde, para 3 Mbps. Bem, não sei se você sabe, mas, para as empresas, existe um conceito chamado Service Level Agreement - SLA (ou acordo por nível de serviço), pelo qual o fornecedor de banda larga se compromete, contratualmente, a oferecer uma qualidade de conexão que chega a 99,99%. Por exemplo, se a empresa contrata 10 Mbps, o fornecedor tem que entregar, pelo menos, 9,99 Mbps. Se isso não acontecer, o fornecedor terá que pagar multa.


Mas, para manter um contrato desse tipo, é necessário ter poder de fogo. Ao qual costumamos chamar vulgarmente de "dinheiro". Empresas têm esse poder. Usuários domésticos, comprometidos com coisas mais prosaicas como alimentação, vestuário e habitação, não o têm.




A banda larga brasileira é uma das mais caras do mundo. Estudo feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 154 países mostra o Brasil em 114o. lugar, atrás de países como Argentina, Índia e China. Isso vale tanto para o acesso móvel (telefonia celular) quanto para o fixo (telefonia convencional).


Alega-se (as empresas de telecomunicações) que esse preço é por conta dos impostos (em média, de 45% sobre os serviços de telefonia), da infraestrutura precária (que as concessionárias privadas detêm desde 1998, ou seja, há 13 anos, prazo suficiente para modernizar completamente as redes) e por conta do famigerado custo Brasil (no qual são lançados todo e qualquer valor que não cabe em outras planilhas).


Isso é uma bobagem sem tamanho. Todos os 154 países pesquisados pela ONU pagam impostos sobre telefonia. Todos (ou quase) têm redes antigas (o telefone data de 1849, quando o italiano Antonio Meucci fez a primeira transmissão de voz, e não quando Graham Bell o patenteou, em 1876; Bell comprou a patente de Meucci em meados de 1870). A primeira rede comercial telefônica foi justamente a da Bell Telephone Company, fundada pelo sogro de Graham Bell em 1877.


Portanto, as redes telefônicas fixas têm 134 anos de existência a partir da primeira instalação comercial. São centenárias no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos e não há porque se contestar sua infraestrutura já que, com intervalos de poucos anos, se modernizaram igualmente em quase todas as partes do mundo.


No Brasil, operam a telefonia fixa e a internet grandes players de telecomunicações - Telefónica/Vivo, da Espanha, Claro/Embratel/NET, do México, Oi, do Brasil, GVT, da França, e TIM, da Itália. Todas oferecem banda larga e são proprietárias dos maiores backbones desse País. Portanto, são essas empresas que nos cobram um dos mais caros acessos à internet do mundo.


Sou assinante da NET, controlada pelo mexicano Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, em banda larga justamente porque o mesmo serviço que a Telefônica me oferecia era sofrível. No jargão de telecomunicações, cometi o "churn", que vem a ser a migração voluntária de uma operadora para outra. Fiquei satisfeito no início. Hoje, alguns anos depois do churn, estou churl (rude, mesquinho). Me sinto medieval, rústico, pronto para ser rude com essa operadora assim como ela me trata: como um cidadão medieval que está a anos-luz das luzes do Renascimento. O que dirá da idade do telefone. E o que dizer da banda larga, criada apenas a partir de 1997, apenas uma adolescente de quase 15 anos?


Pago R$ 59,90/mês por um acesso de 1 Mbps. São R$ 2/dia. Ligo o computador de casa por poucas horas. Em geral, depois das 22 horas. Ou durante o dia nos finais de semana. Regredi do acesso de 3 Mbps para 1 Mbps porque tinha convicção de que dava na mesma. A diferença não estava na qualidade, precária em ambos os casos, e sim apenas no preço, maior pelos 3 Mbps aos quais eu nunca tive acesso. Nas poucas horas que uso a internet, duvido que eu tenha uma conexão melhor do que os 56 Kbps da pré-história da banda larga.


O acesso móvel é proibitivo, de tão caro. O acesso fixo é uma vergonha. Não tenho um programa que acompanha a qualidade de conexão no meu computador e nem preciso tê-lo para saber que, a cada hora, a minha conexão deve falhar, no mínimo, umas 45 vezes. Portanto, a cada 60 minutos, devo ter uma internet (de 100 Kbps, no máximo), de 15 minutos. Se tiver.




Portanto, isso é o que temos, empresas e cidadãos, no Brasil: um Plano Nacional de Bunda Larga. A bunda, ou nádegas, se o preferirem, fica larga e plana de tanto se achatar à espera de uma conexão que não vem. É uma espera por Godot que, assim como acontece com o personagem, não se concretiza.


Perdi a conta de quantas vezes apenas desliguei o computador irritado por não ter o serviço (enquanto escrevia este post, o serviço oscilava e as luzes do modem foram mais intermitentes do que nunca e permaneceram mais apagadas do que acesas e, por isso, demorei quase 2 horas para escrevê-lo).


