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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mise en place ou mise en scène?

Mise en place é, em gastronomia, a etapa na qual se separam os utensílios e ingredientes que se usarão para preparar uma produção (ou prato). Os ingredientes são descascados, cortados e reservados para o uso futuro da produção. Mise en scène é, no teatro, a expressão que descreve os aspectos de desenho de uma produção.


Em comum, os dois conceitos, além de virem do francês, têm o mesmo objetivo final: a produção (de um prato, no caso do primeiro, e de uma peça, no caso do segundo). No backstage (ou bastidor), no entanto, tanto a produção do prato quanto da peça ocultam a parte, digamos, sem glamour da cozinha e do teatro. A cozinha é um lugar quente, com cheiros fortes, pessoas irritadiças, nervosas e ansiosas ao extremo porque lidam com o tempo. No teatro, as coxias são quase que valas de guerra por onde transitam outros tantos de pessoas nervosas, ansiosas e nada amistosas entre si.




Ao final, prato e peça estrearão e chegarão ao consumidor em dois diferentes patamares mas que, ainda no âmbito do denominador comum que os une, em plataformas quase equivalentes: na mesa e no palco. Esses dois tablados, na verdade, servem ao mesmo interesse: no caso da mesa, de apresentação do prato-assinatura-grife do chef da casa. No teatro, o palco sustentará a representação do autor, do diretor, dos camareiros, dos carpinteiros, eletricistas, serventes e todos aqueles que estão envolvidos para que apenas o ator ou a atriz brilhe. Ao final, ambos são, de alguma forma, egoístas e tiram a glória das mãos que os prepararam para o ato final. Ou seja, a mise en place ou mise en scène são apenas e tão-somente os cavaletes que sustentam a estrela final.


Estive a pensar sobre isso ao retornar agora há pouco de um evento que misturou palco e mesa. O mais prestigiado e badalado chef brasileiro, cujo restaurante D.O.M. recebeu, recentemente, a 18ª. classificação na lista da revista britânica "Restaurant", entre os 50 melhores do mundo, sucumbiu à produção (de novo, essa palavra) industrial da alimentação. A não menos conhecida marca Knorr, de caldos industrializados, que pertence à multinacional Unilever, conseguiu convencer Atala e mais uns dez chefs mundiais a autenticarem como legítimo um novo caldo lançado pela empresa.


Assisti ao lançamento do novo caldo (que recebeu o selo Minha Escolha) e, depois, uma pequena demonstração de Atala ao fogão (sobre o qual reclamou pelo fato de ter quatro bocas e ser muito doméstico). Atala bem que tentou nos convencer, aos presentes, mas a mim é que não me convenceu de que o novo caldo industrial é o mesmo que o caldo feito artesanalmente.


Fez um rápido caldo demi glace com os restos da asa de frango assada e adicionou um monte de ervas aromáticas (alecrim, tomilho e ervas amazônicas típicas) ao caldo e, por fim, colocou apenas uma pontinha de colher do novo caldo da Knorr nesse demi glace. Ao servir a asinha de frango acompanhada de ratatouille, se esqueceu (e foi, salvo engano, um ato falho, posto que era assistido por quase duas dúzias de pessoas atentas) de finalizar o prato com o caldo.




Claro que imediatamente lhe alertaram para o fato. Mas era tarde (time goes bye diria Madonna). O que ficou, na minha nem sempre generosa percepção, é que o chef-ator se rendeu mas meio envergonhado. Tornou-se garoto-propaganda de um caldo cujo processo industrial jamais lhe passará pelas portas do seu D.O.M. Não lhe perguntei isso mas ele tomou cuidado de separar o chef da pessoa Alex Atala. O caldo ficou restrito ao ambiente doméstico, assim ele nos disse, de alguma forma. No seu restaurante, ao que me consta, esse caldo não entra. De qualquer forma, Atala se rendeu à indústria e emprestará sua fama e face para o secular caldo inventado em 1838.


Não o critico, em absoluto, por querer auferir benefícios com a fama e nome que têm. É de seu direito e tenho visto com frequência chefs renomados (como Ferran Adrià) se valerem do mesmo princípio e lançarem azeites industriais com suas grifes. É que me ficou uma sensação de comida-espetáculo-indústria de massa que, no meu paladar, não me deixou um gosto muito bom. Sei lá, vai ver as pupilas gustativas tivessem sido afetadas pelo whisky 12 anos que eu tomei. Nesse sim eu aponho o selo de Minha Escolha.




Ao voltar para casa, sucedeu que folheei o jornal do dia, com atraso de umas 12 horas, e dei de cara (dei de olhos, talvez) com um artigo que se me encerra muito bem a noite e do qual reproduzo parte (originalmente, publicado pelo "New York Times" e reproduzido, no Brasil, pela Folha de S.Paulo):


"A comida não tem mais a ver apenas com sustento; é uma arte, um estilo de vida, uma oportunidade. E hoje é acompanhada de alta expectativa.


Os chefs, não mais atrás das portas fechadas da cozinha, são os curadores e artífices do espetáculo, e muitos deles têm mais do que apenas comida em seus pratos.


