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terça-feira, 26 de julho de 2011

Universo líquido e imperfeito

A Terra é azul? A Lua tem um dragão? Há vida em Marte? Existem outros planetas habitados/habitáveis? Quem somos? Estamos só? Tanta incerteza ante a infinitude que paira acima de nossas pequenas e infinitesimais cabeças... Quer ler uma boa notícia a respeito dessas e de outras questões que nos corroem por séculos? Há um quasar (foto abaixo) com um reservatório de água, em forma de vapor, que guarda, feito um poço do Universo, o equivalente a 140 trilhões de vezes a água de todos os oceanos da Terra! Não é incrível?




A má notícia (e é claro que as notícias andam juntas, caboclas que são, más e boas, unidas para contar depressa as novidades): o quasar fica a mais de 12 bilhões de anos-luz do alfinete em que nos acotovelamos, os mais de 7 bilhões de seres (razoavelmente) humanos.


A descoberta foi feita por cientistas e astrônomos. Um quasar é um objeto extremamente brilhante que emite enormes quantidades de radiação e os cientistas acreditam que quasares são alimentados por buracos negros supermassivos. Essa condensação que envolve o quasar tem 4 mil vezes mais água do que a galáxia Via Láctea, que nos contêm, ao Sol, à Lua, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Vulcão e outros planetas e outras estrelas e outras constelações e outras conspirações.


A má notícia pode se tornar ainda pior vista sob a perspectiva do Universo: segundo o conceito de ano-luz, as imagens vistas pelos astrônomos são de muito, mas muito mesmo, tempo atrás, quando o universo era um jovenzinho convulso e tinha apenas 1,6 bilhão de anos. Atualmente, o Universo tem 14 bilhões de anos (veja foto de representação gráfica dessa idade abaixo), conforme a contagem etérea feita por gente inteligente. A descoberta dessa água antiguíssima confirma que para nos dar forma (e ao Universo), foi preciso a massa e a água, enfim, que originou a argamassa de que somos feitos.




Como sou mais portador de más do que boas notícias, lá vai mais uma: para atravessar apenas a Via Láctea, território que nos é mais familiar, seriam necessários 100 mil anos humanos. Um ano-luz equivale a 10 trilhões de quilômetros. Imagine percorrer 12 bilhões de anos-luz. Não faço a conta porque me declaro incapaz de fazê-la. Ou seja, toda aquela água que, teoricamente, seria suficiente para dar irrigar a alma do Universo, além de provavelmente não existir mais, já que a enxergamos bilhões de anos depois, também estaria, de qualquer forma, completamente fora do nosso alcance.


Ou evoluímos tecnologicamente e enviamos naves a velocidade de ano-luz ao passado ou evoluímos efetivamente como humanos e passemos imediatamente a viver, pelo menos, em milhões de anos humanos. De resto, somos apenas, uma vez mais, repito, poeira do Universo. Sem água.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O caos calmo dos dias brandos

Voltei! Depois de 18 dias de um estratégico e benéfico recesso, volto em ano novo. Feliz ano novo, portanto. Ano do tigre no horóscopo chinês. Piso neste solo virtual devagar, meio assim sem jeito ainda. Os dedos parecem titubear ante o teclado. Desconhecem-se, dedos e teclas. Bem-feito para ambos. Reais e virtuais, homem e máquina atropelam-se até entrar em novo entendimento. E é sempre assim, não? Sempre quando se volta há uma sensação inicial de estranhamento.


Fui e quando o fiz, escrevi sobre fazer a migração do virtual para o real. Saí das telas para a paleta real. Essa quebra sempre é algo meio rígida: trata-se de atravessar cerca de 400 quilômetros de terra. E nesse percurso, o virtual deixa de sê-lo para, aos poucos, ser tomado pelo real. À cidade sucedem-se os campos. Aos espigões de prédios de São Paulo correspondem as florescentes espigas de milho. Ao cinza da paisagem urbana sobrepõe-se o verde das pastagens, cortadas apenas pelo cinza do asfalto.


Saio sempre de madrugada, a hora das estrelas. Por companhia, pesados caminhões. Por norte, as faixas das pistas que correm junto. Corremos, todos, eu e estrada, eu e o carro. Elevado a Deus ex machina pela potência do motor do automóvel, posteriormente serei reconduzido à condição humana.


