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terça-feira, 28 de junho de 2011

O tablet dos 10 mandamentos (ou como se comportar digitalmente)

A revista Veja publicou na edição desta semana os dez novos mandamentos, agora para o mundo digital, sobre o uso de smartphones, notebooks e tablets.




São sugestões da revista (em verde), seguidas do risco associado à quebra de cada um dos mandamentos (em azul), aos quais eu acrescento o castigo de minha própria cepa se o crime for cometido (em escarlate, porque deve sugerir sangue).


I - Não ireis, tu e teu parceiro, para a cama cada qual com seu iPhone


Isso abre a porta para muitos outros. A cama do casal é só dos dois.


Isso abre a porta, as windows, safaris inteiros e podem saltar das telas viados, tigresas, piranhas, piriguétis e outros répteis afins. Você será punido com a expulsão da cama, da casa, do jardim e do éden inteiro se pego em flagrante.


II - Não te levantarás da cama, depois do amor, para checar os emails


Ofensa gravíssima, pior do que virar para o lado e dormir, roncando.


Se te levantarás, que levante outra coisa que deve ser levantada. Se for para checares algo, cheque o saldo de seu talão de cheques e jamais dê um cheque em branco. Confrontado em falta, erga os braços e afirme, sem vergonha de parecer ridículo: É mail, tudo mail!


III - Só porás no Facebook fotos da festa se todos os fotografados concordarem


Desgraças assim evitáveis: emissões, separações e amizades rompidas.


Desgraçadamente, colocastes fotos da festa com todos os parentes, amigos e agregados ao final da festa, quando os salões se transformaram em dark rooms, as crianças já dormiam nos sótãos e restavam apenas os vagabundos e safadas de plantão, à espera da xepa. Claro que as fotos são de alto teor pornográfico. Se porventura postastes no Facebook as indecências e partes pudendas, suas e de outrens, diga que o movimento hacker LulzSec invadiu seu território digital e você não tem culpa. Espera-se que você tenha postado fotos próprias para confirmar que também foi agredido e, lógico, porque é exibicionista.


IV - Mesmo se todos concordarem, espera até o fim da festa


Exibicionismo? Carência? Descontrolados devem ficar em casa.


Vá ao banheiro de tempos em tempos e se conecte como quem aspira três ou quatro carreiras daquele pó branco. Se tiveres tremores, volte ao banheiro e acesse rapidamente tudo o que deseja, poste o que quiser e saia. Não se esqueça de limpar o nariz, digo, as digitais da tela do smartphone. Quando a festa acabar, não aja como um adicto: conduza o veículo calmamente e tente controlar os movimentos. Em casa, se o descontrole surgir, respire fundo: sempre há um papelote, ops, um teclado disponível, para ocasiões como essa. Se ainda assim for inevitável a queda, aja com decência e desmaie: será levado embora da festa e, no hospital, ficará confortavelmente instalado para se conectar durante o período em que estiver entubado.


V - Não usarás o iPad como similar de domesticação infantil


Almoço na casa da vovó é para conversar, brincar e fazer folia, à moda antiga.


Envie as crianças ao campo: ao campo de futebol, ao Campo de Marte (aeroporto em São Paulo), ao campo do além. Se casa de avó é para confraternizar, não se esqueça que as avós não medem recursos em servir comidas anti-saudáveis, quase envenenadas de tanta caloria. Dê um iPad para cada criança com o Angry Birds instalado. A cada porco tombado, uma criança será salva da obesidade mórbida. Se reprimido, use pássaros raivosos para abater aquele porcino que te acusas.


VI - Não tuitarás durante o casamento; em especial o teu próprio


Todo mundo precisa saber cada segundo da tua vida? Tens certeza?


Evidentemente que todo mundo deve saber de tudo o tempo todo, inclusive naquelas ocasiões em que você, bêbado até a alma, é capaz de voltar aos 2 anos de idade e irrigar seu colchão como se fosse um terreno árido. Poste isso, tuíte o casamento, comente que o vestido da sogra é de uma cor que lhe dá ânsia de vômito e solte impropérios ao padre com transmissão em streaming de vídeo. Aproveite para caluniar padrinhos e, eventualmente, aquele familiar que você odeia. Na saída, tire fotos e as deforme com o Instagram ou qualquer outro recurso e faça comentários abusivos sobre as pessoas. Se tentarem te deter, diga que está em estado de choque porque, afinal, casar é praticamente bloquear o acesso dos 3 mil amigos do Facebook ao seu Messenger e Skype e a toda a sorte de putaria que você pode (não que o faça) fazer no ambiente online.


