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sábado, 11 de setembro de 2010

Mister Brasil Diversidade 2010 - resultado

Com algum atraso, já que a eleição aconteceu na segunda-feira, dia 6 (semana curta, corrida), divulgo o vencedor da edição 2010 do Mister Brasil Diversidade. É Vitor Abdalla, representante de São Paulo. Vitor é natural de Bauru (região oeste do Estado, perto lá da minha própria cidade), tem 22 anos e trabalha como recepcionista em uma academia em São Paulo.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mister Brasil Diversidade 2010

A revista gay A Capa promove nesta segunda-feira, 6, a final nacional do concurso Mister Brasil Diversidade 2010, em São Paulo. O concurso tem como objetivo dar visibilidade à comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais (LGBT) brasileira através do evento que reunirá 17 gays masculinos (veja as fotos abaixo), um representante de cada estado brasileiro, ou com vagas biônica em São Paulo, cidade de maior expressão e aceitação gay.


Segundo a organização, o Mister Brasil Diversidade virá somar no calendário de atividades da cidade de São Paulo e terá a proposta de desmitificar estereótipos e contribuir para a visibilidade positiva dos LGBTs. Para atingir essa visibilidade positiva, os selecionados não serão escolhidos apenas por aspectos físicos, mas também por desenvoltura, conhecimentos culturais e políticos relacionados à temática LGBT.

Com a final, hoje, o concurso fecha os três dias de realização. Para participar, os candidatos tinham que obedecer os seguintes critérios: ser homens gays assumidos, com idades entre 18 a 40 anos e não podiam ter histórico junto a indústria de entretenimento adulto, ou seja, ter feito filmes ou fotos pornográficos.

Para a seleção final, os candidatos passaram por uma série de entrevistas e ensaios fotográficos durante os dias da etapa nacional e o vencedor receberá um prêmio no valor de R$ 5 mil e um editorial para a revista A Capa. O segundo classificado ganhará um fim de semana em Buenos Aires e o terceiro lugar terá direito a um cruzeiro nacional, ambos com acompanhante.

No site da organização, a mensagem afirma que é preciso contribuir para a construção positiva da imagem de homossexuais na mídia e o Mister Brasil Diversidade vem cumprir este papel. De forma lúdica, levará o debate acerca da orientação sexual e provocara o debate nos lares brasileiros. Diz o site, ainda, que é preciso imprimir uma imagem de gays sem estereótipos, bastante diferente do que a televisão brasileira aborda em seus programas de humor e teledramaturgia. Mostrar que há gays em todas as profissões e segmentos de mercado, e não apenas nas profissionais feminilizantes.

A final acontece nesta segunda-feira, no Teatro Santo Agostinho (localizado atrás da estação de metrô Vergueiro), a partir das 21 horas. O ingresso custa R$ 20 e pode ser adquirido pela internet ou pelo telefone (11) 4003-2330.

Rodrigo, Rio de Janeiro


Ricardo, Minas Gerais


Wellington, Alagoas


Ricardo, Paraná



Isaías, Espírito Santo



Jefferson, Paraíba


Vítor, São Paulo


Maurílio, Maranhão


Vinícius, Acre


Carlos, Mato Grosso do Sul


Murilo, Mato Grosso


Thulyio, Goiás



Anderson, Santa Catarina


Eduardo, Distrito Federal


Thiago, Pará


Marcelo, Rio Grande do Sul


Paulo, Bahia


terça-feira, 31 de agosto de 2010

A ecologia da mídia

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que é o órgão regulatório das telecomunicações brasileiras e, portanto, pelo qual passam, necessariamente, todos os equipamentos que são usados em território do Brasil, homologou, nas duas últimas semanas, duas coqueluches: o iPhone 4 e o iPad (apenas a versão 3G, mas não o tablet com conexão Wi-Fi). Tecnicamente, isso significa que ambos os dispositivos estão aptos a serem vendidos no mercado brasileiro.


Para que isso aconteça, falta apenas a Apple divulgar aquelas listas de países aos quais serão atribuídos, legalmente, o direito de vender tanto o iPhone 4 quanto o iPad 3G. As principais operadoras móveis - Vivo, Claro e TIM - já colocaram, nos seus respectivos sites, as listas para que consumidores ávidos e heavy users se cadastrem e recebam a primazia na oferta do iPhone 4 quando o smartphone for lançado no Brasil. Claro que já estou cadastrado desde o primeiro momento. Quanto ao iPad, existem apenas expectativas, por enquanto.




