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domingo, 25 de abril de 2010

Meu rugido dominical



Hoje, 25, não chegou a fazer um mês desde que começaram a recapear a minha rua, a Alameda Joaquim Eugênio de Lima. Para quem não conhece (ou até para quem conhece) a cidade de São Paulo, a alameda é uma das mais importantes e movimentadas conexões entre as zonas central e sul da capital paulista. Quando saio de manhã, o trânsito já está congestionado em frente de casa. Ao voltar, mais de 12 horas depois, ainda permanece congestionado e assim fica quase até a meia-noite quando, finalmente, a cidade meio que respira aliviada por mais um dia. Ou menos um.


Bem, o recapeamento ainda não acabou. Fizeram muito barulho por nada, eu diria, se Shakespeare fosse. Como não é o caso, digo que fizeram muito barulho por pouco ou quase nada. Ainda falta derramar sobre o asfalto cru aquele creme cinzento, o piche. E, depois, fazer a sinalização para que a via retome cara de rua.


Mesmo assim, parece um tapete ante a peneira que era antes. E, não decorridos os tais 30 dias, eis que neste mesmo domingo, 25, a poucos metros (uns 20, no máximo) do meu prédio, onde há um outro monstro-prédio em construção, chegaram os homens do domingo e se puseram a cavar e esburacar a rua recém-asfaltada com tratores, caminhões e britadeiras que, juntos, fizeram da tarde de domingo um ruído de bateria de guerra equivalente ao que os soldados norte-americanos do seriado "The Pacific" fazem com os soldados japoneses quando ambas as linhas se defrontam.


Em questão de horas - e foram longas, essas horas - deixaram no asfalto outrora reto dois vermes. Sim, parecem dois vermes que cavaram areia do deserto e deixaram atrás de si a inconfundível marca de seus corpos. Duas valas, prontas para receber cadáveres. Meio tétrico mas descreve à perfeição o que ocorre com esta querida e complicada cidade.


Não consigo entender embora tente porque cargas de ferro, de água ou de qualquer outra coisa, não existe uma sincronia de movimentos entre poderes público e privado. Veja: se vão (os privados) perfurar uma via, por que não entrar em acordo antes com os 'arrumadores' (os públicos) dessas tortuosas vias que cortam, recortam e nos fazem perder-nos em suas curvas a todo momento?


A primeira coisa a se criticar é a total falta de educação das construtoras privadas que insistem em trabalhar aos domingos, feriados e depois da meia-noite e interromper os breves momentos de silêncio a que todos temos direito. Embora eu não concorde com os métodos da minha vizinha do andar acima, que se pôs a crocitar feito gralha com os homens porque eles atrapalhavam seu mavioso sono às 14 horas (e ainda que a gralha em questão não se intimida em chegar às 5 da manhã e fazer o prédio inteiro tomar conhecimento da sua penosa e fosforescente chegada), devo concordar quando ela reclama de um direito elementar: o de termos, ao menos, os domingos livres de barulho de obras e construções que, certamente, passam por sistemas de corrupção.


Não fosse assim, se existe a tal lei do silêncio que nos obriga, pessoas físicas, a nos calarmos em vias públicas após as 22 horas, creio que essas empresas privadas jamais se atreveriam a inundar nossas casas com seus dentes de britadeiras. Tenho certeza que entre o poder público e o privado dessa cidade corre um rio inteiro de dinheiro, drenado, entre outras coisas, pelas valas que se abrem a todo instante nas ruas, alamedas, vias, avenidas e vielas desta São Paulo mais sinuosa do que os rios do Amazonas.


A segunda crítica diz respeito a essa falta de entrosamento entre as empresas privadas (todas as que interferem em vias públicas, notadamente as construtoras) e públicas (que deveriam cuidar para que um aslfalto recém-colocado não fosse imediatamente arruinado para atender a um prédio). Pois mais informatizados que sejam sistemas públicos e privados, de novo, deve haver um imenso cipoal que faz de tudo para atrapalhar que A (público) encontre a agenda de B (privado) e um não atrapalhe o outro ou, no mínimo, ajudem-se mutuamente de forma a não acabar com a vida de C (nós outros, habitantes e teoricamente cidadãos).


Estou na lua com o descaso dessa péssima administração do horrível prefeito Kassab. Não o escolhi. Foi eleito por uma maioria da qual não faço parte. OK. Mas é essa maioria, e eu com ela, que sofremos esse vaivém que faz desta cidade uma tresloucada capital mundial imersa num caos que se avoluma mais e mais.


