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segunda-feira, 24 de maio de 2010

6 coisas que vocês não sabem sobre mim


Os desafios são duas coisas simultaneamente: excitantes e assustadores. Excitam porque se apresentam como oportunidades quase únicas de fazermos, ao menos uma vez, aquilo que tememos ou que queríamos e ainda não havíamos feito por constrangimento, vergonha ou medo mesmo. Impulsionados por algum fator, nos propomos a aceitar o desafio e ver quais são os nossos limites. Assustam porque pressupõem um comportamento extemporâneo ao cotidiano e, portanto, fora do usual. Mais do que isso, distante do habitual que cada um de nós estabelece para si mesmo e que faz com que nos preguem rótulos do tipo "ah! mas tal pessoa é incapaz de fazer isso".


Pois recebi um desafio. Veio na forma de meme. Do querido Eros. Devo dizer, dos queridos. Porque são quatro, e não Três Egos como o autor propõe no título do blog equivalente. Eu gosto bastante do Eros. Mas também há o Apolo e o Hermes. Juntos, formam a trindade do Três Egos. Curiosidade mesmo eu tenho pelo quarto elemento, o quarto ego que nunca aparece e que, ao mesmo tempo, está por detrás dos outros três e, assim, é quase um Zeus a comandá-los, os três egos subordinados. Eu poderia lançar de volta um desafio a esse Zeus que me desafiou mas lanço apenas umas flechadinhas sem maiores consequências e aceito, como bom moço, a proposição do meme.


O meme é chamado de "The Six". Mas fica melhor quando se coloca "Seis coisas que vocês não sabem sobre mim". Remete ao filme "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado" e a segredos obscuros que pretendemos abafados. Mas, como eu disse em resposta ao Eros lá no blog dele, há que se soltar alguns esqueletos e podres para que novos pecados possam se instalar no espaço desocupado dos antigos. É como fazer uma faxininha na caixa de Pandora. Vamos lá, pois, aos podres que considero que a maior parte do público desconhece sobre mim:


1. Sexo: acordei em camas estranhas (nunca direi o número de vezes) com mais de uma pessoa e pelo pouco que o flashreward me permitiu reconstituir a cena, não sei o que fiz, com quem e quando. Apenas ao acordar, sabia que estava em ambiente estranho. Não hostil. Mas me recordo vivamente que saí sem deixar vestígios. Hoje, se encontrasse as pessoas que compartilhavam comigo essas camas estranhas, não saberia dizer quem eram. Se foi bom? Foi ótimo!




2. Drogas: viajei em algum ano para Fortaleza a trabalho. Fiquei hospedado numa suíte com piscina no último andar do Caesar Park. Linda a suíte. Ótimo o hotel. Durante o dia, trabalhei, composto. De paletó e gravata. Fui tratado com a deferência que o pessoal de hotel costuma dispensar a pessoas que trabalham e se comportam sobriamente. À noite, eu, que gato pardo sou, me transmutei. Ainda assim, estava sóbrio. Tirado o paletó e a gravata, sou outro. Sou da noite e a noite é minha. Passei pela recepção, disse até logo e fui para a vida. (pausa, longo intervalo). Experimentei uma chave especial que me travou direitinho e fez com que as fechaduras da consciência fossem trancadas uma a uma, tal qual cofre do Fort Inox. Cheguei ao hotel quase à luz do dia (prefiro voltar antes do amanhecer porque tenho uma estranha tendência vampiresca de odiar o sol da manhã pós-noite orgiástica). Eu não ia dizer mas direi: não caminhei. Praticamente rastejei. Engatinhei mesmo. Ao pé do elevador, não sabia o que tinha que fazer (o elevador funcionava com a inserção do cartão e a digitação do andar e eu não sabia sequer o meu apartamento). Um gentil funcionário houve por bem me acompanhar ao elevador, ao apartamento, me acomodar, apagar as luzes e me deixar em sono profundo. Umas 14 horas depois, acordei e constatei, enfim, que havia vida ainda. Affeeee!!!




3. Bebidas: perdi, literalmente, o pescoço. Não a cabeça, e sim o pescoço. Numa festa de aniversário no extinto Pequi da alameda Santos com a rua Peixoto Gomide, ali do lado do Parque Trianon, eu estava, me recordo, eufórico. O motivo guardo para outras ocasiões. Mas, posso descrever assim: bipolares flutuam entre a depressão e a euforia e eu havia saído do estado da primeira e estava no topo da segunda. Embalado por tão repentina mudança de humor, bebi. Quis, a uma determinada hora, pinga, cachaça mesmo. O Pequi não tinha pinga! Mas veio com uma solução: o famigerado rabo de galo. Como eles não tinham pinga, misturaram vermute com algo similar à pinga. Eu e alguns outros aceitamos a bebida com convicção que somente os bêbados têm. Quando me levantei para ir embora, o pescoço tombou, sem consistência. Parecia que era feito de borracha, feito aqueles palhaços que pulam daquelas caixinhas e arrancam gritinhos nervosos de quem abre o brinquedo. Imediatamente, me dirigi a uma amiga e lhe dei as chaves do carro: "Não consigo dirigir", disse. E foi tudo. Eu não sabia nem indicar o caminho de casa. Ela me deixou como pôde e eu dormi no sofá, com a porta do apartamento parcialmente aberta.




4. Faculdade: durante a faculdade de jornalismo, eu tinha grandes ideias de pautas que, geralmente, não se confirmavam. É impressão minha ou achamos mesmo que somos originais em determinada altura da vida? Ainda bem que agora, mais contido, já não tenho nenhuma perspectiva de ser original. Se der uma cópia de alguma qualidade, já é um avanço. Enfim. Um dos trabalhos de faculdade consistia em visitar algumas zonas proibidas da cidade de madrugada para experimentar como era a vida de adolescentes e crianças que se drogavam na Estação da Luz. Fomos, um amigo e eu. Tivemos medo sim. O ambiente era realmente pesado. Mas eu fui além, depois, sozinho. Voltei lá, pronto para cometer um furo, um brilhante furo jornalístico daqueles que me atirariam direto nos braços das melhores bolsas. Oh! Pretensões bestas! Sozinho fui e senti mais medo ainda. Mas não a ponto de me fazer parar. Numa determinada hora, carros passavam para convidar as crianças e adolescentes para sexo. Claro, o público aceitava porque o crack era barato e a fissura alta o suficiente para justificar um rápido sexo oral ou seja lá o que o motorista quisesse. Eu procurava passar quase por invisível. Mas quem conhece a Estação da Luz à noite, fechada, sabe que somente fica lá quem é do ramo - drogados, gente atrás de sexo e todo tipo que jamais inspiraria confiança. Estava frio, me lembro bem, e eu usava capuz. Um carro encostou e o motorista acenou. Fui. Entrei no carro e ele me ofereceu um cigarro de maconha. Eu disse que não. Deu a partida e disse que me pagava R$ 10. Eu disse que não. A essa altura, eu estava apavorado. Quando o carro chegou ao final, quase na avenida Tiradentes, pedi para ele parar e disse que estava em investigação. Ele freou imediatamente, pediu desculpas e disse que tinha que ir embora. Eu, embora estivesse com mais medo ainda, simplesmente falei que não era nada com ele, e sim com os traficantes. Saí do carro e ele arrancou. Caminhei até a avenida Tiradentes, peguei um táxi e voltei para casa.




