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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Blog Action Day 2010

Neste momento, quase 1 bilhão de pessoas, das quase 7 bilhões que habitam este planeta, não têm acesso a água potável para beber e tampouco para se limpar. Esse é um direito de cada um de nós.




Água não-potável e a ausência de condições sanitárias básicas causam 80% das doenças e matam mais gente por ano que todas as formas de violência, inclusive as guerras. As crianças, especialmente, são as mais vulneráveis porque seus corpos não são fortes o suficiente para lutar contra a diarreia, desinteria e outras doenças. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 10% das doenças que acometem as pessoas podem ser evitadas pelo simples suprimento de água e condições sanitárias.


A água é um elemento global e merece um debate igualmente global.


Esta é a mensagem deste ano do Blog Action Day. Que é uma iniciativa da blogosfera mundial que acontece anualmente, todo 15 de outubro, e, até o momento da edição deste post, contava com a participação de 4.280 blogs, 131 países e 33.182.617 leitores. Participe e compartilhe. Basta acessar o Blog Action Day 2010 e se inscrever. Abaixo, o widget para doações para a ONU. Mais abaixo, o vídeo de divulgação do Blog Action Day 2010.



Petitions by Change.org|Start a Petition »



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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Blog de ouro

Recebi do(s) caro(s) Eros, Apolo e Hermes, da trindade que compõe (e decompõe) o blog Três Egos, o selo "Prêmio Blog de Ouro - Eu Admiro Este Blog". Primeiro, Eros, sim, eu adoro receber selos, prêmios, indicações e outras coisinhas mais. Ganhar, assim, espontaneamente, qualquer referência que seja, significa que alguém se lembrou de você e isso, por si só, é legal.




Peço desculpas novamente se deixei passar qualquer outro selo, mas, como eu disse, não foi intencional.


A regra desse selo é simples e, como disse o próprio Eros, embora não seja capciosa, é restritiva: devo indicar outros dez blogs que admiro. Como ele, eu também gosto de muito mais do que uma dezena de blogs. Mas, os selos, em geral, estão atrelados a regras e, portanto, me atenho a elas. Indico os seguintes blogs para receber esse selo (e um selinho, uma bitoca, um beijinho nos lábios):


1. Ovelha Tresmalhada


2. A Monga e a Executiva


3. Hammering in My Shell


4. Luso Boy


5. Cova do Urso


6. Why Not Now?


7. Abraço-te


8. Um Lindo Menino


9. Traços de um Homem


10. Em Parafuso Horizontal

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O fim do começo

Adorei! Amo esse tipo de paródia e, particularmente, de Las Bibas From Vizcaya. Vi lá no blog do Celso Dossi e não resisti a reproduzir a versão de traz para a frente do filme "Do Começo ao Fim" (ao qual eu, ao contrário do Celso e de outros blogueiros, não fui convidado para a cabine de blogueiros e jornalistas; ai que raiva!). Repare até a indicação das salas de cinema: 'no cine do Gay Caneca'. Perfeito!






terça-feira, 27 de outubro de 2009

Deslizamento de blogs, mais conhecido como blogroll

Antes, eram 13. Saíram 3. Ficaram, agora, 167. Que conta é essa? É o que pode se chamar de deslizamento de blogs. Rolagem é o mais correto. Mas deslizamento assenta melhor essa terra toda. É a nova blogroll deste blog. Blogroll é a mesma coisa que lista de blogs. Pode ser rol de blogs. Roll é rolar, deslizar. Portanto, basta deslizar o cursor e encontrar na coluna direita deste blog a seção "Blogs | Blogroll" e é só se deixar levar.


Os números que listei no início do post se referem aos blogs que agora estão lá na seção. Eram 13 desde que reformulei este blog. Excluí três - dois porque comunicaram oficialmente que estão paralisados por tempo indeterminado e um terceiro porque não era atualizado há mais de 5 meses. Na blogosfera, um mês é muito tempo. Cinco meses, então, soam quase como uma eternidade. Portanto, foram adicionados 157 novos blogs na minha 'listinha' de blogs.