Vejo, uma vez mais, o alvorecer. São seis horas da manhã e o dia ainda não sabe se pode tomar o lugar da madrugada. Pálidos raios de sol refletem nos vidros dos carros contrários. Amanhece sem transição. Desço do carro. Apeio, melhor dizer, que estava a montar alguns cavalos.


Faço a transição sem nem perceber: deixei uma mente e um corpo na capital e tomo posse de outro corpo e de outra mente no interior. Dispo-me da armadura. Deixo de ser soldado. Estou de férias. De folga de mim mesmo. Um "eu" alquebrado. Que fique para trás. O primeiro café, as primeiras conversas, o olhar sobre as coisas familiares e ao mesmo tempo temporariamente esquecidas. Uma planta nova, outra antiga que não está mais lá.


Não é que os dias passam. Eles são passados. Deixam-se atravessar. Devagar, brandamente. Tal qual uma massa de pão que descansa no escuro da despensa. O tempo é relativo. Einstein explica melhor do que eu essa sensação de que o tempo voa, de que o tempo não anda, de que as horas são mortas, de que o tempo não cabe na vida. Quem sou eu para discordar dessa liturgia do tempo que varia conforme a companhia, a geografia e a coreografia com o que se faz com o tempo que se tem ou não se tem?


Faço contatos imediatos com a natureza do lugar. É minha terra. São Pedro do Turvo. Mais de cem anos. Mas não de solidão. A cidade tem um eficiente sistema de comunicação: tudo é anunciado e explicitado pelo alto-falante que fica na construção mais alta do lugar: a igreja. Emitem-se notas sobre tudo e todos. Com alcance, calculo, de uns dois quilômetros de circunferência, perímetro mais do que suficiente para todos ouvirmos as notícias que sucedem-se indiferentes aos dias:


- Morreu uma mulher
- Haverá vacina contra a febre amarela
- Foi perdido um pen drive preto com pingente vermelho
- José perdeu todos os documentos
- Velório da mulher que morreu foi adiado para a 1 da manhã
- Mulher precisa de dez doadores de sangue
- Andréa perdeu uma carteira preta com todos os documentos
- Faleceu outra mulher
- Um homem perdeu a calça preta alugada para um casamento (!)


São todos fatos reais. Não inventei nada. São dois os sistemas de comunicação: as emissões da igreja católica e o serviço de alto-falante móvel. Na falta de um, o outro informa do mesmo jeito. Se você está na cidade, saberá, certamente, o que se passa na cidade. Perdem-se documentos a toda hora. Morre-se na mesma proporção.


Creio que deveriam anunciar os nascimentos (já que estamos no período de natal). E o que se acha. Porque para aqueles que sempre perdem sempre os há aqueles que acham. Deveriam anunciar as chegadas. E não apenas as partidas. Os encontros. Uma nota de felicidade. Deveriam tocar Requiem, de Mozart, ou as marchas fúnebres de Chopin ou Wagner. Ao invés disso, a música de fundo para os falecimentos é o Toque de Silêncio militar. Triste. Será que caímos feito soldados no front da vida e por isso precisamos ser encerrados com o toque do silêncio?


E o que você me diz do homem que perdeu as calças? Como assim? Perdeu na debandada? Na fuga? Na cachaça? Ou por distração? Estava acaso vestido com a calça? Ou, alugada a calça, passado o casamento, pensou que era melhor tirar e por outra, de uso cotidiano, para poupar eventuais danos à calça alugada? E, o tendo feito, saiu-se com mais danos que, por certo, a cidade inteira saberá quem as vestia. Coisas de cidade pequena em que os segredos também correm à boca pequena.


Deixo para trás também as notas de perdas (de vidas), de perdas (de documentos) e de perdas (de calças) e ganho (a estrada), ganho (a terra) e ganho (a vida). Estou na vida real, exatos 367 quilômetros depois da minha retirada da beira da Avenida Paulista. Estou nas Três Barras, bairro rural onde, literalmente, fui parido.


De novo, me vem a sensação de estranhamento. E respeito grandemente os cães, que me reconhecem sem pestanejar. Digo melhor: reconhecem em ondas de abanos de rabo e orelhas. Passam-se seis, oito meses, um ano e os cães nos reconhecem com uma exatidão que sempre me deixa perplexo.