Tudo isso é a parte comercial, regulatória e técnica. Na vida real, iPhones 4 e iPads (Wi-Fi ou 3G) já rodam o País inteiro e existem até mesmo sorteios em eventos digitais (infelizmente, não fui ganhador de nenhum) que entregam os respectivos mimos aos participantes.


Na vida mais real ainda, há um outro cenário, no qual transito, que é o futuro das comunicações e, por etapa, da mídia e do relacionamento das pessoas com a informação. Dado que sou jornalista e trabalho especificamente com a informação, esse é o meu universo. Nesse momento, a mídia inteira, do Brasil e do mundo, está num ponto de inflexão: as plataformas (rádio, TV, jornal impresso, internet, tablets, smartphones) sucedem-se umas às outras e mixam-se sem que saibamos o que resultará de toda essa miscelânea tecnológica. Muitas são as teorias. Mas a que eu mais gosto é desta, apontada no artigo abaixo reproduzido, publicado hoje na Folha de S.Paulo (reproduzido do "The New York Times"). Do texto, destaco: "Na ecologia da mídia, a evolução sempre foi a regra primordial, e não a extinção. Novos predadores da mídia ascendem, mas as demais espécies se adaptam, ao invés de perecerem".




Pois assim é a vida. Nós e, por etapa, a mídia, apenas compomos a ecologia e, portanto, nos adaptamos conforme as circunstâncias, nada mais. Não tenho medo da evolução e tampouco de perder o rumo porque a cor da grama mudou. Transmuto-me eu mesmo, camaleão, e adiro à nova coloração do gramado. Que venham os novos predadores.


"A vida no terrário da mídia e comunicações ao que parece está se tornando cada vez mais perigosa. As previsões de extinção se acumulam.
Telefonemas, e-mails, blogs e o Facebook, segundo previsões recentes dos profetas digitais, estão a caminho acelerado do fim. Há duas semanas, a revista "Wired" disse que "a web morreu".
No entanto, na ecologia da mídia, a evolução sempre foi a regra primordial, e não a extinção. Novos predadores de mídia ascendem, mas as demais espécies se adaptam, em lugar de perecerem.
Essa é a mensagem tanto da história quanto de importantes teóricos da mídia, como Marshall McLuhan.
A TV, por exemplo, era vista como ameaça ao rádio e ao cinema, mas essas mídias evoluíram e sobreviveram.
Ainda assim, caso o padrão evolutivo se tenha mantido intacto, devem existir diferenças fundamentais na ecologia da mídia atual, afirmam especialistas.
Se eliminarmos a hipérbole que caracteriza as manchetes quanto à morte dessa ou daquela mídia, dizem os especialistas, o que resta são essencialmente comentários sobre o impacto da mudança e das inovações acumuladas sobre o ambiente de mídia e comunicação da era da web.
Um dos resultados foi a proliferação de formas digitais de mídia e padrões mutáveis de consumo de mídia.
Surgem, por exemplo, redes sociais -como Twitter, Facebook e Foursquare- que são híbridas de comunicação, distribuição de mídia e autoexpressão irrestrita.


ADAPTAÇÃO


O próximo passo é a adaptação. Os jovens das universidades não usam mais relógio (o celular ocupa a função) e raramente utilizam e-mail.
Eles preferem se comunicar por meio de redes sociais, mensagens instantâneas ou mensagens de texto.
A difusão mais ampla de aparelhos móveis de mídia, como smartphones e tablets, conduziu a aplicativos de software especializados que tornam a leitura de texto ou o uso de vídeo mais fácil em telas menores que nos PCs.
Por isso, as pessoas já não assistem a essa mídia formatada para aparelhos portáteis usando navegadores como Explorer ou Firefox, o que representa um dos pontos centrais no artigo da "Wired" sobre "a morte da web".
Mas livros, revistas e filmes vistos em um iPad, por exemplo, são baixados via internet. De fato, a manchete da "Wired" vinha acompanhada pelo complemento "longa vida à Internet".
A evolução da mídia causa baixas, é claro. Mas elas costumam surgir entre os meios de distribuição e armazenagem, especialmente os físicos, cujo conteúdo pode ser convertido a bits digitais.