Os chefs estão capitalizando a teatralidade da experiência gastronômica. Grant Achatz, do Alinea, em Chicago, trata o Next, seu novo restaurante, como um teatro e venderá ingressos para a inauguração no próximo semestre. Os comensais pagarão adiantado em seu site, e os ingressos vão de US$ 45 a US$ 75 para uma refeição de cinco ou seis pratos.


'Você pode entrar, sentar-se, iniciar sua experiência e, quando terminar, apenas levantar-se e sair', disse Achatz." Ué! É teatro ou não?

domingo, 30 de maio de 2010

Meu rugido dominical



Abu-Nuwas, poeta persa/árabe (756-814) chegou a figurar em contos do livro "As Mil e Uma Noites", tão famoso era na Pérsia (atual Iraque). Ainda jovem, mudou de Ahvaz para Bagdá e escrevia sobre a passividade sexual dos homens e a inconstância sexual das mulheres. Celebrava a liberdade sexual masculina, principalmente no que se referia ao amor entre homens. Escrevia abertamente sobre coisas proibidas pelo Islã. Foi o primeiro poeta árabe a escrever sobre a masturbação.


Al-Jahiz, escritor árabe que viveu entre 781 a 868, nascido em Basra, também migrou para a então opulenta - financeira e intelectualmente - Bagdá, escreveu, entre outros, o livro "A Arte de Manter-se Uma Boca Fechada". Claro que para consumo de terceiros porque ele mesmo não se furtou a fazer a elegia a "efebos e cortesãs" e promover um "diálogo entre homens que amam mulheres e homens que amam homens". Você conhece alguém que morreu por causa de livros, digo, literalmente atingido por livros? Pois Al-Jahiz foi vítima de uma pilha de livros que desmoronou sobre si, dentro da sua própria biblioteca. Que era, ironicamente, confidencial.


Por fim, Sheherazade, autora (ou ator, nunca se saberá) do milenar "As Mil e Uma Noites" (cujos manuscritos datam de períodos incertos entre 800 e 1700), aborda, de forma metafórica, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. O livro chega, inclusive, a citar Abu-Nuwas em alguns contos.


Esse prelúdio é para citar uma matéria bastante interessante publicada na Folha de S.Paulo neste domingo - A Jihad do Arco-Íris - sobre a primeira revista gay em árabe. A revista, Mithly (acesse aqui o site, em árabe) foi lançada clandestinamente em abril deste ano no Marrocos (país em que o homossexualismo é punido com prisão). Os singelos 200 exemplares da revista são distribuídos de mão em mão na capital marroquina, Rabat. O site, desde a criação, registra mais de 1 milhão de habitantes.


O que me leva a questionar, de forma geral, os perfis que vejo cada vez com mais frequência no Facebook. Há uma infinidade de homens gays árabes - de vários países, inclusive os que proíbem e classificam homossexualidade como crime. Não entendo nada do mundo árabe. Mas há, nesses perfis, talvez uma vontade de dar forma (e rosto, face) para o gay árabe. O assunto é tão tabu nessa região do mundo (a primeira civilização mundial a se fiar na história antiga da Mesopotâmia) que não existe uma palavra na língua árabe para definir "homossexualidade". Os assim considerados (gays) são chamados de "zamel" (efeminado) ou "chaddh" (perverso). Como se perversas fossem as pessoas dessa natureza mas não as que matam em nome de um deus supremo.


A revista Mithly (acesse aqui a versão em PDF) é publicada pela associação Kif Kif, sediada na Espanha. A Kif Kif é uma rede, uma comunidade de compatriotas marroquinos de Madrid, Paris, Roma e Montreal que, com pequenas doações, conseguem viabilizar tanto o site quanto a publicação.


Creio que o mundo é, muitas vezes, um lugar abafado demais para se respirar. Pequenas lacunas ou frestas como essa revista e a iniciativa, de forma mais abrangente, jogam um pouco de ar sobre o preconceito e o sofrimento que isso representa para os que o vivem no cotidiano. O redator-chefe da Mithly disse ao jornal que quando os tradicionalistas mais conservadores querem mostrar os riscos da descriminalização do homossexualismo no Marrocos, exibem imagens do Carnaval do Rio de Janeiro, símbolo do mais alto estereótipo de uma sensualidade exacerbada que, supostamente, temos, os brasileiros, durante a festa da carne.


A revista está apenas na primeira edição. O número dois da publicação está previsto para sair agora, no dia 1º. de junho. A matéria principal deve abordar o alto índice de suicídio de gays no Marrocos. Para o terceiro mês, em julho, está previsto um tema que ainda é mais polêmico: o lesbianismo no mundo árabe.


Nesse mundo em que, a cada passo rumo a uma pretensa evolução, retroagimos outros dois passos, a revista clandestina marroquina significa uma tentativa de libertação, de dar voz a que não a tem e que, por vezes, se cala ao preço de pagar com a própria vida. Porque quando me falam que as coisas e o mundo mudam, melhoram, tornam-se mais compreensivos, eu devolvo com o meu ceticismo. Não acredito. Mas quando tenho conhecimento desse tipo de atitude, minha descrença até arrefece. Daqui, do meu canto de mundo que não considero melhor ou pior do que o Marrocos ou do que o mundo árabe, torço para que os colegas jornalistas da Mithly levem o projeto adiante. E me solidarizo. Mabrook! (parabéns, em árabe).