Blogs são dinâmicos. Ou são constantemente atualizados ou perdem, imediatamente, a fidelidade do(a) leitor(a). Os(as) blogueiros(as) podem tirar férias. Mas têm que dizer isso ao(à) leitor(a). Somos, os blogueiros, como padaria que fornece pãozinho fresco de tempos em tempos. Se falharmos, o(a) freguês(sa) vai cantar em outra freguesia. Pode ter certeza!


Desses 157 novos blogs adicionados, os há de todos os feitos, confeitos e fornos: diferem em conteúdo, em sabor, cor, credo, gênero, número, grau. Uns são expressos: apitam a cada momento com novidades. Outros, fornos movidos a outras lenhas, assam seus pães em tempos particulares.


O que mais me agrada na blogosfera é a diversidade. Diversidade vem da palavra 'diverso' e significa diferente, distinto, que diverge. E é isso que você encontrará na imensa lista dos 167 blogs: diferentes opiniões, distintas origens, divergentes e convergentes temas. Feminino, masculino, gay. Em prosa e verso.


O mais bonito do universo dos blogs é a vastidão. Nunca dá para dizer que uma lista comporta o suficiente. Cada lista, a minha ou a sua, é um extrato desse universo. Para elaborar a minha, não tenho critério nenhum: vejo o blog e sei se gosto ou não. O único critério é que continue ativo. A taxa de mortalidade de blogs é alta. E também a taxa de natalidade. Todo dia tem novidade.





O anagrama da palavra 'diverso', note que engraçado, é 'servido'. Um blog é servido, pois, aos seus leitores e leitoras. É diverso, controverso, disperso, perverso, imerso, transverso, inverso, reverso e universo. Universal, assim como caminha para ser a minha blogroll, o meu deslizamento de blogs: há blogs portugueses (do Brasil e de Portugal), os há de língua espanhola e de inglês. E mais os haverá porque a língua é barreira pequena e a internet é uma Babel a ser escalada.


Convido você, leitor(a) do Por uma Second Life Menos Ordinária, a dar um passeio, a deslizar por entre e dentre esses blogs. Fica logo ali, aqui do lado (pode ser abaixo, ao lado, depende em que momento você ler este post). Divirta-se. As atualizações - inclusões e exclusões - serão feitas conforme meus passeios ou rolamentos pela blogosfera.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O saber que permanece apenas na ponta do iceberg

"É apenas a ponta do iceberg", dizemos, quando queremos indicar que, se formos a fundo, existe muito mais do que aquilo que é aparente. Do iceberg, apenas 10% da massa total (ou volume) emergem. É a chamada 'ponta do iceberg'. Os 90% restantes dos blocos de gelo permanecem submersos. Em outra proporção, significa dizer que 1/7 do iceberg aflora e os demais 6/7 ficam ocultos sob a água.



Popularmente, usa-se a expressão 'ponta do iceberg' para fazer referência a algo que aparentemente é simples mas que, de fato, se for investigado ou confrontado com profundidade, a complexidade do assunto, obstáculo ou problema tende a ser muito mais árdua do que, a princípio, pensaríamos que fosse.





(Apenas 10% de um iceberg permanecem expostos na superfície; os 90% restantes estão imersos em mares profundos, penetráveis apenas por aqueles que têm persistência)


Faço uso desse mote para me referir a um artigo do escritor italiano Umberto Eco (crítico literário, professor de semiótica e autor de livros com "O Nome da Rosa" e "O Pêndulo de Foucault"), publicado no jornal "The New York Times".


O artigo de Eco aponta para a superficialidade do conhecimento que vaga, feito um iceberg, nas caudalosas águas da internet. O escritor aponta para uma dessas pontas de iceberg bastante visível: a enciclopédia online Wikipedia ( e observe que a versão disponível para o Brasil é a mesma de Portugal; não existe uma versão da Wikipedia brasileira) me fio na informação única e exclusiva da Wikipedia. Até mesmo porque não faz três ou quatro anos, as minhas fontes de consulta eram outras. Em adição à Wikipedia citada por Eco, acrescento o buscador mais famoso da internet, o Google.