Bato a primeira enxadada na terra. Faço fendas na terra, carpo o mato, a terra salta sobre os meus pés, calçados de sandálias Havaianas. E a terra entranha-se nos meus pés. Dos pés, sobe pelas pernas. Transpiro. Suo sal. E o sal volta à terra e eu à terra pelo sal do suor. Faço-me terra, derretido em sal da terra.


A vaca berra, os carneiros balem, os cães ladram, os cavalos zunem, as galinhas cacarejam, o galo canta as horas, os insetos zumbem, os pássaros trilam, as cobras ciciam (imaginação, não as ouvi, propriamente). É um caos. O caos calmo. Caos calmo dos dias brandos. Que acabam, ainda que eu queira que não. Que a teoria de Einstein é marota e nos engana: se queremos o tempo paralisado, aí é que voam as horas. Se o queremos urgente, as horas plainam, escorregadias.





Os voos ariscos das aves não deixam dúvidas. Também os céus com nuvens apressadas avisam: hora de voltar. Cai a noite. E com a noite, ligo o carro. Homem na máquina. Cavalos mecânicos. Apolo das estradas, percorro de volta na sequência: campo, campo, campo, cidade, campo, cidade, cidade, cidade. Voltam as luzes, o asfalto, os carros todos. Deus ex machina em marcha. Deuses porque somos centenas, milhares de faróis feito vagalumes a hesitar nas rodovias. Até entrar na cidade, no ano novo e me enterrar, feito os funerais dos anônimos, com o meu automóvel, na minha garagem subterrânea. Foi bom. Sempre é. Feliz ano novo!


P.S. Ah! Esse da foto sou eu, em versão colorizada pelo sol de verão bravo. Que estou a descamar de tanto sol porque, à maneira das cobras, talvez eu precise mudar de pele assim como mudo de comportamento quando saio à paisana pelo mundo.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Daqui até o fim do mundo, temos mais 3 anos ou 59 anos?



Na dúvida, já dou de graça que não estou para brincadeiras. Aliás, digo errado. Estou mais é para brincadeiras, daquelas do tipo "vamos brincar de índio", "vamos ver o que existe atrás do armário", "quem tem coragem de tirar a roupa e correr nu pela praia" e outras, nada infantis. Ah! Sei lá! Faz parte de um lado lúdico meu, sabe, mais baseado em alguns fetiches do que propriamente em uma lógica na qual prevale o lúdico como conceito de pessoa saudável...


Enquanto no Brasil comemoramos a vinda da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, tem uma série de informações - terrenas e espaciais - que podem calar nossas bocarras antes de dizermos "Ai!". Há algumas previsões nostradâmicas que insistem na teoria de que o mundo acaba exatamente no dia 21 de dezembro de 2012. Ou seja, temos que pensar e agir a curtíssimo prazo porque faltam pouco mais de três anos.





Eu resolvi que liberarei uma face mais dionisíaca - sexo, drinks/drugs e tecno - antes que a "Foice" soe a toada e um vento frio me envolva e, glup!, já era! Não pretendo fazer a prova dos nove para ter certeza se as datas cabalísticas que anunciam o fim do mundo se confirmarão ou não. Existem sites específicos para isso, como Fim do Mundo 2012, cheio de conjecturas soturnas. Estou mais para as saturnais, os bacanais e quetais.


Lá do Havaí, onde o povo deveria estar preocupado com a altura da onda para surfar, alguns nerds da Universidade do Havaí esquecem que o mar está lá para isso e se entregam a um outro fetiche: o de espionar os vizinhos. É, isso mesmo: a isso se dá o nome de "voyerismo". Só que eles são voyers do céu.
  



Segundo esses doutos senhores que gastam o tempo precioso que lhes (e a nós) resta, há uma probabilidade catastrófica que coloca o asteroide Apophis em rota de colisão com a Terra para 2068, ou seja, em 59 anos. A se crer no aumento da expectativa de vida do homem (o homem como sexo, não como ser), estarei eu, daqui a 59 anos, fatalmente vidrado e sem reação (como um ser idoso, a essa altura, deverei estar amparado por andadores ou, no limite, preso a uma cadeira ou à cama), atemorizado com a proximidade do Apophis. Antes, previa-se que havia uma chance em 45 mil do Apophis dar um chute nessa bola chamada vulgarmente de 'Terra'. E o prazo de extinção era ainda menor: 2036. Depois, outra previsão reviu a primeira e deu outra dimensão para o fim dos tempos: haveria uma chance em 37 (glup!, de novo) da pedra nos acertar, no dia 13 de abril de 2029 (precisão!).





