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terça-feira, 9 de novembro de 2010

O que vem do Coração

Dizem que o que vem de coração é sempre uma coisa boa, ligada à pureza, a bons sentimentos, bons fluidos, desejos salutares e autênticos. Mas, será que aquilo que vem do Coração reflete essa percepção? Um olhar mais apurado, melhor, um aprofundamento no coração (e na mente) das pessoas revela que o coração não está nem aí para esses estereótipos, esses maniqueísmos de bom-ruim. Ou, dito de forma mais apropriada, o Coração mostra que é autêntico mesmo, ainda que cruel.




Por Coração, entenda-se Hospital do Coração, o HCor, de São Paulo. A entidade acabou de divulgar uma pesquisa estarrecedora quando se trata do que vai no coração alheio: metade dos paulistanos e dos cariocas afirmaram que não se casariam com uma pessoa obesa. Paradoxalmente, 49% da população brasileira estão acima do peso, conforme indicam dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Esse dado inclui tanto quem está cima do peso quanto quem é, de fato, obeso.


Os homens são os que mais rejeitam a ideia de se casar com uma pessoa gorda: 54% responderam que não se casariam, ante 46% das mulheres. E é aqui que já começa o descompasso, com 8% do público feminino em desvantagem. E quanto mais instruído, maior é o preconceito: 66% dos homens da classe A, 44% da classe B e 51% da classe C se disseram refratários ao casamento com mulheres com sobrepeso. Para o total de entrevistados, 81% afirmam que o excesso de peso interfere no sucesso profissional.


Para 51% dos homens, a obesidade é uma doença. E para 73% das mulheres também. A obesidade interfere diretamente nas relações sociais. Para 78% dos homens e mulheres, a obesidade interfere no casamento. Para 77%, prejudica a escolha do transporte público (?!). E para outros 77%, dificulta a prática de esportes. E a pesquisa avança: 66% dos respondentes disseram que a obesidade é um obstáculo para a escolha do veículo para aquisição e outros 57% relacionaram a obesidade à dificuldade de se estabelecer roteiros de viagem (acessos a locais complicados, por exemplo).


A Catho, que é uma empresa de recrutamento profissional, demonstrou em estudo que a obesidade é a terceira causa de objeção do empregador na hora de contratar as pessoas. A obesidade fica atrás apenas da inconstância (mudança de emprego contínua) e do tabagismo.


E a morbidez da obesidade, aliada à morbidez do preconceito, faz ainda mais mal para quem está cima do peso ou está gordo: especialistas relatam que o preconceito em relação aos obesos é tão nocivo quanto os problemas de saúde atrelados à própria obesidade. Isso pode deixar os obesos mais doentes. E, para finalizar esse descarrego do Coração sobre os corações acima do peso, a mulher sofre ainda mais preconceito do que o homem quando se trata de sobrepeso ou obesidade. E, portanto, são também as maiores vítimas da anorexia. Tem coisas que coração algum suporta, com ou sem sobrepeso.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Veleidades do destino

Bastou que eu caminhasse alguns metros sob um chuvisco que era pouco mais que meia dúzia de precipitações na forma de finas partículas de água que o meu sistema imunológico abrisse os braços, pernas e, talvez, todos os poros, pronto para se abater sob o pesado ataque do vírus da gripe.





De longa data, sei de duas coisas que me afetam imediatamente: dormir com a janela aberta e tomar chuva. Nas duas situações, posso contar 24 horas ou 48 horas depois e já começar a sentir os primeiros sintomas de um resfriado ou uma gripe. E não foi diferente: no sábado, estava quente em São Paulo. Até uma determinada altura. Eu estava na fnac, em ambiente completamente climatizado, já sob o efeito do ar-condicionado. Creio que não me demorei pouco mais de 20 minutos dentro da loja. Quando saí, havia uma cortina fina de chuva. Moro relativamente próximo da fnac: são 10 ou 12 minutos de casa, a pé.


Foi o tempo suficiente para que o meu corpo absorvesse as variações térmicas e ainda ontem, pouco mais de 24 horas depois do evento, eu já começava a apresentar os sinais típicos: sonolência, tosse, uma febre incipiente. Hoje, o quadro se completou: cabeça e corpo pesados, dor de cabeça, febre, tosse, coriza. Há um gosto amargo também e uma sensação rascante na garganta que pode evoluir para dor de garganta.


Me automediquei (#prontofalei!) e dormi profundamente durante a tarde. Como se não houvesse mundo lá fora. E tampouco aqui dentro. Acordei e o dia já não existia. Agora, é quase o final da noite e começo da madrugada. Chove, uma vez mais, e sinto calor, muito calor. É como se toda a umidade que vem com a chuva não fosse suficiente para saciar a sede do corpo.


A palavra "gripe" vem do francês "grippe", que significa a mesma coisa que a palavra inglesa "influenza", que é o nome dessa gripe popular que todos os anos milhares de nós a contraímos. No século XIV, a palavra "grippe" era usada pelos franceses para significar "gancho" e "garra". Já no século XVII, "grippe" era usada para indicar "capricho" ou "desejo repentino". Há diversas versões para o uso da palavra francesa para nominar essa praga que são gripes e resfriados e uma delas, que muito me agrada, é a ideia de que a gripe é uma doença que se contrai de maneira brusca, como se fora uma veleidade do destino. Chega a soar poético, não fosse a gripe totalmente isenta de poesia, com todos os sintomas que se lhe acompanham e lhe emolduram: catarro, olhos marejados, narizes a destilar fluidos como se fosse pequenos encanamentos e, em casos mais graves, vômitos, diarreias e convulsões (espero que você leia isso em hora distante das refeições mas, veja, é necessário que eu descreva minuciosamente tudo para contextualizar a ausência de romantismo em se ficar gripado ou resfriado).


A não ser que eu fosse um alemão à maneira de Thomas Mann e tivesse "A Montanha Mágica" a emoldurar a minha própria gripe e depois sofrer languidamente uma "Morte em Veneza", apaixonado que estaria pela palidez (talvez tuberculosa) de um Tadzio tardio não há motivo para romantizar a gripe. Não, nada disso.





Volto, portanto, à veleidade do destino que os franceses preferem atribuir à contração da gripe. Estar com gripe equivale a não ter imunidade. A liberar o corpo para o ataque frontal de vírus que, durante um determinado período de tempo, farão o ciclo completo de sua natureza: ataque, proliferação e, finalmente, morte. Não a minha própria morte, claro está, e sim a da colônia de vírus instalada provisoriamente no meu corpo.


Pois essa tal de veleidade ou capricho do destino funciona muito bem para que eu não seja mais inócuo ao vírus, e sim, ao contrário, seja um fecundo campo para sua proliferação. Quis o destino, então? Seria simples assim. Mas não é. De fato, eu conheço os motivos: chuva e janela aberta = gripe ≠ destino. E não é de bom tom, portanto, atribuir ao destino o meu atual estado.


Quisera eu que a veleidade do destino fosse de outras proporções. Que ao invés de abrir meu corpo para o ataque coordenado de vírus, abrisse a minha mente e coração para caprichos outros e que eu não mais tivesse controle sobre eventuais ataques desencadeados pela falta de imunologia. Porque se o corpo é fraco a ponto de permitir que o sistema se deteriore e permita a entrada de corpos estranhos, por que não ocorre o mesmo processo em outras escalas? Como, por exemplo, permitir que um ataque virulento te deixe prostrado(a), de quatro? Sim, me refiro sim a ataques emocionais, daqueles que te deixam febril, a murmurar palavras desconexas como se em delirium tremens estivesse!