Em pouco mais de quatro anos, seremos uma das cidades-sede da Copa do Mundo. Tenho pavor de pensar pelo que passaremos até chegarmos lá. Tenho pavor de saber que os automóveis crescerão ainda mais em volume. Que as obras - profundas ou de perfumaria - serão incontáveis. Num verdadeiro escambo entre o mercado privado e o poder público, creio que teremos uma série de escavações e coberturas a se sucederem mal e porcamente para satisfazer a ganância de empresas e de administrações públicas corruptas. Quisera eu ter uma escavadeira moral para fazer estrilar nessas mentes criminosas o mesmo barulho ensurdecedor a que nos obrigam naquela que poderia ter sido uma afável tarde de domingo.


Como não o foi, a bela tarde, me fui eu em busca dessa placidez. Me retirei de casa e a ela retornei somente à noite para me livrar da:


- Gralha que, belle du jour, a esta hora (são quase 22 horas) se prepara para a revoada noturna, muito provavelmente;


- Britadeira que me corroía cérebro e me deixou com acessos de fúria;


- Cidade que, encerrada neste pequeno universo da minha rua, foi a conjunção de moradores estressados em embate com máquinas superdimensionadas.


Escrito isso, vou assistir "The Pacific" para me pacificar.

sábado, 24 de abril de 2010

The book is on the table

Meu último post nesta seção foi no dia 12 de dezembro do ano passado. Lá se foram quase cinco meses e a impressão que dá é que não li nesses meses. Ledo engano. Pode faltar tudo na vida. Arroz, feijão e pão. Só não quero que me falte a danada da cachaça literária. Isso nunca.


Apenas para registrar, quando viajei no final do ano, levei comigo seis novos livros e os devorei em pouco menos de 15 dias. Depois, de janeiro para cá, devo ter comprado, por cima, uns 25 novos livros. Eu havia reservado esses livros novos, já lidos, para resenhá-los na seção.


Mas, na mudança de apartamento, misturei novos recém-lidos com outros, novos e velhos, mais remotamente lidos. E fiquei sem referência porque, confesso, me deu preguiça procurar livro por livro em ordem cronológica (tenho o estranho costume de colocar a data de aquisição na primeira página e fazer comentários codificados aos quais somente eu tenho acesso).


Mas não posso deixar de registrar ao menos dois dessas quase três dezenas de livros. Um era um clássico e eu nem sabia. E adoro o prazer que a literatura me dá de me introduzir o novo, sendo o novo um clássico que eu desconhecia. E adoro também o novo, que, por forte teor literário, nasce clássico, numa heterodoxia que apenas a literatura, no meu entendimento, consegue operar.


O clássico ao qual me refiro são os "Contos Completos" - Flannery O'Connor - editora CosacNaify - 715 páginas. Veja a data da aquisição: dia 6 de fevereiro deste ano, dia em que eu estava simultaneamente desalentado e animado. Desalento por decursos da vida que, de vez em quando, nos atira ao relento e lá nos deixa, a sofrer as intempéries de céus e infernos. Animado porque, como se eu fosse um peixe, fui içado daquele pontual poço e trazido à superfície para me equilibrar novamente. Um mês depois, eu mudaria de apartamento. E, dois meses depois, eu mudaria do trabalho em casa, na versão freelancer, para o trabalho da redação, de volta ao convívio dos demais mortais. Céus e terras mudaram, portanto.




Volto ao livro porque, por não escrever com tanta frequência por aqui ultimamente, tendo levemente às divagações. Flannery O'Connor nasceu em 1925 e morreu em 1964. Menos de 40 anos e uma bela obra que os EUA legaram à literatura. Para mim, ler cada um dos contos foi como ouvir o lamentoso jazz, o soul, e algumas influências do folk do sul dos EUA - o "cinturão bíblico".


Os contos de O'Connor, ela mesma uma católica praticante, são estranhos. São permeados pela sombra que ainda pairava no país pós-abolicionista (a escravidão, nos EUA, acabou oficialmente em 1865). Mas os negros continuam escravos dos brancos e assim são vistos. Em alguns contos, trata-se de substituir a mão de obra escrava pelo estrangeiro com prejuízo para o europeu que é visto com desconfiança.