VII - Só mostrarás o local das férias uma vez, e discretamente


Andar pelo resort de notebook aberto, e falando alto, é superadíssimo.


Caminhe pela praia de zíper ou botões abertos, nade nu, quebre alguns móveis do hotel, brigue com aqueles turistas indesejáveis e nunca, jamais, deixe de certificar-se de que a potente conexão 3G (que venha logo a 4G) esteja em pleno funcionamento em transmissão real time. Grave tudo, faça o upload no YouTube e depois compartilhe pelo Facebook, Twitter e, por fim, poste no seu blog. Guarde tudo em sistemas de armazenamento pagos para ter certeza de que os registros permanecerão até que sua memória se esvaia. Se a polícia for avisada e quiser lhe reprimir por atentado violento ao pudor, diga que é um teste para o próximo projeto experimental de Lars von Trier. Serás perdoado e compreendido.


VIII - Não erguerás o iPad como uma barreira à mesa do café da manhã


Valem para o tablet as mesmas regras aplicadas aos jornais.


Vale o que você quiser. Aproveite-se do recurso que lhe permite girar o dispositivo e ler tanto na horizontal quanto na vertical para, em momentos alternados, mostrar-se ou ocultar-se, tal qual uma dama árabe ao fazer o uso do chador. Você não precisa seguir complicadas regras de etiqueta dado que nunca as seguiu quando usava aquela muralha de papel que era o jornal impresso. Ah! Tempos bons aqueles, que permitiam que se desdobrasse uma cortina para que você não fosse obrigado a ter à sua frente aquela visão dos infernos! Agora, com esse equipamento minúsculo, é incrível como aquela pessoa do outro lado da mesa cresceu e tomou proporções de monstro. Se a pessoa revidar, baixe um aplicativo imediatamente, do tipo daquele que emite um som para repelir inseto, coloque tampões no ouvido e deixe o sistema processar.


IX - Acharás os aplicativos adequados a crianças pequenas


E ficarás junto delas o tempo todo. Ou preferes que abram aquelas galerias de fotos?


Fique longe delas o tempo todo. Te consomem mais do que a bateria do iPad. Deixe que abram as 85 milhões de galerias disponíveis, os 674 bilhões de vídeos do YouTube e as 9,128,634,385,021,567 páginas da internet. Você não é obrigado a garantir proteção contra tanto número. Xingado por detratores, diga que os desenvolvedores de aplicativos gratuitos são os culpados de haver tanta criança pequena no mundo.


x - Respeitarás um dia de guarda durante o qual ficarás desconectado


Semanal, quinzenal ou mensal: o importante é mostrar autocontrole.


Oi?


sábado, 24 de julho de 2010

As noites selvagens dos padres gays

Mais um escândalo sexual assombra o Vaticano. A revista italiana Panorama desta última sexta-feira traz como matéria de capa a reportagem "As noites selvagens dos padres gays". Com uma câmera escondida e uma investigação cuidadosa, durante 20 dias o jornalista Carmelo Abbate, da Panorama, acompanhado de um "cúmplice gay", se infiltrou nas noites quentes frequentadas pelos sacerdotes de Roma: os padres levam uma vida dupla - durante o dia, são sacerdotes, usam as vestes clericais e realizam missas; à noite, são caçadores nos clubes gays romanos. A revista descobriu uma série de casos de padres com vida dupla e conta, na reportagem, a história de três sacerdotes: Paul, Charles e Lucas. Os nomes são fictícios para proteger a verdadeira identidade dos padres.




Paulo, um padre francês de 35 anos, conheceu o repórter da revista Panorama na sexta-feira, dia 2 de julho, durante uma festa gay do bairro romano de Testaccio. A festa incluía dois outros acompanhantes pagos (escort boys) que dançaram nus com o padre e outros convidados e praticaram sexo. Também estava na festa o padre Charles, que tem entre 45 e 50 anos. A noite terminou na casa do padre Paul e o "cúmplice gay" do repórter manteve relações sexuais com o sacerdote, filmadas pela revista com uma câmera escondida (veja o vídeo abaixo).