Talvez, lucidamente, esteja eu, neste momento, a delirar e direcionar esse delírio à "grippe". Talvez. Mas, neste momento, estou apenas em estado semi-febril. E chove. E, de repente, se louco eu fosse, sairia para comprar cigarros sob a chuva. Mas daí seria não um estado de inconsciência, e sim de burrice.


Como ainda me resta ludicez e o delírio não chega a tanto, apenas fico aqui, inerte e em bicas de transpiração. Sim, continuo com calor como se à beira de fornalhas estivesse. Ainda à espera das veleidades do destino que me ataquem, sorrateiras, e me peguem totalmente desprevenido e que rompam barreiras. Se é que existem barreiras. OK. Posso, de qualquer forma, creditar o teor deste post a eventuais sintomas de um doente. Porque aos doentes, por vezes, se lhes deve ser permitido delirar.


Me lembro com carinho de um amigo. Eu estava, na ocasião, com uma gripe ainda mais forte e, sob cobertores, tremia com febre de 40 graus. Não sei você mas quando estou assim o que menos desejo é conversar e responder se estou bem, se estou melhor ou não. A cabeça dói, o corpo freme e tudo o que queremos é silêncio. Pois esse amigo veio até mim com uma toalha úmida para aplacar minha febre. E me recordo vivamente de tê-lo xingado e lhe dito para me deixar em paz. Ele, que era bastante espirituoso, disse que os demais deveriam me deixar em paz porque eu estava em puro delírio e que todos eles me perdoariam no dia seguinte dado o meu estado de quase selvagem naquela cama.


Pois se hoje não chego a estar daquele jeito (e creio que, verdadeiramente, nunca cheguei de fato às vias do delírio), quero dizer que amanhã, passado esse meta-delírio, estarei novamente imune a qualquer ataque de vírus alheios. Bem, isso não é de todo real porque, como sabemos todos, os vírus são mutantes e nunca estamos preparados para eles. Acho que vou tomar um chá de limão com mel porque a boca está bem amarga!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Conheça, compreenda, compartilhe, combata

Hoje, 1º. de dezembro, é o Dia Mundial de Combate à AIDS. A data é marcada no mundo todo para conscientizar as pessoas sobre a doença. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 35 milhões de pessoas portam o vírus da AIDS em todo o mundo. No Brasil, são mais de 500 mil pessoas.





Conheça - o que causa e como se prevenir
Compreenda - que os portadores precisam de apoio
Compartilhe - o conhecimento sobre a AIDS
Combata - o preconceito que cerca a doença

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Existe prevenção ao ato de tirar a própria vida?

Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas cometem suicídio em todo o mundo anualmente. E as projeções para 2020 são de que esse número chegue a 1,5 milhão de indivíduos. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2007, eram 780 mil as pessoas que tiravam a própria vida, o que atribuía ao suicídio mais da metade das mortes violentas na Terra. A taxa de suicídios cresceu mais de 60% nos últimos 45 anos e, numa estatística ainda mais avassaladora, calcula-se que a cada suicida, outras 20 pessoas tentaram mas não conseguiram consumar o ato.


Esses números indicam que acontece um suicídio a cada 40 segundos em todo o mundo e que, a se confirmar a expansão desse tipo de morte, em 2020 ocorrerá um suicídio a cada 20 segundos. No Brasil, não há registros oficiais mas estima-se que ocorram 24 suicídios por dia (um a cada hora). Os especialistas, no entanto, afirmam que a taxa deve ser 20% maior (ou quase 30 suicídios por dia). Ainda no Brasil, os homens são os que mais cometem suicídio (três vezes mais do que as mulheres). Mas, por outro lado, as mulheres tentam tirar a vida (sem serem bem-sucedidas) de três a quatro vezes mais do que os homens.





As principais causas do suicídio estão relacionadas a depressão, ansiedade, uso de álcool e de drogas e esquizofrenia. Na edição do jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira, 4, há uma matéria sobre o assunto e uma entrevista com a jornalista Paula Fontenelle, autora do livro "Suicídio: o Futuro Interrompido" - Geração Editorial - 250 páginas. O livro é sobre o pai de Paula, que se matou com um tiro em 2005. A jornalista diz que mais de 90% dos casos estão relacionados a transtornos mentais como depressão e bipolaridade. E que as pessoas que o fazem emitem sinais embutidos em frases do tipo: "A vida não tem mais sentido", "Não consigo entender porque estar vivo" etc.


Paula diz que quando se percebe que uma pessoa quer se matar, deve-se perguntar a ela se pensa mesmo em se matar e levá-la a um psiquiatra que, com complementos químicos (remédios), é o único profissional que pode fazer alguma coisa.





A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que acredita que suicídio é uma questão de saúde pública, lança hoje uma campanha de prevenção ao suicídio. A ABP distribuirá material informativo para o público leigo, manual de informações para a imprensa e veiculará, em rede nacional, um vídeo institucional de 30 segundos sobre o problema.


Não sei se existe prevenção a esse tipo de atitude extrema. Temo que não. Creio que quem quer se matar, o faz, mais cedo ou mais tarde. E sem emitir sinais. Ou ainda que os emita. Há centenas de casos relatados pelas próprias pessoas na internet (em blogs, redes sociais etc.) que dão todos os sinais de que vão mesmo cometer suicídio. E há aqueles suicídios silenciosos que chocam, causam estranheza e até mesmo preconceito.





(Campanha do Centro de Valorização da Vida - CVV - entidade voluntária que trabalha na prevenção do suicídio e na valorização da vida - veiculada em 1999)


Na minha família, há pelo menos dois casos de suicídio comprovados. Ambos os casos, vistos sob o contexto atual, indicam que as pessoas que os cometeram realmente tinham transtornos mentais. O suicídio é um tema árido e tabu. As pessoas - família e amigos - tendem a se afastar e acreditam mesmo que o suicídio é cometido por pessoas fracas, que 'não tiveram coragem de encarar a vida de frente'. Besteira. Essa é uma resposta um tanto confortável para os que não entendem um comportamento desse tipo, muito mais complexo do que um simples dar de ombros penalizado.


Há uns quatro ou cinco dias, acordei às 5:30 horas sob uma saraivada de gritos que começavam com "Socorro!". Um homem gritava na madrugada e dizia que ia se matar. Obviamente, fez tanto estardalhaço que acordou a família (suponho), os vizinhos e todo o bairro. Em questão de minutos a polícia chegou e silenciou o infeliz. Daqui de casa não dava para ver a cena mas acredito que o homem queria chamar a atenção para um problema específico, e não dar cabo da própria vida.


Quem o faz, repito, simplesmente o faz. Pula de um prédio, se dá um tiro, toma veneno ou remédio em demasia. Não grita, não se comunica. É um silêncio total. Algumas vezes, deixam bilhetes para os parentes e amigos. Outras, nada. Apenas um vazio. Um vazio que fez sofrer a pessoa a ponto de a morte arbitrária ser vista como solução única e um vazio nos que ficam, sob o pendor de uma culpa que nunca cessa. Uma vida que se esvai e outras que ficam, suspensas.


sábado, 3 de outubro de 2009

O outro lado: laboratório Roche esclarece sobre uso de medidores de glicose (diabetes)

Pela primeira vez desde a existência desse blog, recebi um retorno oficial de uma empresa sobre algo que publiquei. Um dos fundamentos do jornalismo pressupõe que se ouça o outro lado antes de se publicar um artigo. Mas um blog é jornalístico ou é pessoal? Devo ir atrás da empresa ou da fonte quando decido escrever algo aqui no blog? Sou jornalista e sei, teoricamente, como devo proceder no caso de fatos que exigem apuração rigorosa e confiável.