(O globo enciclopédico cujo objetivo é aglutinar o saber humano num só local)


Recorremos ao Google para saber tudo: informações, endereço de determinado restaurante, site da companhia aérea, clima no norte ou no sul, cotação da moeda, preço do iPhone, condições das rodovias, situação no Irã. Não há assunto ou tema que não esteja contido no Google. Mas até que ponto essa dependência pode nos levar a um empobrecimento? Quais são as ferramentas que nos permitem entender a ponta do iceberg e mergulhar até profundas águas para lhe conhecer a base?


Se Eco reprime o uso da Wikipedia, o mesmo valor que o escritor atribui à enciclopédia eu atribuo ao buscador. Claro que ambos facilitam o acesso à informação. Mas trata-se de ter, principalmente, massa crítica (e sonares e radares eficientes) para pescar da rede/web/teia sob a superfície. Ou então estaremos em um processo irrevogável de formação de conhecimento de ponta. De ponta do iceberg, e não de ponta em termos de avanço tecnológico ou científico.





(Esse é o volume em papel que teria a Wikipedia se impressa fosse)


Reproduzo a seguir o artigo de Eco que serve como parâmetro para questionar o quão importante ferramentas como Wikipedia e Google podem ser. Na minha opinião, isso depende de cada um de nós. O meu saber particular eu o absorvo de inúmeras fontes - jornais impressos, revistas, livros, sites noticiosos etc. Para o meu trabalho, o Google é uma excelente ferramenta de localização de dados, fontes e links que me fornecem elementos para eu escrever artigos. E, eventualmente, uso dados da Wikipedia até mesmo para escrever posts neste blog. Mas, lhe asseguro, não me submeto inteiramente a essas ferramentas jamais.


Pode me chamar de antigo, mas prefiro recorrer ao velho dicionário impresso e, sim, aos volumes clássicos da minha própria enciclopédia Larrouse. O papel me dá uma segurança que nunca a tive no cristal líquido da tela do meu computador. E os dados, como se sabe, podem omitir, mentir ou deixar de existir de repente. Ao menos o papel tem uma vida útil equivalente à minha própria e por ora isso me basta. Ao artigo:





(O escritor Umberto Eco, cujos dados na Wikipedia sempre estão incorretos, ainda que ele mesmo os atualize)


"Hoje em dia, as pessoas que precisam checar um nome ou uma data tendem a recorrer à Wikipedia. Para a minoria que ainda não sabe do que se trata, a Wikipedia é uma enciclopédia online constantemente escrita e reescrita por seus usuários. Em outras palavras, se você buscar um verbete como "Napoleão" e perceber que há alguma informação incompleta ou incorreta, você pode se registrar no site, editar o texto e salvar a versão correta na base de dados.


Naturalmente, isso permite que algumas pessoas irresponsáveis e mal intencionadas disseminem informações falsas, mas os milhões de usuários também podem atuar e checar uns aos outros. Se alguém alterou o texto sobre Napoleão Bonaparte, e mudou o lugar de sua morte para Santo Domingo em vez de Santa Helena, outros iriam imediatamente corrigi-lo (e eu acredito que depois que várias pessoas entraram com processos de calúnia contra a Wikipedia, um tipo de conselho editorial foi estabelecido para exercer controle sobre as mudanças que são difamatórias). Nesse sentido, a Wikipedia confirma as teorias do filósofo norte-americano Charles Sanders Peirce, de uma comunidade (científica) que através de um tipo de homeostase elimina os erros e legitima novas descobertas, e continua, assim, a carregar o que ele chamou de tocha da verdade.


Mas, embora esse controle coletivo mantenha a acuidade do texto sobre Napoleão, será que fará o mesmo para um João da Silva? Para dar um exemplo, vamos observar o texto sobre uma pessoa que é um pouco mais conhecida do que João da Silva, porém menos famosa do que Napoleão - em outras palavras, eu mesmo. Há algum tempo eu corrigi o texto sobre "Umberto Eco" porque ele continha informações falsas. Entre outras invenções, estava escrito que eu sou o mais velho de treze filhos. Isso é verdade no caso do meu pai, não no meu. Todas as vezes que a curiosidade me levou a checar o texto sobre mim, encontrei mais nonsense, então desisti.