Deveríamos, todos os usuários (somos quase 40 milhões de pagantes), promover o Dia da Bunda Larga. Porque se essa é a parte do corpo pela qual o Brasil mais se contorce, deve haver uma iniciativa para preservar as famosas bundas brasileiras e não deixá-las perder o contorno curvado pelo qual são conhecidas e passarem a ser planas, de tanto esperar achatadas que estão pela inércia da banda larga.


Proprietários e proprietárias de bundas (e de bandas) largas: uni-vos! Coloquemos em marcha o Plano Nacional de Bunda Larga pela preservação de nossos bumbuns. Os bumbuns, unidos, deverão ser suficientes para alargar a mentalidade dessas porcarias de empresas que ganham sem o menor esforço. Ao invés de mostrar dedos em riste para o péssimo serviço, mostremos nossas bundas para as faces de quem não tem vergonha na cara e, muito menos, na bunda. Quer dizer, na banda.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O cliente sempre tem razão

No domingo, defendi que as redes sociais exercem papel limitado no levante árabe que começou na Tunísia, passa pelo Egito e deve fazer estragos em mais uma dúzia de nações entre o Oriente Médio e a África.


E creio mesmo nisso. Facebooks e Twitters da vida agem, nessas sociedades dominadas por governos déspotas, apenas como ferramentas iniciais. Depois, é como se o povo pegasse a própria revolução pelas mãos e a conduzisse. Sem redes sociais. E sem redes de proteção também.


Mas, se existe um caso - limitado, claro, a sociedades nas quais é possível se manifestar livremente - em que a internet - e redes sociais - definitivamente consegue colocar o cidadão consumidor com a boca no trombone, e que trombone!, é quando a pessoa, qualquer que seja e desde que tenha um mínimo de informação e acesso, se posiciona publicamente por meio das redes - que pode ser um vídeo no YouTube, uma postagem no Facebook ou no Twitter ou até mesmo o estabelecimento de um blog - e consegue se fazer notar pelas marcas.


Dois casos - um brasileiro e outro norte-americano, com os respectivos vídeos postados abaixo, ilustram isso. No caso do Brasil, o consumidor adquiriu uma geladeira Brastemp e depois de três meses de problemas, sem a respectiva solução, resolveu postar um vídeo e alardear todo o tratamento que a marca lhe deu (e não deu, principalmente). O resultado é que o barulho repercutiu tanto que a Brastemp teve que tomar providências. Algo tardias, registre-se. O vídeo, postado no final de janeiro deste ano, tem mais de 420 mil visualizações. Mas, esse caso abre um excelente precedente para o consumidor e também é um alerta para as marcas - todas, de todos os segmentos - que continuam a tratar consumidores como se fossem lixo.


No caso norte-americano, um músico gravou e postou no YouTube um engraçado vídeo no qual relata como foi maltratado pela United Airlines. Lá, a repercussão foi ainda maior e fez com que algumas normas dentro da companhia aérea fosse alteradas. Postado em julho de 2009, o vídeo já contabiliza mais de 9,9 milhões de visualizações. Obviamente, a imagem da United Airlines nunca mais foi a mesma depois disso.


Ao ler o jornal, descobri que existe um termo que designa esse tipo de comportamento pelo qual o consumidor usa os meios sociais para se fazer ouvir, quando os canais convencionais - atendimento, lojas físicas, e-mails ou qualquer outro - já não são suficientes para lhe dar respostas. O conceito é denominado "consumer generated media - CGM" (mídia criada pelo consumidor) e foi cunhado pelo marquerteiro Pete Blackshaw, autor do livro "O Cliente É Quem Manda". Trata-se de como, no mundo da internet e das redes, as empresas devem interagir com esse usuário midiático que tem a ferramenta (redes sociais) nas suas mãos para produzir conteúdo próprio (seja uma reclamação ou qualquer outro conteúdo).


Creio que estamos longe ainda de um mundo ideal em que seremos respeitados pelas marcas e empresas das quais consumimos a produção. Para finalizar, eu mesmo fui vítima de como uma empresa (ou marca) deixa a desejar quando se trata de qualidade. A marca em si, American Airlines, atrasou, no conjunto de voos, quase quatro horas e não foi capaz de se explicar e nem ao menos oferecer água ou qualquer outro conforto para os passageiros. Eu bem poderia ter tido a ideia, durante o tempo em que fiquei confinado na minúscula poltrona da classe econômica, de registrar com o meu telefone e postar depois no YouTube. Seria mais um CGM a ilustrar o desrespeito generalizado das marcas com seus consumidores.







terça-feira, 12 de outubro de 2010

The Sopranos, a origem de Lady GaGa

Toda galinha sai de um ovo e, enquanto não se decide se a galinha antecedeu o ovo ou se o ovo deu ao mundo a galinha, pelo menos é possível identificar de onde veio uma galinhona. Falo de Lady GaGa, galinácea autêntica, que solta a franga, a franja, a frança inteira ela solta.