No entanto, há um debate que já ocorre há algum tempo sobre os blogs e o jornalismo e de como a plataforma internet/blog interage com o meio - pessoas e empresas. Até agora, eu não havia constatado isso na prática. Até agora. Ao receber a informação oficial de uma empresa sobre algo que disseminei a partir deste espaço, portanto, devo dar um tratamento responsável a isso.


Anteriormente, em função de reclamações ou críticas a serviços, eu havia sido contatado sim pela empresa objeto da minha crítica. Mas de outra forma, sem que houvesse, em momento algum, uma resposta direta. Dessa vez, no entanto, a assessoria de imprensa da empresa em questão me forneceu informações em nome da empresa. Portanto, é minha obrigação publicar o outro lado. De outra forma, não terei credibilidade e não darei o devido espaço para a defesa da empresa.





No Brasil, é raro que tenhamos retornos, ainda mais espontâneos. Por si só, a iniciativa da assessoria de imprensa de me contatar me parece bastante razoável sob o ponto de vista jornalístico. E, na qualidade de blogueiro, cobro de mim mesmo eventuais responsabilidades e consequências do que publico. Liberdade é uma coisa, liberalidade é outra. Ninguém me pediu para publicar nada. A assessoria apenas me encaminhou um e-mail. E, arbitrariamente, assim como publiquei a denúncia anterior, publico, pois, a resposta oficial da empresa. Cabe, antes de tudo, ao(à) leitor(a) julgar os fatos expostos no post anterior e neste, com a versão da empresa.


Como, uma vez mais, afirmo, o que publico aqui não é jornalismo, ainda assim me parece, no mínimo, justo que eu dê o devido espaço de volta. Por não ser efetivamente jornalístico, não pretendo fazer entrevistas e ouvir especialistas, governos e empresas envolvidas. Apenas reproduzo, a seguir, a informação que me foi passada. Quero deixar claro, também, que ampliarei a responsabilidade sobre o que publico e a forma como exponho a minha opinião:


"...Na verdade, os aparelhos Accu-Chek, da Roche, não foram proibidos nos EUA e em nenhum outro país. Nem pela FDA nem pela Anvisa, pois é seguro para uso geral. O comunicado da FDA, que você cita, na verdade teve como objetivo apenas reforçar as informações sobre as contra-indicações que constam na bula dos monitores desde 1998. E essa limitação/restrição do uso dos monitores se refere somente a um grupo bem específico de pessoas:


pacientes que estejam submetidos a diálise peritoneal com o uso do medicamento Extraneal ou que façam uso da Imonuglobulina Octagam ou do medicamento Orencia.


E é importante destacar que esses medicamentos são administrados apenas em ambiente hospitalar. E todos os relatos citados pela FDA foram de pacientes que utilizaram os medidores em ambiente hospitalar e utilizam as substâncias que interferem, conforme está escrito na bula. Por isso a Roche também já reiterou a informação sobre essas restrições de uso junto aos médicos e hospitais, mesmo sendo esta uma informação já conhecida e considerada nos procedimentos médico-hospitalares. Além disso, a Roche também publicou no site oficial de Accu-Chek uma nota de esclarecimento que pode ser lida neste link: www.accu-chek.com.br".

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O que Sugar Baby Love encontrou através da vida

Trata-se, claro, de uma campanha de publicidade. Mas é tão divertida e, simultaneamente, dramática que, garanto, muitos se identificarão com o personagem. A campanha, de prevenção à AIDS (ou SIDA), é francesa e foi vencedora do Leão de Prata do Festival de Cannes 2006 na categoria saúde pública.


A despeito do tema (prevenção e saúde), no entanto, eu chamo a atenção para as idas e vindas na vida do personagem que, se não fossem dramáticas, até poderiam ser cômicas.


Ou, dito de outra forma, se não fosse realidade, poderia ser risível. O fato é que, ainda que seja apenas uma representação em desenho animado, o vídeo é realista o bastante. Exceto o final com o qual discordo totalmente. Por que? Oras, então tá que a vida real é tão virtuosa assim!!! Vi o vídeo no informativo e divertido blog Cinema, Homens e Pipoca. Vale a pena assistir!



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

No gargalo dos sifões, laboratórios farmacêuticos matam pacientes

Estima-se, atualmente, que a diabetes afeta cerca de 12% da população brasileira, ou 22,8 milhões de pessoas. A diabetes mellitus é uma doença metabólica cujo principal sintoma é um aumento anormal da taxa de glicose (açúcar) no sangue. Se não for tratada adequadamente, a diabetes pode causar outras doenças como infarto do coração, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas visuais e lesões de difícil cicatrização.


Diabetes, em grego, denomina 'sifão' (sim, aquele usado em pias), ou 'correr ou escorrer através de'. Mellitus vem do latim e significa 'adoçado com mel'. Ou seja, Diabetes mellitus é, literalmente, algo como um líquido (urina) açucarado que se esvai.




A diabetes não tem cura. Mas há uma série de tratamentos que, seguidos rigorosamente, garantem ao portador a convivência pacífica com essa doença. No mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que hajam 240 milhões de pessoas portadoras da diabetes, ou 6% da população total.




Uma das formas utilizadas pelos portadores para manter a diabetes sob controle são os aparelhos medidores que indicam os níveis de glicose no sangue e fornecem os elementos para a ingestão de insulina, que é o hormônio responsável pela redução da glicemia (ou taxa de glicose no sangue).


Um dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo e do Brasil, o suíço Roche, é também fabricante de aparelhos medidores de glicose. Um comunicado emitido pela Food and Drug Administration (FDA), que é  a agência norte-americana responsável pela fiscalização de medicamentos, alerta para um gravíssimo problema com alguns aparelhos baseados na metodologia GDH-PQQ (medidores baseados em glicose desidrogenase com pirroloquinolina quinona), que podem apresentar resultados falsamente elevados sobre a quantidade de insulina a ser ingerida pelos pacientes. Se um diabético recebe quantidade excessiva de insulina, pode ter hipoglicemia (níveis baixos anormais de açúcar no sangue), ser induzido ao coma e, em casos extremos, pode morrer.




A FDA deixa claro: NUNCA USE MEDIDORES DE METODOLOGIA GDH-PQQ e alerta que, nos EUA, 13 pessoas morreram em consequência desses equipamentos. Ou seja, os laboratórios fabricantes, literalmente, matam pacientes. NO BRASIL, 7 EM CADA 10 PACIENTES USAM APARELHOS DESSE TIPO!!! Portanto, correm riscos altíssimos. A primeira providência, se você for portador de diabetes ou conhecer alguém diabético, é orientar para que procure, imediatamente, o médico e se informe sobre a metodologia usada pelos aparelhos medidores (ou tiras de teste).


Abaixo, os equipamentos com tecnologia GDH-PQQ que, comprovadamente, fornecem diagnósticos imprecisos aos usuários, segundo divulgação da FDA:


Do laboratório Roche:


- Accu-Chek Comfor Curve (tira de teste)
- Accu-Chek Inform Metros (modelo 2001201)
- Accu-Chek Metros Complete (modelos 200 e 250)
- Accu-Chek Advantage Metros (modelos 888, 831, 850 e 768)
- Accu-Chek Metros Voicemate (modelo 0009221)
- Accu-Chek Aviva Metros (tiras modelos 525, 535 e 555)
- Accu-Chek Compact Metros (tiras modelo GF)
- Accu-Chek Compact Metros Plus (tiras modelos GP e GT)
- Accu-Chek Go Metros (tira modelo GJ)
- Accu-Chek Active Metros (tiras modelos GG e GN)


Do laboratório Abbot:


- Freestyle Metros (tiras)
- Freestyle Metros Flash (tiras)
- Freestyle Metros Freedom (tiras)
- Freestyle Metros Lite (tiras)
- TrueResult Metros (tiras)
- True2Go Metros (tiras)
- Cozmo Deltec Insulin Pump
- OmniPod Insulina Management System


Abaixo, links complementares sobre o assunto das mais diversas instituições:


- FDA
- Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)
- Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
- Portal Diabetes


Eu, particularmente, tenho amigos e conhecidos portadores de diabetes e, por meio deste post e diretamente, repassarei essas informações. Peço aos(às) eventuais leitores(as) blogueiros(as) que repliquem este post da forma como puderem para disseminar essas informações. Ao contrário do nome em latim que compõe a denominação da diabetes, nada aqui é doce como o mel, e sim amargo e fatal.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Os desarvorados sob a árvore

1914: com as demandas geradas pela I Guerra Mundial para uma produção industrial com o fim de atender o conflito, os governos europeus acumularam poderes para agilizar decisões importantes. A princípio, esses poderes seriam revertidos à incipiente democracia europeia, tão logo a guerra acabasse. Isso não aconteceu. Ao contrário, converteram-se, esses poderes, em longínquos estados totalitários.