Na noite seguinte, Paul e Charles procuraram o repórter e o amigo gay do repórter novamente. Segundo a revista, Charles deu uns "perdidos" (sumir sem explicações na balada). A noite teve o mesmo fim, com sexo entre alguns deles. A revista testemunhou que, no dia seguinte, Paul celebrou a missa em sua casa.


Charles disse ao repórter que 98% dos padres são gays e inclusive indicou casais de padres gays que são praticamente casados. Segundo o sacerdote, há uma ala intransigente da igreja que prefere ignorar o fato, enquanto outra ala reconhece e aceita os padres homossexuais. Depois do almoço com o repórter, o amigo do repórter foi à casa de Charles e, uma vez mais, mantiveram relações sexuais, gravadas por uma câmera oculta.


O Vaticano fez o que sempre faz: manteve a fleuma com que costuma responder a escândalos sexuais (como os dos prelados pedófilos) e acusou a Panorama de provocar polêmica e desacreditar a Igreja Católica.


Mas a revista tem tudo documentado e o editor ofereceu as provas para o caso de alguém ainda duvidar. Um dos pontos de encontro dos padres gays em Roma é a danceteria Gay Village. O Vigariado de Roma apenas divulgou uma nota curta: "A finalidade do artigo é evidente: criar escândalo, difamar todos os sacerdotes com base na declaração de um dos entrevistados, segundo a qual 98% dos sacerdotes que ele conhece são homossexuais, e desacreditar a Igreja".


Para tentar fugir de mais esse escândalo, tão comum no seio da Igreja, o Vaticano teve o displante de defender os 1,3 mil sacerdotes de Roma e acusar apenas os padres estrangeiros da tal "vida dupla". O Vigariado escreveu: "Em Roma, vivem muitas centenas de padres provenientes de todo o mundo para estudar, mas que não são do clero romano nem estão empenhados na pastoral".


Caros clérigos do Vigariado: a fundação da pedra da Igreja em Roma, ao que consta historicamente, sempre esteve balizada pelos mais escabrosos escândalos sexuais, sendo que o homossexualismo é apenas mais um tijolo nessa construção secular. Basta voltar um pouco e recordar os papas gays, casados, incestuosos, bandidos e mais uma série de adjetivos com os quais se pode classificar aqueles que são, sobretudo, homens como os mais comuns dos homens e, portanto, tão suscetíveis aos deslizes da carne quanto o resto da humanidade.


É hora de o Vaticano parar com esse comportamento e tratar a realidade como se deve. Com honestidade. Porque se a mulher de César, a propósito de Roma, além de ser honesta tem que parecer honesta, a Igreja Católica, além de ser autêntica, têm que parecer autêntica para merecer qualquer tipo de crença, seja de fé ou do cotidiano mesmo. Dentro dos limites do meu conhecimento clerical, devo dizer que conheço um bom número de padres gays que não hesitariam em "pegar" o coroinha ou cair nas "noites selvagens".

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Nude do dia

Com religião e símbolos religiosos, sejam católicos, muçulmanos ou judaicos, não se mexe. A edição deste mês da revista Playboy de Portugal resolveu fazer uma brincadeira e colocou a figura de Jesus Cristo na capa e em ensaio interno com mulheres nuas.


A intenção - e de boas e más dizem que o inferno está cheio - era fazer um ensaio-homenagem a José Saramago, morto no mês passado. O escritor, notadamente ateu, escreveu "O Evangelho Segundo Jesus Cristo".


A Playboy é de origem norte-americana, país cujas religiões são tantas que se mesclam umas às outras sem que seja possível afirmar que os EUA são evangélicos, católicos ou ateus. Mas uma coisa é certa: os EUA são profundamente conservadores, por mais que se proclamem o contrário.


E a reação foi fulminante: a Playboy Enterprises, que controla os direitos da marca no mundo todo, anunciou que a filial portuguesa perderá sua licença e terá que fechar as portas. Leia o comunicado da Playboy: "Nós não vimos ou aprovamos a capa e o ensaio da edição de julho da Playboy Portugal. É uma quebra chocante de nossos padrões e nós não teríamos permitido isso se tivéssemos visto antes. Como resultado disso e de outros problemas com a editora portuguesa, estamos iniciando o processo de romper o nosso contrato." Abaixo, as fotos que culminaram com o fim da Playboy portuguesa e a prevalência do falso moralismo cristão dos EUA:



quarta-feira, 17 de março de 2010

E o mundo fica verde

Fica verde por conta de um símbolo, e não porque, de repente, todo mundo resolveu sair e plantar árvores. E porque hoje não é sexta-feira, e sim quarta-feira, dia 17, também hoje é, sim, dia de celebrar. Claro que, no Brasil, vamos no arrastão porque onde há festa, há brasileiro no meio. E pode até ter a ver, já que o verde domina a bandeira nacional.




