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domingo, 10 de julho de 2011

Meu rugido dominical



A principal porta de entrada de um país é o aeroporto. Relatório publicado pela Organização da Aviação Civil Internacional (Icao) aponta que o número de passageiros transportados por avião chegou a um total de 2,5 bilhões de pessoas no ano passado, conforme dados do site EcoD. Ou seja, mais de 30% da população global voou o ano passado (número cumulativo, não significa, necessariamente, que 2,5 bilhões voaram, e sim que, na soma, 2,5 bilhões viajaram, seja uma ou 200 viagens por ano). E justamente os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) foram, em parte, grandes responsáveis por essa expansão. É o tipo de transporte mais usado no mundo. Portanto, a principal porta de saída de um país também é, consequentemente, o aeroporto.


Para ficar no Estado de São Paulo, dispomos de três aeroportos: os dois principais, Cumbica (Guarulhos) e Congonhas, ficam na Grande São Paulo e dentro da cidade, respectivamente. O terceiro fica num raio de 100 km e é o Aeroporto de Viracopos, em Campinas. Cumbica é a principal entrada aérea do Brasil. É por onde chegam mais de 85% dos voos internacionais. Congonhas é o aeroporto doméstico mais movimentado, com intenso fluxo de decolagens e aterrissagens, de passageiros e carros. E Viracopos, mesmo a 1 hora de distância, tornou-se, por incrível que pareça, alternativa para as pessoas que precisam de locomoção rápida.


Vou fazer relatos da minha experiência com aeroportos. Não conheço Viracopos. Mas sei bem de Congonhas e Cumbica. Congonhas está, em trânsito razoável (o que é quase impossível), há 20 minutos de casa, de carro. Portanto, se eu tenho que ir ao Rio de Janeiro (45 minutos de voo, em média, com tempo bom), basta sair de casa, chegar 30 minutos antes, embarcar e, no total, gastar cerca de 2 horas entre a minha saída de casa e o meu destino na capital carioca.


Claro que isso nunca aconteceu. Todas as vezes em que viajei ao Rio e voltei, tanto cá como lá, entre a saída e a chegada (ponto a ponto), gastei, pelo menos, 5 horas. As viagens domésticas exigem que se chegue ao aeroporto 1 hora antes do embarque. E isso não é apenas protocolar: ouse se atrasar e perderá o voo (aconteceu comigo, porque cheguei 45 minutos antes, e não 1 hora antes).


Portanto, esteja preparado/a para gastar 5 ou mais horas entre a saída de casa e a chegada ao destino final quando a rota é São Paulo-Rio de Janeiro. Já bati recordes: fiz SP/RJ em 7 horas!!! É mais do que viajar de carro (5 horas, em boa média de velocidade) e de ônibus (6 horas, em geral) pela rodovia Dutra, que liga as duas cidades.


Se o voo for internacional, a aflição começa ainda mais cedo. Da última vez que viajei, meu embarque estava marcado para as 22:15 horas. Saí de casa às 18:15 horas (4 horas antes!), de táxi, e cheguei com vantagem. Fiz o check-in sem despachar bagagem e esperei quase 3 horas. Dentro do avião, esperamos, sem saber direito porque, quase 40 minutos para, finalmente, decolar. Chegamos ao destino cerca de 7:30 horas (com fuso horário de 1 hora menos), quando a previsão era de chegada às 6:15 horas. Quando, finalmente, cheguei ao meu destino final, o relógio local marcava quase 10 horas da manhã. Portanto, descontado o fuso horário, foram quase 15 horas entre um ponto e outro. Fora todo o movimento extra decorrente da viagem (arrumar a mala, conferir se está tudo carregado - notebook, celular), se tudo está dentro dos padrões conforme as exigências da aviação etc. etc. Pode-se dizer que, para uma viagem de 10 horas (Estados Unidos ou Europa), você, obrigatoriamente, gastará ao menos umas 20 horas até que consiga colocar o primeiro pé no destino final. Com sorte!


Os relatos acima se referem às dificuldades de embarque em São Paulo: trânsito, falta de infraestrutura (em Congonhas e Cumbica) e um sentimento de que todas as companhias conspiram para que os atrasos sucedam-se uns aos outros. Ainda, o fator tempo (nublado, chuvoso, neblina etc.) pode piorar a situação.


Para se chegar a Congonhas, que fica no Campo Belo, zonal sul da capital, o acesso é (exceto, de novo, pelo trânsito) relativamente fácil. Vou pelas avenidas 23 de Maio e Washington Luiz. Ambas não são, exatamente, um primor de beleza. Como estamos, os brasileiros, dentro de casa (voos domésticos), porém, não vejo maiores inconvenientes a não ser a absoluta falta de estrutura do local em acomodar tanta gente simultaneamente.


A recente reforma dos fingers (acesso do solo às naves) poderia ter resolvido o fluxo intenso. Mas, estive em Congonhas em dois momentos diferentes: na inauguração das novas salas de embarque e no início deste ano. É como se nada tivesse acontecido, tal o congestionamento do lugar. Sem falar no mais antigo problema do aeroporto: a fila de táxi. A espera por um carro é mais lenta do que voar entre Rio e São Paulo. Isso nunca aconteceu num aeroporto internacional em que estive. Afora os táxis, o acesso a Congonhas somente pode ser feito por automóveis particulares ou ônibus. Não há nenhuma estação de metrô num lugar pelo qual embarcam e desembarcam mais de 15 milhões de pessoas (em Cumbica, no ano passado, circularam 26 milhões de passageiros). Esses números não incluem as pessoas que apenas passam por ambos os aeroportos e não embarcam.


Cumbica fica em Guarulhos, município que faz parte da Região Metropolitana, chamada de Grande São Paulo, a cerca de 25 km do centro da capital. O percurso da minha casa até lá, de novo com trânsito razoável, pode ser feito em 40 minutos (de carro). Como o trânsito para lá nunca está razoável, melhor contar 1 hora ou mais.


É grande a área do Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos Governador André Franco Montoro. Esse é nome oficial, careta, caretíssimo, fruto de uma longa tradição deste País de se dar nomes de políticos a lugares grandiosos. O bom é que ninguém dá a mínima e o nome não fica. O que fica é Cumbica, nome próprio, da terra brasilis que, em tupi-guarani, quer dizer "neblina", "nuvem baixa". Perguntinha: se já os índios sabiam que o lugar era coberto pela neblina, por que insistiram em construir ali o principal hub da América Latina? Incríveis esses políticos. Deveriam ser devorados pelos índios tal qual o foi o bispo Sardinha!


A região que forma o complexo aeroportuário de Cumbica é uma pequena cidade: são 14 quilômetros quadrados, dos quais cerca de 5 km quadrados são construídos. Há apenas uma via, em mão dupla, com um largo canteiro central, que leva ao aeroporto: Hélio Schmidt. Feia, é circundada por uma série de construções, hotéis, postos de gasolina e não sei o que mais. Às margens, enfileiradas, uma série de placas imensas que, de uma forma grotesca, vendem de carros a passagens de avião. Para se chegar a essa avenida, cujos canteiros poderiam formar um lindo e formoso jardim, cheio de árvores baixas e bem cuidadas, há duas opções: a rodovia Dutra (que liga São Paulo ao Rio e que passa por Guarulhos) e a rodovia Ayrton Senna (que leva ao litoral norte do Estado e à região do Vale do Paraíba).