O totalitarismo é um regime político baseado na extensão do poder do Estado a todos os níveis e aspectos da sociedade. Adolf Hitler, Josef Stalin, Benito Mussolini e Mao Tse-tung, ainda que pesem algumas diferenças ideológicas entre totalitarismo, fascismo e comunismo, foram os representantes máximos desse tipo de regime.


No totalitarismo, o Estado se arvora como ente máximo na 'gestão' dos cidadãos e se dá o direito, total, de reprimir, conter, deter, impedir e punir o indivíduo que o confrontar. As pessoas contrárias aos limites impostos são classificadas de opositoras, subversivas e dissidentes. Em graus extremos, são, sumariamente, liquidadas.

2009: um exilado político, ex-presidente da então contestatória União Nacional dos Estudantes (UNE), retorna ao País em 1978 e reassume a trajetória política interrompida pelo exílio. José Serra, governador do Estado de São Paulo, eleito em 2006, é filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). No último dia 7 de agosto, entrou em vigor a Lei 13.541, popularmente chamada de Lei Antifumo. No site de divulgação da lei, há o seguinte parágrafo: "a nova lei restringe, mas não proíbe o ato de fumar. O cigarro continua autorizado dentro das residências, das vias públicas e em áreas ao ar livre. ...Os fumantes não serão alvo da fiscalização."

A democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos, direta ou indiretamente.

A lei antifumo, em momento algum, foi debatida. Ao contrário, nos foi imposta. E é nesse momento em que confluem totalitarismo e democracia. E isso me faz lembrar a expressão: "Isto é uma democracia, mas quem manda sou eu". Ou melhor: "L'État c'est moi' (O Estado sou eu), frase atribuída ao rei Luís XIV da França, um monarca absolutista que reinou entre 1643 e 1715.

Sou fumante e não rechaço delimitações que protejam o não-fumante. Na minha casa, fumávamos meu pai e eu. Meu pai faleceu de ataque cardíaco e, embora não esteja comprovado, uma das causas prováveis é o cigarro. Ouço isso de tempos em tempos de todos os meus familiares. Sei de todos os males e das consequências do fumo.


Portanto, o fato de eu fumar é uma opção minha e, não sendo eu próprio um ser totalitário, não devo impor aos demais as consequências do meu ato. E não o faço. Respeito os ambientes da casa da minha mãe e outras dependências. Respeito os veículos alheios. Nunca me atrevi a acender um cigarro no banheiro do avião. Me incomoda que a fumaça do meu cigarro alcance o(a) meu(minha) interlocutor(a). Se estou em algum ambiente de terceiros, peço licença para fumar e, se não ma concedem, compreendo perfeitamente.

As políticas públicas de saúde, as entendo, embora não compactue com elas inteiramente. Mas não entendo algumas pessoas que radicalizam e, xiitas, querem me impor suas próprias convicções. E o fazem por meio de banimentos, isolamentos e exposição de forma que, aos olhos dos demais, eu me assemelhe a um pária. Não é exagero. Já passei por essa situação.

É como se, ao ser fumante, eu, automaticamente, passe a representar um segmento da sociedade que deve ser execrado e, se não me juntar ao rebanho 'saudável', devo ser reprimido, contido, detido, impedido e punido. Logo, sofro as repressões do totalitarismo. Sem chance de retrucar. "Os fumantes não serão alvo de fiscalização", divulga o site. Mentira! Somos alvo de fiscalização moral. Não importa que aquele que me critique polua, com seu automóvel. Não importa que aquele que me aponta o dedo aja como um dedo-duro, personagem corriqueiro de regimes totalitários.

A gente que delata sempre o faz, preferencialmente, como se telhados de ferro tivesse, e não de vidro que se estraçalham às primeiras pedras atiradas por outros delatores. Porque é assim que funciona: começa-se com uma lei rigorosa (aprovada, inclusive, por 77% dos fumantes) e ocupa-se espaço. Depois, o governo, animado pelas pesquisas e perspectivas de boa colheita política, amplia seus tentáculos. E, ao invés de democracia, vivemos um totalitarismo, um Estado absolutista.

Me soa estranho um ex-exilado agir como se o Estado fosse ele próprio. Logo quem lutou contra o poder do Estado de se imiscuir na vida do cidadão. E, lembre-se, Serra é ex-fumante e aspira a presidência deste País. Dois motivos que, mais do que nunca, o influenciam a fazer uma plataforma que o identifique como um cidadão do bem e antenado com o mundo moderno (restrições ao fumo nos EUA e Europa). Bem, a Europa não é exatamente pródiga em boas ideias. E quanto aos EUA, declino de comentar.


No último domingo, estávamos uma amiga e eu no Espaço Unibanco de Cinema, na Rua Augusta. Quer dizer, no chamado "Anexo" do Espaço, que fica no outro lado da rua, quase em frente ao Espaço Unibanco. Nesse anexo, há uma área livre e uma imensa árvore. A administração do local colocou pequenas mesas e cinzeiros ao redor dessa árvore. No domingo, havia competição para ocupar os bancos sob a árvore e comentei com a minha amiga que éramos os desarvorados sob a árvore. Sob os olhares dos demais frequentadores, nos arvoramos em animais expostos, talvez a caminho da extinção, a brigar não por um lugar ao sol, e sim um lugar à sombra. Que a árvore, coitada, converteu-se, de um dia para o outro, em instrumento exaustor de nossas espiraladas trilhas de fumaça.

Reproduzo abaixo parte do artigo (do dia 18 de agosto) do colunista João Pereira Coutinho, que escreve às terças-feiras no jornal Folha de São Paulo, com qual teor concordo plenamente:

"...Ainda está para aparecer o primeiro estudo cientificamente rigoroso capaz de mostrar uma relação sustentada entre 'fumo passivo' e câncer.

O que não significa que não existam estudos sobre essa hipótese. Christopher Booker, um especialista sobre as nossas histerias modernas, normalmente lembra dois. Os maiores e mais recentes. O primeiro foi realizado pela Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer, da Organização Mundial de Saúde (OMS). O segundo foi dirigido, durante 40 anos, por James Enstrom e Geoffrey Kabat para a Sociedade Americana de Câncer através da observação de 35 mil não-fumantes que conviviam diariamente com fumantes. Resultados? Repito: um mito é um mito é um mito.

Mas a ideologia é a ideologia é a ideologia. De vez em quando, afirmo que alguns traços nazistas sobreviveram a 1945. Sou insultado. Não respondo. Basta olhar em volta para perceber que algumas das nossas rotinas médicas mais básicas teriam agradado ao tio Adolfo e à sua busca de perfeição eterna. Exemplos? Certas formas de eugenia 'respeitável', praticadas por milhões de pessoas quando recebem uma má ecografia (ou ultrassom; o autor se refere a, provavelmente, má formação dos fetos e as consequentes decisões de se ter ou não a criança). Ou a demonização absoluta que o fumante moderno conhece nos EUA e Europa. E agora, hélas, em São Paulo.