Hoje é o St. Patrick's Day (Dia de São Patrício), santo padroeiro da Irlanda e, consequentemente, feriado nacional irlandês. E o que temos a ver com isso? Temos a ver que o que era uma festa religiosa transformou-se numa das mais pagãs celebrações. O Saint Patrick's Day tornou-se o maior motivo para tomar cerveja. Na Irlanda, claro. E nos EUA, no Brasil, Argentina, Canadá e até mesmo no Extremo Oriente, na Coreia do Sul, todo mundo se reúne em bares (preferencialmente, pubs irlandeses) para comemorar a data. São Paulo, por exemplo, tem um excelente pub irlandês, onde é possível degustar a Guinness (somente no dia de hoje, em todo o mundo, estima-se que sejam consumidos mais de 7 milhões de litros da tradicional cerveja irlandesa): é o All Black Irish Pub. Eu já fui, justamente no Dia de São Patrício e avalizo.


Para comemorar o dia do santo que passou a ser da cerveja, o portal R7 postou alguns personagens de desenhos animados que adoram ser vistos na companhia de um bom copo (ou tulipa) de cerveja.




Em outro extremo, foi aberta uma mostra em Madri, "Cerveja e Arte", com pinturas, esculturas, colagens, fotografias e arte digital que têm a cerveja como inspiração. Há de tudo para celebrar essa "loura gelada" da qual a mais polêmica no Brasil ultimamente é uma devassa vendida pela Paris Hilton.




De minha parte, quero dizer que a cerveja e eu nos damos muito bem, sempre nos falamos e mantemos uma relação afetiva de dois amantes fogosos. Ora caímos juntos, ora caímos de novo, separados que somos pela minha falta de coordenação motora nesses momentos. O importante é que essa loura gelada não despreza. Ai que sede!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ameaça à (pro)criação

Crescei-vos e multiplicai-vos é um dos maiores axiomas do livro do Gênesis e boa parte da humanidade pauta-se por esse princípio, consciente ou inconscientemente. Deve ser por isso que o papa Bento XVI rebelou-se nesta segunda-feira, 11, e, durante um discurso em que misturou casamento gay e meio ambiente, poluiu ainda mais o primeiro tema em detrimento do segundo. Disse o papa que as leis (certamente, induzido pelas recentes notícias emanadas de Portugal e México, ambos predominantemente católicos) que enfraquecem "as diferenças entre os sexos" são uma ameaça à criação.





Como eu tenho uma proverbial vocação de entender o que eu bem quero do discurso alheio, na minha modesta compreensão o papa errou a palavra: ao invés de dizer 'criação', talvez tenha querido dizer 'procriação'. Mesmo porque a criação e toda a cultura do criacionismo como imaginado por Sua Santidade não é ameaçada exatamente pelo que os homens fazem ou deixam de fazer entre si sexualmente, e sim pelo que fazem fora do contexto sexual. Porque, ao que me consta, durante um ato sexual, seja homem a homem, mulher a mulher ou homem a mulher, dificilmente existem ameaças que possam extinguir a garbosa raça humana.





"As criaturas diferem-se uma das outras e podem ser protegidas, ou colocadas em perigo, de formas distintas, como sabemos a partir da experiência diária. Um ataque desse tipo vem de leis ou propostas que, em nome da luta contra discriminação, atingem a base biológica da diferença entre os sexos", afirmou Bento XVI. "Penso, por exemplo, em alguns países da Europa ou da América do Sul e do Norte", disse. Oito países aprovaram o casamento na Europa; seis estados norte-americanos legalizaram o casamento gay; e, na América Latina, a Cidade do México, capital do México, aprovou o casamento gay.





As palavras de Bento XVI foram ditas durante um discurso a diplomatas de mais de 170 países. Que ainda completou: "A liberdade não pode ser absoluta, pois o homem não é Deus. Para o homem, o caminho a ser tomado não pode ser determinado pelo capricho ou pela teimosia, mas precisa corresponder à estrutura desejada pelo criador".