Se nada mudar, o Apophis mostrará suas garras mesmo assim: deverá rodopiar a 30 mil Km da nossa superfície em 2029 (os satélites de comunicação ficam 'estacionados' a 36 mil Km de altura). E, refeita essa previsão, a de 2036 também precisou ser corrigida: de uma chance em 45 mil, aumentaram a nossa sorte para a proporção 1/250 mil, com o Apophis a trombar com os satélites (a 32 mil Km de altura), e não conosco. O que nos deixava, afe!, um pouquinho mais confortáveis!


Mas, para contradizer Calderón de La Barca, de que "a vida é sonho", plagio Sartre e refuto com "o pesadelo somos nós", incluso nós mesmos, humanos, e a Terra, que nos há de comer se antes disso essa pedrinha chamada Apophis não tentar nos aphophar com sua superfície de mineral.





De forma que, segundo cálculos intrinsecamente complicados sobre os quais mantenho uma distância segura de 36 mil Km, essa batidinha que pode nos transformar em caipirinha cósmica, ficou para o ora longínquo ano de 2068. E, a se fiar nessa roca, haverá uma chance em 300 mil de uma colisão. Como a roca já fez dormir uma princesa, melhor não se fiar muito nesse artefato primitivo.


Claro que tudo isso são divagações porque nem mesmo o fato dos nerds do Havaí viraram os olhos para o céu ao invés de babar ante as ondas magníficas do local é capaz de dar conta de 6 bilhões de seres que se esfalfam feito formigas para sobreviver. O Apophis, como outros corpos celestes, sofre poderosas interferências gravitacionais do sistema solar. Neste momento em que escrevo e dou um peteleco na pedrinha, Apophis, impávido feito Apolo em cavalos de fogo, passa por detrás do Sol, às escondidas, de forma que nem mesmo nossos poderosos satélites de plantão, que espiam o Afeganistão em busca de um bin lad(r)ão, podem monitorá-lo.





Mas nossos problemas, ainda que eu amenize o anúncio do final dos tempos, não acabaram: em 2010, Apophis volta com pompa e circunstância e se põe a nu, sob nossos olhos aumentados por poderosos telescópios, o que nos permitirá (pelo menos aos havaianos nerds que não estão no mar) fazer novas e catastróficas previsões.


Até lá, creio que podemos sair para as saturnais e nos divertirmos. Não sei se você soube, mas outros cientistas voyeristas descobriram um novo anel, digo, um anelão, ao redor de Saturno, o que deu ao planeta uma conotação ainda mais anelada do que já sabíamos que Saturno tinha. Esse anel estava invisível, calcula-se (aqueles mesmos cálculos dos quais estou distante 36 mil Km), há 400 anos e somente agora, com lentes infravermelhas, foi avistado pelo olho humano curioso.


Se Saturno ganhou um novo anel, podemos celebrar as saturnais. E também as bacanais. Oras! Com tanta previsão sobre as nossas cabeças e tantas contas para saber se haverá diferença de proporções numéricas baseadas em 1/45 mil, 1/250 mil e 1/300 mil, não sou eu que vou me debruçar em ábacos modernos para constatar meu próprio fim. Um brinde e saúde, se você ainda tiver (a saúde) depois de tão alvissareiras informações!


sábado, 16 de maio de 2009

São os homens os deuses astronautas?

O que você vai ser quando crescer? Pergunta fatídica essa, a que se submetem crianças do mundo inteiro sob a pesada inquisição de adultos que não têm mais o que fazer. Na década de 70, embaladas pelas imagens televisivas da chegada do homem à Lua, milhares de crianças no mundo todo respondiam automaticamente: "Quero ser astronauta".


Embora os voos espaciais ocorressem desde 1961, apenas no dia 20 de julho de 1969 a missão Apollo 11 pousou na Lua e o mundo assistiu, impávido, a caminhada de Neil Armstrong e Edwin Aldrin pela TV. Muitas pessoas, passados quase 30 anos dessa conquista, ainda não acreditam no feito, embora uma dúzia de homens tenha pousado no planeta desde então.