GOSTO CULTURAL


A tecnologia de forma alguma é o único agente de mudança. Os gostos culturais têm forte influência e ocasionalmente causam viradas imprevisíveis. Os toca-discos e os discos de vinil pareciam extintos, mas terminaram ressuscitados pelos audiófilos, entre os quais DJs que criaram diferentes sons e ritmos. Hoje, as empresas tradicionais de mídia precisam enfrentar o desafio de adaptação oferecido pela internet. O desafio não está apenas na tecnologia, mas também na maneira pela qual ela alterou os hábitos pessoais de consumo de mídia.
A vida multitarefas, no sentido de capacidade individual para realizar mais de uma tarefa cognitivamente trabalhosa a um só tempo, talvez seja mito, dizem os especialistas. Mas o termo, ainda assim, descreve de maneira precisa o comportamento das pessoas que assistem à televisão enquanto navegam pela internet ou respondem a mensagens de texto."

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Uma escolha para a história (editorial coletivo do 'The Guardian' sobre a Conferência de Copenhague)

Reproduzo abaixo o editorial do jornal britânico "The Guardian" que, numa iniciativa inédita, publicou nesta segunda-feira, 7, um editorial coletivo em 56 jornais de 44 países sobre a Cop15 - Conferência de Copenhague, que acontece entre hoje, 7, e vai até o dia 18, em Copenhague, Dinamarca. No Brasil, são dois os jornais que replicaram o editorial: o "Zero Hora", de Porto Alegre (RS) e o "Diário Catarinense", de Florianópolis (SC), ambos do grupo RBS:



"Hoje, 56 jornais de 44 países dão o passo inédito de falar com uma só voz, por meio do mesmo editorial. Tomamos essa atitude porque a humanidade enfrenta uma séria emergência.

Se não nos unirmos para tomar uma ação decisiva, as mudanças climáticas devastarão nosso planeta, acabando também com nossa prosperidade e nossa segurança. Os perigos têm se tornado evidentes há uma geração. Agora, os fatos começaram a falar por si: 11 dos últimos 14 anos foram os mais quentes já registrados, o gelo do Ártico está derretendo e a alta nos preços do petróleo e dos alimentos no ano passado é um exemplo do caos que pode estar por vir. Nas publicações científicas, a questão não é mais se os seres humanos devem levar a culpa pelo que está acontecendo, mas quão curto é o tempo que temos para reduzir os danos. Até aqui, a resposta mundial tem sido fraca e sem entusiasmo.

As mudanças climáticas foram causadas ao longo de séculos e têm consequências que durarão para sempre. As nossas chances de frear o problema serão determinadas nos próximos 14 dias. Apelamos aos representantes dos 192 países reunidos em Copenhague a não hesitar, não entrar em disputas, não culpar uns aos outros, mas aproveitar a oportunidade advinda deste que é o maior fracasso político moderno. Esta não deve ser uma luta entre ricos e pobres ou entre Ocidente e Oriente. As mudanças climáticas afetam a todos e devem ser resolvidas por todos.

A ciência envolvida é complexa, mas os fatos são claros. O mundo precisa agir para limitar a 2ºC o aumento da temperatura global, um objetivo que exigirá que as emissões mundiais de gases-estufa alcancem um teto e comecem a cair nos próximos cinco a 10 anos. Um aquecimento maior, de 3ºC a 4ºC – o menor aumento que podemos esperar se continuarmos sem fazer nada –, poderá levar seca aos continentes, transformando áreas agrícolas em desertos. Metade das espécies poderá ser extinta, milhões de pessoas poderão ser desalojadas, nações inteiras inundadas pelo mar.

Poucos acreditam que Copenhague ainda possa produzir um tratado definitivo; progresso real nessa direção só pôde surgir com a chegada do presidente Barack Obama à Casa Branca e com a reversão de anos de obstrucionismo americano. Mesmo agora, o mundo se encontra dependente da política interna americana, pois o presidente não pode se comprometer completamente com as ações até que o Congresso americano o faça.