São, ambas, mal cuidadas. E feias. Sem vida. É a porta de entrada do Brasil. Assim. Cheias de falhas, primeiro a avenida principal do aeroporto e, depois, as rodovias, desaguam na Marginal Tietê, confusa, pesada, com placas apenas em português (até no Irã há placas em inglês). Desaguam é maneira de dizer porque comparar trânsito com a fluidez da água é algo incompatível nessas paragens. E mais, dizer de água à beira do esgoto que é o rio Tietê é ofender a água.


Assim se chega ao Brasil: em vias pobres, feias, cheias de falhas e com mau-cheiro. Estive poucas vezes no exterior. Posso afirmar, contudo, que as vias de acesso (exceto pelas cidades norte-americanas) são bem cuidadas (Pequim, Helsinque, Lisboa, Madrid, Frankfurt), preparadas como um tapete para receber as pessoas. São a primeira impressão. A que fica.


Observe que nem me atrevo a falar sobre a chegada dos turistas para a Copa de 2014. Terei tempo para falar disso. No entanto, não se trata apenas de estética. E sim de um cuidado, de um carinho que se deveria ter com a porta de entrada, com as janelas todas. Carecem, portas e janelas, de demãos de tinta, de retoques, de repaginação. Somos feios de chegada e de partida, em todos os sentidos.

sábado, 12 de março de 2011

Plano Nacional de Bunda Larga

O governo federal tem um plano: de estruturar uma rede de backbones (que conectam as residências aos provedores de acesso à internet) para baratear o preço dos links para o varejo e, com isso, possibilitar que 40 milhões de domicílios acessem a rede até 2014 a preços que oscilam entre R$ 15 a R$ 35 mensais.




Se isso se concretizar (por ora, o Plano Nacional de Banda Larga - PNBL está em fase de licitações para a compra de equipamentos e outras contratações), significa que metade das casas brasileiras, que abrigam mais de 90 milhões de pessoas, terá acesso à internet. Ou seja, 50% da população do País seriam incluídos na web.


Os acessos, no entanto, estão longe do que se considera alta velocidade. O PNBL prevê duas categorias de preços (ainda que o próprio PNBL não forneça o acesso final ao usuário): de R$ 15 mensais para velocidade de conexão (de download) até 512 Kbps e de R$ 35 mensais para velocidade entre 512 Kbps e 784 Kbps. A largura de banda não chega, portanto, nem a 1 Mbps, enquanto em alguns países, como EUA, Finlândia e Coréia do Sul, já se estabeleceu que as conexões devem ser de, pelo menos, 100 Mbps!


Sou usuário antigo da internet. Pelo menos desde 1996, antes mesmo de se criar a atual internet como a conhecessemos, eu acessava da sala de casa, via Macintosh, uma BBS (Buletin Board System), um sistema que permitia, nos primórdios da internet comercial, a conexão entre um computador, o telefone e um provedor de conteúdo (os BBSs).


A internet comercial, sob o padrão TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que sustenta toda a estrutura da world wide web (WWW), se estabeleceu exatamente em 1996 e, a partir daí, se estendeu das empresas às residências.


Ainda em 1996, formalizei contrato com o meu primeiro (e único, até o momento) provedor de acesso, ainda com a conexão discada (ou dial-up), via cabo do telefone (o telefone ficava ocupado e não era possível usar simultaneamente o serviço de voz e o serviço de conexão de internet). A velocidade máxima era de 56 Kbps.


Não me recordo quando migrei para a banda larga. Mas, sou heavy user e devo tê-lo feito assim que a Telefônica, no Estado de São Paulo, começou a oferecer o serviço. Fiquei muitos anos conectado ao serviço da operadora espanhola. Até porque não havia opção. Quando a NET, operadora de TV paga, começou a oferecer o acesso de banda larga, migrei para a empresa. Eu já era assinante de TV paga da empresa. Migrei também para o serviço de voz, já que o combo (voz + TV paga + banda larga) era bastante atraente financeiramente.


No início, acho que a conexão era de 512 Kbps (a mesma que o governo federal considera "banda larga" segundo o PNBL). Depois, migrei para 1 Mbps e, mais tarde, para 3 Mbps. Bem, não sei se você sabe, mas, para as empresas, existe um conceito chamado Service Level Agreement - SLA (ou acordo por nível de serviço), pelo qual o fornecedor de banda larga se compromete, contratualmente, a oferecer uma qualidade de conexão que chega a 99,99%. Por exemplo, se a empresa contrata 10 Mbps, o fornecedor tem que entregar, pelo menos, 9,99 Mbps. Se isso não acontecer, o fornecedor terá que pagar multa.


Mas, para manter um contrato desse tipo, é necessário ter poder de fogo. Ao qual costumamos chamar vulgarmente de "dinheiro". Empresas têm esse poder. Usuários domésticos, comprometidos com coisas mais prosaicas como alimentação, vestuário e habitação, não o têm.




A banda larga brasileira é uma das mais caras do mundo. Estudo feito pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 154 países mostra o Brasil em 114o. lugar, atrás de países como Argentina, Índia e China. Isso vale tanto para o acesso móvel (telefonia celular) quanto para o fixo (telefonia convencional).


Alega-se (as empresas de telecomunicações) que esse preço é por conta dos impostos (em média, de 45% sobre os serviços de telefonia), da infraestrutura precária (que as concessionárias privadas detêm desde 1998, ou seja, há 13 anos, prazo suficiente para modernizar completamente as redes) e por conta do famigerado custo Brasil (no qual são lançados todo e qualquer valor que não cabe em outras planilhas).


Isso é uma bobagem sem tamanho. Todos os 154 países pesquisados pela ONU pagam impostos sobre telefonia. Todos (ou quase) têm redes antigas (o telefone data de 1849, quando o italiano Antonio Meucci fez a primeira transmissão de voz, e não quando Graham Bell o patenteou, em 1876; Bell comprou a patente de Meucci em meados de 1870). A primeira rede comercial telefônica foi justamente a da Bell Telephone Company, fundada pelo sogro de Graham Bell em 1877.


Portanto, as redes telefônicas fixas têm 134 anos de existência a partir da primeira instalação comercial. São centenárias no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos e não há porque se contestar sua infraestrutura já que, com intervalos de poucos anos, se modernizaram igualmente em quase todas as partes do mundo.


No Brasil, operam a telefonia fixa e a internet grandes players de telecomunicações - Telefónica/Vivo, da Espanha, Claro/Embratel/NET, do México, Oi, do Brasil, GVT, da França, e TIM, da Itália. Todas oferecem banda larga e são proprietárias dos maiores backbones desse País. Portanto, são essas empresas que nos cobram um dos mais caros acessos à internet do mundo.