5. Morte: eu sempre temi a morte, a Foiçuda, a Megera, aquela figura recurvada que não caminha. Desliza sorrateira. E sempre tive comigo que, ao medo, se deve sobrepor o enfrentamento do medo. E foi o que fiz. De novo, a deixa foi a faculdade de jornalismo. Encorajado por uma outra daquelas pautas que deveriam ser originalíssimas a ponto de serem premiadas, arrumei um tema que, claro, tinha certeza que era o único a deter tanta inteligência. O tema principal era transporte. A proposta, sair do lugar comum. No dia seguinte, cedinho, fui à Funerária Municipal de São Paulo. Meu gancho: descrever o funcionamento do transporte de mortos. O serviço de funerária na cidade é municipal e, portanto, do caixão ao transporte até o cemitério, tudo é feito pela prefeitura. Mais ou menos. Cheguei lá e, acredite!, havia um colega que tinha tido a mesmíssima ideia. Como eu disse, originalidade não existe. Disputamos um pouco o direito àquela pauta e eu, firme, resisti, e ganhei a disputa. Fiquei lá, sem saber o que fazer. Olhei de um lado e de outro e somente senti o cheiro da morte. Saí, dei uma volta e conversei com um motorista. Disse que fazia um trabalho de faculdade (não falei que era de jornalismo, isso costuma assustar as pessoas, não sei porque) e o motorista se mostrou pronto para me ajudar caso eu pagasse o almoço. A pequena corrupção. Aceitei e passei cerca de 16 horas com ele. Foi inesquecível. Fizemos, ele e eu, como um assistente, três transportes de cadáveres. Buscamos duas pessoas, um homem e uma mulher, em hospitais. E uma terceira num bairro distante, do qual não me recordo o nome. Uma mulher. Nos hospitais, tudo triste e deprimente. Carregávamos os corpos em macas, levávamos ao carro fúnebre e os transportávamos para os necrotérios. Lá, se a família liberasse algum dinheiro, o próprio motorista se encarregava de maquiar os mortos, arrumar as flores. Enfim, compor o morto. Ajudei como pude, não obstante o meu pavor. Me lembro de ter enfeitado o corpo do homem com pequenas margaridas amarelas. A mulher que buscamos em casa era uma senhora querida. Na casa, tivemos dificuldade em sair. Havia um pequeno corredor, bastante estreito, e tivemos que carregá-la ao modo de mortos de guerra: num lençol puído até o caixão que estava no carro funerário. Ouvi várias histórias do motorista durante o dia. À noite, quando nos despedimos, cheguei em casa, tomei banho e chorei. Pela vida. E pela morte.




6. Adolescência: fugi de casa quando tinha 16 anos. Fuga é uma palavra que talvez não descreva com exatidão aquele gesto mas foi uma fuga sim. Pelo menos na minha concepção burlesca de adolescente problema, na época era para soar como uma fuga. A tal fuga durou menos de 20 horas e teve como consequência apenas uma reprimenda materna e uma conta a mais para agregar naquele rosário que somente crescia, pesado, cheio de rancores adolescentes. Eu estudava em Ourinhos e resolvi ir para a cidade vizinha de Salto Grande ao invés de voltar para a minha própria cidade, São Pedro do Turvo. Ou seja, pela primeira vez, não voltei para casa. Sei que criei alguma confusão. E eu esperava por isso. Queria que sentissem que eu havia fugido, que eu finalmente havia feito uma coisa grande. A viagem foi de trem. Fiquei na casa de uma amiga e simplesmente dormi, preocupado com o fato de que eu não tinha autonomia, principalmente financeira, para me mover no mundo como se independente eu fosse. Voltei, com o rabo entre as pernas, e ainda ouvi. A grande fuga, imaginada nos milhares de detalhes, não passou de uma viagem boba e apenas se somou ao amontoado de confusões que é a fase da adolescência em geral. #Fail




Acho que fui bastante sincero nas seis coisas que, eventualmente, vocês ainda não sabiam sobre mim. É difícil, em alguns casos, colocar aqui. Mas desafio é desafio e, aceito o pressuposto, coragem! O The Six - Meme pede para que se repasse a mais seis blogs a incumbência de trazer à tona seis coisas que você nunca foi capaz de dizer ou publicar. Quer dizer, pode ser também seis coisas que você acha que os demais não sabem sobre você. Lembro, assim como o fez o Eros, que ninguém é obrigado a aceitar somente porque indiquei o blog. Assim, repasso para os seguintes blogs a tarefa ingrata ou não de se revelar, seja em coisas boas ou não. Agradeço o carinho de Eros (ou foi Apolo ou Hermes??? ou ainda o quarto?) por ter me indicado e espero ter feito jus ao meme. Aos blogs, então:


- A Katana de Bambú
- Celso Dossi
- Dil Santos
- H de Homem
- Homem, Homossexual e Pai
- Why Not Now?




quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cartão vermelho: coisas que, sem o menor pudor, eu expulsaria do campo da visão e das ideias

A mim me agradam muito alguns tipos de desafio que me propõem. É o caso do assunto deste post. Recebo, pois, o desafio, do amigo transatlântico Pinguim, do transmissível Why Not Now?, de apresentar o cartão vermelho para conceitos, atitudes, atos, fatos e pessoas que, a meu ver e segundo o meu próprio (ou impróprio) juízo de valor, mereçam expulsão sumária do campo da visão (o que os olhos não veem, o coração não sente) e do terreno das ideias.


Como trata-se de um meme (leia aqui para entender mais o conceito), ao aceitá-lo, aquiesço também para algumas regras. Claro que isso não é uma regra fechada, mas, no caso dos memes, gosto de dar continuidade ao tema sem romper com a corrente. Nesse caso, a proposta é que eu enumere dez coisas ou pessoas merecedoras do meu fuzilamento com o cartão vermelho e repasse igual incumbência para outros dez blogs à minha escolha.