P.S. A abordagem desse tema é minha contribuição inicial, um pré-post ao mês de julho, que é o mês do orgulho gay (Gay Pride) e também é o mês em que nasci. Que julho seja, de alguma forma, mais cheio de orgulho para o gay marroquino. Ainda, no próximo dia 6 (no outro domingo), acontece a XIV Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. Beijo, me liga!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cidade limpa

Eu não gosto nem um pouco do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Arrogante, eleito pela maioria, costuma falar mais do que a boca lhe permite e fazer o que lhe dá na veneta sem pensar que há mais de 10 milhões de cidadãos aos quais deve o mínimo de respeito.


OK! Acabei de secar o veneno e, recomposto, reconheço o mérito do prefeito ao implantar com sucesso a Lei Cidade Limpa, a que tirou do espaço visual todo tipo de publicidade que atravancava a paisagem já confinada dessa cidade.




(Mudança da paisagem depois da aprovação da Lei Cidade Limpa, que vigora desde janeiro de 2007)

Hoje, segunda-feira, 24, mais um passo foi dado para que tenhamos uma cidade mais limpa. Não temos uma cidade exemplar, nos níveis alemães, mas com muita paciência e dedicação, poderemos, futuramente, cuidar com um pouco mais de carinho dessa imensa metrópole que é, afinal, a casa de cada um de nós, dos mais de 10 milhões de habitantes que aqui vivemos.




(Mais um exemplo da calma visual que a Lei Cidade Limpa criou com a extinção da publicidade excessiva)

A Câmara Municipal aprovou o projeto de lei que fixa em R$ 12 mil o valor da multa a quem for pego no ato de atirar entulho e lixo nas vias públicas. Antes, essa multa era de apenas R$ 500. O próximo passo é a segunda votação e, se passar pelos vereadores, vai para a sanção do prefeito Gilberto Kassab. O prefeito tem centenas de defeitos mas defende uma série de iniciativas, como essa, para tornar a cidade um pouco mais aprazível aos nossos olhos e corpos. Pelo menos esse crédito, por enquanto, eu lhe dou.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

6 coisas que vocês não sabem sobre mim


Os desafios são duas coisas simultaneamente: excitantes e assustadores. Excitam porque se apresentam como oportunidades quase únicas de fazermos, ao menos uma vez, aquilo que tememos ou que queríamos e ainda não havíamos feito por constrangimento, vergonha ou medo mesmo. Impulsionados por algum fator, nos propomos a aceitar o desafio e ver quais são os nossos limites. Assustam porque pressupõem um comportamento extemporâneo ao cotidiano e, portanto, fora do usual. Mais do que isso, distante do habitual que cada um de nós estabelece para si mesmo e que faz com que nos preguem rótulos do tipo "ah! mas tal pessoa é incapaz de fazer isso".


Pois recebi um desafio. Veio na forma de meme. Do querido Eros. Devo dizer, dos queridos. Porque são quatro, e não Três Egos como o autor propõe no título do blog equivalente. Eu gosto bastante do Eros. Mas também há o Apolo e o Hermes. Juntos, formam a trindade do Três Egos. Curiosidade mesmo eu tenho pelo quarto elemento, o quarto ego que nunca aparece e que, ao mesmo tempo, está por detrás dos outros três e, assim, é quase um Zeus a comandá-los, os três egos subordinados. Eu poderia lançar de volta um desafio a esse Zeus que me desafiou mas lanço apenas umas flechadinhas sem maiores consequências e aceito, como bom moço, a proposição do meme.


O meme é chamado de "The Six". Mas fica melhor quando se coloca "Seis coisas que vocês não sabem sobre mim". Remete ao filme "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado" e a segredos obscuros que pretendemos abafados. Mas, como eu disse em resposta ao Eros lá no blog dele, há que se soltar alguns esqueletos e podres para que novos pecados possam se instalar no espaço desocupado dos antigos. É como fazer uma faxininha na caixa de Pandora. Vamos lá, pois, aos podres que considero que a maior parte do público desconhece sobre mim:


1. Sexo: acordei em camas estranhas (nunca direi o número de vezes) com mais de uma pessoa e pelo pouco que o flashreward me permitiu reconstituir a cena, não sei o que fiz, com quem e quando. Apenas ao acordar, sabia que estava em ambiente estranho. Não hostil. Mas me recordo vivamente que saí sem deixar vestígios. Hoje, se encontrasse as pessoas que compartilhavam comigo essas camas estranhas, não saberia dizer quem eram. Se foi bom? Foi ótimo!