Ao lado do escravismo que se sente em cada conto (e a autora não toma partido, em absoluto, de qualquer lado que seja), há também um fundamentalismo religioso em que todas as ações são relacionadas ao Deus todo-poderoso que há de fazer a convergência de todas as almas, negras e brancas.


Os contos são violentos e crus. Ao contrário do que esperaria de uma autora conservadora e rigidamente católica, o que me passou é que não remissão. Não há perdão para a humanidade. Há, sim, crime e castigo. E sobre o jazz e o soul a que me referi é porque, a determinada altura, tudo parece se transformar num lamento. O lamento que se faz sobre a obra imperfeita que é a humanidade. O lamento de saber que não há como mudar isso. O lamento de chorar sobre isso e sobre si mesmo, dado que a nós nos é dada essa autoconsciência impiedosa. O'Connor é muita coisa mas não é piedosa.


E a autora me chamou tanto com seus jazz e souls que esperei por dois meses, a navegar no Atlântico, a obra "Tudo o Que Sobe Deve Convergir", nome de um dos contos mais impiedosos da obra de O'Connor. Bem, admito que certamente a autora me enfeitiçou porque foi com desprazer que constatei que o livro vindo de Portugal apenas repete alguns dos contos presentes em "Contos Completos". Apenas alguns mudam de nome na transição linguística entre Portugal e Brasil. Para, finalmente, convergirem, ambos os livros, numa coisa só. Oras! Manterei os dois para me lembrar da minha ansiedade quando se trata de livros. Mas, sobretudo, leia O'Connor, não importa se na edição brasileira, portuguesa, norte-americana ou russa!


E os russos, ainda que gélidos e chegados à vodca, sempre estarão no meu coração literário. Antes, no dia 30 de janeiro deste ano, encontramo-nos, o russo e eu, numa prateleira da Fnac. A capa mais pareceria, à primeira vista, uma história boba, quase que primária: um humano com face daquele gato, aquele cujo sorriso se desfaz no ar em "Alice no País das Maravilhas". Mas talvez por conta do sorriso do gato de Alice, fui devidamente convidado a abrir a portinha (em livro, se diz que são orelhas) e ler os indícios daquele estranho mundo gatil. E não emiti nenhum miado de insatisfação. Ao contrário, ronronei ao encontrar excelente literatura. Sim, os gelados e vodqueiros russos nunca me entediam.


O livro é "O Mestre e Margarida" - Mikhail Bulgákov - editora Alfaguara - 453 páginas. O argumento do livro parte do dia em que Satanás e seu séquito chegam a Moscou. É uma alegoria ao regime stalinista, à União Soviética. Pode parecer um realismo fantástico e até parece. Mas o livro consegue se sobrepor a essa definição e devassa um país devastado por um regime linha-dura.




O autor demorou dez anos para concluir o livro, que é a sua obra-prima. Ainda em 1920, teve problemas sérios com a censura soviética e, portanto, escreveu este livro escondido. Doente (morreu aos 59 anos), ditou as últimas revisões à esposa em 1940, poucas semanas antes de falecer. E, 20 anos depois, o livro tornou-se um sucesso na União Soviética e no mundo. Um dos personagens de "O Mestre e Margarida" diz, em algum momento: "Manuscritos não ardem". Pois os manuscritos de Bulgákov não arderam nas fogueiras das inquisições stalinistas mas ardem em chamas no coração ao serem lidos. Excelente!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vogue by Sue Sylvester, Glee

Eu já falei aqui sobre o seriado "Glee". Pois eles acabaram de fazer uma homenagem a Madonna e parece que haverá continuação. Abaixo, o vídeo de "Vogue", em performance da atriz Jane Lynch (Sue Sylvester):




domingo, 18 de abril de 2010

Meu rugido dominical



No primeiro ano da primeira série escolar, digo, na primeira semana, chorei a cada vez que vi a minha mãe se afastar e me deixar. Tenho fama de chorão na tenra infância. Ainda bem que também tenho memória seletiva e, portanto, não me recordo dessa fase. Tenho apenas o testemunho da minha mãe e, talvez, da minha primeira professora mas como ambas não têm permissão para serem coautoras desta postagem, o que vale é apenas o que eu escrevo.