Vamos, portanto, ao top ten dos que recebem o vermelho cartão. O cartão vermelho, como se sabe, significa, em vários esportes - futebol, esgrima, artes marciais, voleibol, futsal, rugby, hóquei e pólo aquático -, a expulsão do jogador de campo. É o que farei a seguir, ao menos do meu campo particular. Portanto, expulso, com o cartão vermelho na mão:





1. A falta de educação: a educação, a meu ver, independe da norma culta para ser cultivada. Tanto faz se você tem formação formal ou se é analfabeto(a). Ou você a tem ou não. É um princípio e a cada vez que me deparo com pedestres que andam nas calçadas públicas como se estivessem em seus próprios quintais, a espetarem guarda-chuvas nos olhos alheios, penso que a incivilidade grassa cada vez mais. O mesmo vale para motoristas de todos os calibres. Me incomodam, portanto, pessoas que furam filas, que se esbarram e não se desculpam, que não pedem, e sim mandam, que buzinam sem o menor motivo, que se irritam ante ao menor contratempo e, de forma geral, que se acham superiores aos demais. No Brasil, a falta de educação está associada, apropriadamente, ao termo 'malandragem', surrupiado dos bandidos, e usado para dar nome ao feio costume de se praticar pequenos atos impróprios com o fim único de se obter vantagem sobre os demais.



2. O preconceito: de todos os tipos - religioso, de raça, de orientação sexual, político, econômico, cultural. Qualquer tipo de preconceito sugere a prevalência de um conteúdo ideológico sobre outro com a consequente certeza de que a sua opinião deve se sobrepor à minha. Abomino.



3. A sujeira: me refiro à sujeira tanto no sentido de lixo quanto à sujidade moral, com o fim de prejudicar ou ofender. A sujeira, em oposição à limpeza, faz com que, de alguma forma, todo o ambiente se contamine e, ao final, nada mais reste que um imenso chiqueiro em que todos os tipos de porcarias, físicas e morais, são praticadas.



4. O politicamente correto: o conceito filsófico do politicamente correto partia do princípio de se evitar a utilização de termos discriminatórios para construir uma sociedade mais igualitária. Como nunca acreditei nessa premissa, o que vejo, atualmente, é um uso amplo do conceito em todas as coisas. Resta que usa-se o politicamente correto para acobertar algumas políticas totalmente incorretas e para formar juízo de valor, num claro desvirtuamento do conceito. Por esse motivo, expulso o politicamente correto de campo.



5. A intransigência (que também pode atender pelo nome de fanatismo): para mim, qualquer pessoa que defenda um ponto de vista e que queira converter os demais para a sua causa sem argumentos válidos, rapidamente se esgota em si mesma. Não suporto verdades absolutas e a falta de discernimento nas pessoas que se dão ares de doutas e, em flagrante contradição, não têm flexibilidade para ouvir opiniões divergentes.



6. O barulho: me esgotam os barulhos e ruídos de todos os formatos e feitios. Da conversa exacerbada e em altos brados aos ruídos diuturnos que não deixam mais ninguém em paz. O mundo precisa ouvir um pouco de silêncio para ser mais sereno. Nas cidades, não se ouve mais o som da natureza. O que se ouve é uma sinfonia industrial de grandes proporções. Portanto, estamos surdos ante os pequenos encantos auditivos e, quanto mais surdos, mais gritamos uns com os outros.



7. O falso moralismo: odeio quando a pessoa ser arvora de guardiã de qualquer tipo de moral em público e, em privado, é capaz de imoralidades inomináveis. Em compensação, tenho para mim que essas pessoas são feitas de papel ou de areia e se dissolvem com o tempo.



8. Os políticos em geral e o Congresso Nacional em particular: não consigo ver qualidades nem naqueles os quais ajudei a eleger. Desmerecem que eu fale demasiado sobre isso.



9. As amizades flutuantes: as chamo de flutuantes as amizades que se prestam pontualmente a determinado objetivo e, admito que, na medida em que amadureço, esse tipo tortuoso de amizade rareia. São pessoas que se aproximam por determinado interesse e que podem ficar muito tempo na sua vida. Mas, como não são autênticas, fenecem, mais dia, menos dia. Tenho horror, particularmente, dos 'amigos flutuantes' que, depois de longa ausência, confrontados com você, fingem ter te visto ontem ou, pior, disfarçam e fingem não te conhecer.



10. A memória: falo das memórias todas, boas e ruins. De repente, eu gostaria de ser imemoriado, não de doença ou por acidente, mas simplesmente ser assim, não ter memória alguma. Porque se as há, as boas memórias, em maior proporção existem as memórias ruins. E o pensamento pode pregar peças e atear fogo somente com o poder das memórias, tanto as boas quanto as ruins. De forma que dou um cartão vermelho para a memória, entidade independente que ousa trazer à tona certos pensamentos que deveriam estar arquivados no mais profundo dos hard disks cerebrais.


Com isso, encerro o rosário de 'avermelhados' e passo a bola para outros campos que, se assim o quiserem, podem expulsar seus próprios demônios:


- O Quem
- Carnet de Route
- Ricardo Soares
- O Mundo Mágico de HorseMan
- Histórias Que Nos Contam na Cama Antes da Gente Dormir
- Eu Só Queria um Café
- Construção e Desconstrução
- Mais de Mil Motivos para Combinar Palavras
- Cotidiano
- Algo Se Perdeu na Tradução

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O papel do meme na teoria da evolução

"... A psicóloga Susan Blackmore, em seu ousado livro 'The Meme Machine', apresenta uma teoria mais radical sobre a seleção sexual da mente humana. Essa autora recorre ao que batizamos de 'memes', unidades de herança cultural. Memes não são genes e não têm nenhuma relação com o DNA, exceto por analogia. Enquanto os genes são transmitidos por óvulos fertilizados (ou por vírus), os memes transmitem-se por imitação. Se eu ensinar você a fazer um modelo em origami de um junco chinês, um meme passa do meu cérebro para o seu. Você então pode ensinar a duas pessoas essa mesma habilidade, e cada uma delas ensinar a outras duas e assim por diante. O meme propaga-se exponencialmente como um vírus. Supondo que todos nós cumprimos de forma adequada nossa tarefa de ensinar, as 'gerações' posteriores do meme não serão perceptivelmente diferentes das primeiras gerações. Todas produzirão o mesmo 'fenótipo' do origami. Alguns juncos podem ser mais perfeitos do que outros se, digamos, alguns dobradores de papel forem mais cuidadosos. Mas a qualidade não se deteriorará de modo gradual e progressivo ao longo das 'gerações'. O meme é transmitido, inteiro e intacto como um gene, mesmo se sua expressão fenotípica detalhada variar. Esse exemplo específico de um meme é um bom análogo para um gene, especificamente um gene de vírus. Um modo de falar ou uma técnica de marcenaria podem ser candidatos mais dúbios a memes porque é provável - estou supondo - que, progressivamente, 'gerações' posteriores em uma linhagem de imitação se diferenciem mais da geração original.