E tudo isso foi dito sempre na companhia do inseparável companheiro de jornadas, o monsenhor (e bonito) Georg Gänswein, que é secretário particular, instrutor de tênis e pelado de Vossa Santidade. Ops! Prelado, eu quis dizer.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Hajj, uma tradição de 1.381 anos

Na semana passada, cerca de 3 milhões de muçulmanos fizeram a peregrinação de seis dias aos locais sagrados do Islã. Essa peregrinação faz parte do rito anual de orações, o Hajj, cujo destino é Meca, na Arábia Saudita. No século VII, o profeta Maomé proclamou o islamismo na cidade, o que a tornaria, portanto, importante até os dias atuais na história do desenvolvimento do Islã.






Anualmente, Meca recebe enorme contingente de muçulmanos para o Hajj (que significa 'peregrinação', em árabe). Hajj é um dos pilares da religião islâmica. Os demais são testemunho, reza, esmola, jejum e ramadan (também ramadã e ramadão, que é o nono mês do calendário islâmico).


A primeira caminhada em direção à Meca foi feita no ano de 628, quando o próprio Maomé conduziu 1,4 mil fiéis para a cidade. Segundo os fundamentos do Islã, Deus ordenou a Abraão e a seu filho Ismael que reerguesse os pilares da Caaba ('meteorito', em árabe, que é o colossal cubo em torno do qual os muçulmanos oram em Meca) e chamasse as pessoas para a peregrinação. Desde então, o ritual se repete com os fiéis a seguir os caminhos e reproduzir os atos de Abraão.






O Hajj (ou Hadj) deve ser feito, pelos muçulmanos, ao menos uma vez na vida e somente pode ser realizado uma vez por ano, entre o oitavo e o décimo dia do mês de Dhu al-Hijja (é o último mês do calendário islâmico). Se a peregrinação ocorrer em outra época do ano, será chamada de 'Umra'. No entanto, a Umra não substitui o Hajj.


Entre os rituais para a concretização do Hajj, o peregrino, a uma determinada distância de Meca, deve entrar no estado de 'ihram' (sacralização ou estado sagrado). Para isso, deve vestir a 'iharam' (duas peças de tecido branco e não cosidas e sandálias também não cosidas). Durante o ihram, o peregrino não pode cortar o cabelo e as unhas, não deve usar perfumes, matar animais, discutir ou lutar, manter relações sexuais e casar.








Ao entrar na Grande Mesquita de Meca, o fiel faz o 'tawaf', que são as sete voltas em torno da Caaba no sentido anti-horário (cada volta é chamada de 'shawt'). Durante essas sete voltas, o muçulmano profere orações. E as três primeiras voltas devem ocorrer em passo mais acelerado. E há mais uma série de práticas para encerrar o ritual cujo ápice é ir ao Arafat (referido como monte mas que é, de fato, uma planície a 20 Km de Meca). Esse é o ponto alto do Hajj. O fiel que cumpriu todo o ritual do Hajj pode adicionar como prenome as palavras 'El hajj' ou 'el hadj' ao nome. Por fim, alguns peregrinos aproveitam para visitar Medina, também na Arábia Saudita, onde está localizado o túmulo do profeta Maomé.







A Caaba (ou Kaaba ou Kabah) é uma construção cúbica que fica na mesquita de Al Masjid Al-Haram. Tem 15,24 metros de altura e é permanentemente coberta com uma manta escura com bordados dourados. Dentro dessa construção, está guardada a 'Hajar el Aswad' (pedra negra, em árabe), de 50 centímetros de diâmetro, considerada uma das relíquias sagradas do Islã. Supõe-se que a pedra provem dos restos de um meteorito.


Quando Maomé proclamou o islamismo, incitou, com o gesto, o repúdio aos deuses pagãos (politeísmo) e o culto a um Deus único (monoteísmo), que é Alá. Ao fazer isso, Maomé conservou a Caaba que, no paganismo, simbolizava o sistema solar e abrigava 350 ídolos (representação zodiacal).

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Não é trabalho, é tara!

Pelo terceiro ano consecutivo, volta a ser editado o já controverso e também popular calendário Mormons Exposed. São 12 bonitões (dos quais seis estão estampados neste post) que não se acanham em mostrar partes do corpo em poses inspiradas na história "Capitão Moroni e o Título da Liberdade", do Livro dos Mórmons.



