Meu rugido dominical
Ei leitores/as! Cadê vocês? Desde julho, tenho notado uma curva ascendente na visitação do blog. Tenho lido muito por aí que os blogs perderam espaço com a popularização das redes sociais como o Facebook e Twitter, mas, até então, não tinha registrado o fenômeno.
Também pode ser porque as pessoas cansaram do blog simplesmente. Acontece. Assim como acontece quando enjoamos de determinada brincadeira, objetivo, comida e, olha só, de outras pessoas. Talvez o tom monocórdio do blog (a linha mestra é uma só, seja no humor ou na falta de) soe como um combalido sino que não atrai mais ninguém. Apenas irrita.
Li ainda que outras plataformas mais interessantes, como o Tumblr, podem ser uma alternativa mais dinâmica ao blog, modelo convencional.
Realmente não sei o motivo. Pensei que eram as férias escolares de julho. Com as férias, as pessoas tendem a relaxar e a sair de frente da TV e do computador (acho).
Findas as férias, o movimento foi ainda menor. Essa semana, na média, os visitantes não chegaram a 50/dia. Para comparar quando quero dizer que é visível a descendência, este blog chegou a registrar, em média, 140 visitantes/dia. E não faz tanto tempo assim.
Por isso, quero sinceramente saber que rumo tomar. Talvez esteja na hora de dar um tempo. Acabamos, o blog e eu, de fazer aniversário. Quatro anos. Sim, quatro anos eu, blogueiro, e o blog. Será que cansou? Cansei eu? Cansou o/a leitor/a, enfadado/a de tanta informação nem sempre útil depois da overdose de informação que já recebe pelas plataformas tradicionais?
Não sei. Uma das coisas de que mais gosto é de escrever. Escrevo aqui porque gosto. Não me sinto nem um pouco obrigado a fazê-lo. Tudo o que posto é porque, de uma forma ou de outra, me chamou a atenção e valeu o tempo para o registro.
Como homem de comunicação, no entanto, me dirijo a um determinado público. Se a audiência não existe, qual é o sentido de escrever? Para mim mesmo? Então é melhor fechar o acesso do blog. Isso é fácil.
Não sei. Na minha percepção, a blogosfera passa por uma mudança radical. Sim, são as redes sociais e serviços como o Tumblr. Mas, depois disso, virá algo mais. Pode ter certeza. Em 15 anos, a internet tem mudado tanto que é impossível determinar que modelos prevalecerão.
Hoje mesmo me disseram que a geração atual, ante a anterior, tem um vocabulário cotidiano de 1 mil vocábulos a menos do que a anterior quando na idade desta. Na Inglaterra e nos EUA, já existem escolas e cidades que abdicaram da escrita cursiva (aquela pela qual você escreve com caneta, não em letras de forma, e sim na sua própria e peculiar caligrafia). Nos EUA, chegaram a dispensar a escrita cursiva e de forma para adotar de vez os tablets como tábuas de alfabetização. Essas crianças não saberão escrever?
Mais uma vez, se me apresenta uma encruzilhada, a do fim do texto longo. Acho que vamos em direção a vídeos e imagens. Muito mais do que palavras. Responda-me rápido: você conhece alguém que neste exato momento esteja lendo um livro? Quantas pessoas? Se me retornar com uma, ficarei feliz.
E é essa a explicação que encontro para a ausência de visitantes: a lenta e gradual perda de interesse em ler, em buscar outras ideias, em fazer do pensamento alheio estruturas para formar o próprio. Não, não vejo como o fim, o caos e nem nada. Apenas lamento.