Recentemente, alguns amigos informaram-me que o texto da Wikipedia dizia que eu havia me casado com a filha do meu ex-chefe, o editor italiano Valentino Bompiani. Isso não é nem um pouco difamatório, mas no caso de suas filhas - minhas queridas amigas Ginevra e Emanuela - pensarem assim, eu eliminei a informação. Nesse caso não é possível argumentar que isso foi um erro compreensível - como a história dos trezes filhos - ou que simplesmente perpetuou um rumor corrente: ninguém nunca nem mesmo pensou que eu poderia me casar com qualquer uma delas. O editor anônimo da Wikipedia havia modificado o texto para disseminar sua fantasia particular, sem checar a informação com nenhuma fonte.


Então, o quão confiável é a informação encontrada na Wikipedia? Quando eu a uso, emprego as ténicas utlizadas pelos acadêmicos profissionais: leio sobre um determinado tópico na Wikipedia e depois comparo com a informação com material encontrado em três ou quatro outros sites. Se o fato for confirmado por três fontes diferentes, então há uma boa possibilidade de que seja verdade - mas fique atento para os sites que são parasitas da Wikipedia, porque eles simplesmente repetem os erros.


Outro método é ler sobre o mesmo tópico na Wikipedia, mas em outra língua - se o seu Urdu estiver meio enferrujado, você pode experimentar as versões italiana ou francesa. Se elas forem diferentes, você poderá encontrar a contradição. Isso, por sua vez, fará com que você se levante da escrivaninha e consulte uma enciclopédia impressa, apesar de sua fé convicta no virtual.


Esses são métodos de um acadêmico que aprendeu como descobrir os fatos ao comparar as fontes. E os outros? Os crentes? As crianças que usam a Wikipedia para suas tarefas escolares? Tenham em mente que o que eu escrevi aqui sobre a Wikipedia é verdadeiro para qualquer outro site. Tanto assim que já faz um certo tempo que defendo o estabelecimento de um centro de monitoramento da internet no qual um comitê de especialistas conceituados revisaria e avaliaria os sites por sua confiabilidade e precisão.


Mas vamos considerar outro exemplo, um que não envolva um nome histórico como Napoleão (com dois milhões de entradas no Google), mas o de um jovem escritor que trabalhou na obscuridade até um ano atrás, quando ganhou o Prêmio Strega, de grande prestígio literário na Itália. Falo de Paolo Giordano, autor de "The Solitude of Prime Numbers" ("A Solidão dos Números Primos"). Uma busca por seu nome no Google resulta em 242 mil entradas. Como podemos monitorar todos esses sites?


Pensei em monitorar apenas sites dedicados um único autor sobre quem estudantes possam buscar informações com frequência. Mas se alguém fizer uma busca pelo nome de Peirce (o filósofo que mencionei no início), a busca resulta em quase um milhão de entradas.


Então, temos um sério problema que, por enquanto, não tem solução."

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Cartão vermelho: coisas que, sem o menor pudor, eu expulsaria do campo da visão e das ideias

A mim me agradam muito alguns tipos de desafio que me propõem. É o caso do assunto deste post. Recebo, pois, o desafio, do amigo transatlântico Pinguim, do transmissível Why Not Now?, de apresentar o cartão vermelho para conceitos, atitudes, atos, fatos e pessoas que, a meu ver e segundo o meu próprio (ou impróprio) juízo de valor, mereçam expulsão sumária do campo da visão (o que os olhos não veem, o coração não sente) e do terreno das ideias.


Como trata-se de um meme (leia aqui para entender mais o conceito), ao aceitá-lo, aquiesço também para algumas regras. Claro que isso não é uma regra fechada, mas, no caso dos memes, gosto de dar continuidade ao tema sem romper com a corrente. Nesse caso, a proposta é que eu enumere dez coisas ou pessoas merecedoras do meu fuzilamento com o cartão vermelho e repasse igual incumbência para outros dez blogs à minha escolha.