"Blackmore, assim como o filósofo Daniel Dennet, acredita que os memes tiveram um papel decisivo no processo que nos tornou humanos. Nas palavras de Dennett:

O porto a que todos os memes esperam chegar é a mente humana, mas a própria mente humana é um artefato criado quando memes reestruturam um cérebro humano para torná-lo um melhor habitat para memes. As rotas de entrada e saída são modificadas para adequar-se às condições locais e reforçadas para vários recursos artificiais que intensificam a fidelidade e prolixidade da replicação: mentes de chineses nativos diferem drasticamente de mentes de franceses nativos, e mentes de literatos diferem de mentes de iletrados.

"Dennett pensaria que a principal diferença entre os cérebros anatomicamente modernos antes e depois do Grande Salto para a Frente na cultura é que os cérebros posteriores ao Grande Salto fervilham de memes. Blackmore vai além.
"Invoca os memes para explicar a evolução do avantajado cérebro humano. Isso não poderia ser obra só de memes, evidentemente, pois estamos falando aqui de uma mudança anatômica fundamental. Os memes podem manifestar-se no fenótipo do pênis circuncidado (que às vezes passa, de um modo quase genético, de pai para filho) e até em uma forma corporal (pense em uma moda transmitida de emagrecer ou alongar o pescoço com colares). Só que a duplicação de tamanho do cérebro é outra coisa. Ela tem de ocorrer por meio de mudanças no reservatório gênico. Mas então, que papel Blackmore vê para os memes na expansão evolutiva do cérebro humano? É aqui, mais uma vez, que entra a seleção sexual.
"As pessoas tendem mais a copiar seus memes de modelos admirados. Esse é um fato no qual os anunciantes apostam seu dinheiro: pagam a jogadores de futebol, astros de cinema e supermodelos para recomendar produtos - pessoas que não têm um conhecimento especializado para avaliá-los. Indivíduos atraentes, admirados, talentosos ou por algum outro motivo renomados são poderosos doadores de memes. Essas mesmas pessoas tendem a ser sexualmente atraentes e, portanto, ao menos no tipo de sociedade polígama na qual é provável que tenham vivido nossos ancestrais, ser poderosos doadores de genes. Em cada geração, os indivíduos atraentes contribuem proporcionalmente mais tanto com genes como com memes para a geração seguinte. Blackmore supõe que parte do que torna uma pessoa atraente é sua mente geradora de memes: uma mente criativa, artística, loquaz, eloquente. E os genes ajudam a produzir o tipo de cérebro eficiente para gerar memes atraentes. Assim, a seleção quase darwiniana de memes no reservatório 'mêmico' anda de mãos dadas com a seleção sexual genuinamente darwiniana de genes no reservatório gênico. Eis mais uma receita para a evolução desenfreada.
"Qual é exatamente, nessa visão, o papel dos memes no aumento evolutivo do cérebro humano? Eis, a meu ver, o modo mais proveitoso de examinar essa questão. Existem variações genéticas nos cérebros que permaneceriam despercebidas sem memes que as trouxessem à luz. Por exemplo, há bons indícios de que existe um componente genético na variação da habilidade musical. O talento musical dos membros da família Back provavelmente deveu muito aos seus genes. Em um mundo repleto de memes musicais, as diferenças genéticas em habilidade musical salientam-se e estão potencialmente disponíveis para a seleção sexual. Em um mundo anterior à entrada de memes musicais nos cérebros humanos, as diferenças genéticas na habilidade musical também estariam presentes mas não se manifestariam, ou pelo menos não do mesmo modo. Elas não estariam disponíveis para a seleção sexual ou natural. A seleção memética não pode mudar o tamanho do cérebro sozinha, mas pode trazer à luz variações genéticas que, de outro modo, permaneceriam ocultas..."

Esse é um excerto do livro "A Grande História da Evolução" - Richard Dawkins - Companhia das Letras - 759 páginas -, que estou a ler atualmente. Faço, agora, uma analogia entre o texto de Dawkins e a teoria de Susan Blackmore com o Meme, do Yahoo!, e com as redes sociais, de forma geral. É apenas uma brincadeira e uma coincidência de nomes, claro, porque o livro de Dawkins é sério e dirigido especificamente à linha darwniana da teoria da evolução humana.

Mas, por outro lado, tudo é evolução e as redes sociais são extensões, portanto, da evolução humana. Abaixo, trechos do texto acima e (na minha opinião) os pontos de contato com o Meme e outras redes sociais:

- "... os memes transmitem-se por imitação" - uma mente criativa desencadeia o processo e as demais repostam, copiam, replicam e reproduzem. Isso ocorre no Meme, YouTube, blogs e outras redes.
-"... Você então pode ensinar a duas pessoas essa mesma habilidade, e cada uma delas ensinar a outras duas e assim por diante. O meme propaga-se exponencialmente como um vírus..." - no Meme, quem tem convite pode repassar para três pessoas e, assim como outros virais, propaga-se exponencialmente, a priori, sem limites. Caso de vídeos do YouTube como o de Susan Boyle.
-"... O porto a que todos os memes esperam chegar é a mente humana..." - em qualquer rede social, o objetivo sempre é fazer com que o conteúdo postado chegue a outra(s) pessoa(s), assim como ocorre no processo evolutivo cujo leitmotiv é se transmitir e se perpetuar.
-"... modernos antes e depois do Grande Salto para a Frente na cultura é que os cérebros posteriores ao Grande Salto fervilham de memes..." - O Grande Salto para a Frente, na sociedade da informação, pode ser interpretado como a disseminação da internet que eliminou as fronteiras e nos colocou, a todos, em potencial contato uns com os outros, pelos mais diversos meios - ou pontes -, sejam blogs ou redes sociais. O caldeirão de 'memes' origina-se dessa combustão cultural.
-"... As pessoas tendem mais a copiar seus memes de modelos admirados. Esse é um fato no qual os anunciantes apostam seu dinheiro: pagam a jogadores de futebol, astros de cinema e supermodelos para recomendar produtos..." - isso é um princípio do marketing e é válido para o mundo do Meme, Youtube, blogs e outras redes sociais. Assim que uma pessoa, referência em qualquer meio, liga-se a qualquer uma das redes sociais e divulga essa conexão, tende a arrastar atrás de si uma multidão. Caso de Ashton Kutcher no Twitter.
-"... Em um mundo repleto de memes musicais, as diferenças genéticas em habilidade musical salientam-se e estão potencialmente disponíveis para a seleção sexual. Em um mundo anterior à entrada de memes musicais nos cérebros humanos, as diferenças genéticas na habilidade musical também estariam presentes mas não se manifestariam, ou pelo menos não do mesmo modo..." - aqui, a meu ver, os memes musicais bem podem ser as bandas que se divulgam pelo MySpace e mesmo o usuário (nós) que reproduz música via Blip, YouTube, Last.fm e outras ferramentas do tipo.