Em 1968, o escritor suíço Erich von Däniken lançou o livro "Eram os Deuses Astronautas?", com base na teoria de que antigas civilizações terrestres - como os egípcios, maias, incas e astecas - teriam se originado a partir de alienígenas ou tripulações que desceram à Terra. Na teoria levantada por Däniken, as coincidências entre construções como as pirâmides egípcias e incas, as linhas de Nazca e os moais da Ilha de Páscoa eram indícios da presença de seres extraterrestres no planeta.


Segundo a tese do livro, esses seres primordiais eram considerados divindades pelos povos antigos e por isso o nome da obra. O livro foi lançado um ano antes do homem chegar à Lua e o autor teve o mérito de vender muito e convencer muita gente com suas teses. Até hoje, o livro de Däniken é debatido.


Mas, a partir do momento em que podemos assistir ao vivo uma missão tripulada no espaço para consertar equipamentos, como é o caso dos dois astronautas da NASA que estão, neste momento, em missão no telescópio Hubble - veja aqui o link - dá para afirmar, com certeza, que os deuses astronautas são os homens (todas as imagens que estampam este post, a propósito, são da NASA, exceto, obviamente, a do astronauta russo Gagarin).


As viagens espaciais serão, durante muito tempo, inacessíveis para a totalidade dos 6 bilhões de habitantes da Terra. Apenas os "Eleitos" serão deuses, por enquanto. Contudo, é impossível não se extasiar e acompanhar quase que in loco as movimentações dos astronautas, seja por meio de imagens ou de relatos digitados no espaço via Twitter, com depoimentos em tempo real dos caras que estão lá em cima, a 600 Km de altura de nossas cabeças. Um avião, por exemplo, voa a, no máximo, 13 Km de altura da superfície terrestre.


A cachorra russa Kudriavka, da raça laika, e por isso conhecida mundialmente como Laika, foi o primeiro ser vivo a navegar no espaço, em 3 de novembro de 1957, na nave espacial Sputnik II. Apenas em 12 de abril de 1961 chegou ao espaço o primeiro homem, o russo Yuri Gagarin (morto aos 34 anos), que voou durante 48 minutos na nave Vostok I. Disse Gagarin: "Eu vejo a Terra. A visibilidade é boa". Gagarin não disse, oficialmente, que a Terra era azul e que não havia visto Deus, a despeito das lendas.


Depois disso, as viagens ao espaço tornaram-se mais frequentes (mas não à Lua, considerada uma expedição bastante cara) e, no dia 29 de junho de 2006, o brasileiro Marcos Pontes tornou-se o primeiro astronauta do País a ir ao espaço para uma missão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), da qual o Brasil participa.


Agora, existe até mesmo o turismo espacial, que começou em 2001 quando o norte-americano Dennis Tito pagou US$ 20 milhões para embarcar numa nave russa rumo à ISS (a mesma para a qual foi o astronauta brasileiro). A partir do ano que vem, com a competição nesse segmento, estima-se que será possível baixar o preço de um voo espacial (a 65 Km de altura) de US$ 100 mil para US$ 10 mil. Voos espaciais particulares para outros planetas ainda não estão programados. Mas tudo, absolutamente tudo, é uma questão de tempo e de dinheiro. Quando, enfim, alguns de nós poderá dizer, ainda que Gagarin não o tenha dito: "É, a Terra é mesmo azul".

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Te vejo no ano 3.000

As temperaturas elevadas em todo o planeta continuarão altas até o ano 3.000, com consequências graves para a Região Nordeste do Brasil, sul da África, alguns lugares da Bacia do Mediterrâneo e na Austrália. A conclusão é de estudo publicado por cientistas do Painel do Clima das Nações Unidas (IPCC) na revista "PNAS".


E nem adianta se lamentar a essa altura: mesmo que todas as emissões de gás-estufa fossem zeradas hoje, o aquecimento global continuará sua marcha inconteste. Um aquecimento médio de 2 ºC da superfície terrestre significará a redução das chuvas durante o inverno das regiões acima citadas.