Bem, segundo minha mãe, portanto, chorei. Chorei por ter ficado, por ser deixado para trás, por ser abandonado a um mundo novo, entre pessoas estranhas e, assim, à minha revelia, me vi circunscrito a um novo universo. Universo considerado, diga-se, hostil. Olhares de esgueio, prontos para definir fortes/fracos. Universo de deslumbramento, contudo, porque totalmente novo.


Foi a primeira semana do resto da minha vida. Foi a primeira cisão entre um universo que me continha, o ninho doméstico cercado apenas pelos familiares e parcos muros invisíveis que, de verdade, não me retinham. Outras dissidências viriam mais tarde. Mas as lágrimas (conforme a minha mãe, eu já disse) vertidas não poderiam supor tantas e tão mais importantes quebras de elos.


Há duas semanas, eu mesmo provoquei uma nova ruptura. Pouco mais de 40 dias passados numa nova casa, há 15 dias que estou de casa nova profissional. Voltei à redação. Ao convívio de colegas jornalistas. Ao burburinho que é fácil no meio. À cobertura diária dos meios impresso e online. Estou de novo no meu meio.


O que há em comum com a primeira semana de escola? Não! Apressados(as)! Não chorei (quase... hehehehe!). Não me senti abandonado. Seria algo ridículo eu me sentir abandonado tendo, eu mesmo, optado por esse desafio. O que se passa é que depois de quase quatro anos de home office (trabalho em casa), estou numa transição ainda.


Tudo me soa novo: primeiro, a redação é bem maior do que a minha última experiência em redação. Segundo, cobrirei setores que extrapolam aqueles que originalmente eram foco da minha pretensa especialização (telecomunicações e tecnologia da informação). Agora, minha área chama-se "digital": internet, redes sociais, games, cinema, TV digital, telecomunicações, tecnologia da informação, produção em high definition, em 3D. Tudo, absolutamente tudo o que comporta o termo "digital" faz parte da minha atenção.


A segunda coisa que me assusta é que eu estive absolutamente sozinho nestes quase quatro anos. Poucas vezes fiz entrevistas pessoalmente e, assim, me limitei ao telefone e à internet para entrevistar as pessoas, escrever e publicar. Dessa forma, quando olho à minha volta, há umas três dezenas de pessoas. Praticamente todas novas na minha vida. Tenho que reaprender a socializar e me engajar naquela tribo específica porque, teoricamente, faço parte de um grupo, time ou equipe e, editorialmente, tenho um compromisso contratual com o veículo.


A terceira surpresa, e não é boa, não foi bem surpresa: o trânsito de quatro anos para cá piorou uns 300% na minha estatística amadora. Ainda não me decidi se vou de carro, de ônibus, de metrô. Tudo é demorado. A volta é pior e já bati meus próprios records: 2 horas para percorrer cerca de 13 Km, que é a distância que separa a minha casa do meu trabalho.


Em quarto lugar, São Paulo, conforme já publicado pela mídia, tem se tornado uma cidade muito chata por conta de restrições: não pode fumar em ambiente fechado (e, em muitos lugares, nem em aberto), não pode fazer barulho depois de um determinado horário (lei do Psiu), não pode beber (lei seca). Não pode nada. Não, não, não. Por conta dessas limitações, o simples ato de fumar torna-se uma aventura. Embora o prédio tenha uma imensa área a céu aberto, estamos, os fumantes, reduzidos a um pequeno quadrado. Com chuva ou com sol, é o único lugar e quem não gostar que se avie.


Uma quinta observação: com uma satisfação que eu não imaginava existir, fiz meu primeiro trabalho jornalístico em vídeo. E gostei. Bastante. Claro que há algumas técnicas que preciso dominar. Mas, no geral, adorei. É o máximo!


Para encerrar, se acabou o meu turno desorientado: ia dormir umas 3, 4 horas da manhã e me levantava umas 9, 10 horas. Agora, tenho que estar em pé às 7, 7:30 horas. Antes da meia-noite, bocejo mais do que os galos cantantes da madrugada. E, na madrugada outrora produtiva, produzo, talvez, sonhos. Meu dia profissional começa às 9 horas da manhã, quando saio de casa, e se encerra às 21 horas, 12 horas depois. Me sobram poucas e parcas horas.