Sou assinante da NET, controlada pelo mexicano Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, em banda larga justamente porque o mesmo serviço que a Telefônica me oferecia era sofrível. No jargão de telecomunicações, cometi o "churn", que vem a ser a migração voluntária de uma operadora para outra. Fiquei satisfeito no início. Hoje, alguns anos depois do churn, estou churl (rude, mesquinho). Me sinto medieval, rústico, pronto para ser rude com essa operadora assim como ela me trata: como um cidadão medieval que está a anos-luz das luzes do Renascimento. O que dirá da idade do telefone. E o que dizer da banda larga, criada apenas a partir de 1997, apenas uma adolescente de quase 15 anos?


Pago R$ 59,90/mês por um acesso de 1 Mbps. São R$ 2/dia. Ligo o computador de casa por poucas horas. Em geral, depois das 22 horas. Ou durante o dia nos finais de semana. Regredi do acesso de 3 Mbps para 1 Mbps porque tinha convicção de que dava na mesma. A diferença não estava na qualidade, precária em ambos os casos, e sim apenas no preço, maior pelos 3 Mbps aos quais eu nunca tive acesso. Nas poucas horas que uso a internet, duvido que eu tenha uma conexão melhor do que os 56 Kbps da pré-história da banda larga.


O acesso móvel é proibitivo, de tão caro. O acesso fixo é uma vergonha. Não tenho um programa que acompanha a qualidade de conexão no meu computador e nem preciso tê-lo para saber que, a cada hora, a minha conexão deve falhar, no mínimo, umas 45 vezes. Portanto, a cada 60 minutos, devo ter uma internet (de 100 Kbps, no máximo), de 15 minutos. Se tiver.




Portanto, isso é o que temos, empresas e cidadãos, no Brasil: um Plano Nacional de Bunda Larga. A bunda, ou nádegas, se o preferirem, fica larga e plana de tanto se achatar à espera de uma conexão que não vem. É uma espera por Godot que, assim como acontece com o personagem, não se concretiza.


Perdi a conta de quantas vezes apenas desliguei o computador irritado por não ter o serviço (enquanto escrevia este post, o serviço oscilava e as luzes do modem foram mais intermitentes do que nunca e permaneceram mais apagadas do que acesas e, por isso, demorei quase 2 horas para escrevê-lo).


Deveríamos, todos os usuários (somos quase 40 milhões de pagantes), promover o Dia da Bunda Larga. Porque se essa é a parte do corpo pela qual o Brasil mais se contorce, deve haver uma iniciativa para preservar as famosas bundas brasileiras e não deixá-las perder o contorno curvado pelo qual são conhecidas e passarem a ser planas, de tanto esperar achatadas que estão pela inércia da banda larga.


Proprietários e proprietárias de bundas (e de bandas) largas: uni-vos! Coloquemos em marcha o Plano Nacional de Bunda Larga pela preservação de nossos bumbuns. Os bumbuns, unidos, deverão ser suficientes para alargar a mentalidade dessas porcarias de empresas que ganham sem o menor esforço. Ao invés de mostrar dedos em riste para o péssimo serviço, mostremos nossas bundas para as faces de quem não tem vergonha na cara e, muito menos, na bunda. Quer dizer, na banda.

sábado, 27 de novembro de 2010

Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós

Uma moradora, singelamente, se aproximou da repórter e lhe entregou uma caixa de fósforos. Não quis se identificar e saiu rapidamente. A repórter abriu a caixa de fósforos e dentro havia uma carta de agradecimento aos oficiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro e da Marinha e passagens do samba-enredo do Carnaval de 1989 da escola de samba Imperatriz Leopoldinense (veja vídeo da música abaixo).





Esse é o trecho, entre tantos, que destaco da ocupação das favelas cariocas pela polícia e Forças Armadas, ou seja, pelo Estado. Porque foi o Estado que deixou isso acontecer e agora precisa agir como se fossemos uma representação de Israel e Palestina, com ocupações de territórios e intifadas.


As pessoas, como a moradora acima, comemoram, agradecem, rezam e acreditam que, agora, o Rio de Janeiro estará livre da pestilência do narcotráfico. Em ação cinematográfica que já dura dias, a ação policial e militar tem sido chamada de "Tropa de Elite 3", como se fosse a continuação do filme que alça a polícia carioca - e o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) - a patamares inimagináveis. O filme, aliás, consagra o comandante do Bope como um verdadeiro herói.


E herói foi uma das palavras escritas pela moradora no bilhete da caixa de fósforos. Mas, por que heróis, se são apenas agentes desde sempre destinados a nos proteger? E por que o Estado deixou a situação da cidade mais linda do Brasil (e quiçá do mundo) chegar neste estado?


Não vejo como heróicos os avanços no Rio de Janeiro. A imagem mais significativa até agora foi a da debandada de bandidos da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão (que reúne 15 favelas): tudo registrado pelas câmeras da TV (vídeo abaixo). Os bandidos, longe de se constrangerem, acenavam com as armas para mostrar o eventual poder de fogo que têm.





A explicação para o estado de abandono em que se converteram as favelas do Rio (e de São Paulo, do Recife, Salvador, Fortaleza, Manaus...) é uma só: aonde o Estado não exerce o papel de Estado, outros o farão. No Rio, além dos bandidos do narcotráfico, as pessoas ainda convivem com as milícias, que, na minha opinião, não diferem em grau algum dos bandidos. Pois que milícias não são um poder constituído. São ilegais e, portanto, estão à margem do Estado de direito, assim como estão os marginais.


Não, não celebro ao ver a transmissão em tempo real dessa peculiar Guerra do Golfo brasileira. Me entristeço. Porque estamos a celebrar como se fosse um salvo-conduto para um novo mundo. Obviamente, isso não ocorrerá porque a raiz continua podre. A superfície pode até parecer limpa. Mas, se o subterrâneo que alimenta a raiz não for eliminado, nada mudará. Será apenas o clamor desta operação. Porque o fundamento tem raízes profundas em toda a estrutura desta que se quer uma Nação, que se quer um ator global, com influência no mundo civilizado.


Trabalho ao lado de um outro complexo de favelas em São Paulo. São as favelas do Jaguaré - Rocinha, Moinho, Diogo Pires, Nova Jaguaré (considerada a maior de São Paulo) e outras que nem se sabe ao certo os nomes. É o Complexo do Jaguaré. Eventualmente, à tarde, ouve-se o pipocar de fogos na região das favelas. No Brasil, qualquer um de nós sabe que é o sinal para avisar que novos carregamentos de drogas chegaram. Isso acontece em qualquer lugar do País, inclusive na minha cidade natal que tem, ela própria, a rua do narcotráfico.