Vamos, portanto, ao top ten dos que recebem o vermelho cartão. O cartão vermelho, como se sabe, significa, em vários esportes - futebol, esgrima, artes marciais, voleibol, futsal, rugby, hóquei e pólo aquático -, a expulsão do jogador de campo. É o que farei a seguir, ao menos do meu campo particular. Portanto, expulso, com o cartão vermelho na mão:





1. A falta de educação: a educação, a meu ver, independe da norma culta para ser cultivada. Tanto faz se você tem formação formal ou se é analfabeto(a). Ou você a tem ou não. É um princípio e a cada vez que me deparo com pedestres que andam nas calçadas públicas como se estivessem em seus próprios quintais, a espetarem guarda-chuvas nos olhos alheios, penso que a incivilidade grassa cada vez mais. O mesmo vale para motoristas de todos os calibres. Me incomodam, portanto, pessoas que furam filas, que se esbarram e não se desculpam, que não pedem, e sim mandam, que buzinam sem o menor motivo, que se irritam ante ao menor contratempo e, de forma geral, que se acham superiores aos demais. No Brasil, a falta de educação está associada, apropriadamente, ao termo 'malandragem', surrupiado dos bandidos, e usado para dar nome ao feio costume de se praticar pequenos atos impróprios com o fim único de se obter vantagem sobre os demais.



2. O preconceito: de todos os tipos - religioso, de raça, de orientação sexual, político, econômico, cultural. Qualquer tipo de preconceito sugere a prevalência de um conteúdo ideológico sobre outro com a consequente certeza de que a sua opinião deve se sobrepor à minha. Abomino.



3. A sujeira: me refiro à sujeira tanto no sentido de lixo quanto à sujidade moral, com o fim de prejudicar ou ofender. A sujeira, em oposição à limpeza, faz com que, de alguma forma, todo o ambiente se contamine e, ao final, nada mais reste que um imenso chiqueiro em que todos os tipos de porcarias, físicas e morais, são praticadas.



4. O politicamente correto: o conceito filsófico do politicamente correto partia do princípio de se evitar a utilização de termos discriminatórios para construir uma sociedade mais igualitária. Como nunca acreditei nessa premissa, o que vejo, atualmente, é um uso amplo do conceito em todas as coisas. Resta que usa-se o politicamente correto para acobertar algumas políticas totalmente incorretas e para formar juízo de valor, num claro desvirtuamento do conceito. Por esse motivo, expulso o politicamente correto de campo.



5. A intransigência (que também pode atender pelo nome de fanatismo): para mim, qualquer pessoa que defenda um ponto de vista e que queira converter os demais para a sua causa sem argumentos válidos, rapidamente se esgota em si mesma. Não suporto verdades absolutas e a falta de discernimento nas pessoas que se dão ares de doutas e, em flagrante contradição, não têm flexibilidade para ouvir opiniões divergentes.



6. O barulho: me esgotam os barulhos e ruídos de todos os formatos e feitios. Da conversa exacerbada e em altos brados aos ruídos diuturnos que não deixam mais ninguém em paz. O mundo precisa ouvir um pouco de silêncio para ser mais sereno. Nas cidades, não se ouve mais o som da natureza. O que se ouve é uma sinfonia industrial de grandes proporções. Portanto, estamos surdos ante os pequenos encantos auditivos e, quanto mais surdos, mais gritamos uns com os outros.



7. O falso moralismo: odeio quando a pessoa ser arvora de guardiã de qualquer tipo de moral em público e, em privado, é capaz de imoralidades inomináveis. Em compensação, tenho para mim que essas pessoas são feitas de papel ou de areia e se dissolvem com o tempo.



8. Os políticos em geral e o Congresso Nacional em particular: não consigo ver qualidades nem naqueles os quais ajudei a eleger. Desmerecem que eu fale demasiado sobre isso.