2. Drogas: viajei em algum ano para Fortaleza a trabalho. Fiquei hospedado numa suíte com piscina no último andar do Caesar Park. Linda a suíte. Ótimo o hotel. Durante o dia, trabalhei, composto. De paletó e gravata. Fui tratado com a deferência que o pessoal de hotel costuma dispensar a pessoas que trabalham e se comportam sobriamente. À noite, eu, que gato pardo sou, me transmutei. Ainda assim, estava sóbrio. Tirado o paletó e a gravata, sou outro. Sou da noite e a noite é minha. Passei pela recepção, disse até logo e fui para a vida. (pausa, longo intervalo). Experimentei uma chave especial que me travou direitinho e fez com que as fechaduras da consciência fossem trancadas uma a uma, tal qual cofre do Fort Inox. Cheguei ao hotel quase à luz do dia (prefiro voltar antes do amanhecer porque tenho uma estranha tendência vampiresca de odiar o sol da manhã pós-noite orgiástica). Eu não ia dizer mas direi: não caminhei. Praticamente rastejei. Engatinhei mesmo. Ao pé do elevador, não sabia o que tinha que fazer (o elevador funcionava com a inserção do cartão e a digitação do andar e eu não sabia sequer o meu apartamento). Um gentil funcionário houve por bem me acompanhar ao elevador, ao apartamento, me acomodar, apagar as luzes e me deixar em sono profundo. Umas 14 horas depois, acordei e constatei, enfim, que havia vida ainda. Affeeee!!!




3. Bebidas: perdi, literalmente, o pescoço. Não a cabeça, e sim o pescoço. Numa festa de aniversário no extinto Pequi da alameda Santos com a rua Peixoto Gomide, ali do lado do Parque Trianon, eu estava, me recordo, eufórico. O motivo guardo para outras ocasiões. Mas, posso descrever assim: bipolares flutuam entre a depressão e a euforia e eu havia saído do estado da primeira e estava no topo da segunda. Embalado por tão repentina mudança de humor, bebi. Quis, a uma determinada hora, pinga, cachaça mesmo. O Pequi não tinha pinga! Mas veio com uma solução: o famigerado rabo de galo. Como eles não tinham pinga, misturaram vermute com algo similar à pinga. Eu e alguns outros aceitamos a bebida com convicção que somente os bêbados têm. Quando me levantei para ir embora, o pescoço tombou, sem consistência. Parecia que era feito de borracha, feito aqueles palhaços que pulam daquelas caixinhas e arrancam gritinhos nervosos de quem abre o brinquedo. Imediatamente, me dirigi a uma amiga e lhe dei as chaves do carro: "Não consigo dirigir", disse. E foi tudo. Eu não sabia nem indicar o caminho de casa. Ela me deixou como pôde e eu dormi no sofá, com a porta do apartamento parcialmente aberta.




4. Faculdade: durante a faculdade de jornalismo, eu tinha grandes ideias de pautas que, geralmente, não se confirmavam. É impressão minha ou achamos mesmo que somos originais em determinada altura da vida? Ainda bem que agora, mais contido, já não tenho nenhuma perspectiva de ser original. Se der uma cópia de alguma qualidade, já é um avanço. Enfim. Um dos trabalhos de faculdade consistia em visitar algumas zonas proibidas da cidade de madrugada para experimentar como era a vida de adolescentes e crianças que se drogavam na Estação da Luz. Fomos, um amigo e eu. Tivemos medo sim. O ambiente era realmente pesado. Mas eu fui além, depois, sozinho. Voltei lá, pronto para cometer um furo, um brilhante furo jornalístico daqueles que me atirariam direto nos braços das melhores bolsas. Oh! Pretensões bestas! Sozinho fui e senti mais medo ainda. Mas não a ponto de me fazer parar. Numa determinada hora, carros passavam para convidar as crianças e adolescentes para sexo. Claro, o público aceitava porque o crack era barato e a fissura alta o suficiente para justificar um rápido sexo oral ou seja lá o que o motorista quisesse. Eu procurava passar quase por invisível. Mas quem conhece a Estação da Luz à noite, fechada, sabe que somente fica lá quem é do ramo - drogados, gente atrás de sexo e todo tipo que jamais inspiraria confiança. Estava frio, me lembro bem, e eu usava capuz. Um carro encostou e o motorista acenou. Fui. Entrei no carro e ele me ofereceu um cigarro de maconha. Eu disse que não. Deu a partida e disse que me pagava R$ 10. Eu disse que não. A essa altura, eu estava apavorado. Quando o carro chegou ao final, quase na avenida Tiradentes, pedi para ele parar e disse que estava em investigação. Ele freou imediatamente, pediu desculpas e disse que tinha que ir embora. Eu, embora estivesse com mais medo ainda, simplesmente falei que não era nada com ele, e sim com os traficantes. Saí do carro e ele arrancou. Caminhei até a avenida Tiradentes, peguei um táxi e voltei para casa.