E é aqui que tenho vontade de verter aquelas longínquas lágrimas que, segundo a minha mãe, ouçam!, derramei fartamente na infância pura dos meus 6 anos. Me sobram, entre 21 horas e 24 horas, apenas três horas. Essas três horas me são poucas. Raras. Tento fazer caber nelas tudo o que não tem espaço nas outras horas do dia. Mas, de uma forma tosca, fraquejo. E sucumbo. Durmo. Feito galinha atrasada que hesita em passinhos titubeantes ao ir para o poleiro. Nem pisco. Somente durmo. Profundamente.


O trânsito pesado de caminhões que ousam trabalhar depois da meia-noite feito uma serenata para lá de punk e hardcore não me diz mais nada: durmo feito um carneirinho afofado em meio a uma massa macia de sonolência. Que me pesa o corpo e, endorfinado, fico confinado ao meu travesseiro, ao colchão e ao macio e sedoso contato do edredom que imita um urso negro.


Sumi daqui!!! Quem diria, me olhasse antes, passasse por aqui e não desse comigo e com minhas postagens dia após dia, feito degrau que conduz a outro degrau, uma escalada que, de fato, não chega a lugar nenhum mas também não degringola. Pois que degringolei. Faltou-me sustância e substância para alimentar o panteão virtual. Me dói. Tenho vertigens de como se estivesse nas alturas - e fui às alturas, a 50 metros, em matéria nova e excitante - por ter estado ausente. Por sumir dessas que me são doces paragens. Mas não consigo. Embora tenha até me proposto alternativas, não as conciliei com o trauma da minha nova vida.


Porque as novidades são muitas. Primeiro, foi a casa nova. Depois, o trabalho novo. Depois, o novo dentro do trabalho novo. Depois, ainda, viagens, eventos, almoços, jantares. Volto à cena, essa é a ciranda do jornalista. Mas o grande espetáculo desse circo é que falta, ainda, o frio do pulo do trapézio. Falta. Ah, falta sim. Falta, de fato, uma terceira onda para completar o salto mortal. E esse terceiro elemento eu deixo aqui em suspenso como se fosse um balé de um salto triplo mortal lá do picadeiro. A bom tempo eu o denunciarei, exporei por aqui. Por ora, apenas não é. E, portanto, ao não ser, não existe. E sem concretude, nem a mortalidade do salto existe.


Mas estou por aqui. Mais raro, espaçado. Mas não menos Redneck.

sábado, 17 de abril de 2010

Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line)

Este é, sem dúvida, um dos filmes de guerra menos bélicos e mais poéticos a que eu assisti. Não sei o que ocorre mas há anos tento encontrar o DVD e nunca consegui.




No Brasil, "The Thin Red Line" recebeu o título de "Além da Linha Vermelha". Além da maravilhosa trilha sonora (abaixo, Melanesian Choirs), de Hans Zimmer, tem um maravilhoso texto dito em off pelo também fabuloso (na minha opinião, claro) ator James Caviezel.



sexta-feira, 16 de abril de 2010

Nude do dia

Un, dos, tres e Ricky Martin: "Viver é nascer passo a passo". Assim mesmo, pelado e despacito



sábado, 10 de abril de 2010

Ordinariazinhas

Cada geração tem os ídolos que merece. "Take us to Lady Gaga.", dizem as extraterrestres, em referência ao bordão intercaláctico "Leve-nos ao seu líder".


sexta-feira, 2 de abril de 2010

Picture

A foto abaixo não é uma revisita à moda grunge lançada em Seattle, EUA, e tampouco o personagem é uma estátua viva daquelas que se vê na Avenida Paulista, em São Paulo, ou nas ramblas de Barcelona, na Espanha. O homem é um morador de rua (home less) de Porto Alegre (RS) e simplesmente acordou assim, com o corpo inteiramente pintado com tinta prata. Uma mulher viu um rapaz que saiu de um carro e urinou nos pés do morador de rua. Indignada, se aproximou e percebeu que o home less estava pichado. O morador de rua não sabe dizer o que aconteceu. Claro que ninguém foi preso por mais essa violação de um morador de rua, tão frequente nas cidades brasileiras.




(foto: Ronaldo Bernardi/Zero Hora/Agência RBS)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pena que é dia da mentira

Sou das pessoas mais céticas que conheço: duvido de mandingas, olho gordo, mau olhado, gato preto e não costumo desviar de escadas e contorná-las. Esse ceticismo se estende a um completo alheamento ante o horóscopo. A não ser que alguém mostre interesse específico, nunca consulto o que se vai no meu dia conforme a astrologia determina. Duvido dos sais grossos que me mandaram colocar em casa (fizeram mais, me deram o recipiente), tenho sérias dúvidas sobre eventuais energias negativas que afirmaram pairar sobre determinados ambientes e, portanto, não las creo. Pero que las hay, las hay. E, sendo assim, coloquei o recipiente de sal grosso no canto apropriado, deixei que benzessem lugares e até mesmo aceitei uma imagem que, segundo me informaram, tem dentro de si água benta. OK.