Não importa para onde se olhe, portanto, a capilaridade da violência é superior a qualquer outro sistema no Brasil. A violência - drogas, armas, roubos, assassinatos - tem densidade mais alta do que a água, a luz, o telefone, os esgotos. É o maior feito desse País: a inclusão social pela violência. É apenas nesse nível que, verdadeiramente, somos, classes A, B, C, D e E, todos iguais, enfim, sob as asas que se querem da liberdade, mas são, verdadeiramente, da violência.

domingo, 3 de outubro de 2010

Meu rugido dominical (*)



São 23:55 de domingo, 3 de outubro de 2010 e, depois de pouco mais de 7 horas, está encerrada a apuração dos 136.004.825 votos de cidadãos brasileiros neste primeiro turno das eleições 2010, na qual votamos para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual entre as 8 da manhã e 17 horas deste dia frio e chuvoso que, durante a manhã e parte da tarde, houve por bem manter-se estável, tanto no clima metereológico quanto no clima emocional. Ao menos na cidade de São Paulo. Demorei 25 minutos para votar: foi o tempo de espera na fila. Voto na 9ª. seção da zona 001 da cidade de São Paulo. Tradicional, essa seção nunca tem filas. Hoje, 15 pessoas estavam à minha frente. Conforme o processo eleitoral se sofistica, com a digitalização do sistema, as pessoas mais idosas se atrapalham. E foi o que aconteceu: os eleitores acima da faixa dos 70 anos perguntavam aos mesários - o que é proibido - o que deveriam fazer. O engraçado é que eleitores acima dos 70 anos estão completamente dispensados do voto obrigatório. Ou seja, lhes é facultado o direito de votar ou não. E eles votam. Gosto disso.


Teremos o segundo turno para a escolha do próximo presidente, dentro de 28 dias, entre a candidata Dilma Rousseff, do PT, e o candidato José Serra, do PSDB. Dilma teve 46,87% do total dos votos válidos (exceto as abstenções, brancos e nulos), com 47.532.695 votos ante os 32,63% de votos de Serra, que teve 33.086.757 dos votos válidos. A terceira candidata, Marina Silva, do PV, teve 19,35% dos votos válidos, com 19.624.124 votos. Os demais votos foram para outros seis candidatos. 


Do total de votos, a abstenção foi alta: 18,16% do total, o que significa 24.657.476 votos. Outros 6.110.297 milhões de votos foram anulados pelos eleitores. E mais 3.478.614 foram votados em branco. De forma que os votos válidos foram 101.505.337. Isso significa que 31 milhões de eleitores lavaram as mãos e abstiveram-se de tomar qualquer decisão quanto ao futuro chefe do Estado deste País. É um percentual alto, de quase 25% sobre o total dos votos - 136.004.825.


Como já é histórico no Brasil, o fato de um presidente ser querido pelas massas - como é Lula, que tem mais de 80% de aprovação popular - não significa uma transferência automática de votos para a candidata por ele indicada, Dilma. Desse percentual de aprovação de Lula, ao menos 30% não foram nem um pouco influenciados pelo atual presidente. De forma que Dilma e Serra disputam o segundo turno. Como se sabe, é quase como partir do zero. Os dois candidatos terão 28 dias para provar ao eleitor que podem governar o Brasil. Como antes, fico com Dilma Rousseff.


No Estado de São Paulo, o mais alto cargo executivo será exercido por Geraldo Alckmin, do PSDB. Alckmin teve 50,64% dos votos válidos. Foram 11.512.745 eleitores que o escolheram. Há ainda alguns resmungos por conta dos candidatos anões que tentam levar o pleito para o segundo turno e, portanto, veremos os desdobramentos durante esta semana. De qualquer forma, votei no candidato Fábio Feldmann, do PV, que ficou em 5º. lugar na disputa, com 939.727 votos válidos, ou 4,13% do total. 


Portanto, não elegi o governador de São Paulo. Tenho verdadeira ojeriza ao PSDB - partido de José Serra, Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Esse partido, surgido a partir de cisão do PMDB, nunca foi oposição ao PT de Lula e tem uma postura muito conhecida aqui no Brasil que é ficar em cima do muro. O símbolo do PSDB é um pássaro, tucano, e costuma-se usar o neologismo "tucanar" para dizer que se está a ficar sobre o muro, sem se decidir a ir à esquerda ou à direita e, sendo assim, sem sair do lugar. De Serra, FHC e companhia tenho paúra pela forma como lidam com o poder público e, principalmente, sou totalmente contrário aos modos totalitaristas de José Serra, um ex-exilado político que se esqueceu do passado. FHC, por sua vez, esqueceu-se de textos que publicou enquanto sociólogo. Que fiquem nos ricos escritórios que mantêm em SP e permaneçam em aveludados muros.


Quanto ao Senado Federal, votei na Marta Suplicy, do PT, e em Ricardo Young, do PV. Marta foi eleita para senadora pelo Estado de São Paulo e vai para o Congresso Federal. A agora senadora teve 8.301.713 votos, ou 22,60% da totalidade. Young ficou em 4º. lugar, com 11,22% dos votos válidos, ou 4.114.479 votos. Como são apenas dois senadores no Estado, Young perdeu a vaga.


Para deputado federal, a palhaçada se confirmou: Tiririca, um analfabeto ou um alfabetizado funcional, foi o recordista de votação no Estado de São Paulo: foram 1.352.726 votos, o que o deixa distante na liderança pelo cargo, com 6,35% do total dos votos, longe do segundo colocado, com apenas 2,63% do total. O Estado de São Paulo tem direito a eleger 70 deputados federais. No Congresso Nacional, são 513 deputados federais e mais 81 senadores. O meu próprio candidato, Sargento Fernando, infelizmente, ficou na longínqua 356ª. posição, entre 1.169 candidatos, com apenas 0,02% dos votos válidos, ou minguados 3.356 votos. Para um Estado que tem uma base de 30.289.723 eleitores, dos quais, se 2% fossem gays, equivaleriam a 600 mil votos, me pergunto: onde estão os gays desse que é o maior colégio eleitoral do País? O gay power serve para reunir quase 2 milhões de pessoas na Parada Gay de São Paulo e não tem power para colocar um gay no Congresso Nacional! Gays do Estado de São Paulo: política é chata, mas, a continuar assim, os direitos de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros continuarão no limbo. Adeus direitos civis! É hora de fazer valer o pink power!


Por fim, a propósito de gays, a minha candidata a deputada estadual, a Salete Campari, ficou na minguada 409ª. posição, num ranking de 1.787 candidatos. Com 0,03% dos votos válidos (os mais de 30 milhões do Estado), teve apenas 5.402 votos. Ainda assim, foi um desempenho melhor do que o candidato a deputado federal, Sargento Fernando, mas não o suficiente para conduzi-la à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que comporta 94 deputados estaduais. Note que apenas o eleitorado da cidade de São Paulo passa dos 8,3 milhões de eleitores. E a candidata teve apenas 5,4 mil votos! Incrível! Uma danceteria grande da cidade, em dia de festa, junta mais gente que a quantidade de votos. Ah, os gays só querem saber de balada mesmo. Uó!


De forma que, da totalidade dos meus seis votos, apenas um se converteu, definitivamente, em voto válido: a única candidata que posso afirmar, com certeza, que elegi, foi a senadora Marta Suplicy. De resto, de Dilma a Salete, não elegi mais ninguém nessas eleições. Isso não quer dizer que me arrependo, de forma alguma. Escolhi conscientemente meus votos e acredito que fiz o certo. Não acredito em voto útil, aquele pelo qual uso o meu voto para prestigiar candidatos que têm chances de serem eleitos. Votei conforme os meus princípios e, de novo, ainda que o voto seja obrigatório, ainda assim é um exercício de cidadania democrático. Com a informatização do sistema eleitoral brasileiro, o certo é que as fraudes são praticamente inexistentes e somos, o Brasil, no mundo, o único caso que consegue apurar mais de 136 milhões de votos em pouco mais de 7 horas. Parabéns a todos e vamos ao segundo turno! Eu vou com Dilma.