Mas os políticos em Copenhague podem e devem definir os pontos essenciais de um acordo justo e efetivo e, especialmente, estabelecer um cronograma para transformá-lo em um tratado. O encontro sobre o clima das Nações Unidas em junho próximo, em Bonn (Alemanha), deveria ser o prazo final. Como um negociador colocou: “Nós podemos ir para a prorrogação, mas não podemos bancar uma nova partida”.

No coração do acordo, deve estar um acerto entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, determinando como o fardo do combate às mudanças climáticas será dividido – e como partilharemos um novo e precioso recurso: os trilhões de toneladas de carbono que poderemos emitir antes que o mercúrio do termômetro atinja níveis perigosos.

As nações ricas gostam de citar a verdade matemática de que não pode haver solução até que gigantes em desenvolvimento como a China tomem atitudes mais radicais do que as adotadas até agora. Mas o mundo desenvolvido é responsável pela maior parte do carbono acumulado na atmosfera – três quartos de todo o dióxido de carbono (CO2) emitido desde 1850. Por isso, precisa tomar a liderança: todos os países desenvolvidos devem se comprometer a fazer cortes profundos, reduzindo suas emissões dentro de uma década a níveis muito mais baixos do que os de 1990.

Os países em desenvolvimento podem argumentar que não causaram a maior parte do problema e também que as regiões mais pobres do mundo serão atingidas com mais força. Mas passarão a contribuir cada vez mais para o aquecimento global, e, deste modo, devem se comprometer a agir de forma significativa e quantificável por conta própria. Apesar de ficar aquém do que muitos esperavam, o recente comprometimento dos maiores poluidores do mundo, Estados Unidos e China, com metas para redução de emissões foi um importante passo na direção certa.

A justiça social exige que o mundo industrializado coloque a mão no fundo do bolso e reserve dinheiro para ajudar os países mais pobres a se adaptar às mudanças climáticas, assim como a investir em tecnologias limpas que permitam seu crescimento sem aumentar as emissões. Um futuro tratado também deve ser muito bem esboçado – com rigoroso monitoramento multilateral, compensações justas para a proteção de florestas e avaliações confiáveis de “emissões exportadas”,

para que o custo possa, com o tempo, ser dividido de forma mais equilibrada entre os que elaboram produtos poluentes e aqueles que os consomem. E a justiça requer que o peso com o qual cada país desenvolvido deve arcar individualmente leve em conta sua capacidade de suportá-lo; novos membros da União Europeia, por exemplo, normalmente muito mais pobres do que os antigos, não devem sofrer mais do que seus parceiros ricos.

A transformação custará caro, mas muito menos do que a conta paga para salvar o sistema financeiro mundial – e imensamente menos do que as consequências de não se fazer nada.

Muitos de nós, particularmente no mundo desenvolvido, terão de mudar seus estilos de vida. A era de voos que custam menos do que a corrida de táxi até o aeroporto está chegando ao fim. Teremos que comprar, comer e viajar de forma mais inteligente. Teremos de pagar mais pela nossa energia e usá-la menos.

Mas a mudança para uma sociedade de baixo carbono traz a perspectiva de mais oportunidades do que sacrifícios. Alguns países já descobriram que adotar a transformação pode trazer crescimento, empregos e uma melhor qualidade de vida. O fluxo de capital conta a sua própria história: no ano passado, pela primeira vez, o investimento em fontes renováveis de energia foi maior do que na produção de eletricidade a partir de combustíveis fósseis.

Abandonar nossa dependência do carbono dentro de poucas décadas requererá uma façanha de engenharia e inovação sem precedentes na história. Porém, enquanto a ida do homem à Lua e a fissão do átomo nasceram do conflito e da competição, a corrida do carbono que vem por aí deve ser liderada por um esforço conjunto para atingir a salvação coletiva.

A vitória sobre as mudanças climáticas exigirá o triunfo do otimismo sobre o pessimismo, da visão sobre a miopia, o êxito do que Abraham Lincoln chamou de “os melhores anjos da nossa natureza”.

É nesse espírito que 56 jornais de todo o mundo se uniram por meio deste editorial. Se nós, com tantas diferenças de perspectiva nacional e política, podemos concordar sobre o que deve ser feito, então certamente nossos líderes também poderão.