Leio a legislação antifumo do Estado de São Paulo e reconheço a natureza totalitária dela, novamente dominada por uma ideia iníqua de perfeição física.

Tudo começa pela elevação da mentira a dogma: o dogma de que o 'fumo passivo' é um perigo fatal para terceiros. O dogma não é apenas fantasioso; é também perigoso, porque estabelece de imediato uma divisão moral entre os agentes da corrupção (os fumantes) e as vítimas inocentes (os abstêmios). É só substituir 'fumante' por 'judeu'; e 'abstêmio' por 'ariano' para regressar a 1933.

E regressar a 1933 é regressar a um mundo que desprezava a liberdade individual com especial ferocidade. A lei anifumo cumpre esse propósito. Proibir o fumo em lugares fechados, como bares e restaurantes, é um ataque à propriedade privada e à liberdade de cada proprietário decidir que tipo de clientes deseja acolher no seu espaço. O mesmo raciocínio aplica-se aos clientes, impedidos de decidir livremente onde desejam ser acolhidos.

Mas o melhor da lei vem no policiamento. Imitando as piores práticas das sociedades fechadas, a lei promove a delação (dedo-durismo) como forma de convivência social. Por telefone ou pela internet, cada cidadão é convidado a ser um vigilante do vizinho, denunciando comportamentos 'desviantes'. Isso não é regressar a 1933. É, no mínimo, um regresso à Rússia de 1917. Se juntarmos ao quadro uma verdadeira 'polícia sanitária' que ataca à paisana, é possível concluir que o espírito KGB emigrou para o Brasil.

Finalmente, lembremos o essencial: os extremismos políticos só sobrevivem em sociedades cúmplices, ou pelo menos indiferentes aos extremistas. Será São Paulo esse tipo de sociedade?

Parece. A última pesquisa Datafolha é sinistra: a esmagadora maioria dos paulistas (88%) aprova a lei antifumo. Só 10% se opõem a ela. Só 2% lhe são indiferentes. Mais irônico é olhar para os fumantes: depois de anos e anos de propaganda e desumanização, eles olham-se no espelho, sentem o clássico nojo de si próprios e até concordam com a lei (77%). Razão tinha Karl Kraus quando afirmava, na Viena de inícios do século (XX), que o antissemitismo era tão normal que até os judeus o praticavam. Péssimo presságio."

Comecei a escrever este post no domingo, logo depois do episódio de 'desarvoramento sob a árvore". Na ocasião, minha amiga citou a palavra "totalitário". Depois, me deparo com a coluna parcialmente reproduzida acima. Eu mesmo já havia usado o totalitarismo para fazer a relação com a lei. O quero dizer é que, fumante ou não, que não se olvidem as liberdades individuais. Uma ação ali e outra acolá e teremos, finalmente, um Estado absolutista a comandar nossos passos em todos os espaços, sejam públicos ou privados. Isso tudo me estava engasgado há tempos, o que motivou o extenso post. Desabafei! Com uma previsível tragada de cigarro, claro.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Muito prazer: faça sexo, mas não contraia DST

De vez em quando, dou a mão à palmatória: o governo consegue tomar algumas iniciativas que unem discernimento, tecnologia e sensibilidade. O Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira, 18, a campanha "Muito prazer, sexo sem DST", com o objetivo de levar às pessoas mais informações sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST).


Com a campanha, o ministério colocou no ar um site de cartões virtuais que permite ao usuário enviar avisos a parceiros sexuais, anonimamente, sobre a possibilidade de ser portador de DST.


A pessoa que tem DST pode enviar o postal e o destinatário, se for responsável, fará, ele mesmo, um exame para constatar o contágio por DST. Segundo o ministério, as pessoas têm dificuldade de contar aos parceiros que têm DST e o fato de poder fazê-lo virtualmente deve facilitar essa comunicação. Mas, claro que o anonimato funciona muito bem se os dois (infectado e parceiro) tiverem várias relações sexuais. Não é o caso quando se trata de uma relação (mais ou menos) estável. Ou seja, em caso de traição entre um casal, equivale a uma confissão da traição, ainda que seja por meio de um aviso anônimo virtual.


Pesquisa do ministério revela que 10,3 milhões de brasileiros já tiveram algum sinal ou sintoma de DSTs como sífilis, HPV (papiloma), gonorreia e herpes genital. São, ao todo, 6,6 milhões de homens e 3,7 milhões de mulheres. Desses, 18% dos homens não procuraram tratamento e 11,4% das mulheres também não o fizeram. Essas DSTs, quando não tratadas, podem causar complicações e aumentar em 18 vezes o risco de infecção pelo vírus HIV (AIDS).

Abaixo, um vídeo bastante elucidativo sobre a transmissão vertical (de mãe para filho) do vírus da AIDS e de outras DSTs:

terça-feira, 11 de agosto de 2009

88 síndromes que afligem a humanidade

Há uma semana, mudei completamente a forma deste blog. Está tudo novo, exceto o principal: o conteúdo. Com exceção de dois feedbacks, não sei exatamente o que o(a) leitor(a) achou do novo blog. Mas eu sei o que aconteceu, ao menos por enquanto: as visitas caíram pela metade. Outra coisa que não sei é se a queda de visitas tem relação com o novo template do blog.

Com tanto desconhecimento, resultou que entrei em crise de abstinência de leitores. Sou carente. Já o disse em vários posts e esse 'abandono' me causa aflição, estranheza e carência ainda maior. Não me deixe só, disse um senhor que tinha 'aquilo roxo', e que mostrou, recentemente, que também sua verve é roxa, em entrevero no digno Congresso Nacional. Enquanto um, no mesmo nobilíssimo congresso, proclama o 'Dia do Fico' eterno, outros querem fazer engolir palavras, trocam ofensas off record (com o microfone desligado) e transformam o cenário já não limpo da nada venerável Casa em sertão de cangaceiros.


(Representação do DNA ou ácido desoxirribonucleico, que é, pela genética, uma das maiores fontes de síndromes)

Mas esse não é o tema do blog. Se passa que estou com síndrome de abstinência - de leitores e de comida (um outro assunto). O que tem me deixado feito cangaceiro louco para pegar um praça (policial) para lhe dirigir meu desafeto. Fiz uma pesquisa para detalhar melhor essa história de síndrome e me defrontei com dezenas de síndromes. A de abstinência é minha velha conhecida, posto que já passei por abstinência de bebida num longo e seco inverno de mais de dois anos. A outra, sempre destacada pela mídia em geral é a Síndrome de Estocolmo, que é aquela na qual o sequestrado se torna dependente do sequestrador a ponto de, nos casos extremos, se apaixonar por ele. Já a usei aqui no blog para me referir a dependências outras que nada tem que ver com sequestros.

Ao encontrar tantas síndromes, resolvi fazer uma lista dessas estranhas enfermidades que nos atingem. São, aqui relacionadas, 88 diferentes síndromes, causadas tanto pela mente quanto pelo próprio corpo e também por fatores externos. Não é de se estranhar que haja tanta dor e sofrimento no mundo:

- Síndrome de Aarskog: é uma doença genética rara, com apenas 100 casos relatados em todo o mundo, cujos efeitos caracterizam-se por baixa estatura, anomalias faciais, genitais e musculoesqueléticas. Está ligada ao cromossomo X e é de caráter recessivo. Afeta sobretudo os homens.

- Síndrome de Aase: doença que caracteriza-se por provocar anemia e deformidades esqueléticas. A origem é desconhecida.