Como se observa - com um pequeno esforço - a evolução está em todos os níveis, sim. Inclusive nessa cadeia gigantesca que é a internet com suas próprias forças que agem e nos empurram à frente, para um futuro completamente desconhecido e fascinante.

sábado, 31 de maio de 2008

Troféu

Já recebi alguns memes e prêmios pelo blog, mas, troféu, é a primeira vez. O presente é do Maurício, do Mundo Mágico de HorseMan, que diz, sobre mim: "gosto muito de passear por lá e saber o que se passa com essa criatura". Bem, Maurício, só por isso, já valeu, nem que não houvesse troféu algum.

Obrigado, leonino do Sul. Também sou frequentador constante de sua casa, a despeito do frio de Porto Alegre.

O troféu-meme é uma criação do blog Arte y Pico, da blogueira Eseya, de Canelones, Uruguai.

São regras para se passar adiante o troféu:

1) Indicar 5 blogs que você acha merecedores desse prêmio pela criatividade, estilo, material interessante e também por contribuir com a comunidade blogueira, não importa em que língua esteja.

2) Cada prêmio deve conter o nome do autor e também o link de seu blog para que ele seja visitado por todos.

3) Cada premiado tem que mostrar o prêmio e colocar o nome e o link do blog que lhe ofertou o prêmio.

4) Tanto o premiado quanto quem deu o prêmio têm que mostrar o link do blog Arte y Pico para que todos possam saber a origem desse prêmio.

Bem, Maurício, nem preciso dizer que presentes sempre fazem a cabeça de um leonino, não é? A gente, desse universo rei da selva, pode até fingir, mas, que nos achamos os mais-mais, é um fato, né não? Bah, tchê! Que se dane a falta de modéstia!

Minhas recomendações para o troféu Pico y Arte vão para os seguintes blogs:

1. Introspective, do Introspective

2. Lost in Translation, da Amèlie

3. Man in the Box, do MIM

4. Somos Todas Umas Vacas, da AP e da DM

5. Te Dou um Dado?, do Diego (Didi), Ana Paula (Polly) e Alessandra (Lele)

Porque uns são intimistas e outros, debochados.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Meme-entrevista

Recebi do blog Neurônios Hiperativos o convite para participar de um meme. É uma mini-entrevista, com dez perguntas, sobre o blog e sobre mim mesmo. Agradeço ao Neurônios pela gentileza e, com algum atraso, respondo as questões e passo a bola para a frente.

1. Por que resolveu criar o blog?

A princípio, como uma brincadeira, que partiu de uma tarde ensolarada da praça Benedito Calixto, em São Paulo. Depois, virou diversão entre amigos e, mais tarde, um blog sobre as minhas aulas da faculdade de gastronomia. No entanto, o blog não é fechado em apenas um assunto. Abordo tudo. Seja de gastronomia ou não, meto o bedelho em todas as comidas.

2. O que te dá mais prazer em blogar?

A troca virtual com as pessoas e a resposta que não esperava encontrar. Do nada, passei a conhecer um mundo completamento diverso. A blogosfera é um universo em si mesmo.

3. Indique um blog bom e um que você não gosta. Por que?

Assim como bem o disse o Neurônios, não tenho lista negra e tampouco azul. Os blogs de que mais gosto são os que estão na minha blogroll. Mas, não dá para limitar assim, já que somos milhões de blogs (saí pela tangente).

4. Qual tipo de música que você gosta e quais suas bandas favoritas?

Gosto de música eletrônica (techno) e suas derivações, quase todas. Meus favoritos são Radiohead, Massive Attack e Sigur Ros.

5. Qual o assunto que você mais gosta de postar?

Todos, sem exceção, de gastronomia a tecnologia, de literatura a relatos pessoais, sou como a operadora: sem fronteiras.

6. Seaquinevasseceusavaesqui?

Não sei. Mas, eu ia adorar usar as roupas coloridas.

7. Você é: casado, solteiro, separado, enrolado, desquitado, chutado, viúvo ou outros?

Isso é uma agência de encontros?

8. Por que você deu este nome ao seu blog?

Por causa do Second Life e do filme "Por uma vida menos ordinária". Adoro o filme e nada mais apropriado, para mim, do que juntar um e outro e tentar fazer disso uma outra vida.

9. Qual foi o último blog que você visitou?

O próprio Neurônios, para responder a entrevista.

10. Por que resolveu participar deste meme?

Porque gostei da entrevista.

Repasso o meme para quatro colegas blogueiros:


- By Oscar Luiz
- Flores Amor e BláBláBlá
- O Mundo Mágico de Horseman
- Other Side

quinta-feira, 27 de março de 2008

Ciranda, cirandinha

Recebi, da Srta. Amora, um meme que consiste em escolher um texto que marcou a minha vida. É difícil concentrar em umas poucas palavras tal profundidade.

No caso, me apropriarei de palavras alheias, que melhor me descrevem. Ou talvez seja preguiça mental. Mas, o autor traduz, à perfeição, não algo que marcou a minha vida, mas algo que está presente. Pois, de quando em quando, me vejo às voltas com esse giro.

Reproduzo o poema original, mas, se pudesse, e ousasse mais, colocaria os nomes verdadeiros dessa ciranda, cirandinha que insiste em pregar peças infantis na vida adulta.

"Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história."

by Carlos Drummond de Andrade

Estão aí, Amora, palavras marcantes para mim. Repasso a incumbência do meme para três proprietárias de palavras, que as dominam com bastante estilo:

- Amèlie, do Lost in Translation
- K, do Incompletudes
- Mara, do Leve & Solto

(O quadro que estampa o post é "A Dança", de Henri Matisse)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Prêmio de melhor conteúdo


Caro Horseman: aos leoninos, nada lhes é mais agradável do que fama, grana e glória (isso foi dito de outra forma, mas, para o contexto aqui, fica assim mesmo). Você, leonino como eu, entende que a juba se arrepia a cada sinal de reconhecimento. Para o bem ou para o mal, somos assim, intrinsecamente leoninos.