Pois que, uma vez mais, a GaGa chega aos trending topics das galáxias internáuticas pelo simples motivo de ter feito uma minúscula participação no 9º. episódio da terceira temporada de "Os Sopranos", excelente série da HBO, que foi ao ar em abril de 2001 nos EUA. A nascida Stefani Germanotta tinha 15 anos e parece uma eternidade nessa era que voa. Faz apenas nove anos. Você acredita?




Abaixo, o vídeo da galinhazinha, franguinha ainda, que nem de longe se anunciava o furacão que atravessou o mundo mais depressa do que o vulcão islandês Eyjafjallajokull que paralisou parcialmente o mundo em maio deste ano. No trecho, ela fuma, toma Coca-Cola e, sobretudo, veste-se de uma forma considerada, pós-GaGamania, extremamente conservadora.



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ferinos x felinos

Nesse mundo online e sempre ligado (always on, exceto quando o #Failed #NET #Virtua insiste em ficar off, em estado sometimes on), todo crime será imediatamente castigado em rede mundial, com a respectiva audiência global a replicar ad infinitum quaisquer pecadilhos que se cometam corriqueiramente.


A fofa inglesa não sabia que (acho que vi...) jogar (...um gatinho) o bicho ao lixo geraria quase imediatamente a emissão de uma fatwa contra ela e que teria que buscar proteção policial sob o risco de sofrer punições severas pelo ato.


Alguém mais inteligente e menos obscurantista do que legisladores de fatwas resolveu o caso em lance divertido e muito mais viral.


A história toda é que uma mulher viu uma gatinha, achou divertido jogá-la numa lixeira, jogou-a e foi embora. Os proprietários da gata encontraram a bichana 15 horas depois e, ao assistirem o big brother da vizinhança, viram a cena. A mulher foi imediatamente condenada a padecer no inferno daqui para a frente. Como a internet tem a velocidade de um raio, uns engraçadinhos travestiram-se de gato (Frajola) e senhora inglesa e inverteram o ato: o gato atira a senhora à lixeira. Divertido? Sim. Mas me preocupa mais a intensidade com que simples atos se propagam e como as pessoas condenam rapidamente, inclusive com sugestões de fazer justiça com as próprias mãos. O mundo moderno, de terno, nada tem.





terça-feira, 6 de julho de 2010

Paróquia global

Você sabe o que é buzz? É barulho, burburinho, falatório, o popular zunzum. É algo que começa como uma pequena fagulha e se transforma em um incêndio de proporções consideráveis e atinge de pequenos focos a grandes extensões. Alguns buzzes provocam reduzidos fogareiros e, por falta de oxigênio, minguam. Outros, tal qual rastilho de pólvora, espalham-se e tomam conta de áreas que se imaginavam seguras.


Você já viu uma queimada? Voluntária ou não? Eu já. No interior de São Paulo (que eu conheço bem), é comum os plantadores de cana de açúcar atearem fogo nos canaviais antes da colheita. Essa prática será proibida a partir de 2014, nas áreas mecanizáveis (sem declives, onde é possível trafegar com colheitadeiras), e em 2017 em áreas não mecanizáveis. Essas queimadas atingem proporções de incêndios incontroláveis e têm por objetivo queimar a palha da cana e facilitar a colheita, dizem os produtores. Se a colheita é feita a foices por trabalhadores rurais, talvez ainda existisse sentido nesse procedimento (os canaviais são viveiros de cobras). Como é feita, em mais de 55% dos casos, por máquinas, o processo de queimada deixa de ter importância.


Bem, outras queimadas, involuntárias, podem destruir um sítio inteiro se não forem controladas. Destruíram a casa dos meus avós. Foi um raio. E queimou tudo, até a última ponta. Sobraram apenas moedas antigas.


O buzz é assim. Voluntário ou não, provoca queimadas gigantescas ou pequenas. Mas sempre alguém sai chamuscado. E, alguns, devastados, irremediavelmente.


Somos, no globo terrestre, 6.854 bilhões de pessoas (até hoje, 6 de julho de 2010). Desse todo, 1,8 bilhão acessamos a internet pelos mais diversos meios. Ou seja, 26,6% de nós está conectado online. Podemos, guardadas as limitações de língua e entendimento cultural, saber de tudo o que acontece no mundo instantaneamente, no momento mesmo em que ocorrem os eventos.


Você sabe o que é uma paróquia? É uma subdivisão territorial criada pela igreja católica para delimitar uma determinada comunidade de pessoas que frequenta determinada igreja. A paróquia também era chamada, antigamente, de freguesia. Assim, pequenas comunidades, em geral, estavam associadas às respectivas igrejas - a matriz (construções mais imponentes, com cruzes que dominam as cidades), a igrejinha (de menor proporção) e capela (ainda menor, presente inclusive em áreas rurais que, antes, ainda concentravam um certo volume de pessoas).