5. Morte: eu sempre temi a morte, a Foiçuda, a Megera, aquela figura recurvada que não caminha. Desliza sorrateira. E sempre tive comigo que, ao medo, se deve sobrepor o enfrentamento do medo. E foi o que fiz. De novo, a deixa foi a faculdade de jornalismo. Encorajado por uma outra daquelas pautas que deveriam ser originalíssimas a ponto de serem premiadas, arrumei um tema que, claro, tinha certeza que era o único a deter tanta inteligência. O tema principal era transporte. A proposta, sair do lugar comum. No dia seguinte, cedinho, fui à Funerária Municipal de São Paulo. Meu gancho: descrever o funcionamento do transporte de mortos. O serviço de funerária na cidade é municipal e, portanto, do caixão ao transporte até o cemitério, tudo é feito pela prefeitura. Mais ou menos. Cheguei lá e, acredite!, havia um colega que tinha tido a mesmíssima ideia. Como eu disse, originalidade não existe. Disputamos um pouco o direito àquela pauta e eu, firme, resisti, e ganhei a disputa. Fiquei lá, sem saber o que fazer. Olhei de um lado e de outro e somente senti o cheiro da morte. Saí, dei uma volta e conversei com um motorista. Disse que fazia um trabalho de faculdade (não falei que era de jornalismo, isso costuma assustar as pessoas, não sei porque) e o motorista se mostrou pronto para me ajudar caso eu pagasse o almoço. A pequena corrupção. Aceitei e passei cerca de 16 horas com ele. Foi inesquecível. Fizemos, ele e eu, como um assistente, três transportes de cadáveres. Buscamos duas pessoas, um homem e uma mulher, em hospitais. E uma terceira num bairro distante, do qual não me recordo o nome. Uma mulher. Nos hospitais, tudo triste e deprimente. Carregávamos os corpos em macas, levávamos ao carro fúnebre e os transportávamos para os necrotérios. Lá, se a família liberasse algum dinheiro, o próprio motorista se encarregava de maquiar os mortos, arrumar as flores. Enfim, compor o morto. Ajudei como pude, não obstante o meu pavor. Me lembro de ter enfeitado o corpo do homem com pequenas margaridas amarelas. A mulher que buscamos em casa era uma senhora querida. Na casa, tivemos dificuldade em sair. Havia um pequeno corredor, bastante estreito, e tivemos que carregá-la ao modo de mortos de guerra: num lençol puído até o caixão que estava no carro funerário. Ouvi várias histórias do motorista durante o dia. À noite, quando nos despedimos, cheguei em casa, tomei banho e chorei. Pela vida. E pela morte.




6. Adolescência: fugi de casa quando tinha 16 anos. Fuga é uma palavra que talvez não descreva com exatidão aquele gesto mas foi uma fuga sim. Pelo menos na minha concepção burlesca de adolescente problema, na época era para soar como uma fuga. A tal fuga durou menos de 20 horas e teve como consequência apenas uma reprimenda materna e uma conta a mais para agregar naquele rosário que somente crescia, pesado, cheio de rancores adolescentes. Eu estudava em Ourinhos e resolvi ir para a cidade vizinha de Salto Grande ao invés de voltar para a minha própria cidade, São Pedro do Turvo. Ou seja, pela primeira vez, não voltei para casa. Sei que criei alguma confusão. E eu esperava por isso. Queria que sentissem que eu havia fugido, que eu finalmente havia feito uma coisa grande. A viagem foi de trem. Fiquei na casa de uma amiga e simplesmente dormi, preocupado com o fato de que eu não tinha autonomia, principalmente financeira, para me mover no mundo como se independente eu fosse. Voltei, com o rabo entre as pernas, e ainda ouvi. A grande fuga, imaginada nos milhares de detalhes, não passou de uma viagem boba e apenas se somou ao amontoado de confusões que é a fase da adolescência em geral. #Fail




Acho que fui bastante sincero nas seis coisas que, eventualmente, vocês ainda não sabiam sobre mim. É difícil, em alguns casos, colocar aqui. Mas desafio é desafio e, aceito o pressuposto, coragem! O The Six - Meme pede para que se repasse a mais seis blogs a incumbência de trazer à tona seis coisas que você nunca foi capaz de dizer ou publicar. Quer dizer, pode ser também seis coisas que você acha que os demais não sabem sobre você. Lembro, assim como o fez o Eros, que ninguém é obrigado a aceitar somente porque indiquei o blog. Assim, repasso para os seguintes blogs a tarefa ingrata ou não de se revelar, seja em coisas boas ou não. Agradeço o carinho de Eros (ou foi Apolo ou Hermes??? ou ainda o quarto?) por ter me indicado e espero ter feito jus ao meme. Aos blogs, então:


- A Katana de Bambú
- Celso Dossi
- Dil Santos
- H de Homem
- Homem, Homossexual e Pai
- Why Not Now?




domingo, 23 de maio de 2010

Meu rugido dominical



Confesso que sou meio (mais da metade, quero dizer) fissurado por redes sociais. Não posso ver uma que me atiro feito inseto ante a assassina aranha (exceto pelo Formspring, rede social de perguntas e respostas que avalio ainda se vale a pena ou não). Me entranho, conscientemente, até ser picado e abduzido pela malha fina que, tal qual Gulliver, se vê, pouco a pouco, cada vez mais preso pelos pequeninos pontos mundiais que me amarram. Sou, portanto, vítima voluntária dessa tessitura virtual em que se converteram as redes sociais.