Os políticos em Copenhague têm o poder de moldar o julgamento da História sobre esta geração: uma geração que viu um desafio e o encarou, ou uma geração tão estúpida, que viu o desastre chegando mas não fez nada para evitá-lo. Imploramos que façam a escolha certa.
"

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pour une seconde vie moins ordinaire

Das mais criativas e engraçadas, abaixo, a peça publicitária (foto e vídeo) para TV da MaxHaus. Não era isso que eu ia postar aqui agora mas merece. Ah! E isso aqui (o post) não é merchandising e nem product placement (Google no conceito). É espontâneo mesmo. Tipo mídia espontânea, viral ou coisa que o valha.





Em tempo: o filme (e as demais peças) é da agência Talent. Parabéns!




segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O saber que permanece apenas na ponta do iceberg

"É apenas a ponta do iceberg", dizemos, quando queremos indicar que, se formos a fundo, existe muito mais do que aquilo que é aparente. Do iceberg, apenas 10% da massa total (ou volume) emergem. É a chamada 'ponta do iceberg'. Os 90% restantes dos blocos de gelo permanecem submersos. Em outra proporção, significa dizer que 1/7 do iceberg aflora e os demais 6/7 ficam ocultos sob a água.



Popularmente, usa-se a expressão 'ponta do iceberg' para fazer referência a algo que aparentemente é simples mas que, de fato, se for investigado ou confrontado com profundidade, a complexidade do assunto, obstáculo ou problema tende a ser muito mais árdua do que, a princípio, pensaríamos que fosse.





(Apenas 10% de um iceberg permanecem expostos na superfície; os 90% restantes estão imersos em mares profundos, penetráveis apenas por aqueles que têm persistência)


Faço uso desse mote para me referir a um artigo do escritor italiano Umberto Eco (crítico literário, professor de semiótica e autor de livros com "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault"), publicado no jornal "The New York Times".


O artigo de Eco aponta para a superficialidade do conhecimento que vaga, feito um iceberg, nas caudalosas águas da internet. O escritor aponta para uma dessas pontas de iceberg bastante visível: a enciclopédia online Wikipedia ( e observe que a versão disponível para o Brasil é a mesma de Portugal; não existe uma versão da Wikipedia brasileira) me fio na informação única e exclusiva da Wikipedia. Até mesmo porque não faz três ou quatro anos, as minhas fontes de consulta eram outras. Em adição à Wikipedia citada por Eco, acrescento o buscador mais famoso da internet, o Google.





(O globo enciclopédico cujo objetivo é aglutinar o saber humano num só local)


Recorremos ao Google para saber tudo: informações, endereço de determinado restaurante, site da companhia aérea, clima no norte ou no sul, cotação da moeda, preço do iPhone, condições das rodovias, situação no Irã. Não há assunto ou tema que não esteja contido no Google. Mas até que ponto essa dependência pode nos levar a um empobrecimento? Quais são as ferramentas que nos permitem entender a ponta do iceberg e mergulhar até profundas águas para lhe conhecer a base?


Se Eco reprime o uso da Wikipedia, o mesmo valor que o escritor atribui à enciclopédia eu atribuo ao buscador. Claro que ambos facilitam o acesso à informação. Mas trata-se de ter, principalmente, massa crítica (e sonares e radares eficientes) para pescar da rede/web/teia sob a superfície. Ou então estaremos em um processo irrevogável de formação de conhecimento de ponta. De ponta do iceberg, e não de ponta em termos de avanço tecnológico ou científico.





(Esse é o volume em papel que teria a Wikipedia se impressa fosse)


Reproduzo a seguir o artigo de Eco que serve como parâmetro para questionar o quão importante ferramentas como Wikipedia e Google podem ser. Na minha opinião, isso depende de cada um de nós. O meu saber particular eu o absorvo de inúmeras fontes - jornais impressos, revistas, livros, sites noticiosos etc. Para o meu trabalho, o Google é uma excelente ferramenta de localização de dados, fontes e links que me fornecem elementos para eu escrever artigos. E, eventualmente, uso dados da Wikipedia até mesmo para escrever posts neste blog. Mas, lhe asseguro, não me submeto inteiramente a essas ferramentas jamais.