Bem, paróquia serve muito bem para definir muitas cidades no Brasil. Inclusive a minha própria, cuja população urbana não passa dos 4 mil habitantes. Paróquia, portanto, é sinônimo de uma cidade onde se sabe (quase) tudo de todos o tempo todo. São Pedro do Turvo, nesse contexto, é uma paróquia.


Quando você, com um click aqui e outro ali, consegue unir-se a um universo de 1,8 bilhão de habitantes da Terra, estabelece uma paróquia virtual. É quase possível acessar tudo o que quiser, se tiver um pouco de paciência. Se você pertence a alguma rede social, fica ainda mais fácil. E quando você passa a deter as ferramentas para uso massivo na internet (postagens de textos, fotos, vídeos), você ultrapassou a útima fronteira e passa, portanto, a ser gerador de conteúdo.


Dado esse salto, você tem uma vastíssima paróquia virtual para usar a seu bel-prazer, para o bem ou para o mal. A paróquia deixa de ter limites geográficos, na origem do mundo terreno, e passa a ser limitada tão e somente pelo acesso ou não do usuário. É uma paróquia de qualquer forma. E é aqui que o buzz passa a ter poder de fagulha, fogueira, queimada ou incêndio de grandes proporções.


E foi nesse sentido que uma mulher traída, do interior de São Paulo, de Sorocaba, resolveu usar uma dessas ferramentas - YouTube - e dizer ao mundo que era vítima de traição. Uma intriga paroquiana tratada com as armas modernas de destruição em massa que a internet nos legou. Antes, porém, a traída se preparou: obteve acesso aos e-mails trocados entre o marido traidor e a amante. Municiada, chamou a amiga (?) para uma conversa que, teoricamente, era privada. Não era! Ferida no orgulho de fêmea traída, gravou a conversa com a amiga, surrou a traidora e ainda gravou. Finalmente, colocou no ar o vídeo para Sorocaba, São Paulo, Brasil e o mundo assistirem a desforra.




A paróquia ficou pequena. Não cabe mais na cidade, no bairro ou no edifício, conforme a cidade. Precisa ser fotografada, transformada em versão big brother e emitida em broadcasting (em internet, chama-se webcasting, que é a transmissão de imagens via rede). Acabou-se o mundo dos pequenos escândalos, fadados a encerrarem-se em suas próprias comunidades. Acabou-se a restrição imposta pelos antigos e discretos - "roupa suja se lava em casa". As roupas não apenas são lavadas publicamente como são estendidas em varais virtuais para o mundo ver o processo de secagem (ou de outros desdobramentos).


A fofoca é tão antiga quanto o mundo. Começou com as intrigas da serpente entre Adão e Eva, na versão bíblica, e, lhe asseguro, houve alguém, estou certo, que contou ao criador que Caim havia matado Abel. Como não acredito no conceito de onipresença, tenho certeza de que algum(a) fofoqueiro(a) correu a contar ao criador que Caim havia matado Abel por inveja.


A internet e toda a cadeia de dados que nos une uns aos outros e cada vez mais somente potencializa a fofoca em níveis nunca antes vistos. Agora, podemos contar aos vizinhos (aos quase 7 bilhões de vizinhos do planeta) tudo aquilo que antes guardávamos no recato de nossas pequenas paróquias. Acabou o recato. Abaixo, claro, o vídeo da traída e da traidora. Sou parte dessa humanidade e, portanto, também faço parte do buzz, cuja premissa, para ser concretizada, é que se passe à frente a fofoca.




sábado, 15 de maio de 2010

Boy GaGa

O menino norte-americano Greyson Chance, 12 anos, virou hit instantâneo na internet (até há pouco, eram mais de 13 milhões de visitas ao vídeo) ao tocar piano e apresentar sua versão de "Paparazzi", de Lady GaGa, em um festival escolar. Em pouco mais de 15 dias, o vídeo de Greyson no YouTube atraiu atenção o suficiente para que Ellen Degeneres chamasse o garoto para participar de seu programa.




A surpresa, para Greyson, ainda estava por vir: durante o programa, Ellen ligou para Lady GaGa e a colocou ao telefone com Greyson. Veja o conselho que tia GaGa deu ao prodígio: "Continue a correr atrás de seus sonhos e trabalhe duro. E fique longe das garotas", disse a pokerface. Abaixo, o vídeo:



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Safer Internet Day

Hoje, 9 de fevereiro, comemora-se o Safer Internet Day (Dia da Internet Segura). Os links são os seguintes: internacional e Brasil, respectivamente. O evento é realizado desde 2007 e o Brasil é um dos países participantes. O tema deste ano é "Think B4 U post" (pense antes de postar) e tem como objetivo alertar o blogueiro e quaisquer outros usuários de ferramentas da internet - sites, redes sociais, serviços de mensagens instantâneas - para os perigos das informações que são divulgadas, muitas vezes, de forma totalmente aleatória na rede mundial. Qualquer um de nós que está conectado à internet pode ser vítima de criminosos virtuais (como os hackers) ou, pior, ser objeto de intimidação virtual (a prática conhecida como "cyberbullying", sobre a qual comentei neste post).