Minha última aderência a essa malha vastíssima foi ao foursquare, há dez dias. Literalmente, "foursquare" significa uma modalidade diferente de basquete, nos EUA, em que quatro jogadores se postam cada um num canto da quadra e fazem, entre si, arremessos perfeitos. Metaforicamente, "foursquare" quer dizer "cada um no seu quadrado" e daí a incongruência dessa e de todas as redes sociais na minha opinião.


As redes sociais não surgiram com a internet, ao contrário do que possa parecer, embora a web tenha dado um impulso a essas redes que jamais as redes sociais físicas seriam capazes de fazer. Rede social, na essência, é uma estrutura social composto por pessoas, organizações, territórios ou qualquer outra forma de agremiação, chamadas de "nós" (node, em inglês), que se conectam por um ou vários tipos de relações (de amizade, família, comercial, sexual, crença, conhecimento, cultura, interesse etc. etc.).


Os nós (nodes) da rede somos nós, pessoas, que as formamos. Os laços (ties, em inglês) são as relações que nos unem. Esse é o fundamento da Teoria de Redes. A ideia mesmo de rede social data de um século já. Mas foi apenas em 1954 que J.A. Barnes sistematizou o termo "rede social" ao lhe dar a conotação da forma como a conhecemos hoje. Foi aí que surgiram os conceitos de tribos, gêneros, grupos étnicos etc.


Dentro desse contexto, com o desenvolvimento da internet, o que era uma teoria de relativa aplicação no mundo físico, transformou-se num dispositivo de amplo uso global. É o caso do Facebook, Twitter, blogs, Messenger, Orkut, fóruns e outras redes que concentram interesses mais ou menos específicos, como o próprio foursquare tema deste post.


O Edney Souza, do Interney, publicou um artigo bastante completo sobre o foursquare - acesse aqui o link - e que dá conta o suficiente sobre essa rede social baseada em geolocalização. Sugiro que você leia atentamente a postagem do Edney sobre o serviço, conceito, segurança, privacidade etc. Acho que o post do Interney abrange com propriedade todos os fundamentos do foursquare.


Não pretendo, portanto, abordar as questões de segurança ou de (falta de) privacidade do foursquare e de outras redes correlatas. Antes, o meu propósito, de fato, é apontar as discrepâncias das redes sociais virtuais: quanto mais essas ferramentas tentam nos aproximar, mais longe eu me sinto das pessoas reais.


O foursquare mistura geolocalização (localização geográfica de uma localidade) com uma espécie de game: a cada vez que eu faço um check-in em um determinado lugar, acumulo pontos e, com esse capital, ganho badges (medalhas ou distintivos). É um atrativo do serviço para que eu, como usuário, alimente cada vez mais o site foursquare com dicas e informações sobre lugares. O foursquare tem pouco mais de um ano de operação e, em abril deste ano, passou de 1 milhão de usuários. Até o final deste ano, deve ultrapassar 3 milhões de usuários segundo as projeções baseadas na expansão do serviço. No Brasil, onde chegou em janeiro deste ano, estima-se que o serviço já agregue mais de 100 mil usuários, concentrados principalmente em São Paulo e, na sequência, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Campo Grande, Brasília, Curitiba e Fortaleza.


Pelo fousquare, por exemplo, estou na Avenida Paulista, em São Paulo, na livraria Cultura. Com meu celular - um smartphone (celular inteligente) com um sistema operacional para aparelhos como iPhone, BlackBerry, Android ou Palm - eu faço um check-in daquele lugar específico e posto. Simultaneamente, o Twitter e o Facebook mostrarão, se eu assim o permitir, exatamente onde estou.


Cada um no seu quadrado. É o princípio do foursquare. E é assim que me sinto, cada vez mais, nas redes sociais. Ainda que eu comunique online e em tempo real onde estou e o que faço, continuo sozinho na minha jornada dia e noite adentro. Por que mesmo pode ser interessante para os meus vários amigos (virtuais, sobretudo) saber onde estou, o que faço?


A comunicação será, ainda assim, truncada. Se eu olhar no meu próprio perfil do foursquare nesta última semana, constatarei que fui de um ponto a outro na cidade de São Paulo e, no entanto, apenas cumpri uma religiosa rotina que compreende apenas trabalho. Na verdade, um tedioso rastreamento dos meus compromissos. Porque tudo o que foi postado foi apenas isso: deixei rastros, talvez, na esperança de que - como os adolescentes e jovens japoneses - alguém que esteja simultaneamente no mesmo lugar que eu (sim, é possível ver isso no foursquare se eu e meus amigos do serviço postarmos do mesmo lugar) possa, finalmente, transpor a barreira do virtual e se concretizar como ente físico e real.


Pela teoria das redes sociais (antes do evento da internet), tribos, famílias e países eram os nós que compunham os laços e construíam, portanto, as tramas de um tecido que se encolhia ou se esgarçava conforme a flexibilidade de cada rede. Penso em pequenas cidades (qualquer uma, no mundo) cujos habitantes ainda olham com desconfiança para forasteiros e demoram bastante para assimilá-lo e acolhê-lo como parte daquela comunidade específica.