Pode me chamar de antigo, mas prefiro recorrer ao velho dicionário impresso e, sim, aos volumes clássicos da minha própria enciclopédia Larrouse. O papel me dá uma segurança que nunca a tive no cristal líquido da tela do meu computador. E os dados, como se sabe, podem omitir, mentir ou deixar de existir de repente. Ao menos o papel tem uma vida útil equivalente à minha própria e por ora isso me basta. Ao artigo:





(O escritor Umberto Eco, cujos dados na Wikipedia sempre estão incorretos, ainda que ele mesmo os atualize)


"Hoje em dia, as pessoas que precisam checar um nome ou uma data tendem a recorrer à Wikipedia. Para a minoria que ainda não sabe do que se trata, a Wikipedia é uma enciclopédia online constantemente escrita e reescrita por seus usuários. Em outras palavras, se você buscar um verbete como "Napoleão" e perceber que há alguma informação incompleta ou incorreta, você pode se registrar no site, editar o texto e salvar a versão correta na base de dados.


Naturalmente, isso permite que algumas pessoas irresponsáveis e mal intencionadas disseminem informações falsas, mas os milhões de usuários também podem atuar e checar uns aos outros. Se alguém alterou o texto sobre Napoleão Bonaparte, e mudou o lugar de sua morte para Santo Domingo em vez de Santa Helena, outros iriam imediatamente corrigi-lo (e eu acredito que depois que várias pessoas entraram com processos de calúnia contra a Wikipedia, um tipo de conselho editorial foi estabelecido para exercer controle sobre as mudanças que são difamatórias). Nesse sentido, a Wikipedia confirma as teorias do filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce, de uma comunidade (científica) que através de um tipo de homeostase elimina os erros e legitima novas descobertas, e continua, assim, a carregar o que ele chamou de tocha da verdade.


Mas, embora esse controle coletivo mantenha a acuidade do texto sobre Napoleão, será que fará o mesmo para um João da Silva? Para dar um exemplo, vamos observar o texto sobre uma pessoa que é um pouco mais conhecida do que João da Silva, porém menos famosa do que Napoleão - em outras palavras, eu mesmo. Há algum tempo eu corrigi o texto sobre "Umberto Eco" porque ele continha informações falsas. Entre outras invenções, estava escrito que eu sou o mais velho de treze filhos. Isso é verdade no caso do meu pai, não no meu. Todas as vezes que a curiosidade me levou a checar o texto sobre mim, encontrei mais nonsense, então desisti.


Recentemente, alguns amigos informaram-me que o texto da Wikipedia dizia que eu havia me casado com a filha do meu ex-chefe, o editor italiano Valentino Bompiani. Isso não é nem um pouco difamatório, mas no caso de suas filhas - minhas queridas amigas Ginevra e Emanuela - pensarem assim, eu eliminei a informação. Nesse caso não é possível argumentar que isso foi um erro compreensível - como a história dos trezes filhos - ou que simplesmente perpetuou um rumor corrente: ninguém nunca nem mesmo pensou que eu poderia me casar com qualquer uma delas. O editor anônimo da Wikipedia havia modificado o texto para disseminar sua fantasia particular, sem checar a informação com nenhuma fonte.


Então, o quão confiável é a informação encontrada na Wikipedia? Quando eu a uso, emprego as ténicas utlizadas pelos acadêmicos profissionais: leio sobre um determinado tópico na Wikipedia e depois comparo com a informação com material encontrado em três ou quatro outros sites. Se o fato for confirmado por três fontes diferentes, então há uma boa possibilidade de que seja verdade - mas fique atento para os sites que são parasitas da Wikipedia, porque eles simplesmente repetem os erros.


Outro método é ler sobre o mesmo tópico na Wikipedia, mas em outra língua - se o seu Urdu estiver meio enferrujado, você pode experimentar as versões italiana ou francesa. Se elas forem diferentes, você poderá encontrar a contradição. Isso, por sua vez, fará com que você se levante da escrivaninha e consulte uma enciclopédia impressa, apesar de sua fé convicta no virtual.