O UOL fez um apanhado sobre postagens feitas de forma impulsiva e que causaram constrangimento posteriormente. Como não sei se o conteúdo está aberto a não-assinantes, reproduzo alguns casos apontados pelo portal:


- Twitter: ficou famoso o post de Xuxa - "Vocês não merecem falar comigo nem com meu anjo" -, em referência à filha Sasha (ô nome carniceiro!) que havia postado no Twitter a palavra "sena" ao invés de "cena". Os seguidores de Xuxa apontaram o erro e foi o que bastou para que Xuxa brigasse pelo Twitter e cunhasse a frase anterior, em que não há candura alguma. Depois disso, Xuxa e Sasha abandonaram o Twitter. #Peninha!


- Facebook: são cada vez mais comuns as postagens feitas no Facebook que, lidas pelas pessoas que não deveriam lê-las, provocam todo tipo de reação: da demissão ao divórcio, as pessoas literalmente lavam a roupa suja em público virtual e mundial. Houve quem foi capturado pela polícia via Facebook e também a família que soube da morte do filho/irmão pela rede social.


- MySpace: embora não tenha força alguma no Brasil e, inclusive, tenha abandonado quaisquer investimentos no País, nos EUA o MySpace continua forte. O caso mais polêmico que envolveu o MySpace foi o suicídio de uma garota de 13 anos, vitimada pela prática de cyberbullying.


- YouTube: na rede social de troca de arquivos de vídeo mais poderosa do mundo, uma mulher, também dos EUA, usou o serviço para atacar o marido após o divórcio. Nos vídeos postados no YouTube, a mulher deu sua própria versão sobre os fatos do casal. Claro que o juiz deu ganho de causa para o ex-marido. Ninguém merece ser devassado(a) em rede mundial.


De resto, os blogs são alvo fácil. Muitos comentaristas, por exemplo, escondem-se atrás do anonimato para xingar, deixar recados comerciais ou simplesmente se manifestar sem a menor consciência crítica, como já aconteceu com o meu próprio blog. Os blogs, que começaram, na essência, como diários pessoais, mantêm, muitos, essa abordagem pessoal. Muitas vezes, falamos (eu inclusive) de fatos íntimos que podem ser usados por pessoas de má fé.


Se você não é grande conhecedor(a) de maneiras de rastrear eventuais usuários(as) que te incomodam, como pela identificação do número IP (Internet Protocol), você pode, no mínimo, se precaver de outras formas ao navegar pela internet: 


- Troque regularmente suas senhas
- Somente abra anexos de e-mails e programas sobre os quais conheça o conteúdo
- Evite acessar sites de conteúdo obscuro
- Atualize seu antivírus sempre
- Mantenha um firewall atualizado no seu computador


E feliz Safer Internet Day para você, hoje, amanhã e sempre!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A caminho da roça, tudo o que as pessoas desejam é fazer uma colheita feliz

Este ano, a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que, da população mundial total - pouco mais de 6,8 bilhões de pessoas - cerca de 51,3% - ou 3,488 bilhões de habitantes - passem a viver nas cidades. Até o ano passado, a proporção da população urbana e da rural era de 50/50. Com isso, a migração da humanidade do campo para a cidade, iniciada na década de 60, atinge um novo patamar em que o mundo estará mais urbano do que rural.


No Brasil, o processo de urbanização aconteceu de forma relativamente rápida: na década de 50, éramos 36,2% do total da população na cidade. Em 2000, já chegávamos a 81,2% da população que vive nas cidades. Em 2005, saltamos para 84,5% do Brasil que vive nos meios urbanos, o que significa, praticamente, que de cada 10 brasileiros, quase 9 vivem nas cidades. Até 2050, a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) é que sejamos 93,6% urbanos.


Esses dados confirmam que a migração do campo para a cidade é uma realidade mundial. Eu, particularmente, faço parte dessa massa migratória quando, com a minha família, deixei a roça para morar na cidade. Assim como, praticamente, todos os meus vizinhos rurais. Atualmente, uns poucos resistentes, aos quais chamamos entre nós, em casa, de "sertanejos", permanecem assentados no campo.




Essa migração não acontece sem traumas. Leva-se tempo para se adaptar à cidade e para que a cidade, finalmente, te acolha. Estamos em 2010 e esse processo de ir da roça para a cidade acontece há, pelo menos, uns 70 anos em todo o mundo. Nesse contexto, há pelo menos duas gerações que se desenvolveram nas cidades e o campo passa a ser uma tênue lembrança. Por vezes, nem isso.