Bem, depois dessa lavação de juba, vamos ao que interessa. Primeiro, Horse, obrigado por me indicar ao prêmio. Isso sempre faz bem para o ego, que já não é pequeno. O prêmio foi idealizado pelo blog Trankera e consiste em presentear com R$ 100 o blog de melhor conteúdo mais votado pelos visitantes. Então, sugiro aos meus leitores que votem em mim. Quer dizer, sugerir é pouco. Votem e pronto!

Como regra, tenho que indicar mais três blogs. Se você ficou de fora, cada um com seus problemas (de maneira usual, é o meu jeito de dizer que não posso abranger a todos, enfim). Os meus três indicados são:

- Para Que No Me Olvides, da Cláudia Ferrari
- Quintessencia, da cara Lila Liss
- Repórter Net, do João Magalhães

As regras desse meme, a serem seguidas pelos indicados, são:

1. Fazer um post para divulgar o meme;
2. Indicar no post três blogs que você avalia que têm o melhor conteúdo no Brasil (olha o ego inflado);
3. Fazer um link de participação do prêmio que aponte para o
post do Trankera que deu início ao meme.

Feito isso, é cruzar os dedos e, de novo, que nunca é demais, votar em mim, lógico. Valeu, Horse!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Play it again, Sam!

Ingrid Bergman e Humprey Bogart são os notáveis protagonistas de "Casablanca" e o título deste post, apesar de não ser a verdadeira frase dita no filme (é apenas "Play it"), tem o dom de levar o leitor/telespectador para a cena mais comentada do que vista e trazer à mente a referência. O "again" (novamente) da frase vem bem a calhar, já que este meme, recebido do caro Horseman (espero que você tenha reduzido a enxaqueca a pó, meu amigo!), é para falar das coisas que mais gostamos de postar nos nossos queridos blogs. Segundo o Horse, é o seguinte: você tem que resgatar três textos, copiar os links nesta postagem e passar para mais três blogs. Copio as intruções a seguir e agradeço o amigo por me indicar. Realmente, o blog é um work in progress e o fato das visitas flutuarem e nos deixar ora animados, ora abatidos, não tem nada a ver. Os blogs são assim mesmo. Vamos às instruções: "Bem simples. Você deverá escolher os três posts que você mais gostou no seu blog e linká-los devidamente. É uma oportunidade que os visitantes novos tem para ver o seu trabalho ou de resgatar aquele post que você adorou, mas ninguém mais viu porque seu blog tinha uma semana de vida e nem seu melhor amigo acessava. Você irá repassar para apenas três blogueiros, pois assim você não deixará seu coleguinha de cabelo em pé pra arranjar alguém que já não tenha recebido o meme. Você irá copiar esse parágrafo inteiro da forma original, para que não aconteça o efeito telefone-sem-fio e comecem a repassar o meme pra 20 parceiros simultaneamente." Bem, feito isso, vou aos links dos textos que mais gostei de postar por aqui. É difícil escolher apenas três porque sou tão autoral e tão cheio de mim que acho pouco me resumir (gente, é tão duro ser leonino, vocês não fazem idéia!). Vamos aos links, em ordem cronológica crescente (às vezes, sou extremamente metódico):

- Like no other: onde comento sobre o lugar em que eu nasci, o que me faz ser quem eu sou, para o bem e para o mal.
- Relaxa porque a suavidade é restrita: onde aceito que não se pode, nunca, levar-se muito a sério. Ria de si mesmo.
- O meu mundo perdeu continentes: uma hora você tem que admitir que foi derrotado. É só!
Esse negócio de escolher é complicado. Particularmente, não gosto de fazer listas, ainda mais de coisas minhas. Todas têm um relativo peso e dependem do contexto. Enfim! Repasso o meme para três amigos blogueiros e eles que se virem: Os quem, porque a Patty é rebelde e não responde a meus memes e por isso insisto; Perfume de Pequi, porque a Andarilha é real e eu gosto de ambas, a real e a virtual (aliás, o que aconteceu com seu blog, que está estranho?); e Ceila Santos, que pretende ser uma blogger séria (então, tá!).

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Blog de Elite

O HorseMan realmente sabe, né! Já falei que nada como um leonino para saber do outro. Pois não é que o caro cara lá do Sul vive a pregar selos aqui no meu blog? Cuidado com o meu ego, meu amigo. Recebi, com a maior vaidade, confessa, daquelas de deixar a crista lá encima, o selo "Eu tenho um Blog de Elite". O selo, conforme explica o Horse (adoro o nick e o animal) é criação do Puts Grilo!. Agora, vem a parte que mais gosto, da rasgação de seda. Assim diz o Horse: "O que dizer do meu grande amigo Chef? Muitas coisas. Que ele é uma das pessoas mais inteligentes que conheço (infelizmente apenas virtualmente), que ele tem uma visão de mundo que muito se parece com a minha e que escreve muito bem. Dono de uma perspicácia e de uma sagacidade ímpares, ele tem aquele "dom" do qual eu tanto falo, o de "ser diferente", estar acima da média. Não me canso de bisbilhotar pela cozinha dele para jogar conversa fora." Me desculpe, meu caro, mas eu não ia deixar tanto confete junto passar batido. Ainda mais que os confetes dão uma boa decoração na confeitaria desse Chef que vos fala. Já nem preciso da gratificação que o Puts Grilo! poderá dar para os blogs em relação a este meme. Estou rico, desde já! Bem, chega d'eu, d'eu mesmo e Redneck e Chefsergio (repare que me coloquei quatro vezes, uma a mais que o filme ... você acha que sou muito egocêntrico, muito autocentrado, muito cheio de mim? não responda, são apenas questões retóricas, que não requerem respostas lógicas!). OK, OK! Como trata-se de um meme, farei agora as vezes de um bom chef e alimentarei outros queridos blogs que estão no meu blogroll e no meu coração de leão (tá! foi a última vez que fiz referência a mim mesmo!):