Esses são métodos de um acadêmico que aprendeu como descobrir os fatos ao comparar as fontes. E os outros? Os crentes? As crianças que usam a Wikipedia para suas tarefas escolares? Tenham em mente que o que eu escrevi aqui sobre a Wikipedia é verdadeiro para qualquer outro site. Tanto assim que já faz um certo tempo que defendo o estabelecimento de um centro de monitoramento da internet no qual um comitê de especialistas conceituados revisaria e avaliaria os sites por sua confiabilidade e precisão.


Mas vamos considerar outro exemplo, um que não envolva um nome histórico como Napoleão (com dois milhões de entradas no Google), mas o de um jovem escritor que trabalhou na obscuridade até um ano atrás, quando ganhou o Prêmio Strega, de grande prestígio literário na Itália. Falo de Paolo Giordano, autor de "The Solitude of Prime Numbers" ("A Solidão dos Números Primos"). Uma busca por seu nome no Google resulta em 242 mil entradas. Como podemos monitorar todos esses sites?


Pensei em monitorar apenas sites dedicados um único autor sobre quem estudantes possam buscar informações com frequência. Mas se alguém fizer uma busca pelo nome de Peirce (o filósofo que mencionei no início), a busca resulta em quase um milhão de entradas.


Então, temos um sério problema que, por enquanto, não tem solução."

sábado, 5 de setembro de 2009

Retrato de uma artista que retrata artistas

Annie Leibovitz. O nome pode lhe parecer estranho. Mas as imagens, certamente, nessa era midiática que valoriza as imagens, devem ser, para você, pelo menos algumas, familiares. Não é uma contradição: Annie simplesmente fotografou algumas das celebridades mais famosas do mundo para edições das revistas norte-americanas Vanity Fair, Rolling Stone e Vogue e para outras tantas publicações, exposições e ensaios.

A fotógrafa, por vezes, é mais conhecida do que as pessoas que fotografa. Annie tem 59 anos e é buscada pelos famosos. O estilo de Annie é próximo do hiperrealismo, com fotos que, por vezes, se parecem com sonhos. Mas uma das fotógrafas mais badaladas entre e pelas celebridades está à beira da falência. No ano passado, Annie hipotecou algumas obras em troca de empréstimo bancário. Agora, deve US$ 24 milhões e, caso não pague as dívidas, perderá, até o final do ano, algumas fotos mais famosas que assina.

Os arquivos fotográficos de Annie foram avaliados - pelo jornal The New York Times - em US$ 50 milhões. Mas a fotógrafa hipotecou a casa em Nova York e uma outra residência em Rhinebeck, ao norte do estado de Nova York. Annie Leibovitz tem a fama de não conseguir organizar suas próprias finanças, a despeito das mais famosas fotos que produz para os famosos - de Demi Moore grávida à Rainha Elizabeth, de John Lennon a Michelle e Barack Obama.

A decadência financeira de Annie pode ter começado com o seu alto grau de perfeccionismo - montagem de cenários delirantes para produzir fotos - até o crescente gosto pelo luxo - inclusive a compra de um apartamento às margens do Sena em Paris para passar temporadas com Susan Sontag, escritora falecida em 2004 que era casada com Annie.

Anna "diabo veste Prada" Wintour, editora da Vogue, em documentário sobre Annie Leibovitz, opina: "O orçamento não é algo que entre na consciência dela, mas vale a pena porque, no fim, ela te dá uma imagem como ninguém mais pode conseguir". Na última quinta-feira, 3, Annie obteve uma pequena trégua contra os credores quando o juiz decidiu adiar o julgamento do seu caso. Annie terá um mês para responder a ação.

Mulher autora, criadora e plástica por natureza, Annie certamente sairá desse pesadelo renovada para nos encantar com as fotos (veja uma série de 42 trabalhos abaixo) que inscrevem o seu nome desde já na história da fotografia.

