Língua de trapo

Que o Big Brother Brasil é uma anomalia que a maioria gosta de assistir não há dúvidas, eu incluso. A maior parte de nós criticamos, mas, o ato de espionar ou, em definição melhor, a prática do voyerismo em rede nacional, devidamente assimilada pela massa, caiu no gosto do público e o programa Big Brother, na versão brasileira, já está há nove anos no ar e não dá sinais de exaustão.

A queda de audiência não pode ser atribuída única e exclusivamente ao programa porque, de forma geral, a TV aberta tem enfrentado sucessivas quedas de audiência. Quedas essas associadas a outras mídias como a internet, por exemplo.

O programa da Rede Globo ocupa o filé mignon na grade de programação, o chamado "horário nobre". Que é a faixa na qual a emissora atinge picos de audiência e, portanto, tudo o que ocorre no BBB nesse horário (ou que é editado para ir ao ar), tem grande chance de repercutir por todo o Brasil.

Hoje, durante o dia, o gaúcho Flávio voltou mais uma vez a um tema que lhe é recorrente desde o início: a homossexualidade. Disse o brother sobre a homossexualidade, durante conversa com as sisters Priscila e Francine: "Eu não tenho nada contra, mas eu não entendo. Mas cada um com seu cada qual. Que nem língua de boi. Eu não gosto, mas tem quem goste." E fez as duas rirem quando disse que não conseguiria imaginar um bumbum quadrado (supostamente, uma bunda de homem) na sua frente ao invés de uma mulher.

O apresentador do reality, Pedro Bial, disse em entrevista recente a um portal que acreditava que na casa haveria gays. "Teve dois atos falhos do Max. Ele falou 'isso aconteceu com o meu ex-namo ... ex-namoro'. E, depois, ele falou 'isso aconteceu com meu ex ... um antigo relacionamento'. E o Flávio falou com todas as letras, na primeira festa, de porre, para a Milena: 'eu já tive um namorado chamado Max' (vídeo abaixo).

A mim realmente não me importa se o brother Flávio é ou não gay. Somente acho que o assunto está sempre no seu entorno, quando não é o próprio que toca no tema. Bêbado, faz declarações. Depois, se esquiva. Claro que a família correu para desmentir a suposta homossexualidade do gaúcho. Porque, antes de tudo, trata-se de "preservar" a virilidade do macho, não é?

O fato é que o cara tem uma língua de trapo e decididamente, se gosta ou não de língua de boi, deveria manter a própria dentro da boca a soltar as pérolas que têm pululado feito pererecas de sua garganta. Melhor, no caso, morder a língua antes. Em pelo menos outras quatro ou cinco ocasiões, o assunto foi tema de conversa que envolvia o gaúcho. Por isso, melhor entrar (na casa) mudo e ficar quieto, com roupa. Nem que for coberto por trapos. Porque, no final, sobrarão apenas os rotos e esfarrapados, gays ou não. É, decididamente eu ando pouco tolerante, BTW (by the way).