De forma totalmente aleatória, cliquei sobre o link das previsões para o meu signo hoje, 1º. de abril. Consagrado como o Dia da Mentira, seja por superstições tolas ou por ser exatamente o Fool's Day (Dia dos Tolos), tolamente li inteirinho o meu horóscopo mensal. A seguir, reproduzo, na íntegra, o que me está reservado para o mês de abril (os comentários entre parênteses são sinais claros da minha incredulidade ou da minha condescendência irônica para com esse tipo de informação):


"Leoninos começam bem o mês, com o beneficio do trânsito do Sol em Áries, que faz com que brilhem e queiram melhorar de vida e expandir horizontes. Esse será um motor muito poderoso para você agir e lutar.


Abril é um mês de energia e entusiasmo, de ação e de recomeços para você, especialmente até o dia 22. Depois do feriado de Tiradentes (no Brasil, obviamente), a vibração do Sol em Touro, e de Mercúrio retrógrado nesse signo, predispõe atitudes mais pausadas, lentas e pensadas. Começa a fase de consolidar e aprimorar as conquistas da primeira fase do mês.

Na Lua crescente, a pedida será fazer novos planos e dar os primeiros passos para uma melhora de vida. Isso é especialmente verdadeiro para quem nasceu entre 26 e 31 de julho (
meu caso, dado que saí do útero para entrar no mundo a 28 de julho). Intuição mais forte e golpe de vista são bônus astrais com que você pode contar com certeza.

Na segunda quinzena, devido a uma oposição forte entre Saturno, de um lado, e Urano e Júpiter de outro, você será confrontado e terá de escolher entre a esperança e o ceticismo (
por ora, fico com o ceticismo, velho aliado). Aproveite para se livrar de esquemas e valores antigos. O Sol envia raios de persistência, capacidade de concretização, paciência e teimosia, para você não largar tudo na hora em que os obstáculos ficarem difíceis (nunca fiz isso, sou insistente: em geral, largo tudo duas horas depois).

Na última semana, a Lua cheia em Escorpião elucida pontos que precisam ser revistos e valorizados na vida familiar e profissional. Bom para você rever sonhos e realidade criada a partir deles.


No final do mês, você se tornará um exemplo, o melhor presente que um leonino pode querer: uma plateia que aplauda seus esforços (
que isso seja uma constante porque preciso de plateia todos os dias, isso sim é o melhor presente para um leonino).

Na saúde, a Lua crescente acontece em seu signo, e um contato forte da Lua com Marte trazem energia a mais e também impaciência e turbulência. Evite acidentes e problemas (
claro, claro) e compense essa tendência com momentos de relaxamento, esportes e vida saudável (claríssimo, eu já disse!). Afora isso a saúde vai bem, a não ser de 28 a 30 de abril (ficar na cama é aconselhável?), quando você deve evitar excessos de trabalho. Procure cuidar da aparência, pois ela terá muito impacto e será muito importante para você se sentir seguro (ai que preciso fazer a barba, talvez).


No amor, de 4 a 8 de abril, Mercúrio em bom aspecto com Plutão sinaliza que você estará fascinante (eu sou, não estou fascinante), o que na pior das hipóteses é muito bom para conquistar as pessoas que não lhe dão atenção (pior para elas, evidentemente). Você pode conquistar alguém que parece inatingível (estava a pensar em Ricky Martin). Se você já estiver num relacionamento que valha a pena, é o momento de aprofundá-lo. Mercúrio é o planeta do diálogo e Plutão o da transformação. Mercúrio em trígono com Plutão diz que você, por meio da conversa, pode descobrir diferenças e semelhanças com a pessoa amada que nem imaginava serem possíveis. Com o diálogo você poderá transformar as diferenças em uma ligação que os unirá ainda mais. Termine o mês com um pouco de diversão na companhia de seu par (eu já disse que poste não fala?).