Mas a internet, com sua poderosa presença, tem feito o caminho inverso. Ainda que virtualmente, há um enorme contingente de pessoas - estima-se que sejam mais de 250 milhões em todo o mundo - que passam algum tempo totalmente ocupadas em seus afazeres em suas fazendinhas virtuais. Em geral, as fazendas ou roças virtuais estão atreladas a alguma rede social como o Facebook. No Brasil, destaque para a presença do Orkut. Apenas o Facebook tem 350 milhões de usuários e, desses, mais de 100 milhões são fazendeiros.


As fazendinhas virtuais representam, de alguma forma, o retorno ao campo. Já que não podemos mais cultivar nossos roçados, tratar das galinhas, escovar os cavalos, ordenhar as vacas e preparar a terra, plantar e colher in natura, o mundo virtual acabou por nos carregar para um universo em que não há intempéries: não chove, não há devastações e basta ficar atento ao prazo das colheitas e aos vizinhos para enriquecer. Dessa forma, urbanos, nos deslocamos, na segurança e conforto de nossos computadores, para a terra. Tornamo-nos lavradores online. Onde as lavouras, longe de serem arcaicas, são mecanizadas e, sobretudo, assépticas: não nos sujamos e somos, quase sempre, excelentes vizinhos.


Abaixo, os jogos das fazendas virtuais mais famosos com os respectivos links:


- FarmVille: talvez seja a fazenda virtual mais bem-sucedida. São mais de 100 milhões de usuários ativos. O aplicativo pode ser acessado tanto no site da Zynga, proprietária do jogo, quanto por meio do Facebook.




- Colheita Feliz: é a onda do momento do Orkut e estima-se que pelo menos 14 milhões de usuários já ativaram suas atividades de agricultura e pecuária.




- FarmTown: com mais de 20 milhões de usuários, essa é a fazenda virtual da empresa Slashkey's. Foi a primeira fazenda virtual do Facebook, suplantada (ou plantada?) pelo FarmVille.




- FarmLife: é da poderosa desenvolvedora de games Ubisoft e pode ser acessada de forma independente no site próprio ou também pelo Facebook.




- HappyFarm: tem quase 20 milhões de adeptos, dos quais Taiwan se destaca com 3 milhões de jogadores.  Em Taiwan, chegou a provocar polêmica quando o governo decidiu limitar o acesso aos funcionários públicos porque as pessoas gastavam a maior parte do tempo na fazenda do que no escritório. O game é da Arcade Studio. Também está no Facebook.




- CountryStory: é o game da Playfish, recentemente comprada pela Electronics Arts, empresa conhecida no universo de videogames que tem títulos como "FIFA Soccer", "Spore", "The Sims" e "Need for Speed", entre outros. Também está hospedado no Facebook.


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Tessália serve pra tudo (#tessaliaservepratudo)

Há uma semana, ganhou força no Twitter o tópico #tessaliaservepratudo, que se refere à participante Tessália do Big Brother Brasil 10 (para quem está no universo twitteiro, Tessália é a @twittess). Tessália entrou na casa já sob o fogo pesado dos twitters que a acusavam de usar scripts (programas para arregimentar seguidores de forma automática no Twitter).




Tessália provocou mais confusão ainda ao ser citada (e incensada) pela mídia como uma das celebridades brasileiras do Twitter. O povo não perdoou e o twitter de Tessália sofreu o ataque de hackers. Antes de ser hackeada, Tessália tinha mais de 100 mil seguidores no Twitter.




Confira alguns tweetts com o tópico e veja que engraçado. Todos esses tweetts são acompanhados do tópico #tessaliaservepratudo que já está no trending topics do Twitter Brasil e São Paulo:


- Tessália, me liga!
- Té tu, Tessália?
- Mais vale uma Tessália na mão do que duas voando.
- Se Tessália fosse bom, não dava. Vendia.
- Em casa de Tessália, espeto de pau.
- Não se faça de Tessália, querida!
- Há Tessálias que vêm para o bem.
- Tessália is over capacity. Too many tweets.
- Tessália que nasce torta nunca se endireita.
- Quem mente, a Tessália cresce.
- Tudo vale a pena quando a Tessália não é pequena.
- Bad, bad Tessália. No donuts for you!
- Para bom entendedor, meia Tessália basta.
- Quem tem Tessália vai a Roma.
- Quem com Tessália fere, com Tessálisa será ferido.
- Se você mostrar a sua Tessália, eu mostro a minha.
- Vou-me embora para Tessália, lá sou amiga do rei.
- Antes só do que a Tessália do meu lado.
- Quem avisa, Tessália é.
- Tessália que o pariu!
- Quem planta vento colhe Tessália.
- Tessália é pau para toda obra.
- Entre a cruz e a Tessália.
- Vou sair, vocês não merecem falar comigo nem com a minha Tessália.
- Follow me on Tessália.
- Filha, não se misture com Tessália.
- Tessália ajuda quem cedo madruga.
- Tessália serve pra tudo, até para usar o #MaisFollowers e ficar famosa.
- Você já comprou seu iTessália?
- Abra suas asas, solte suas feras, caia na Tessália!
- Que você foi fazer na Tessália, Maria Chiquinha?
- Tessália ruim não quebra.
- Tessália Fashion Week
- Bella: I know what you are. Edward: Say it, out loud. Bella: Tessália!
- Pimentorum Tessalium Outrum Refrescorum Est.
- Aguarde na linha que uma de nossas Tessália irá falar com você.
- Boi, boi, boi, boi da cara preta, pega Tessália que tem medo de careta.
- Como é grande a minha Tessália por você ♪
- Cabeça vazia é oficina da Tessália.
- Como poder recuperar tu amor, como sacar la Tessália de mi corazon, mi mundo solo gira por ti ♪
- Brasil, mostra a tua Tessália, quero ver quem paga, pra gente ficar assim ♪
- Existem coisas que o dinheiro não compra. Para todas as outras, existe Tessália.
- "E se me achar uma Tessália, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar!" (Clarice Lispector)
- My name is Bond, Tessália Bond!
- The Tessália is on the table.
- "Eu só peço a Deus, um pouco de malandragem, pois sou Tessália e não conheço a verdade" ♪
- "Chora, me liga, implora minha Tessália de novo!"♪
- E agora, Tessália? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, noite esfriou, e agora, Tessália?
- Tessália no País das Maravilhas.
- Tessália de Neve e os Sete Anões.
- And Tessália goes to...
- O Fabuloso Destino de Tessália Poulain
- Tessália, a gente se vê por aqui.
- Por favor, o meu com bastante Tessália.
- Romeu e Tessália
- Ela não é Tessália que se cheire.
- Tessália, recuse imitações.
- Error 404: Tessália not found.
- Se não tem pão, comam Tessália!
- A minha Tessália acaba onde começa a Tessália dos outros.
- Ser ou não ser. Eis a Tessália!
- Quem pariu Tessália que a embale!
- Dê a Tessália o que é DiCésar!
- Alguém me manda um convite para o Google Tessália?
- Cada cabeça uma Tessália.
- Play it again, Tessália!
- Me adiciona na sua Tessália?
- Sherlock Holmes diz: Tessália, meu caro Watson!
- Ah-rah-ah-ah-ah-ah! Rama-ramama-ah Tessália-ooh-la-la! Want your bad romance. ♫
- Senhores passageiros, desembarque pela Tessália esquerda do trem.
- Alguém viu minha Tessália? Tinha deixado aqui!
- Eu perguntava Tessália dance? E te abraçava Tessália dance, beijar você, um sonho a mais não faz mal ♫
- Can't read my, can't read my, no he can't read my Tessália face ♫ 
- Filho: Mãe, posso pegar um brócolis? Mãe: Não, filho... Filho: Mas eu quero! Mãe: Pronto, pega essa Tessália e fica quieto!
- De graça, até Tessália na testa.


Se você quiser saber das atualizações, basta seguir a TessaliaPraTudo no Twitter.



sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Duas presidenciáveis numa cajadada só

Tive uma rara oportunidade, como eleitor e como cidadão brasileiro, de contrapor duas eventuais candidatas à presidência do Brasil de uma só vez, com um espaço de poucas horas entre uma e outra. As candidatas são Dilma Rousseff, atual ministra da Casa Civil do governo Lula e, portanto, candidata do governo, e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, candidata pelo Partido Verde (PV), ex-governista e, portanto, oposição.


Ambas estiveram nesta sexta-feira, 29, na Campus Party, um dos principais eventos de internet do mundo e que tem uma ramificação brasileira. Ambas, embora neguem estar em plena campanha (são pré-candidatas), não têm feito outra coisa que fazer campanha eleitoral. O terceiro candidato também não se furta a fazer campanha mas, dessa vez, ao menos, não deu as caras. Os três - Dilma Roussef, Marina Silva e José Serra (atual governador do Estado de São Paulo) - são, desde já, os principais candidatos à presidência do Brasil, cuja eleição começa no primeiro turno, no dia 3 de outubro deste ano, e cujo(a) vencedor(a) governará o Brasil entre 2011 e 2014, a princípio.




Das candidatas, vi, pela primeira vez ao vivo e in loco, algumas facetas que a propaganda televisiva e o filtro da mídia obliteram, talvez, com ou sem intenção. De qualquer forma, a imagem que se começa a formar a partir do momento em que você pode ver as pessoas e olhar nos seus olhos é bem diferente daquela personagem que vemos de forma difusa na tela da TV.