P.S. Houve um uso intensivo das redes sociais pelos candidatos nessas eleições. E o Facebook colocou um gadget para que cada usuário assinalasse que havia votado. Até as 23:55 deste domingo, haviam confirmado o voto (no Brasil e no exterior) 450.664 facers.


(*) Este post foi editado às 23:55, quando estavam apurados 99,83% dos votos e, portanto, os números diferirão com pequenas variações. Nada que mude nada.

sábado, 2 de outubro de 2010

Boca de urna

Faltam apenas algumas horas para as eleições 2010 nas quais elegeremos o novo presidente, os novos governadores dos estados, novos senadores e novos deputados federais e estaduais. A previsão é que cada eleitor(a) gaste, em média, três minutos para concluir a votação nos seis candidatos.


Eu preparei uma cola, conforme instruções da Justiça Eleitoral.


Aproveito e faço a minha própria boca de urna, conforme a cédula abaixo.




Tem uma série de aplicativos na internet para quem quiser levar a cola para a seção eleitoral. Eu, que sou chique, também tenho aplicativos no iPhone para a cola, para acompanhamento das eleições e, finalmente, para a apuração, quase em tempo real.




Boa eleição para você! A despeito da obrigatoriedade, é um processo democrático.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Voto aberto

Há cinco dias do primeiro turno das eleições, que acontecem neste domingo, dia 3, abro aqui por completo o meu voto. Não tenho com isso a menor pretensão de fazer boca de urna, e sim recordar, mais à frente, as razões pelas quais escolhi os seis candidatos e porque os escolhi e, ainda, se foi uma escolha acertada ou frustrada.


Os seis candidatos - presidente, governador, dois senadores, um deputado federal e um deputado estadual - foram por mim escolhidos por eu identificar, ou tentar encontrar, em suas propostas, alguma ressonância com o que eu penso.


Não sou filiado a nenhum partido. Não tenho uma ideologia política propriamente dita. Creio que não me situo à esquerda, ao centro ou à direita. No Brasil, ao contrário da posição dogmática que estabelece que esquerda é esquerda e direita é direita, tudo parece ser mais flexível, de forma que tanto faz estar de um lado ou de outro ou, ainda, ao centro. Isso não significa absolutamente nada.


Portanto, repito: as minhas escolhas eu as faço conforme me parecem, sim, me parecem, porque não confio absolutamente em nenhum candidato a ponto de queimar um fio de cabelo, que estão mais alinhados conforme as minhas próprias ideias do que significa gerir a coisa pública.


Desejo, apenas, que o meu candidato não roube, não corrompa, não seja corrompido, não use o erário público em obras privadas, não privilegie os amigos em detrimento da população, não seja pequeno a ponto de usar o cargo que lhe é concedido para fazer do gabinete um trono, não tripudie sobre um povo que, bem ou mal esclarecido, confia nas suas palavras e, muito mais, nos gestos.


Por fim, repito ainda que, já que não me é dado o direito de não votar, e, ao deixar de ser obrigado a fazê-lo, criar condições de que os candidatos tenham que me provar de forma ainda mais detalhada porque eu deveria elegê-lo e não ao seu adversário, declaro o meu voto nos seguintes candidatos. E deixo registrado o meu último desejo: que o voto seja facultativo porque, se o fosse, eu nem às urnas iria, tal o meu descrédito com essa classe política a que somos submetidos:


- Presidente: voto na Dilma Rousseff, pelas razões neste post alegadas, e por não encontrar nenhum reflexo nos demais candidatos. Mais, por ter ojeriza ao insosso José Serra e ter uma série de restrições à Marina Silva. Aos demais candidatos, os chamados nanicos, nanicos ficam que nem me lembro os nomes.




- Governador (do Estado de São Paulo): Fábio Feldmann, do Partido Verde, porque não acredito na política do PSDB, de Geraldo Alckmin, e tampouco no candidato do PT, Aloisio Mercadante que, assim como alguns outros senhores do PT, cometeu mais deslizes do que cabem nesta página. Os demais, simplesmente, não me dizem nada. Veja que o meu voto é por eliminação, e não propriamente por opção. Melhor, é por falta de opção.




- Senador(a): voto na Marta Suplicy pelos motivos expostos neste post e porque acredito no programa da candidata e em suas ideias. O meu segundo voto para senador vai para o candidato Ricardo Young, por identificação mesmo. Os demais candidatos estão longe do que eu esperaria de um senador. Não quero pagode no Senado Federal e tampouco velhas raposas que clamam por Deus e Jesus quando, na surdina, são aqueles mesmíssimos que saqueiam os templos. E, afora expurgados por doenças graves, aqui estão a implorar os votos para depois, no primeiro dia de trabalho, esquecer o motivo pelo qual foram eleitos.






- Deputado federal: é uma vergonha ter na lista de candidatos uma mulher que pensa que está no pomar e acha que o corpo, a la Cicciolina, é suficiente para bancar a banca que pretende instalar nos gabinetes de Brasília. Uma vergonha, uma titica de galinha, e me deixa tiririca da vida, ter um palhaço candidato, primeiro lugar nas pesquisas, um analfabeto que promete ir para a Câmara dos Deputados para lá aprender o que se faz e, talvez, levar a família junto. Uma vergonha é o povo rir-se disso e ajudá-lo nessa empreitada. Uma vergonha é que a Justiça Eleitoral deixe que se inscrevam essas caricaturas, esses arremedos de políticos. Pior ainda é sejam votados como se fossem sérios. Tem até um Ivan Terrível, que é a mais perfeita tradução de quão ruça pode ser a política brasileira. Sem contar no Obama. O meu voto para deputado federal, em post mais do que justificado, vai para Fernando Alcântara de Figueiredo.




- Deputada estadual: Salete Campari. Que é Francisco Sales, paraibano. E Paraíba é mulher-macho sim senhor. E, ainda, Salete está alinhada com o meu candidato a deputado federal. É isso aí.




A despeito de todas essas escolhas, escolho, uma vez mais, o direito de não ter que votar. Essa é a minha política: do livre-arbítrio.

sábado, 4 de setembro de 2010

O importante não é ser diferente...

...é ter coragem para fazer a diferença. Daqui a menos de um mês, acontece o primeiro turno das eleições 2010 que elegerão: o próximo presidente do Brasil, os futuros governadores dos Estados, os senadores para o Senado Federal e os deputados federais e estaduais para a Câmara dos Deputados. Mudaremos, de uma só vez, quase todos os representantes na Presidência, no Congresso Nacional e nos executivos de cada Estado. Ficam de fora, apenas, os prefeitos e vereadores.


Tenho uma birra particular com política e sou incrédulo quanto às propostas de qualquer político. Em geral, as plataformas são chochas, carentes de propostas efetivamente atraentes. E, para sedimentar a birra contra os políticos, quando eleitos, quase sempre, os mandatários mudam de rumo e agem da mesmíssima forma que seus adversários.