(Demi Moore em foto de capa para a Vanity Fair fartamente copiada mundo afora)

(John Lennon e Yoko Ono, em foto feita momentos antes do assassinato do Beatle)

(Foto promocional do seriado "The Sopranos", da HBO)

(Mais uma foto para a série "The Sopranos", da HBO)

(A majestade solitária da Rainha Elizabeth)

(A Rainha Elizabeth em cerimoniosa pose)

(Gisele Bündchen como 'Wendy' e Mikhail Baryshnikov como 'Peter Pan' para campanha dos parques da Disney)

(O ciclista norte-americano Lance Armstrong, que venceu o Tour de France sete vezes consecutivas, em momento 'eu queria ser o banquinho da bicicleta... ')

(O idade de Stone Keith Richards e sua inseparável guitarra)

(Cate Blanchett posa de marionete 'Pierrot')

(A atual primeira-dama da França, Carla Bruni, como se a fraternidade fosse vermelha)

(Como uma gênia da lâmpada muito louca, Whoopi Goldberg faz estripulias)

(Do princípio ao fim e da esquerda para a direita, elas, as belas - Julianne Moore, Jennifer Connely, Gwyneth Paltrow, Naomi Watts, Salma Hayek, Jennifer Aniston, Kirsten Dunst, Diane Lane, Lucy Liu, Hilary Swank, Alison Lohman, Scarlett Johansson e Maggie Gyllenhaal)

(Zac Efron e Vanessa Hudgens posam de 'Príncipe Philip' e 'Aurora' para campanha da Disney)

(Ron Howard, diretor de 'Anjos e Demônios', estrelado por Tom Hanks)

(Como uma Cleópatra muito louca, Whoopi Goldberg se esfalfa na banheira de leite de cabra)

(Do princípio ao fim e da esquerda para a direita, eles, os belos - Tom Hanks, Tom Cruise, Harrison Ford, Jack Nicholson, Bradd Pitt, Edward Norton, Jude Law, Samuel L. Jackson, Don Cheadle, Hugh Grant, Dennis Quaid, Ewan McGregor e Matt Damon)

(Tom Cruise se arma para enfrentar, anos depois, a guerra dos mundos)

(Os não-irmãos, e sim divorciados Jack White e Meg White, da banda 'The White Stripes', brincam de faca ao alvo)

(Gus van Sant, diretor de 'Milk', estrelado por Sean Penn)

(Em primeiro plano, a lost in translation Scarlett Johansson, Keira Knightley e Tom Ford, em campanha para a 'Fundação Ford')

(Uma perdida Cinderela voa para a carruagem no corpo de Scarlett Johansson)

(O maridão e diretor Sam 'Beleza Americana' Mendes abraça a esposa e atriz Kate 'Titanic' Winslet)

(A branquíssima Rachel Weisz troca o fiel jardineiro e é Branca de Neve por um dia em outro jardim em campanha para a Disney)

(Penélope Cruz, estrela de 'Vicky Cristina Barcelona', dirigido por Woody Allen)

(Alta como uma coluna, Nicole Kidman faz as vezes de um candelabro em palácio dourado)

(Mikhail Baryshnikov e Rob Besserer em registro homoerótico como se assim caminhasse a humanidade)

(Darren Aronfsky, diretor de 'O Lutador', estrelado por Mickey Rourke)

(A primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, prova que a liberdade pode ser azul)

(A etérea Meryl Streep, estrela de 'Dúvida', dirigido por John Patrick Shanley)

(Leonardo di Caprio, gelado como um icerberg, dá pinta em habitat propício)

(Kisrten Dunst arrasta o sári de 58 metros em Versailles antes da guilhotina decapitar 'Marie Antoinette')

(Marc Jacobs agarras as pernas de Kate Moss mas ambos sabemos que ele queria era o Justin Timberlake mesmo)

(Kate Moss não se contenta apenas com o Justin e vai para a cama com o Johnny Depp sem pestanejar; só ela que é bobinha!)

(Jim Carrey faz o possuído - mais - em pose de 'mais louco é quem me diz')

(O cantor Iggy Pop mostra que drogas, sexo e rock'n'roll são mesmo explosivos)

(Chirstopher Nolan dirige 'Batman, o Cavaleiro das Trevas', estrelado pelo agora etéreo Heath Ledger)

(Daniel Radcliffe posa de 'lady Godiva' em referência a 'Equus', ladeado por Richard Griffiths)

(O eterno western cowboy Clint Eastwood desce do cavalo e monta outros cavalos)

(Barack Obama lança um 'olhar por nós' para as lentes da verdade)

(Angelina Jolie curte momento mãe-ternura com o filho Maddox)

(Susan Sontag, escritora e companheira de Annie, morta em 2004)

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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