- Síndrome de Aicardi: doença genética e congênita caracterizada pela ausência parcial ou total do corpus callosum (estrutura que liga os dois hemisférios do cérebro). Afeta apenas as mulheres e é resultado de uma anomalia do cromossomo X. Causa espasmos (epilepsia severa), retardamento mental e lesões na retina.

- Síndrome de Alport: doença que provoca a perda progressiva da função renal e auditiva.

- Síndrome de Alström: enfermidade rara, causa cegueira progressiva, diabetes, obesidade e surdez.

- Síndrome de Ansiedade-Esquiva: padrão de alteração de comportamento em crianças que inclui características como timidez, medo, depressão e forma de relacionamento esquivo com as demais pessoas.

- Síndrome de Apert: doença genética rara (1 pessoa em 160 mil a tem) que caracteriza-se por anomalia craniofacial.

- Síndrome de Asperger: síndrome do espectro autista e diferencia-se do autismo por não registrar atraso ou retardo mental no desenvolvimento cognitivo ou na linguagem da pessoa. Mais comum no sexo masculino.

- Síndrome de Bartter: apenas 121 casos relatados em todo o mundo, ataca os rins. De origem congênita.

- Síndrome de Bassen-Korzweig: transtorno hereditário do metabolismo lipídico.

- Síndrome de Beckwith-Wiedemann: caracteriza-se por sintomas como língua grande, órgãos grandes, corpo grande, hérnia do umbigo e baixa taxa de açúcar no sangue. Causa desconhecida.

- Síndrome de Benjamin: é a transexualidade, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como transtorno de identidade de gênero. Homens e mulheres apresentam desconforto com a impropriedade do sexo anatômico e desejam fazer uma transição do sexo de nascimento para o sexo oposto com ajuda médica. Essa questão é bastante polêmica porque atribui a um comportamento o rótulo de síndrome.

- Síndrome de Bloom: alterações na pele, hipersensibilidade à luz do sol, atraso no crescimento e predisposição ao câncer.

- Síndrome de Brugada: arritmia hereditária que predispõe a pessoa a arritmias ventriculares que podem ser fatais. Ocorre mais em homens adultos. Pode provocar morte súbita, principalmente durante repouso ou sono.

- Síndrome de Burnout: distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso. Uma das principais características é a dedicação exagerada à atividade profissional (cuidado workaholics!). Outro sintoma é o desejo de ser sempre o(a) melhor e demonstrar alto grau de desempenho. O portador dessa síndrome mede a autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional, o que se transforma, por fim, em obstinação e compulsão.

- Síndrome de Caplan: é a inflamacão e cicatrização dos pulmões em pessoas com artrite reumatóide que foram expostas ao pó de minas de carvão, silício ou asbesto.

- Síndrome de Crest: doença autoimune sistêmica pela qual a pessoa desenvolve disfunção do tecido conjuntivo e caracteriza-se pelo espessamento e fibrose cutânea.

- Síndrome de Chediak-Higashi: afeta as células do sistema imune e as leva a uma incapacidade de lutar contra vírus e bactérias.

- Síndrome de Couvade: homens que, durante a gravidez da esposa, têm sintomas semelhantes aos das mulheres e podem engordar, ter enjôos, desejos e crises de choro.

- Síndrome de Down: uma das mais conhecidas, é causada por um distúrbio genético por conta da existência de um cromossomo 21 extra, total ou parcialmente. Associa-se a dificuldades de habilidade cognitiva e desenvolvimento físico, bem como aparência facial. Afeta 1 em cada 800/1.000 nascimentos.

- Síndrome de Dress: caracteriza-se por alterações hematológicas, febre, adenopatias e exantemas.

- Síndrome de Dubin-Johnson: doença que causa aumento de bilirrubina sem elevação das enzimas do fígado. A pessoa tem icterícia de baixo grau a vida toda e pode agravar isso com o consumo de álcool, por gravidez e infecção.

- Síndrome de Edwards: caracteriza-se por atraso mental, de crescimento e má-formação do coração.

- Síndrome de Ehlers-Danlos: apresenta sinais clínicos como a eversão (reviramento para fora) das pálpebras superiores, a possibilidade de tocar o nariz com a língua, de dobrar o punho e polegar até o antebraço e outros.

- Síndrome de Ellis-van Creveld: anomalias múltiplas e nanismo.

- Síndrome de Estocolmo: tentativa da vítima de sequestro de se identificar ou conquistar o captor. O caso mais famoso é de Patty Hearst, em 1974, que, após ser sequestrada pelo Exército de Libertação Simbionesa e libertada, uniu-se aos captores e tornou-se cúmplice de assaltos a bancos. No Brasil, a referência é Patrícia Abravanel, filha de Sílvio Santos, que, nas entrevistas, lembrava dos sequestradores com afeto.

- Síndrome de Fanconi: distúrbio na reabsorção de glicose, aminoácidos, fostato, bicarbonato e potássio. Causa insuficiência renal.

- Síndrome de Felty: transtorno causado pela combinação de artrite reumatóide, esplenomegalia (aumento do volume do braço) e neutropenia (diminuição no número de netrófilos - células sanguíneas).

- Síndrome de Gilbert: icterícia intermitente por ausência de hemólise ou hepatopatia subjacente.

- Síndrome de Gilmore: os sinais são dores abdominais, na virilha, dor ao tossir e espirrar e dor na virilha ao apertar as pernas. Causada principalmente por lesões na prática de esportes como futebol e rugby.

- Síndrome de Goodpasture: rápida destruição dos rins e hemorrogia nos pulmões.

- Síndrome de Horner: causada por lesão ao sistema nervoso simpático.

- Síndrome de Hunter: causada por erro metabólico no organismo.

- Síndrome de Hurler: a pessoa não produz as enzimas necessárias para quebrar a glicose e tem problemas respiratórios, nebulosidade ocular, febre, tosse e a morte pode ocorrer aos dez anos.

- Síndrome da imuno-deficiência adquirida: AIDS ou SIDA. Nem preciso me estender sobre o assunto.

- Síndrome de Irukandji: conjunto de sintomas que acometem pessoas na região do Oceano Pacífico todo ano. A causa pode estar relacionada ao contato das pessoas com animais cubozoários (animais marinhos venenosos, semelhantes a medusas).

- Síndrome de Klinefelter: causa hipogonadismo (diminuição dos testículos) e infertilidade nos homens. É atribuída a um cromossomo X adicional (47, XXY).

- Síndrome de Klippe-Trenaunay: anormalidade que ocorre durante o desenvolvimento fetal e causa hemorrogia digestiva.

- Síndrome do Lazer: distúrbio que ataca homens e mulheres obsessivos pelo trabalho e se manifesta nos momentos de folga. Causa ansiedade, dor de cabeça, náusea e fadiga porque as pessoas estão longe de seus afazeres profissionais. Em geral, essas pessoas são perfeccionistas e inseguras, que trabalham mais de 10 horas por dia e vivem sob stress.

- Síndrome de Lesch-Nyhan: afeta apenas os homens e provoca retardo mental, comportamento agressivo, automutilação e insuficiência renal.

- Síndrome de Liddle: desordem que provoca hipertensão.

- Síndrome de Lucey-Driscol: distúrbio hereditário causado por icterícia grave. São gerados por defeitos enzimáticos e, em níveis altos, são tóxicos para o cérebro e podem levar à morte.

- Síndrome de Marfan: desordem do tecido conjuntivo que se caracteriza por membros anormalmente longos. Pode afetar também o esqueleto, pulmões, olhos, coração e vasos sanguíneos.