Portanto, não creio em políticos, não acredito um minuto sequer nas propostas, promessas, intenções (a não ser nas ocultas) e qualquer outro tipo de informação que esses profissionais caçadores de votos vendem como aqueles antigos fariseus vendiam mercadorias naquele respectivo templo.


Mas, por outro lado, eu não vejo o menor sentido em votar em branco ou anular o meu voto. Já que a nós, eleitores, não nos é facultado votar ou não, já que somos obrigados a fazê-lo, votarei, portanto, em algumas dessas pessoas. Não que eu acredite nelas, repito. Contudo, o meu critério passa por um viés de identificação. Ou mesmo por afinidade, feito os participantes de reality shows que enviam os demais para os paredões de eliminação e usam o decantado critério de "afinidade".


Acho que é uma alternativa válida, de qualquer forma. Porque é mais ou menos assim que nos relacionamos em sociedade, presumo. Por afinidade. Por gostar de algumas pessoas e de outras não. Por termos convergências ou divergências, tendemos a nos unir ou nos afastar.


Assim, será esse o requisito que definirá os meus votos: os cinco votos, afinal, e não apenas um. Ajudarei a definir a composição política desse País, de uma forma ou de outra. E o farei.


Começo por declarar o meu voto a deputado federal. Não, ninguém me pediu votos e, se me pedir, eu me negarei. Uma pessoa, para ser eleita, até mesmo para síndico do prédio, precisa conquistar o eleitorado. O voto deve ser espontâneo. E se o candidato em questão faz algum ponto de contato comigo, não vejo porque não votar justamente nesse candidato.


Odeio o paternalismo, aquela vocação da massa desassistida que enxerga no político, ainda, infelizmente, o papel de um Estado-provedor. Isso não existe. Portanto, essas políticas de bolsa disso e daquilo, para mim, passam ao largo. São esmolas. Precisamos de muito mais do que isso.


Em que pese as bolsas federais terem tirado da pobreza absoluta uma grande parcela da população, não acredito que essa seja a solução a longo prazo. Mesmo porque o custeio dessas bolsas, mais cedo ou mais tarde, cobrará a geração de caixa para provê-las todas, originalmente tecidas com sacos sem fundos.




O meu candidato a deputado federal é Fernando Alcântara de Figueiredo. Recifense de 37 anos, é para ele que vai meu voto. E desejo, de verdade, que o Sargento Fernando consiga ser eleito. Para saber da história dele e entender (ou não) a minha opção por ele, basta acessar o site do candidato (neste link).
Fernando está entre os amigos virtuais no meu Facebook (veja o perfil de Fernando no Facebook) e eu torço para que a frase que compõe o título e o início deste post faça, literal e politicamente, a diferença.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Se você for, diga que é!

Vi no blog do Eros e reposto aqui para aumentar essa corrente. A campanha é da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e defende a contagem de todas as formas de ser um ser humano. O Censo Demográfico 2010 começou neste domingo, 1º. de agosto. Abaixo, reproduzo o conteúdo da campanha da ABGLT:




"No Censo Demográfico 2010 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contar também casais homossexuais.


Neste sentido, a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – estará recomendando a todas as 237 afiliadas que incentive através das Paradas LGBT, das redes sociais da Internet, e em todos os eventos, a divulgação da seguinte frase "IBGE ... SE VOCÊ FOR LGBT, DIGA QUE É !"


Pela primeira vez em todo o Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contabilizar casais homossexuais no Censo Demográfico 2010. A proposta do instituto é trazer informações atualizadas de acordo com as mudanças da sociedade brasileira nos últimos anos.


“No passado nós só perguntávamos se eram cônjuges. Hoje nós abrimos para cônjuge do mesmo sexo e cônjuge de sexo diferente”, explica o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.


Só vão ser contabilizados os casais homossexuais que declararem, no questionário de perguntas, que moram no mesmo domicílio em união estável. O IBGE já utilizou questionários com questões sobre a união estável homossexual em alguns municípios, mas esta será a primeira vez que a pesquisa envolve todas as cidades brasileiras.


Mas para o coordenador técnico do censo do IBGE, Marco Antônio Alexandre, a mudança não foi feita com o objetivo de revelar o percentual homossexual da população brasileira, até porque nem todos vivem em união estável.


O Instituto vai visitar 58 milhões de domicílios em 5.565 municípios. “Quando os(as) recenseadores(as) baterem em sua porta e você for “casado(a)” com uma pessoa do mesmo sexo, diga que é. É importante que nós ativistas e governo tenhamos dados concretos para construirmos políticas públicas”, disse Toni Reis, presidente da ABGLT.


A Contagem da População pelo IBGE em 2007, realizada em cidades pequenas, identificou, pela primeira vez, 17.560 pessoas que declararam ter companheiros do mesmo sexo. Desse total, 9.586 homens se declararam cônjuges de companheiros do mesmo sexo, o mesmo ocorrendo em relação a 7.974 mulheres."


sexta-feira, 9 de julho de 2010

Começou!!!

Bem, fazer o quê se 2014 começou ontem, dia 8, em 2010? É fato: foi feita a apresentação do logotipo da Copa do Mundo do Brasil de 2014. Domingo, 11 de julho, oficialmente acaba a Copa do Mundo da África do Mundo de 2010 e começa a contagem regressiva para 2014. Particularmente, achei o logotipo horrível. Apenas uma tentativa de reproduzir um Brasil estilizado. Sofrível, para falar a verdade.




Já me posicionei contra a realização da Copa do Mundo no Brasil por vários motivos. Mas sou apenas mais uma entre tantas dissonantes vozes. Pois há mais consoantes vozes e contra elas não há o que se dizer. Logo, tenho que me unir aos demais. Vamos lá! Abaixo, o vídeo oficial da apresentação do Brasil como sede da próxima Copa do Mundo:



quarta-feira, 16 de junho de 2010

Pífios 2 x 1, a grande estreia fria da Copa 2010

Uma estreia acabrunhada, típica do Brasil em jogos iniciais. Enquanto todo mundo apostava num placar numeroso, de 3 x 0, 4 x 0, a goleada não veio. E não veio nem gol no primeiro tempo. Tensão de estreia? Não entendo. Não sei se existe uma TPM - Tensão Pré-Mundial que possa justificar o quanto o Brasil fica preso em partidas como essa.


A cada quatro anos, por mais favoritos que sejamos, é sempre assim. O ruído que antecedeu o jogo, a debandada de uma São Paulo inteira que se congestionou acima dos 200 Km às 15 horas e, uma hora depois, bateu recorde de 0 Km, silenciou tudo pontualmente às 15:30 horas. Exceto por torcedores tardios, carros afoitos que burlaram o sinal vermelho e um ou outro ser que não pertence ao Brasil nesse momento, todos se calaram.




Num e noutro canal de TV, narradores empurravam a bola e o time. Com exageros típicos, sempre os há. Mas não importa muito o que este ou aquele narrador diz. Importa é que por longos 45 minutos o sentimento se enregela, se engessa. Trava na garganta, destravada a doses bravas de cerveja, a sensação de que nada acontecerá.