Se casado ou em um relacionamento estável (
nem um nem outro), a primeira quinzena é o momento de viajar com seu amor, e verificar com mais rigor se vocês vão na mesma direção. É possível que haja uma diferença de objetivos e de sentidos, mas nada que uma boa conversa não resolva. Mercúrio em Touro vai ajudar. O feriado da Páscoa é boa desculpa para tirar umas férias do cotidiano e mergulhar fundo nessa descoberta.


Os leoninos a fim de novas paqueras e amores (
eu??? será???) devem ficar de olho nos dias 22 e 26 (no feriado... hummmm...), pois Mercúrio retrógrado traz alguém do passado (não!), e Vênus em aspecto a Júpiter aumenta sua confiança, o que impulsiona uma relação antiga (de 20 anos atrás pode ser?). Para os leoninos comprometidos, esses dias serão de enlevo e sensualidade, bons para curtir os prazeres da vida com tudo a que tem direito, junto ao seu amor (uó!).

Vênus em Gêmeos a partir do dia 26 de abril garante vida social divertida e agradável, com novos amigos e festas (
oba, festa! diversão! bebida!). É um período excelente para retomar contatos com gente que você não via há muito tempo ou que ainda não conhecia. Pessoas novas se aproximarão por meio do seu trabalho, mesmo que não sejam diretamente ligadas a ele. Circule, pois é bem capaz que você conheça alguém que o atraia pela inteligência e versatilidade (devo ir ao espetáculo do Cirque du Soleil, imagino).

Sobre as finanças, este é um mês ótimo para fazer escolhas que podem alterar o curso de sua vida financeira e material. Abril também promete maior focalização nos objetivos e metas profissionais mais importantes. Problemas surgirão e você terá de enfrentá-los com ousadia, inovação e inspiração. Assim, superará todos esses desafios. Recado dos astros para o trabalho: insista em ser maleável e se lembre sempre de seus objetivos principais. Onde estão eles ou onde foram parar? (
acabei de procurar no armário e lá eles não estão; presumo que, junto com o meu diploma, joguei fora alguns desses tais objetivos)

Antigos problemas que pareciam superados podem voltar com toda a força e exigir de você uma decisão definitiva (
ai, meda!). Você terá de organizar as prioridades financeiras e, a partir daí, com bastante apuro e atenção, estabelecer um mínimo de ordem e eficiência nas suas despesas, entradas e saídas (hummmm... esse entra e sai é sempre difícil de controlar) para fazer frente aos gastos inesperados que estão delineados no céu de abril (comprar um carro novo? uma lancha? uma TV de 60 polegadas? um Ermenegildo Zegna?).

Se o terreno financeiro e material anda complicado em abril, você tem prestígio de sobra e pode contar com o apoio de pessoas que conhece por meio da sua profissão. Tenha muito cuidado com sua reputação e evite falatórios que o envolvam a outras pessoas num contexto que tenha relação a sentimentos (
ah! gente faladeira!). Ou seja, deixe o coração de lado na vida pública e para efeito externo, e não misture interesses pessoais com necessidades do trabalho (já sei, já sei: onde se ganha o pão não se come a carne!). Assim, você ganhará (a mesma coisa que Mário encontrou atrás do armário?).

Mercúrio em Touro retrógrado a partir de 19 de abril denota revisões de sua posição profissional, e um chefe pode voltar atrás nesse período, em relação a uma incumbência, tarefa ou poder delegado a você nas semanas anteriores. Avalie com calma.
"

Como você pode perceber, tem desde um amor reservado para mim até o brilho que me é (leonino) peculiar. Terei sobressaltos e assombrosas (não sei se boas ou más) notícias. Terei saúde se me cuidar. Terei isso e aquilo ou isso ou aquilo outro. Tudo o que pode acontecer no mês inteiro, assim como no ano, assim como na década. Agora, me diz: dá para acreditar? Pena que é dia da mentira porque se metade do que foi predito (das coisas boas) acontecesse, eu seria um homem feliz.

Para não celebrar apenas o Dia da Mentira, hoje, 1º. de abril, há pelo menos uma verdade: é aniversário da minha mãe, com quem já falei, obviamente. Parabéns, mãe! Pelo menos alguma verdade há. E que não estava nas previsões desse horóscopo mensal. Somente não sei se, neste caso (das previsões) ter informações privilegiadas de antemão ajuda ou atrapalha. Deixemos abril correr naturalmente.

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