- Síndrome de McCune-Albright: de causa desconhecida, ataca os ossos e a pigmentação da pele e provoca desenvolvimento sexual prematuro. Caracteriza-se, nas meninas, por menstruação prematura, desenvolvimento das glândulas mamárias e de pelos pubianos. Em meninos, o desenvolvimento sexual prematuro é mais raro. Essas alterações podem provocar cegueira ou surdez.

- Síndrome de Menkes: doença cerebral progressiva que se caracteriza por cabelos retorcidos. Também deforma as artérias cerebrais.

- Síndrome de Mirizzi: causada pela obstrução do duto hepático por cálculo biliar, pode gerar icterícia obstrutiva, inflamação e necrose.

- Síndrome de Moebius: distúrbio neurológico extremamente raro que decorre do desenvolvimento anormal dos nervos cranianos e apresenta como característica a perda total ou parcial dos movimentos dos músculos da face. Há indícios de que a causa está relacionada ao uso do misoprostol (Citotec), medicamento para tratamento de úlcera gástrica que é usado ilegalmente para tentativas de aborto.

- Síndrome de Morquio: deficiência imunológica genética causada pela ausência de enzima. Os sintomas são cabeça grande, expressões faciais grosseiras, dentes amplamente espalhados, tórax em forma de sino e baixa estatura.

- Síndrome de Noonan: de origem genética, apresenta como características maxila estreita, mandíbula pequena, tórax em forma de escudo e pescoço alado.

- Síndrome de Osler-Weber-Rendu: distúrbio de vasos sanguíneos que pode levar a episódios de hemorragia massiva.

- Síndrome de Oslo: estado psicológico que se desenvolve em pessoas que enfrentam situações de grande perigo ou ameaça.

- Síndrome do Pânico: condição mental psiquiátrica que faz com que a pessoa tenha ataques de pânico esporádicos, intensos e, muitas vezes, recorrente. Os sintomas são crises súbitas e podem chegar a fobias a determinadas situações.

- Síndrome de Parinaud: problema ocular que afeta um dos olhos e está ligado a tularemia (infecção de roedores transmitida aos seres humanos por contato com o tecido desses animais ou carrapatos) e febre vinda de arranhões de gatos.

- Síndrome de Parkinson: conjunto de doenças neurodegenerativas ou não. A Doença de Parkinson e a Síndrome de Parkinson não são a mesma coisa.

- Síndrome de Patau: anomalia cromossômica que causa má formação do coração, retardo mental e palato fendido.

- Síndrome de Peutz-Jeghers: doença que se caracteriza por manchas melânicas na pele e mucosa bucal.

- Síndrome de Pierre Robin: sequência congênita de anomalias que pode decorrer como síndrome isolada ou como parte de outra doença. Pessoas com essa síndrome têm mandíbula reduzida, retração da língua e obstrução das vias aéreas superiores.

- Síndrome de Peter Pan: é a síndrome do homem que nunca cresce, ainda que não haja evidências de que essa seja uma doença psicológica real. Caracteriza-se por determinados comportamentos imaturos em aspectos comportamentais, psicológicos, sexuais ou sociais. O homem pode apresentar irresponsabilidade, rebeldia, cólera, narcisismo, dependência e negação ao envelhecimento. Na minha opinião, 90% dos homens portam essa síndrome.

- Síndrome de Potter: complexo associado à insuficiência renal e à falta de líquido amniótico que se desenvolvem antes do nascimento do bebê.

- Síndrome de Prader-Willi: distúrbio genético no qual faltam sete genes do cromossomo 15 ou não são expressados. Causa retardo mental, flacidez, dificuldade de engolir, obesidade e problemas no sistema reprodutor.

- Síndrome de Proteus: doença congênita que causa crescimento exagerado e patológico da pele com tumores subcutâneos. O caso mais famoso é o de Joseph Merrick, o Homem Elefante. Foram descritos cerca de 100 casos em todo o mundo.

- Síndrome de Ramsay Hunt: combinação de lesões cutâneas do canal auditivo com o desenvolvimento ipsilateral (ou unilateral) da face e dos nervos auditivos. Causa paralisia facial, deficiência auditiva, vertigem e outros sintomas.

- Síndrome de Raynaud: desordem que causa descoloração dos dedos das mãos e dos pés e, em alguns casos, de outras extremidades.

- Síndrome de Reifenstein: causa disfunção sexual masculina, com incapacidade de produzir esperma. Os testículos ficam retidos e não descem para o escroto, há ausência de testosterona e desenvolvimento de mamas.

- Síndrome de Reiter: doença reumática que pode tornar-se crônica. Os sintomas são inflamações de articulações, conjuntivite, oftalmológica e do sistema urinário.

- Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica: reação que afeta todo o organismo e se caracteriza pela presença de, pelo menos, dois critérios clínicos como temperatura corporal (febre), frequência respiratória, frequência cardíaca e aumento ou redução de leucócitos (células brancas). As causas podem vir de infecções, traumas, queimaduras, grandes cirurgias e pancreatite.

- Síndrome de Reye: acomete o cérebro e o fígado, ocorre em crianças e está relacionada ao uso de salicilatos (grupo de medicamento que tem ácido salicílico em sua composição, como a aspirina, por exemplo) em conjunto com infecções virais.

- Síndrome de Riley-Day: transtorno hereditário que afeta a função de nervos ao longo de todo o corpo. Os sintomas são sudorese na cabeça e tronco, manchas na face e tronco e nos pés e mãos, hipertensão, taquicardia, náuseas, vômitos, irritação, insônia e deterioração dos músculos.

- Síndrome de Rett: anomalia que causa desordens de ordem neurológica, principalmente em crianças do sexo feminino. Compromete as funções motora e intelectual e provoca distúrbios de comportamento e dependência.

- Síndrome Romano-Ward: provoca episódios de síncope e pode levar à morte súbita.

- Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser: anomalia congênita do órgão reprodutor feminino e pode causar conflitos de identidade de gênero e de auto-imagem, problemas de relacionamentos afetivos e de potenciais maternidades.

- Síndrome de Savant: distúrbio psíquico pelo qual a pessoa tem grande habilidade intelectual mas tem déficit de inteligência. As pessoas têm memória extraordinária mas pouca compreensão do que é descrito. Por exemplo, uma pessoa que nunca viu um piano, de repente, executa uma peça de Bach como se fosse um virtuose.

- Síndrome de Sanfilippo: é de quatro tipos e está relacionada a enzimas. Pode causar retardo mental progressivo, hiperatividade e retardamento psicomotor.

- Síndrome de Scheie: caracteriza-se pela ausência da enzima a-L-iduronidase e pela excreção de níveis elevados de dermatan-sulfato na urina. Crianças podem apresentar rigidez articular, com mãos em garras e pés deformados e também desenvolver problemas da válvula aórtica.

- Síndrome de Sheehan: diminuição da glândula pituitária ou hipófise causada pela necrose devido à perda de sangue durante ou depois do parto. Complicação rara da gravidez.

- Síndrome de Shy-Drager: distúrbio degenerativo caracterizado por danos progressivos ao sistema nervoso autônomo (que controla as funções involuntárias).

- Síndrome de Sjogren: desordem autoimune pela qual células atacam e destroem glândulas que produzem lágrimas e saliva.

- Síndrome de Tourette: desordem neurológica que se caracteriza por tiques involuntários, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorrem repetidamente da mesma maneira. A maior parte dos afetados são os homens.

- Síndrome de Treacher-Collins: doença genética que apresenta deformidades crânio-faciais.

- Síndrome do Túnel de Carpo: dor, alterações da sensibilidade ou formigamentos no punho, associados a movimentos manuais inadequados ou repetitivos. A causa são as lesões por esforços repetitivos (LER).