Na década de 30, os EUA foram, em parte, arrasados pelo "dust bowl" - grande seca que arrasou a agricultura norte-americana e agravou a Grande Depressão. Durante 20 anos, o dust bowl reduziu as médias de chuva em 10% naquela região.


(Um 'dust bowl' em ação nos EUA)

De forma que, a se confirmarem as previsões dos cientistas, a mudança climática - sentida por todos nós tanto no inverno quanto no verão - é irreversível, no mínimo, pelos próximos mil anos. Isso decorre do fato de que, a despeito das consequências do gás carbônico (causador do efeito estufa) persistir no ar durante 100 anos, o oceano, independentemente disso, reemitirá calor por séculos e séculos, amém.

Antes desse aterrador estudo, imaginava-se que, ao se cessarem as emissões de dióxido de carbono (CO2), o clima voltaria ao normal em 100 ou 200 anos. Além de fazer essas previsões catastróficas, o estudo estimou, ainda, o que ocorrerá com o nível do mar até o final deste século: para uma concentração de CO2 na atmosfera de 600 partes por milhão (atualmente, essa proporção é de 385 partes por milhão), os oceanos subiriam de 40 cm a 1 metro até 2100. E, mesmo sem que se acrescente uma mínima grama de CO2 na atmosfera, o nível do mar continuará a se elevar. E, pior: o estudo prevê apenas a expansão térmica, e não inclui o degelo polar, cujas consequências ainda não são conhecidas.

Por enquanto, a sugestão dos cientistas é apenas uma: cortar ainda mais as emissões de CO2. De resto, todos sabemos a duras penas o que ocorre. E não é pouco: a partir das tsunamis da Ásia, qualquer fenômeno natural é possível. Veja as recentes ocorrências pluviométricas de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Testemunhos dos tufões que agitaram o litoral do Estado de São Paulo (Guarujá e Caraguatatuba) dão conta de que nada parecido havia sido visto nesses locais.

E, não sei se você concorda comigo, mas em São Paulo (capital e interior), há um vento constante que parece não acabar nunca. Vento que, antes, limitava-se, sobretudo, ao mês de agosto. E o verão? O verão começou em dezembro aqui no Brasil e há dias que se equivalem aos meses de junho e julho.

O universo conspira a favor de quem, cara pálida? E não adianta se safar com uma saída à francesa do tipo "Não viverei até 3.000". Não, provavelmente, menos de meia dúzia de nós mal conseguirá chegar ao ano de 2100. Contudo, parece que a Terra não tem mais tempo para esperar. E nós todos, muito menos!

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Portal dos infernos




Outro dia, um britânico de 27 anos, de Dulwich, sul de Londres, foi preso sob suspeita de ter atacado sexualmente algumas ovelhas. As pobres, conhecidas pela sua burrice, baliram em vão. Os ataques foram testemunhados por outros moradores e o lobo (agosto, "o homem é o lobo ....", cachorro louco etc. etc.), sem se enfiar em pele de cordeiro, preferiu enfiar outra coisa nos carneiros.


Para finalizar, aqui mesmo, no Brasil, outro demente foi acusado de molestar 400 vacas, conforme postei de forma indignada na última terça-feira. Hoje de manhã, à espera da abertura das Olimpíadas de Pequim (maravilhosa, aliás!), assisti ao programa da Ana Maria Braga. A fofa, em sua mensagem, falou sobre o presente dia - 08/08/08 - que, segundo alguns especialistas, marca a abertura do Portal de Órion para todo o universo, o que significa uma série de bons fluidos. Pelo apanhado neste imenso campo que se convenciona chamar de Terra, o que vi, até agora, foi a abertura do Portal dos Infernos, com uma série de outro tipo de fluido.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Japão, 100 anos de Brasil

Há exatos 100 anos, no dia 18 de junho de 1908, chegava ao Porto de Santos o navio Kasato Maru, com 165 famílias (791 pessoas) de japoneses. A maior parte era formada por camponeses de regiões pobres do norte e sul do Japão, que vieram trabalhar nas fazendas de café do oeste do Estado de São Paulo (Marília e região).

O Japão é muita coisa. Do medieval ao ultramoderno, cabe tudo na península. Hoje, 18, está no Brasil príncipe Naruhito, filho mais velho do imperador Akihito e herdeiro do trono japonês. Naruhito chegou ao Brasil ontem e, sábado, 21, estará em São Paulo e, depois, em Santos, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Gosto de muita coisa da cultura japonesa, da comida à literatura. Tenho amigos japoneses de longa data. Conheço pessoas que vieram de lá e dekasseguis que voltaram e lá estão.