Nas redes sociais virtuais, isso não é um problema. Não tenho, a princípio, na média, reservas. Quero ampliar os meus laços a ponto de unir o maior número possível de nós e tecer uma extensa malha que abarque tanto quanto possível os interesses que eu supostamente tenho.


Mas, nessa confecção de uma malha universal, eu, local, regionalizado, continuo tão isolado quanto o forasteiro da cidade ou aldeia. Seja em São Paulo ou em Ubirajara, em Pequim ou Srebrenica, o fato é um só: as redes continuam restritas no que diz respeito aos laços que as compõem e não permitem maiores aproximações entre os nós. Esses nós dificilmente serão rompidos. Porque, no fim das contas, cada nó (eu, você) está mais ou menos pouco interessado em se jogar na queda livre sem proteção de redes, virtuais ou reais.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A boy in a shop

Um menino numa loja. Num passado distante. Lá pela metade dos anos 80. Quando as ilusões ainda não estavam por completo perdidas. Ah! Eu que nem conhecia Balzac, não temia, pois, perdê-las, as ilusões, posto que não as tinha conscientemente.


Depois, elas chegaram e me convenceram a alimentá-las e, ao fazer isso, aumentei a carga do mundo que vive de ilusão em ilusão e morre na ilusão de achar que perdeu algo que nunca esteve lá. Doce assim, talvez amargo. Mas fato.


Antes de tudo, antes que as ilusões se fizessem e se desmanchassem, no entanto, houve momentos únicos em que tudo era possível. Que pena que tenhamos sonhado tanto para constatar que não passam disso, desejos apenas.


Dentro de alguns dias, me verei cara a cara com um pequeno pedaço desse universo que ficou lá atrás, encoberto pelo pó de ilusões destruídas. Resgatarei, momentaneamente, um pedaço de uma adolescência confusa e, ainda assim, cheia de perspectivas do que estava por vir.


O que estava por vir chegou e... e daí? Vou ver os Pet Shop Boys ao vivo, em pocket show praticamente. Viajei muito embalado pelo som dos Pet. Hoje me sinto tanto quanto um pet num shop, feito milhares de outros pets que apenas rosnam dado que os latidos já se calaram. Feito dominós que dançam e se derrubam uns aos outros em labirintos sem fim.



segunda-feira, 17 de maio de 2010

IDAHO - Dia Internacional Contra a Homofobia

Falei sobre ele ontem, no post abaixo, e volto ao meigo: o cantor Ricky Martin usou o Twitter (@ricky_martin) para se manifestar sobre a data de hoje - 17 de maio, Dia Internacional Contra a Homofobia. Não há o que celebrar, e sim lamentar. Ricky Martin, que se assumiu gay recentemente, tuitou: "O problema não é a homossexualidade, o problema é o preconceito".


E sempre é, não! Ainda hoje, também, uma colega disse que, na comparação com a Idade Média, nós, humanos, evoluímos. Não acho. Aliás, discordo plenamente. Ela se referiu a fatos obscuros da obscurantista Idade Média, do tempo em que se queimavam bruxas nas fogueiras e que tudo e todos eram vistos com desconfianças e alguns homens comportavam-se como bichos do mato.




Qual é a diferença para os dias atuais? Apenas a forma. O conteúdo permanece o mesmo. Queimam-se muitas bruxas e bruxos nas fogueiras do verbo, da palavra que tem mais força ainda neste universo em que atravessamos continentes sem sair de casa. Alguém acaso duvida que somos tão ou mais violentos do que éramos na Idade Média? Se evolução houve, acredito que ocorreu somente no nível da massificação do preconceito e da violência em geral atrelada ao pré-conceito com aquilo que não se conhece.


Bastou sermos diferentes para, você e eu, nos estranharmos. Seja na cor da pele, da língua, da cultura ou da crença religiosa. Se seremos evoluídos a ponto de exterminar as diferenças? Duvido. Se até Ricky Martin, ídolo com possibilidades de levar adiante qualquer discurso e fazer algo posta no Twitter sobre preconceito, é porque ele sentiu exatamente isso, o preconceito.




Constantemente, posto no meu Twitter o tópico #NaoHomofobia. Não se trata de uma modinha. Não na minha cabeça. É uma tentativa de, pela repetição, fazer com que haja menos preconceito. Nem que for um tiquinho a menos. Já seria um resultado. Portanto, nada a celebrar. Apenas para registrar: hoje, 17 de maio, é Dia Internacional Contra a Homofobia. Lembre-se disso ao contar piadinhas e usar xingamentos como se estivesse na companhia de lobos. Há outros lobos que, aparentes cordeiros, estão a arreganhar os dentes de tanto preconceito.


Para contextualizar a data, o dia 17 de maio foi escolhido porque foi nessa data que a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou, somente em 1990, a homossexualidade da lista das doenças mentais. E transformou a data em International Day Against Homophobia (IDAHO, na sigla em inglês).