- Síndrome de Turner: resulta da não-disjunção durante a formação do espermatozóide e ocorre em mulheres. Causa baixa estatura, órgãos sexuais pouco desenvolvidos, tórax largo, má-formação das orelhas e esterilidade.

- Síndrome de Usher: doença genética que causa surdez e cegueira.

- Síndrome de Waterhouse-Friderichsen: doença das glândulas supra-renais que se caracteriza por hemorragia maciça, hipertensão, choque e insuficiência adrenal aguda.

- Síndrome de Wernicke-Korsakoff: neuropatologia associada à carência de vitamina B1, traumas cranianos e alcoolismo agudo. Os sintomas são amnésia e desorientação espacial.

- Síndrome de Williams: as pessoas apresentam sintomas como problemas cardiovasculares, atraso mental, dificuldade na leitura, escrita e aritmética e gosto exacerbado por música. As características são baixo peso no nascimento, dificuldade de alimentação nos primeiros dias, cólicas nos primeiros meses, personalidade sociável, baixo timbre de voz e traços faciais característicos.

- Síndrome de Wolf-Parkinson-White: presença de via elétrica acessória (anormal) no coração. Os sintomas são arritmia, palpitações, tontura, falta de ar, sensação de desmaio e, raramente, parada cardíaca (morte súbita).

- Síndrome de Zollinger Ellison: lberação aumentada do hormônio gastrina que estimula a produção de ácido clorídrico no estômago. Os sintomas são dor, vômitos com sangue, anorexia e diarreia.

- Síndrome miastênica de Lambert-Eaton: doença autoimune que se caracteriza por fraqueza e fadiga dos músculos da cintura pélvica, extremidades inferiores e tronco.

O assunto me veio, de repente, quando escrevi 'crise de abstinência' no segundo parágrafo deste post. Me recordei de síndrome e, daí por diante, fui pesquisar o tema. Não imaginei que existissem tantas e tão complexas síndromes. Algumas são famosas e outras, totalmente desconhecidas, me causaram surpresa e, de fato, comoção.

Volta e meia ouve-se falar ou se lê a respeito de estranhas doenças que acometem conhecidos ou estranhos. Todo mundo conhece um caso para relatar. O que não se sabe é a quantidade de doenças - patológicas ou psicológicas - de que somos capazes de portar. Voluntária (bebida, cigarro etc.) ou não.

De forma que reduzo a minha 'crise de abstinência' da falta de leitores a uma minúscula cabeça de alfinete porque, ao escrever sobre as síndromes, percebo que, mais uma vez, há muito mais entre o céu e a terra do que sonha a minha vã filosofia.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Metrópolis: São Paulo ou outro lugar qualquer

Vou para as ruas daqui a pouco, em função punitiva, e acabei de me lembrar de dois clássicos que são sinônimos dessa São Paulo. Para mim, na verdade, são, ambos, clássicos: o 'Metropolis', de Fritz Lang, e o 'Metropolis Anime', de Akira Rintaro, baseado em versão mangá de Osamu Tezuka. De forma que lá vou eu me enfronhar na metrópole, em meio a expressionistas e modernistas faces.



quinta-feira, 30 de julho de 2009

L'homme graisse: de patinho feio a foie gras

Você sabe o que é foie gras (fígado de ganso)? Reformulo: você entende o conceito do foie gras ou de como se obtém o gordíssimo e caro fígado de ganso? Eu, além de compreender o processo, o absorvi de tal sorte que sou eu o ganso da vez. Quer dizer, l'homme graisse ou, em chucras palavras, o homem gordo.

Pior: sou o homem do fígado gordo, o que vem a ser, portanto, algo como l'homme foie gras ou, ainda, em definição oportunista, l'homme foie gras de canard (que seria algo como 'o homem de fígado gordo de pato'). Mas está confuso, assim.


Eu hei de melhorar. Vamos lá: o meu fígado está recoberto por uma camada de gordura, o que equivale dizer que, nesses tenros (e gulosos) anos primaveris, outonais e agora invernais, construí, calmamente, uma capa de gordura que recobre o meu próprio fígado.

Claro que não fiz isso conscientemente (um pouquinho, talvez, já que ouvi, até agora, três vezes a fatídica frase: "Você é o que você come"). Bem, a hora não é muito apropriada para dizer se cheguei a essa estranha evolução de homem para ganso de forma consciente ou não. Também não vou entrar em detalhes, né!



O que se apresenta é, inexoravelmente, um paradoxo: devo eu transpor o macio reino das penas e, de patinho feio (eu era magrelo, ai que raiva!), passar a ganso gordo ou, afinal, a pato, daqueles que andam a bombolear o corpão como se paquidermes de penas fossem? Mais um pouco e me vejo servido em pomposa mesa de jantar francês. Por Napoleão que nunca aspirei a virar fígado gordo!!!

Você percebe que, a despeito do tema do post ser, prioritariamente, saúde, eu fiz que fiz e fiquei quase que apenas na gastronomia? É essa a raiz de todo o mal que me aflige. Fazer de tudo uma transliteração de comida, enfeitar a mesa e bancar o espertinho.


Mas a esperteza perde, no caso. Fui devida e incisivamente orientado a mudar minha postura diante da vida que se segue depois da estapafúrdia informação de que disponho de um fígado de ganso, e não mais de uma víscera humana, como vocês: dieta rigorosa, menos (ou nenhum) cigarro, pouquíssima (deve ser uns 10 mililitros) bebida, distância medida em anos-luz entre o açúcar e eu (por Zeus que maldigo o humano que inventou o doce) e uma vida cheia de comedimentos e sem condimentos.

Credo que meu mundo caiu (antes, o fígado já havia, pelo que entendi, perdido qualquer referência que tivesse em relação à sacrossanta lei da gravidade). Ainda que eu tente afrancesar e gracejar essa capa de gordura que resolveu hospedar-se no meu fígado, explico, exatamente, o que é a gordura no fígado do humano. Chama-se esteatose hepática (tenho pavor do nome 'hepático') e consiste em infiltração de gordura no fígado. A princípio, essas pequenas infiltrações agem como filamentos de água nas paredes: provocam pequenas reações clínicas (arquitetônicas, se for parede) como dor e desconforto abdominal. Para isso, é necessário que se faça um exame ultrassonográfico, que revela, desde logo, as danadas das infiltrações. Eventuais aumentos do fígado também podem indicar a presença de infiltrações.


A causa mais comum da esteatose hepática é a (argh!) obesidade! Alguns sintomas como refluxo, azia, queimação no peito ou semelhantes podem dar uma ideia do que escrevo. Outro detalhe bastante importante: muitos diabéticos têm esteatose (aliás, os sintomas da esteatose podem vir associados aos sintomas da diabete).


E, olha só o que faltava para completar o fulgurante quadro do patinho feito que virou, que pena!, apenas um ganso (ou pato) gordo: pessoas (não que eu me identifique com elas) que fazem uso frequente do álcool também pertencem ao grupo de risco e, por tabela, a esteatose pode evoluir (nesse caso, a evolução poderia dar marcha ré) para hepatite, cirrose e câncer de fígado.

Tanto o diagnóstico quanto o tratamento estão relacionados primeiro ao profissional de saúde (gastroenterologista e endocrinologista) e, depois, ao próprio envolvido e (eventualmente) interessado em sanar o precário estado de carregar fígado encapado.


Suponho que, depois de devidamente informado de tudo isso, serei reduzido ou a um sujeito consciente, inteiramente capaz de absorver o impacto e combater essa 'foieasização' de forma eficaz ou, sobrepujado pelo peso da gordura, me transformarei em pato feio, e não naquele glorioso cisne que plaina sobre as águas, completamente alheio a fígados, gorduras, dietas e cardápios franceses. Mundo cão em terreno de penas, este! Odeio muito tudo isso.

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