A produção do calendário foi feita por Arnold Friberg e os 12 modelos são missionários mórmons legítimos que serviram missões em tempo integral para a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Este ano, o tema é "Men on a Mission".










Abaixo, o vídeo promocional. O objetivo do calendário, aparentemente, é atrair mais fiéis para as hostes dos mórmons. Aqui entre nós: isso não é trabalho, é tara! Tanto de quem produz quanto de quem consome, né? E, affeee!!!, de quem repassa também...





segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O ridículo das religiões

Há dias que algumas coisas nos são entregues assim, de supetão. Tanto melhor. Como assinante da TV paga brasileira, devo dizer que o serviço é ruim: caro, cheio de repetições sem fim de filmes e séries, com mais breaks do que conteúdo (exceto pelos canais premium) e, a despeito da centena de canais, há momentos em que, definitivamente, não há nada de útil para se ver.


Entre um zapear e outro interminável pelo mar de canais, de repente, me deparei com "Religulous" ("Irreverente", no Brasil, na péssima tradução). O misto de documentário/comédia é uma produção de 2008 protagonizada pelo comediante norte-americano Bill Maher e dirigida por Larry Charles (por referência, é o mesmo diretor de "Borat"). O título original do filme deriva das palavras inglesas 'religion' e 'ridiculous' (religião e ridículo, respectivamente). Assim, o documentário/comédia se propõe a analisar e satirizar a religião (todas) e as crenças religiosas (todas).





Para isso, Bill Maher vai a lugares como Jerusalém (católicos, muçulmanos e judeus), Vaticano (católicos) e Salt Lake City (mórmons) e entrevista, entre outros:


- A mãe e a irmã.
- Um ex-satanista.
- Um franciscano que diz que a homossexualidade é aceitável segundo a Bíblia.
- Um pastor cujo objetivo é ajudar as pessoas a superar sua homossexualidade.
- Um cientista a quem é creditada a descoberta de um gene gay.
- Um jornalista secular.
- Um senador democrata dos EUA.
- Um criacionista.
- Um rabino.
- Um profeta que se diz a reencarnação de Cristo.
- Uma política holandesa.
- Um rapper britânico muçulmano.
- Um ativista radical judeu.
- Os proprietários de um bar gay muçulmano de Amsterdã.


Não vou entrar no mérito dos métodos de Bill Maher. O comediante não é truculento com os entrevistados. Ao contrário, prefere, algumas vezes, retirar-se. Mas a edição do filme eu achei brilhante porque anula os fundamentos das religiões seculares. E mostra a falta de consistência para subsidiar a fé do humano no divino. Não que eu precise de mais elementos os quais eu mesmo tenho capacidade de avaliar. Mas é de uma clareza, para mim, bastante elucidativa.


Principalmente quando mostra, em Dorset, na Inglaterra, a figura de um gigante  - o Cerne Abbaa Giant, The Rude Man, que está incrustado na montanha e seria símbolo de fertilidade (veja a foto e o tamanho correspondente do órgão genital do Rude Man). Esse gigante, embora não se saiba sua origem, têm sido praticamente objeto de culto na região e também por visitantes há milhares de anos. O comediante chama a atenção para o fato desse culto se assemelhar a uma religião porque, embora as pessoas não saibam dizer porque tal figura existe, continuam a cuidar da vegetação e da própria incrustação porque 'sempre foi assim'.





Obviamente, esse argumento é por demais simplista para correlacionar fé e religião. Mas coincide com um argumento que me é muito mais caro: os gregos e romanos adoravam a vários deuses; os gentios adoravam bezerros de ouro; os índios brasileiros adoravam (e talvez alguns ainda o façam) o sol, a lua e o trovão como deuses. Todos esses povos eram politeístas (vários deuses). As religiões monoteístas (um só deus) nasceram da necessidade dos líderes (políticos) de canalizar a fé das pessoas numa só direção, voltada sobretudo a objetivos políticos que se movem - e à fé do humano - conforme seus interesses. Caso mesmo dos muçulmanos, dos cristãos, hindus e tantas outras crenças.