- O Biscoito Fino e a Massa: porque sabe-se, dá-se por óbvio (adorei isto, Idelber) que a massa precisa de muito biscoito fino para chegar ao ponto ideal. De massa, como um aspirante a chef, começo a entender alguns fundamentos (a despeito de tê-la mais grudada na minha mão do que vê-la cair feito pluma no mármore). De biscoito fino, precisaria fazer estágio e depois vestibular com o Idelber para começar a ser biscoito, imagine fino.
- Pedro Doria: foi um dos primeiros contatos que tive, ainda em NO. e, depois, em No Mínimo, infelizmente exintos, com os blogs. Foi lá que comecei a ler blogueiros e entender esse maravilhoso universo do qual eu faço parte agora com o maior prazer. E porque o Pedro foi muito gentil em responder a um e-mail naquela época.
- Pensar Enlouquece, Pense Nisso: porque é a minha deixa para cumprimentar o Alexandre Inagaki pelo fato do seu blog ter sido considerado o Melhor Weblog em Português, segundo a votação popular do BOBs Awards 2007 (Best of the Blogs), promovida pelo canal de TV alemão Deutsche Welle. Alexandre, compartilho com você o agradecimento principalmente a seus avós porque acabei de perder mais um dos quatro pilares que me originaram, minha avó paterna. E também pelo Santo Expedito porque essa mesma avó iria gostar disso. Parabéns, do seu visitante mensal (quiçá diário) de número 140.001.
- Querido Leitor: a Rosana Hermann está numa boa causa contra o preconceito, a qual eu apóio totalmente. Me lembro que aprendi na faculdade de jornalismo (na querida Cásper) que a definição é "pré-conceito", ou seja, um pré-julgamento. Você não conhece as pessoas, não sabe nada delas e porque elas têm uma opinião diferente da sua você estabelece um pré-conceito, um julgamento e, desse tabladinho (sim, porque você se sente superior), passa a torpedear e atirar como se fosse um tribunal da inquisição. Abaixo os juízos de valor de quem não tem nada a dizer e, quando diz, fala besteira.
- Todo Prosa: porque vivo da prosa, do mais prosaico ato de falar, de escrever, de dizer muito, nem que seja blá blá blá. Da boa prosa da vida, da prosa da roça ... "tarde", da prosa urbana, da prosa que dispensa o prozac, que aceita um prosecco para discutir a prosa alheia e a própria. Porque me alimento muito, muito, da literatura. Dela bebo, me embriago e nunca digo "nunca mais"!

sábado, 24 de novembro de 2007

Prêmio Blogueiro Solidário

O amigo do Sul, HorseMan, que está agora no meu blogroll (com atraso, sempre, da minha parte), me concedeu mais um prêmio (acho que você me supervaloriza, mas, sou leonino, e a juba fica cada vez mais espetada, claro!): o de Blogueiro Solidário, que, segundo suas palavras, "é oferecido àqueles que, de um jeito ou de outro, através dos textos que escrevem, ajudam, informam, orientam, tentam levar às pessoas um pouco do que aprenderam neste mundão grande de Deus". Aqui, desse cantinho, creio que faço alguma coisa. Menor que seja, já consegui, por intermédio deste espaço, reencontrar pessoas da minha infância, de uma época tão longe que parece outra vida. De quando eu ainda morava na zona rural e costumava atirar pedras nas cabeças de colegas que tentavam passar na estrada em frente à minha casa. Detalhe: a estrada era o único caminho. Uma dessas pedradas acertou a testa de uma colega (da terceira ou quarta série), que levou alguns pontos e uma lembrança para toda a vida. Cara PCyber, somos amigos, literalmente, pela pedra. Isso sim que é educar pela pedra. As pedras sempre estiveram presentes na minha vida. Do alto da pedreira que existe, um pouco devastada, mas existe ainda lá, ficávamos, eu e minha irmã, escondidos dos nossos pais. Minha mãe voltou a estudar quando já éramos os cinco filhos nascidos. Dois de nós, minha irmã do meio e eu, não cabíamos na camionete (com um único assento) e éramos obrigados a passar a noite na casa de nossos avós. A escola era na cidade. Revoltados que éramos, ficávamos na tal pedreira, cerca de 1,5 Km de nossa casa. Minha mãe gritava, de longe, para a gente ir para a casa da minha avó. Nós chorávamos e xingávamos entre nós. Isso passou. Mas, as pedras estão lá. Então, caro HorseMan, se você me concede o título de "solidário", veja só essas estórias. Naquela época, a minha solidariedade era para comigo mesmo. Eu atirava pedras nos meus coleguinhas de escola. Preferia vê-los correr de vacas no pasto a que eles cruzassem a frente da minha casa. Creio que fui um pequeno tirano naquela ocasião. Também quase cortei o dedo do meu irmão na época e perdi a chave da escola (da qual eu era guardião) no rio. Mas, são outras estórias. Obrigado pelo prêmio. Vou repassá-lo para uma pessoa, em especial, que tem a ver com o cenário das pedras (não a vítima, mas uma das testemunhas, ou quase): chamarei seu blog de Origami.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Escritores da Liberdade


Com atraso (sorry, HorseMan, você compreende, eu sei!), quero agradecer o amigo do Mundo Mágico de HorseMan pela honra de me ter indicado ao prêmio "Escritores da Liberdade". Assim como você, Horse, tenho uma relação íntima com a palavra. Verbo, verto-te. Vergado pelas palavras, mais do que pelo vento. Horse, of course que você sabe que há palavras jogadas ao vento e outras, duradouras, que se encravam nas pedras. Somos, você, eu e outros blogueiros os quais tive o prazer de visitar as respectivas casas, da categoria dos segundos. Daqueles que educam pela pedra. E batem tanto na pedra que ela cede. Insistimos. Armas nas nossas mentes, as palavras ferem, acalentam, alimentam. Ao invés de retribuir o prêmio para outros blogs, vou desvirtuar um pouco o meme e entregar esse prêmio para todas as pessoas que, durante a minha vida, me incentivaram na prática da leitura, de uma forma ou de outra. A literatura tornou-se, para mim, uma força tão poderosa que não concebo um mundo sem livros. Para mim, escritores são, de nascença, livres. Você pode prender um homem, cortar sua língua, amputar seus membros, cegá-lo. Você pode torturar o homem, fazê-lo chorar. Você pode deturpar e corromper. Mas, aquilo que está no cérebro de cada homem fará dele, sempre, um ser livre. Somos, todos, escritores da liberdade. Não é um privilégio. É natural. Decorre de ser humano. Só. Premio, então, pessoas que não têm a menor idéia de ter contribuído com um tijolo na construção da minha fortaleza. Creio que faço, assim, justiça àqueles que cederam tempo e argamassa para que eu construisse meu próprio castelo dentro de mim mesmo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Meme do amigo