Pior! De que acontecerá justamente o contrário: que o time mal avaliado, visto com zombaria, mude o norte do jogo e que marque. Credo que a Coreia do Norte parece ter mais norte durante o jogo! Medo! Invencíveis? Pois sim que vou esperar para ver! Quem não faz, toma! Sempre respeitei esse dito.




E assim começa o segundo tempo. O frio, depois de uma linda manhã e tarde de sol, começa a vir em ondas. Suficientes não para surfar, e sim insuflar nos ossos o sentimento de desolação. Geleiras inteiras navegam diante de nossos olhos nesse mar verde que o campo amplia.


Aos 10 minutos do segundo tempo, eis que a bola estoura e entra. A Jabulani (celebração, em Bantu isiZulu), polêmica bola que descreve linhas curvas de repente, entra triunfal e tremelica a rede. Ouço o gol lá fora quase uma imensidão de tempo antes de vê-lo, eu mesmo, no meu televisor. É o maldito delay (atraso). Com atraso mas não sem entusiasmo, vejo o gol finalmente. Cai o véu glacial que me cobria e já então me aqueço um tantinho.




E o jogo continua. Sisudo ainda. Mas o suspense inicial já foi quebrado. E sai o segundo. Aos 19 minutos do segundo tempo. Pronto. Agora, pode-se relaxar. Que nada! Ficaria tranquilo, deveras satisfeito, se chegássemos ao terceiro gol. Premonição feita, gol tomado: sai o terceiro gol. Da partida. E contra. A Coreia do Norte, frágil tigre asiático, marca seu próprio tento ante o mastodonte latino-americano. Final de partida, Brasil 2, Coreia do Norte, 1 (vídeo abaixo). Ficou um gosto do amargor da cerveja.





Encerrei a tulipa e também os ânimos. Fraco, fraquito, frangotinho, e não canarinho. Não gostei do jogo e tampouco do resultado. Domingo tem Costa do Marfim. Na quinta, Portugal. Até agora, não obstante a confiança quase inata com a seleção, só espero que passemos, um a um, esses adversários. Porque favoritismo, como disse o locutor, acaba quando se entra em campo e a partir daí tudo são nervosismos e suspenses. Até que o apito soe o final e o placar nos mostre em vantagem. Antes disso, apenas corações acelerados.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Picture

A foto abaixo não é uma revisita à moda grunge lançada em Seattle, EUA, e tampouco o personagem é uma estátua viva daquelas que se vê na Avenida Paulista, em São Paulo, ou nas ramblas de Barcelona, na Espanha. O homem é um morador de rua (home less) de Porto Alegre (RS) e simplesmente acordou assim, com o corpo inteiramente pintado com tinta prata. Uma mulher viu um rapaz que saiu de um carro e urinou nos pés do morador de rua. Indignada, se aproximou e percebeu que o home less estava pichado. O morador de rua não sabe dizer o que aconteceu. Claro que ninguém foi preso por mais essa violação de um morador de rua, tão frequente nas cidades brasileiras.




(foto: Ronaldo Bernardi/Zero Hora/Agência RBS)

terça-feira, 30 de março de 2010

Segunda chance

154,8 milhões de votos e quebrou-se um record mundial no programa originalmente criado pela Endemol, da Holanda: o "Big Brother Brasil 10" acabou hoje, 30, e, com o programa, o Brasil, definitivamente, sucumbe ante a TV aberta: o "Big Brother" brasileiro é um programa completamente diferente do formato licenciado há nove anos pela Rede Globo e há dez edições atrai telespectadores que o transformam no assunto do momento e, consequentemente, anunciantes que brigam por uma vaga no espaço nobilíssimo de tamanha audiência.


Não há surpresa: o vencedor, Marcelo Dourado, que leva para casa R$ 1,5 milhão, foi sagrado com as bençãos de 60% do público (mais de 90 milhões de votos). Ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares, Fernanda (29% dos votos e prêmio de R$ 150 mil) e Cadu, o fofo, doce e "uma moça" Cadu (11% dos votos e R$ 50 mil). Os três primeiros colocados, além da premiação em dinheiro, levam: um carro, uma moto + R$  5 mil (Dourado), um apartamento de R$ 220 mil + R$ 10 mil (Fernanda) e um carro + R$ 5 mil + R$ 10 mil.




(O vencedor do "Big Brother Brasil 10", Marcelo Dourado)

No discurso de encerramento, o apresentador Pedro Bial aproveitou para enviar os típicos recados, inclusive o de que o "rude" Marcelo Dourado "não é homofóbico". OK. Também não vou aqui tomar ares de um juiz inquisidor e acusar uns e outros. O que importa, de verdade, são outras palavras que o apresentador disse: "segunda chance". A segunda chance é algo a que todos almejamos na vida: uma segunda chance com um amor, com uma pessoa ou várias pessoas, com o trabalho, com uma outra vida etc. etc. Tudo o que se possa imaginar cabe no conceito de segunda chance.



(Fernanda, a segunda colocada)

Não são poucas as fases da vida em que desejamos poder retomar do início e fazer de novo. "Dessa vez, (seria) tudo diferente", nos prometemos. Mas nunca que vem a segunda chance. O vencedor dessa décima edição do "Big Brother Brasil" teve sua segunda chance e obteve o que muitos desejam: a redenção. A redenção de fracassos que se sucederam um após o outro sem que houvesse no horizonte qualquer perspectiva que apontasse para uma segunda chance. E então veio a segunda chance para Dourado: ele, participante eliminado nas primeiras semanas do "Big Brother Brasil 4", teve, de alguma forma insondável, determinismo. E com a atitude rude, troglodita ou seja lá o rótulo que se queira colocar no gaúcho, ele conseguiu.




(Cadu, o terceiro colocado)


Se é possível extrair alguma coisa de um programa que atrai a audiência de milhões de pessoas e ainda bate os records mundiais dos realities shows é isso: ter a segunda chance e cair de boca nela. Só isso. Abaixo, um vídeo bem-humorado exatamente sobre o contrário e, justamente, sobre a vida: há raríssima de haver uma segunda chance.



sábado, 27 de março de 2010

O Brasil não saiu do armário

Hoje, sábado, 27, o Brasil assistiu ao confronto final entre Dourado e Dicésar, dois participantes do "Big Brother Brasil 10". Como era de se esperar, Dicésar, gay assumido e drag queen das noites paulistanas, foi derrotado. A derrota lhe foi imposta pelo público: foram mais de 125 milhões de votos (entre TV, celular e internet), dos quais 58% (72,5 milhões de votos) foram pela saída de Dicésar e os restantes 42% (52,5 milhões) eram favoráveis à saída de Dourado.




Eu não tenho as ferramentas e tampouco informações precisas para comentar sobre eventuais manipulações na votação. A única manipulação a que eu testemunho, como a maior parte dos telespectadores, é a edição feita pela direção do programa nos poucos minutos diários que o "BBB10" é apresentado pela Rede Globo na TV aberta.


Uma minoria tem acesso à TV paga (são mais 20 minutos de programa no canal Multishow) e uma parte ainda menor é capaz de acompanhar as 24 horas do programa pelo pay-per-view. Portanto, o que vale mesmo para o grande público é o programete (não chega a ser programa a não ser nos dias de eliminação, às terças-feiras) que vai ao ar diariamente pela TV aberta e gratuita.