Posto as fotos a seguir como homenagem pela presença centenária dos japoneses no Brasil.















quinta-feira, 22 de maio de 2008

Fome

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) divulgou nesta quinta-feira, 22, que os alimentos, em todo o mundo, continuarão caros, e que não deverão retornar aos níveis baixos registrados antes da atual crise. Pela primeira vez na história, o custo total global de importação de alimentos deve passar de US$ 1 trilhão. Os países pobres que importam mais alimentos do que exportam serão os mais afetados, já que deverão ter de pagar quase US$ 170 bilhões neste ano para importar esses produtos, um aumento de 40% em relação ao ano passado.

Em todo o mundo, mais de 850 milhões de pessoas passam fome, diariamente. Até hoje, 22, às 18:00 horas, a população mundial era de 6,669.340.827 pessoas, ou seja, 12,7% da população global têm fome, todos os dias. Os preços dos alimentos básicos - arroz, trigo, milho, feijão, açúcar - aumentaram, desde o ano passado, em média, 40%.

Daí que há alguns dias vi no blog Tu Casa Mi Casa um trabalho do fotógrafo britânico Carl Warner, com uma série de fotografias nas quais usa alimentos para formar o cenário. As fotos são chamadas de Foodscapes, que é a união das palavras food (comida) e landscape (paisagem) e formam cavernas, bosques, praias e outras cenas cotidianas com frutas, legumes, queijos, massas e outros tipos de alimentos.

Seria muito bom se o mundo fosse constituído desse tipo de cenário, na vida real. As pessoas comeriam, enfim. Creio que, no princípio, se não era exatamente assim, no entanto, a natureza provia muito generosamente o homem de comida. Por inapetência e apetite por destruição, porém, o próprio homem perdeu o elo com essa natureza provedora. Agora, passa fome. Abaixo, algumas fotos de Warner, com os cenários idealizados com comida.

Nesta floresta, as árvores são feitas de brócolis, os frutos são ervilhas e o chão foi construído com cominho. A grama é feita de ervas, as nuvens são couve-flores e as montanhas são de pão.


Esta é uma cena rural italiana típica na qual o carro é feito da pasta de lasanha, os campos são de macarrão, as árvores são de pimentão e, ao fundo, as casinhas foram construídas com queijo.


Na caverna, as rochas são de pão e o fundo do mar é de couve-flor. As árvores são feitas da folha do repolho, as pedras são de batata-doce, o canyon também é de pão e o céu é de repolho roxo.


Aqui, o mar foi feito com pedaços de salmão. As batatas e o pão formam as pedras. O barquinho é de ervilha.


Nesta foto, grãos e cogumelos compõem o cenário desértico.




domingo, 2 de dezembro de 2007

Origem da espécie




O lugar define a pessoa? Acho que sim. Estas fotos são de onde eu vim. É, você pode dizer que há um componente bem animal. E há mesmo. Rural, mato, verde, bichos. Eu vim daqui. Das pedras, dessa grama, desses horizontes. E tenho voltado frequentemente. Algumas coisas não mudaram. E há um certo conforto nisso. Não gostamos de mudanças. Nos deixam inseguros. Mas, há que se seguir em frente. O lugar faz a pessoa? Ou você redefine o lugar de acordo com a sua própria evolução? Não sei. É tudo secular, na verdade. O lugar fica, nós é que passamos.