Nude do dia

Desde a semana passada, corre nos blogs, sites e nas social medias, em geral, que o bonitão das fotos abaixo é o misterioso namorado de Ricky Martin. Se é mesmo, ninguém confirmou ainda. Mas, enquanto isso, a gente olha e percebe até que combina, né?




Para olhares mais gulosos, segue aqui o link com o strip quase completo (não, não tem frontal) e aqui o link oficial do modelão italiano Valerio Pino.

domingo, 16 de maio de 2010

Meu rugido dominical



A única vez em que joguei futebol na minha vida - e que não me entre em colapso a minha fugidia memória - foi no ginásio. Foi um jogo de futebol de salão. E o fiz pelos motivos os mais cafajestes, dado que somente fazemos aquilo que não gostamos por uma razão maior: como eu gostava do goleiro e ele era o modelo masculino o qual eu almejava e por ele fui convidado/convocado, aceitei. Futebol mesmo, certamente, não joguei. Levei algumas caneladas e confirmei que não havia lógica, na minha cabeça, naquele jogo perverso de um bando de homens a correr atrás de uma pelota com o único objetivo de enfiá-la por dentre as traves. Claro, sempre me pareceu mais um estupro do que um jogo, um ato invasivo, algo bestial, de se enfiar, se meter mesmo por entre as redes...


Mas não pretendo fazer análises filosóficas ou antropológicas do futebol porque as fizeram muitas e nenhuma é boa o suficiente para explicar o gosto do macho pelo futebol. Eu sei que, de minha parte, esse foi o contato mais íntimo que tive com o futebol. Para não ficar nesse exemplo, cito outro, de ida a um estádio. Como não me desperta maiores lembranças, descarto a experiência.


Portanto, que fique claro: não gosto e não entendo nada de futebol. Na Copa do Mundo, ao contrário, viro torcedor desde criancinha e me vejo travestido em assíduo telespectador, comentarista e totalmente engajado na campanha que a minha pátria faz. Sei lá os motivos que me levam a isso mas é assim.


Por contingências do trabalho, no entanto, nos últimos dois meses, fiquei completamente voltado a questões futebolísticas. Fiz um especial relacionado com a Copa da África do Sul e sem entender patavinas do assunto, me pus a escrever sobre a Copa, expectativas e suporte para cobrir um evento mundial desse porte.


Entrevistei o Galvão Bueno, cara da Rede Globo e de uma grande parte dos torcedores quando o assunto é seleção brasileira. Tive uma excelente conversa com o narrador número 1 (em audiência) do País e gostei. Cheguei, inclusive, a tocar em assuntos mais delicados que dizem respeito, exclusivamente, ao universo do futebol com quem entende. E, entre entrevistado e entrevistador, claro que o especialista ali não era eu.


Depois, fui, de novo a trabalho, cobrir o lançamento publicitário de uma operadora móvel que contratou (a R$ 7 milhões, ao que parece) o "Fenômeno" Ronaldo para fazer um barulho no microblog Twitter durante a Copa. Embalado pelo tema, fiz na mesma semana uma matéria com as operadoras e respectivos garotos-propaganda: Claro e Ronaldo, Pelé e Vivo e Oi e Dunga.


De quebra, viajei para Porto Alegre e tive como colegas de voo todos os jogadores do Santos, inclusive o convocado Robinho e os incensados e não-convocados Neymar e Ganso. De forma que, nem que eu não queira, me vejo rodeado por futebol o tempo todo. Para fechar o cerco, devo ir, de novo a trabalho, na sede do Corinthians, no Parque São Jorge, para um lançamento do timão.


Afe! E eu não entendo porque tanto auê em torno de uma bola e 22 homens!!! Mais um pouco e me transformarei num empedernido comentarista esportivo do tipo que sabe tudo e mais um pouco e que coloca a colher onde é e onde não é chamado. Este é mesmo o País do futebol e, ao voltar para o jogo da adolescência jogado por motivos torpes, talvez eu devesse ter dado mais atenção a esse esporte. É sim. Porque, não sei se vocês viram, a semana passada havia dois jogadores famosos do Barça (estou íntimo...) de mãozinhas dadas, em plena DR (discussão da relação). Acho melhor eu repensar minhas reservas ante o futebol e ficar eu mesmo na reserva caso algum titular não esteja em boas condições. Como atacante, of course!

sábado, 15 de maio de 2010

Boy GaGa

O menino norte-americano Greyson Chance, 12 anos, virou hit instantâneo na internet (até há pouco, eram mais de 13 milhões de visitas ao vídeo) ao tocar piano e apresentar sua versão de "Paparazzi", de Lady GaGa, em um festival escolar. Em pouco mais de 15 dias, o vídeo de Greyson no YouTube atraiu atenção o suficiente para que Ellen Degeneres chamasse o garoto para participar de seu programa.




A surpresa, para Greyson, ainda estava por vir: durante o programa, Ellen ligou para Lady GaGa e a colocou ao telefone com Greyson. Veja o conselho que tia GaGa deu ao prodígio: "Continue a correr atrás de seus sonhos e trabalhe duro. E fique longe das garotas", disse a pokerface. Abaixo, o vídeo:



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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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