Meu rugido dominical
Mulher tira a blusa para entrar em banco em São Paulo.
Mulher tenta matar marido com coxinha envenenada.
Mulher é morta a facadas na zona oeste de São Paulo.
Mulher é espancada por ladrões no Pará.
Mulher morre após cirurgia no lado errado do cérebro.
Mulheres protestam contra violência de gênero na Guatemala.
Mulheres fazem passeata em defesa do aborto em São Paulo.
Mulher tem maior renda em 30% das casas.
(500 mil) Mulheres morrem ao ano durante gravidez.
Mulheres iraquianas são especialmente vulneráveis às cicatrizes mentais da guerra.
Mulheres indianas sofrem com fanatismo dos vigilantes dos costumes.
(Três) Mulheres fogem da cadeia e uma é resgatada.
Menina de 5 anos morre após ser baleada em sorveteria de Goiás.
Menina é encontrada morta na zona oeste do Rio de Janeiro.
Mulher é atingida por tiro em danceteria e morre.
Essas informações foram tiradas de alguns portais noticiosos da internet (UOL, G1, Terra, iG, BBC, El País, Google News etc.) somente das notícias de hoje. Domingo, 8 de março, data a qual se celebra o Dia Internacional da Mulher.
As mulheres brasileiras são maioria: dos 189,6 milhões de habitantes do País, para cada 100 mulheres há 96,4 homens. No mundo, há 3,316 bilhões de mulheres para 3,361 bilhões de homens, o que dá uma proporção de 1,01 homem para cada mulher. Números mais atualizados, com contadores diários, dão conta de que a população mundial, às 17:50 deste domingo, era de 6.890.955.107 pessoas.
O mundo não para e os eventos sucedem-se. A amostra das frases iniciais deste post é apenas para constatar que tudo acontece o tempo todo. Nascimentos, mortes, pequenos milagres, grandes tragédias, dor, sofrimento, felicidade, riso.
A mulher, assim como o homem, não tem dia. Todo dia é dia de mulher. E dia de homem. Todo dia morrem e nascem homens e mulheres. Mas, há que se falar, que se anunciar. Que trazer a púbico porque calar é omitir. A informação é fundamental para que os fatos não morram no obscurantismo. Mais do que celebrar este dia, solidarizo-me com as vítimas de todos os tipos.
As mulheres não estão sozinhas. Somos, os homens, metade dessa convulsão. Se perpetramos, os homens, essa violência secular, somos, os mesmos homens, também receptores de injustiças as mais diversas.
Não celebro o dia de hoje. Apenas o destaco como um dos meios de se fazer ouvir. De não calar ante a opressão. De se fazer ouvir ante a surdez com que se cobrem populações inteiras, subjugadas por regimes violentos. Por religiões medievais. Por culturas patriarcais e arcaicas.
Não posso apenas lhe desejar parabéns por esse dia, mulher, porque somos, mulheres e homens, coautores desse mundo. Somos ação e reação, positivo e negativo. A violência é ativa, mas, também é passiva. Num mundo de homens e mulheres que se perdem, entram em conflito, gritam e traçam guerras homicidas, não há nada para celebrar. E tampouco para lamentar. Apenas somos o que somos. Homens e mulheres. Que escrevem as manchetes iniciais deste post e que as protagonizam, todo dia, toda noite, 24 horas por dia, no mundo todo. Mulheres e homens. Sem data, sem hora para acontecer. Porque somos assim. Somos o que somos.
4 Comentários:
Porque todo dia era dia de índio!
Risos
Passando pra matar a sôdade!!!
Bjs!
Curti o post e a postura. Beijo!
Amèlie!!! Que surpresa! Que eu a sabia restrita, pois, apenas para convidados. Voltastes, porém. Os dias eram de índio e os índios somos os dos dias atuais, sim. Beijo e prazer em tê-la de volta!
Luísa, você também estava sumida desta casa. Gostei que você tenha gostado. Beijo!
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