domingo, 4 de novembro de 2007

Sedentários, porém, nômades

Assisti um programa no Discovery Civilization muito esclarecedor sobre os homens. O programa retratava duas tribos mongóis, que vivem na Sibéria, exatamente como seus ancestrais o faziam há milhares de anos. Em ambas as tribos, o momento era de sucessão de liderança. Uma das tribos era a nenet (a outra não consegui descobrir). Os nenets são criadores de renas e a outra tribo cria camelos. A primeira vive no gelo; a segunda, no deserto. Ambas são nômades e dependem dessa condição nomádica para sobreviver. Montam e levantam acampamentos conforme a chuva ou a neve se precipitam ou não. Os nenets têm um rebanho de 4 mil renas. A outra tribo, um rebanho de 80 camelos. Quando comecei a assistir, o programa estava mais ou menos pela metade. Na tribo dos nenets, o pai tinha que decidir se o filho voltaria para a escola ou trilharia o secular caminho dos ancestrais. Para tanto, o filho deveria passar por uma prova. Na outra tribo, o avô tinha que escolher, com a ajuda dos espíritos da montanha, qual dos dois netos herdaria metade do rebanho de camelos para dar início a uma nova tribo. O menino dos nenets deveria ter entre 13 e 14 anos. Numa determinada noite, foi colocado para vigiar o rebanho de 4 mil renas contra o ataque dos lobos. Num frio de 50º. negativos, o menino cochilou e, de manhã, 3 renas estavam mortas e pelo menos uma centena havia se dispersado do rebanho. A prova estava colocada: o menino teria que ir atrás das renas e conduzi-las de volta ao rebanho. O problema é que, como nômades, os nenets levantariam acampamento e seguiriam para outra direção, com neve mais fraca. O menino foi atrás das renas, seguiu seus rastros (pelos excrementos) e, três dias depois, retornou à tribo, com as renas. O detalhe é que a tribo havia se mudado e, mesmo assim, o senso de direção, reconhecido na região, prevaleceu, o que fez com que o adolescente voltasse para casa e fosse considerado adulto pelos demais homens. Segundo o programa, no próximo ano o menino volta a estudar. Por enquanto, saboreia seu feito. Na outra tribo, a dos camelos, os dois netos tinham que encontrar pastagens novas para os animais. Dois dias depois, o neto mais novo voltou com uma boa notícia. O avô levantou acampamento e a caravana seguiu rumo às pastagens. No meio do caminho, encontraram-se com o neto mais velho, que não havia encontrado os pastos, mas, aparentemente, estava por ali, à espera dos demais. A tribo foi até os espíritos das montanhas e o veridicto saiu: o direito a 40 camelos era do neto mais velho que, conforme a tradição, seguiu, com a esposa, para formar nova tribo, assim como o fazem seus ancestrais desde tempo imemoriais. Nos dois casos, homens foram colocados à prova para decidir seus futuros. Dois conseguiram e um não. O neto mais novo espera pelo próximo desafio. E assim seguem ambas as tribos, nômades. Por que o sedentário do nome da postagem? Porque, eu, na cidade, me sinto um nômade. Não no sentido literal. Mas, no sentido metafísico, parece que eu e uma multidão caminhamos todos os dias em busca de pastagens, de renas perdidas e, ao fim do dia, depois de muito frio, fome e desconforto, obtemos sucesso ou não. E somos celebrados pelas nossas tribos pelo sucesso ou consolados porque não conseguimos. No nosso sedentarismo urbano, não percorremos trilhas inóspitas como as da Sibéria. Me parece que nossos caminhos podem ser tão arriscados quanto o são para as duas tribos. Que temos que levantar acampamentos conforme as pressões. Que, de alguma forma, o nosso sedentarismo é artificial e provisório. Ao final, somos todos nômades, mesmo que seja para andar em círculos (a terra é redonda, afinal!). Será que, ao fim da jornada, teremos 40 camelos ou pastagens novas?

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Quem somos e o que fazemos

O tempo não para! E as pessoas idem!


Poodwaddle.com

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Contagem de carneiros


Costumava contar carneiros na infância (e, deslize, até na adolescência!) para o sono chegar. Agora, conto os comprimidos de Prozac que restam no vidrinho para saber se posso dormir em paz.

Elementar, meu caro


Bom dia! Sou instável. E acordei mais instável do que nunca. A despeito de eu não gostar de listas, resolvi classificar as postagens de acordo com os quatro elementos. Não sei, acho que é uma coisa de querer rotular. Também não gosto de rótulos. Mas, no momento, sinto grande necessidade de fazer algumas classificações e ordenações. Dizem que quando isso ocorre é porque precisamos de reestruturações e arrumações internas. Ou ainda, que é o reflexo exato desses mesmos rearranjos. Seja qual for a causa, vou às classificações. Se você discordar porque uma postagem está n'água ou no ar, pode retrucar. Se pegar fogo ou ficar soterrado, me avise. Sou democrático. Lógico que nos limites da minha ditadura.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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