Recebi quase que simultaneamente a indicação de dois blogs amigos - O Mundo Mágico de Horseman e Quintessencia - para mais um meme: o Meme do Amigo. Primeiro, agradeço a ambos porque, como bem diz o amigo HorseMan, também estou há pouco tempo na blogosfera e já tenho amigos habituais, bem como visitas rotineiras aos respectivos blogs. A Lila, apesar de ficar envaidecida com meus elogios, pode ficar ruborizada agora: é uma amiga, sim! Então. É realmente difícil falar de amigos. Há aqueles possessivos e ciumentos (eu), generosos (meus amigos), intolerantes (eu), compreensivos (eles), rudes (eu), meigos e nem tanto (eles). Parece maniqueísmo, não é? Mas, também sou o inverso de tudo isso e o reverso, como o são os amigos. Ora você está mel, ora fel. Ora fiel, ora ferino. Ora pro nobis, ora per ti vel. Amigos podem tudo. Quase tudo. Machucam, alegram, magoam, saram, cantam, dançam, sorriem, enlouquecem. Quase sempre a seu favor. E, quando não, ficamos contrariados. Torcem por você. E retorcem as mãos quando você deixa a desejar. Enxugam suas lágrimas. Te fazem chorar. Celebram as pequenas vitórias. As grandes, deixam para a família e os demais. Ressentem-se se você é social por demais, dado, incapaz de se contentar com apenas ele ou ela. Te acusam de ser sociopata se você fica recluso. Te ligam. Não te ligam. Cobram e são cobrados. Te odeiam por causa do temperamento e te amam pelo mesmo motivo. Conhecem seu gosto (nem sempre, sorry!), seu cheiro (?), suas vontades (e birras), suas caras e bocas. Mas, são incapazes, às vezes, de lembrar-se do seu aniversário, da cor dos seus olhos, do novo corte de cabelo. Espera-se que você faça o mesmo, e você comete tudo de novo. Brigam porque você sai mais com um do que com outro. Se enchem quando você fica muito próximo. Constragem-se se você os encontra com outro(s) amigo(s) e você nem foi convidado. E você se constrange quando é pego no flagra pelo mesmo motivo. Percebe que amigos são casais (heteros e gays) que só não se casaram? Que só não compartilham o mesmo teto? Que não pagam as mesmas contas? E nem isso é sempre verdade. O sexo? Até isso pode haver. Mas, daí, creio que a amizade não é mais amizade, é outra coisa. Amigo é aquele que nasceu para te suportar. Porque você nasceu para suportar outros também. É vocação. É conexão. Ligação e atração. Acho que disse muito (nunca o suficiente, porém). Como trata-se de um meme, repasso a delicada e deliciosa missão de falar sobre a amizade. Alguns me dirão amigo da onça. Outros, se alegrarão. São assim, os amigos. Vai lá, então, para os dez blogs que o meme requer (os blog less que me perdoem, mas ter blog é fundamental nessa hora; repare que coloquei em ordem alfabética para não suscitar a discórdia). E, por favor, não se esqueçam que, como se trata de um meme, vocês, amigos (de fato, de direito e potenciais) devem repassar a função de escrever um post sobre os amigos para mais dez amigos cada um. Beijo!

- adv: porque os hereges se expõem às fogueiras de todos os tipos.
- Andarilha: quase que já a conheço.
- Ceila Santos: café? nunca mais!
- Edson Silva: que citou Sigur Rós e por isso entra na lista de amigos.
- Fabiana: que me alcunhou de janetão, mas, tudo bem.
- Marcio Serpa: que, agora, adora um bem-casado.
- Matthew: direto de Manhattan, right here, right now!
- Patty Diphusa: sempre cabe mais um na van (vai me matar!)
- Reinehr: um dia terei um blog assim.
- Ru Correa: deliciosamente umbilical.

domingo, 28 de outubro de 2007

Tropa de Elite

Recebi do amigo Mystic Horseman, de O Mundo Mágico de Horseman, um meme sobre o filme "Tropa de Elite". As regras do meme são: você deve repassar para cinco blogs a questão "Qual parte ou idéia do filme 'Tropa de Elite' que você mais gostou?". Eu gosto de como o filme encara duas instituições - uma oficial, outra virtual - respectivamente, a polícia e os bandidos, e a longa batalha que se trava entre o poder público e a força do crime. Claro que, na realidade, acredito que haja pessoas honestas na polícia e muitos criminosos que, na essência, estão ali pela lei da sobrevivência. Mas, também acredito na incrível corrupção policial (tá! baixos salários, pressão, medo, violência) e no poder pelo poder dos bandidos (OK! infância pobre, à margem da sociedade, falta de acesso ao básico). Os argumentos já estão mais que batidos de lado a lado e o buraco é mais embaixo. De qualquer forma, o filme tem o mérito de retratar esses pontos de forma bastante real. No geral, gosto do filme. Respondido o meme, repasso a pergunta para os seguintes blogs:


- Dus Infernus, porque de lá deve vir algo catártico
- Jesus, me chicoteia!, porque, se somos fariseus, temos que bater uma vez por dia
- O Quem, porque há uma eterna guerra entre mulheres e pássaros, com nítida vantagem para os segundos
- Quintessencia, porque essa menina sensível deve ter algo a dizer sobre a virulência
- Vida D2, porque uma andorinha sozinha não faz verão


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O meme da página 161

Fui convidado pela Lila Liss, do Quintessência, para dar sequência ao meme da página 161. Explico: você pega o livro mais próximo, vai até a página 161 e reproduz aqui a 5ª. linha (ou quinto período ou quinto parágrafo, depende de cada um). Já havia visto o meme em circulação e, agora, graças à Lila, é a minha vez. Vou publicar o quinto período, que acho mais adequado: "Na rua Liebknecht também promoviam-se enforcamentos." ("As Benevolentes", Jonathan Littel, Alfaguara). Feito isso, passo a forja para outros cinco elos/blogs que deverão, cada um, publicar a 5ª. linha, período ou parágrafo do primeiro livro que tiverem à mão. A saber:

- O Quem, porque a Patty Diphusa já tem avatar
- Sol Forte Lá Fora, porque o Bob é um lume que vaga
- Perfume de Pequi, porque a Andarilha deve saber muito
- Braun Café, porque a Dani transa bem os sabores
- Ceila Santos, que diz que me ama, mas não tem tempo para um café

Meme é um termo cunhado em 1976 pelo escritor, zoólogo, etólogo e evolucionista britânico Richard Dawkins no livro "O Gene Egoísta" (que defende a tese evolucionista baseada no gene). O meme é, para a memória, o que o gene é para a genética, ou seja, a sua unidade mínima. É considerado como uma unidade de informação que se multiplica de cérebro em cérebro, ou entre locais onde a informação é armazenada (como livros, cérebros ou blogs). O meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode, de alguma forma, autopropagar-se. Os memes podem ser idéias ou partes de idéias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autonôma. Na blogosfera, um meme é uma espécie de corrente transmitida de blog em blog, conforme as pessoas respondem a um tema proposto e o repassam adiante. Já forjei meu elo. Valeu, Lila!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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