Mas, como milhares de outros telespectadores, tenho acesso à internet e, poucos minutos antes da divulgação do resultado final, os portais indicavam que a competição entre os dois emparedados estava quase que meio a meio (50,8% para Dicésar sair e 49,2% para Dourado sair, por exemplo).


Sempre quando acompanho o apresentador Pedro Bial na apresentação do eliminado, os resultados divulgados, no entanto, são completamente diferentes do que acabo de ver na internet. Dessa vez, a diferença foi de 16 pontos percentuais. Não 3 pontos ou 6 pontos. E sim 16 pontos percentuais!


Os usuários do Facebook podem confirmar esses dados. Entre os meus amigos de Facebook, uma maioria expressiva postou os mesmos números que acabei de informar aqui e a paridade entre Dourado e Dicésar era praticamente nula.


Isso é apenas uma observação, já que, como disse, não tenho elementos para confirmar minhas dúvidas quanto à lisura do sistema de votações do "BBB10".




O cerne da questão dessa edição do "Big Brother Brasil", a meu ver, contudo, é outro. Foi o primeiro programa, nos quase dez anos de existência do formato, que três gays assumidos - Dicésar, Serginho e Morango - deram a cara para bater sem meios termos. Houve articulistas que acompanham o programa que celebraram o outing (saída do armário ou, em bom português, assumir a condição de gay) da principal emissora do Brasil, a Rede Globo.


Nunca acreditei que o telespectador médio acompanhasse a emissora nessa 'saída do armário'. Creio que, se os tempos mudaram, como muitos acreditam, não mudaram o suficiente para mudar o comportamento do brasileiro médio e, muito menos, os preconceitos arraigados. E nem é uma questão de geração: basta visitar os tópicos mais populares do Twitter e os posts do Facebook e Orkut para confirmar que a nova geração (a partir dos 12, 13 anos), tão antenada, aparentemente, é a mais reacionária quando trata de se trocar insultos (exemplos são as torcidas de Dourado e Dicésar) fortemente marcados pelo preconceito.


Como o outing da Globo não funcionou (os três gays saíram do programa), Pedro Bial tentou articular num texto aquilo que o programa (e talvez a emissora) queria: que um gay enfrentasse um participante praticamente homofóbico (que declarou que "heteros não pegam AIDS"). O apresentador bem que arquitetou palavras como se fossem, as palavras, capazes de fazer nascer uma convergência que nunca aconteceu. Ao final, porém, o próprio apresentador desistiu de conciliar o gay e o macho e os conclamou (e aos telespectadores) a praticar a paz e a respeitar a diversidade "aqui fora" (na realidade do show da vida, que de show não tem muita coisa não).




A seguir, o texto com o qual o apresentador Pedro Bial comunicou a Dicésar a eliminação:


"Para muita gente esse deveria ter sido o paredão da grande final. Eu não concordo. Prefiro assim: início, fim e meio, nessa ordem. Melhor dizendo, depois de tamanha exposição, vocês se tornam caricaturas de vocês mesmos, protegidos pelo anonimato das torcidas e dos votos. Dourado compreendeu Dicésar, que compreendeu Dourado. O jogo impediu que essa compreensão fosse feita de forma expressa mais vezes. Mas foi feita. Dicésar disse certa vez: 'Eu sempre quis um homem assim. Dourado é para casar' e Dourado afirmou: 'Eu imagino tudo o que o Dicésar passou por ser homossexual, por ser drag queen. Ele tenta agradar a todos porque é chutado em qualquer lugar, por fazer parte de uma sociedade preconceituosa'. Hoje é o fim da guerra entre vocês. Aqui fora vocês têm que encontrar um meio. Um meio de se entender, de conviver, de dividir, de compartilhar. Você sabe Dourado, você aprendeu na dor. Você sabe Dicésar, você aprendeu na dor. Vocês dois sabem que guerra não é a solução. Eu quero pedir uma coisa a vocês dois: que fiquem de pé, um de frente para o outro e façam o bonito cumprimento que os lutadores japoneses fazem (ato contínuo, Dourado e Dicesar fazem o cumprimento, se tocam nas mãos e, por fim, se abraçam). Muito, muito obrigado. Mais do que lindo, foi exemplar. A guerra de vocês acabou. Bandeira branca, amor. Eu peço paz. Vem fazer o que você sempre fez aqui fora. Vem lutar aqui fora, Dicésar."


Mas, a essa altura, o Brasil tinha decidido não sair do armário e qualquer discurso seria, portanto, vazio. São palavras, as de Bial, que serão levadas pelo vento e esquecidas. Porque TV é assim: vã, vazia. Sobrevive  do agora, já. Amanhã, o episódio de hoje é passado e outras polêmicas têm de ser construídas.




E, para confirmar que nem Brasil, nem Rede Globo e tampouco o apresentador aprenderam qualquer coisa com tudo isso, na subsequente prova de liderança que se seguiu imediatamente à saída de Dicésar, Dourado marcou exatos 24 segundos em sua performance. Foi o que bastou para a ironia de Pedro Bial ao ligar o número 24 a Dourado. O número 24, no jogo do bicho, contravenção tipicamente brasileira que é ilegal e bastante popular, corresponde ao veado e, no vocabulário brasileiro, 'viado' é um dos substantivos mais usados para se definir um gay brasileiro. Como se vê, a maior parte de nós continua mesmo é estacionada no número 3 (burro).

sexta-feira, 5 de março de 2010

Mister Brasil Mundo 2010, o vencedor

O vencedor do Mister Brasil Mundo 2010 é Jonas Sulzbach, candidato pela Ilha dos Lobos. Em segundo lugar, ficou Marlon Gregori, da Ilha dos Marinheiros, e, em terceiro, Rodrigo Simoni, do Paraná (na foto, da esquerda para a direita, Marlon, Jonas e Rodrigo).


(Os três primeiros colocados: Marlon, Jonas e Rodrigo)

(O vencedor, Jonas, da Ilha dos Lobos)

Esta é a 6ª. edição do Mister Mundo, cuja final acontece na Coreia do Sul. O Brasil venceu o concurso em 2003, com Gustavo Narciso Gianetti. Em 2007, o brasileiro Lucas Gil ficou em segundo lugar, atrás do vencedor do Mister Mundo Juan García Postigo, da Espanha.


Na breve pesquisa (apenas dois dias) que coloquei aqui no blog, os votados pelo(a) leitor(a) foram os seguintes candidatos:

- Fábio Cimi, Alcatrazes: 3 votos

- Isac Fioravante, Mato Grosso: 3 votos

- Rodrigo Simoni, Paraná: 2 votos (Rodrigo ficou em terceiro lugar na final)

- Leonardo Romanzeira, Fernando de Noronha: 2 votos

- Rafael Ortiz, Amapá: 1 voto

- Luciano Devitt, Rio Grande do Sul: 1 voto

- Allan Maiate, Roraima: 1 voto

- Bruno Faria, Santa Catarina: 1 voto

- Caio Ribeiro, São Paulo: 1 voto

- Guilherme Cruz, Atol das Rocas: 1 voto

- Carlos de Lima, Bahia: 1 voto

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