Nesse confronto entre as duas presidenciáveis, pude observar algumas coisas e ficar ainda com mais dúvidas sobre em qual candidato(a) votar ao cargo executivo máximo do País. Por princípio e por falta absoluta de opções, havia declarado meu voto para Marina Silva. Dilma estava fora do meu espectro de escolhas porque tenho a impressão que a imagem que a ministra tem construído elaboradamente tenderá a ruir aos primeiros sinais mais fortes de confronto. Ainda não tenho muita certeza sobre o perfil político de Dilma. Quanto a José Serra, nunca foi uma opção viável na minha concepção por vários motivos, dentro os quais posso destacar este e este outro.


Do que vi hoje, posso comentar. Marina Silva está na defesa. É natural, dado que a candidata, nas pesquisas de preferência de votos, está na lanterna. E quem está lá embaixo sempre vai morder os que estão acima. Marina criticou Dilma e Serra por anteciparem suas campanhas. Questionada sobre sua aparição num evento em que política chega a ser um ET (exceto pelo Partido Pirata, devidamente representado na Campus Party), Marina defendeu sua ida ao evento porque disse que usará a internet: "Não estou aqui de forma artificial. Usarei a internet durante a campanha e nada melhor do que vir aqui para reconhecer que é uma ferramenta importante", disse. A propósito, um dos palestrantes mais ilustres nesta Campus Party foi Scott Goodstein, o estrategista das redes sociais da campanha bem-sucedida do presidente dos EUA, Barack Obama.




Na minha opinião, Marina passeou pelos temas e não se mostrou ousada. Para uma candidata a presidente, achei que Marina tem uma postura um tanto quanto 'mansa'. Depois, conversei com um taxista sobre ambas e ele foi taxativo: "A Marina só fala em meio ambiente". Quer dizer, a imagem da candidata está totalmente atrelada a uma plataforma da qual ela nem faz mais parte. Não que tenha deixado a questão ambiental de lado, mas um programa presidencial deve abordar inúmeros temas e, sobretudo, fazer o eleitor perceber isso.


Postura completamente oposta tem a outra candidata, Dilma Rousseff. Claro que o fato de Dilma estar amparada pela pesada máquina do governo federal ajuda e muito na construção da sua própria candidatura. Mas as posições de Dilma são vigorosas: "a internet é a ágora de Atenas da modernidade", afirmou, ao ser perguntada sobre a importância da rede para a campanha eleitoral. E desfilou uma série de afirmações sobre democracia, internet, acesso aos meios, banda larga (Plano Nacional de Banda Larga), direitos (marco civil regulatório da internet), direitos autorais, direito de acesso (e se posicionou contra qualquer tipo de restrição ou censura). E emendou com direitos à mulher, ao negro, à cultura etc. etc.


Quer dizer, é uma candidata que já tem uma plataforma eleitoral bem articulada. Do que eu vi, achei que Dilma está muito bem posicionada para debater questões que ora estão na pauta do governo federal e também do mundo.


Medidos os dois cajados - o de Marina é predominantemente verde e curto e o de Dilma é longo e espinhento -, no debate mental que fiz ao comparar as duas, pelo menos no ambiente da Campus Party Dilma ganhou disparado. E houve quem protestasse pela atenção da mídia à candidata Dilma! Oras! Basta acompanhar uma e outra para ver que as diferenças passam longe do grau de atenção que exercem sobre a mídia e eleitores em geral.


Tenho, porém uma reclamação dirigida a Dilma que não divulgou a conta do Twitter: esperamos pela ministra mais de duas horas. Creio que a ministra mobilizou mais de 100 pessoas entre motoristas, seguranças, jornalistas, blogueiros, assessores e produção. Todo mundo na expectativa da chegada da ministra ao evento. Ministra, poder público não é se fazer esperar.


Por outro lado, Dilma afagou os blogueiros (entre os quais me incluo) ao fazer referência várias vezes ao papel de blogs e blogueiros em todo e qualquer processo de informação, inclusive o eleitoral.


Saí das duas entrevistas - de Marina Silva e de Dilma Rousseff - com muita informação para analisar. Mas está OK porque tenho, pelo menos, oito meses para me decidir entre os candidatos que substituirão Lula.


Autor e redes sociais | About author & social media

Autor | Author

Minha foto
Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

De onde você vem? | From where are you?

Aniversário do blog | Blogoversary

Get your own free Blogoversary button!

Faça do ócio um ofício | Leisure craft

Está no seu momento de descanso né? Entao clique aqui!

NetworkedBlogs | NetworkedBlogs

Siga-me no Twitter | Twitter me

Quem passou hoje? | Who visited today?

O mundo não é o bastante | World is not enough

Chegadas e partidas | Arrivals and departures

Por uma Second Life menos ordinária © 2008 Template by Dicas Blogger Supplied by Best Blogger Templates

TOPO