O melhor emprego do mundo
Toda vez que eu viajei a trabalho e depois estendi minha estadia por mais alguns dias no Nordeste e, claro, quando para lá viajei de férias, tive o desejo de ficar por lá, morar na praia, nas cidades litorâneas como Fortaleza, Salvador, Natal, Maceió e muitas outras.
Essa vontade de radicalizar e começar do zero uma nova vida acomete muitas pessoas, sobretudo os paulistas, cansados de tanta inconstância da vida nas grandes cidades de São Paulo. Mas, ao acordar para a realidade, sempre voltei para a casa, com um leve remorso por não levar a sério a possibilidade de mudar de vida geográfica e ideologicamente.
Uma possibilidade desse tipo é para poucos eleitos. E, desconfio, é um sonho universal. Não por acaso, mais de 34 mil pessoas de quase 200 países inscreveram-se para concorrer ao autointitulado "melhor emprego do mundo" que consiste em cuidar da ilha de Hamilton na Austrália durante seis meses com um salário de US$ 100 mil (cerca de R$ 230 mil) a cada mês. Ou seja, ao final do período, serão mais de R$ 1,3 milhão. E mais passagens aéreas gratuitas do local de origem ao destino.
As qualificações exigidas são inglês fluente, domínio da natação, mergulho, vela e registro ostensivo de todos os atos por câmeras, blogs e vídeos sobre a vida na ilha. É uma versão moderna de Robson Crusoé. A diferença é que esse Robson contemporâneo não terá um Segunda-Feira para lhe fazer companhia, mas, por outro lado, estará completamente conectado ao mundo exterior.
Uma lista inicial de 50 candidatos pré-selecionados acaba de ser divulgada pelo estado de Queensland, que promove a seleção. Nenhum dos mais de 700 brasileiros inscritos está nessa lista. A escolha do administrador da paradisíaca ilha assume ares de competições do tipo "Survivor": a partir dos 50 pré-selecionados, apenas 11 serão finalistas.
Essas 11 pessoas visitarão a ilha e farão entrevistas no dia 3 de maio. No dia 6 de maio, acontecerá a grande final, com a divulgação do nome do vencedor. Os 50 candidatos são cidadãos de 22 países diferentes. Detalhe: além do salário atraente, o morador da ilha disporá de aposentos luxuosos.
Pelas fotos do post, me diga: é ou não o melhor emprego do mundo? É o tipo de oferta que faz você pensar em largar tudo e correr para garantir a vaga. Como nem ao menos me inscrevi, dado que não sou nem minimamente qualificado para a função, acho que vou passar o próximo fim de semana no Guarujá, só de raiva. É o máximo de "lugar paradisíaco" que as circunstâncias me permitem, no momento. Dor de cotovelo? Imagine!
Para mim, o melhor emprego, ainda, é o ócio pleno como o defendido pelo escritor Domenico De Masi ("O Ócio Criativo"). Ter tempo de dar tempo ao tempo em condições privilegiadas de intenso ócio. Só para não fazer nada de nada. Ai que delícia!
9 Comentários:
Red,
Considerando-se que vc nao tem as aptidoes exigidas para assumir o cargo na ilha paradisiaca, ate que um final de semana no Guaruja esta de bom tamanho, ne?
Digo isso porque diante da minha atual circusntacia, ter sol de verdade eh um luxo so!
Beijo e boa praia!
Bem, podes brincar...mas eu fui uma das concorrentes!Obviamente, fi-lo por brincadeira, já que não tenho alguns dos requisitos, como saber mergulhar...Bem, Inveja, muita inveja é o que sinto nesse momento!lolol Que ganhe o melhor!
beijo
Ana
Bem, eu entendo bem disso. Eu fiz o caminho inverso, entretanto. Vim de Fortaleza para Sampa e não me arrependo. Estou adorando a mudança forçada. Faço dos parques minhas praias, das ruas congestionadas meu reduto nesta selva de pedra :)
abraços anômicos
La Voyageuse, na verdade, pode até ser o emprego dos sonhos, mas, certamente, não tem muito a ver comigo. E quanto ao final de semana no Guarujá, eu o troco facilmente por um bom livro. Prefiro o Nordeste. Quanto à falta de sol, é opcional, não é? Pelo menos você tem expectativas de descobertas no meio das tundras, como eu já cansei de dizer. Beijo!
Ana! Quem diria, hein! Eu disse no post que era um desejo universal! De qualquer forma, as Polinésias e as demais ilhas do Pacífico sempre estarão lá, à nossa espera. Beijo!
Emerson, valeu a visita. E, desde já, quero dizer que gostei dos "abraços anômicos" É isso aí: uns veem, outros querem ir e todos caminhamos em fluxos e contrafluxos à procura da ilha ideal. Mais importante que chegar lá é a procura, que não deve arrefecer jamais. Bem-vindo ao blog e à "ilha São Paulo". Saudações anômicas para você!
REd,
Acho que vc ainda nao entendeu que eu estou em Montreal, ou seja, na cidade. Portanto, aqui na ha tundra!
Beijo
La Voyageuse, acorda!!!!!! Antes que a tundra te encubra!!!!
brigado Red. Estou sempre por aqui também. Abraços :)
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