Na faculdade de jornalismo, tive uma professora de antropologia com o qual eu debatia essa necessidade do humano em ter acesso ao divino. A explicação nunca foi totalmente conclusa para mim mas girava em torno do fato de nos exasperarmos ante nossas próprias limitações e, pior, ante nosso próprio fim com a morte. Para não ficarmos submetidos a esse triste e inglorioso fim (ou, no caso dos povos politeístas, por não dominar o conhecimento dos elementos naturais), inventamos o místico.


De qualquer forma, o filme é bastante claro e cabe a cada telespectador, na medida da sua fé - ou falta de - concordar ou discordar dos argumentos do comediante. Eu gostei e concordo. Abaixo, um pequeno trecho do filme.





segunda-feira, 19 de outubro de 2009

A santa inquisição rosa-shock (aka pink)

A Espanha, que foi um dos países que mais levou a ferro e fogo (mais a fogo do que a ferro) os tribunais da inquisição (a chamada 'Santa Inquisição') agora se debate com o que chama de 'inquisição rosa', ou, em palavras menos estéticas, a inquisição promovida pelos gays. Especificamente pelo Coletivo de Gays, Lésbicas, Transexuais e Bissexuais de Madri (Cogam). A associação de defesa dos direitos GLTB da capital espanhola lançou um calendário no qual revisita, sob uma estética gay, imagens bastante conhecidas da arte sacra, especialmente as que retratam as aparições da Virgem Maria. Sob esse viés estético gay, o 'Calendário Laico' faz uma livre reinterpretação de cenas católicas.


Claro que o calendário já foi condenado. Sobretudo porque as virgens são representadas por transexuais. Essas santas drag queens usam mantos, coroas, colares, braceletes e, como adereço, preservativos coloridos e até mesmo vibradores. O calendário não é novo: foi lançado em junho deste ano na Parada Gay de Madri. Mas foram apenas 500 cópias. Nesta semana, começou a circular a edição que tem provocado a ira dos mais diversos setores. São 10 mil exemplares à venda.


O argumento do Cogam para lançar tão polêmico calendário (veja as fotos a seguir), na minha opinião, é fraco: a associação quer reivindicar que, na Espanha, pela lei um país laico, os feriados santos sejam substituídos por eventos sociais. Assim, o Natal poderia ser o Dia da Democracia, por exemplo.











Mas o pano de fundo - e sobretudo as figuras que povoam os doze meses do calendário - é uma clara provocação ao clero espanhol. A Igreja Católica, na Espanha, é forte: com pouco mais de 46 milhões de habitantes, o povo espanhol declara-se 77% católico. Portanto, a voz da igreja ressoa forte na sociedade e, por consequência, difunde doutrinas contrárias ao homossexualismo, ao uso de preservativos, contra o aborto e mais uma série de proibições que pautam as ideologias do Vaticano.











Um dos dirigentes do Cogam tentou amenizar as críticas e afirmou que não havia a intenção de ofender ninguém com o calendário. Equivale a pedir para os espectadores das touradas de Madrid que não se manifestem quando os touros, cambaleantes, rasgam o pano vermelho que os toureiros agitam nas fuças dos animais.











As manifestações contrárias já correm por toda a Espanha e já se fala em prisão por conta de ofensas aos sentimentos dos membros de uma determinada confissão religiosa. No caso, a Igreja Católica. Os conservadores da Plataforma Hazte Oír (Faz-te Ouvir), que é uma organização que ataca a liberação do aborto e o casamento entre gays (permitido na Espanha desde 2005), afirmam que o calendário laico ataca os ícones e valores religiosos, mas não é uma surpresa. "Essa inquisição rosa é constante porque os homossexuais espanhóis aproveitam qualquer oportunidade para soltar qualquer barbaridade em nome da liberdade de expressão", afirma o coordenador da Plataforma Hazte Oír, Nicolás Susena. E cita os cartazes com fotos do papa Bento XVI e a frase "cuidado com o pastor alemão" usados na Parada Gay como exemplos desse comportamento por parte da comunidade GLTB.











Só tenho uma observação a fazer: depois de levar a cabo uma das inquisições mais sanguinolentas de toda a história do catolicismo, alguém ainda duvida do poder da Igreja Católica na Espanha? É uma questão de bom senso. E o irônico é que o lado conservador lance mão justamente da expressão 'inquisição rosa' quando, ou muito me engano, esse próprio senhor gostaria agora mesmo, neste momento, de deter o poder de inquisidor e condenar esses 'bárbaros gays' imediatamente à fogueira.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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