9. As amizades flutuantes: as chamo de flutuantes as amizades que se prestam pontualmente a determinado objetivo e, admito que, na medida em que amadureço, esse tipo tortuoso de amizade rareia. São pessoas que se aproximam por determinado interesse e que podem ficar muito tempo na sua vida. Mas, como não são autênticas, fenecem, mais dia, menos dia. Tenho horror, particularmente, dos 'amigos flutuantes' que, depois de longa ausência, confrontados com você, fingem ter te visto ontem ou, pior, disfarçam e fingem não te conhecer.



10. A memória: falo das memórias todas, boas e ruins. De repente, eu gostaria de ser imemoriado, não de doença ou por acidente, mas simplesmente ser assim, não ter memória alguma. Porque se as há, as boas memórias, em maior proporção existem as memórias ruins. E o pensamento pode pregar peças e atear fogo somente com o poder das memórias, tanto as boas quanto as ruins. De forma que dou um cartão vermelho para a memória, entidade independente que ousa trazer à tona certos pensamentos que deveriam estar arquivados no mais profundo dos hard disks cerebrais.


Com isso, encerro o rosário de 'avermelhados' e passo a bola para outros campos que, se assim o quiserem, podem expulsar seus próprios demônios:


- O Quem
- Carnet de Route
- Ricardo Soares
- O Mundo Mágico de HorseMan
- Histórias Que Nos Contam na Cama Antes da Gente Dormir
- Eu Só Queria um Café
- Construção e Desconstrução
- Mais de Mil Motivos para Combinar Palavras
- Cotidiano
- Algo Se Perdeu na Tradução

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Parabéns para você: internet faz 40 anos!

Até o último dia 30 de junho, eram exatos 1,668,870,408 os usuários da internet mundial. Isso significa que 24,7% da população mundial (6,780 bilhões de pessoas) estão, nesse momento, ligados na web.


Para se chegar a esse contingente, em que uma mídia (ou plataforma, tecnologia, meio) atinge tantas pessoas em tão pouco tempo e com tanta simultaneidade, foram necessários 40 anos. Exatamente hoje, 2 de setembro de 2009, a internet, como a conhecemos, faz 40 anos de existência.

No dia 2 de setembro de 1969, cientistas da UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles) conseguiram enviar bits de dados de um computador para outro por meio de um cabo com 15 metros de distância. Estava criado o embrião da internet. Esses cientistas, liderados por Leonard Kleinrock, trabalhavam apoiados pelo governo norte-americano, por meio da Advanced Research Projects Agency Network (ARPANET), que pode, a grosso modo, ser definida como a rede universitária dos EUA.

Os primeiros dados (bits) trocados entre uma máquina e outra estavam em letras minúsculas e sem sentido. Era apenas um teste. E esse teste, inter-ARPANET, fez com que a internet chegasse ao que é atualmente.


Mesmo com tanto academicismo envolvido, a história da internet é cheia de controvérsias e incertezas. Algumas fontes defendem que o verdadeiro nascimento da internet aconteceu efetivamente no dia 29 de outubro de 1969, quando uma mensagem foi enviada entre dois computadores ligados à ARPANET distantes entre si: um estava na UCLA e o outro no Stanford Research Institute. Essa transmissão marca o primeiro lançamento de pacotes de dados na rede de comutação de dados pelo método de transferência que consiste em quebrar a informação em pequenos pacotes e depois reorganizá-los no destino. De qualquer forma, foi em 2 de setembro de 1969 que aconteceu, de fato, a primeira comunicação entre uma máquina e outra e é com essa versão que eu, particularmente, fico.

O primeiro computador, na forma como os conhecemos na definição atual, surgiu em 1944: era o Mark I, desenvolvido em parceria entre a Universidade de Harvard e a IBM. Esses computadores foram criados, a princípio, como parte do esforço de guerra dos EUA por conta do corrente conflito, a Segunda Guerra Mundial. No final dos anos 60, os computadores já eram usados pela NASA e por outras agências governamentais norte-americanas.

Nos anos 70, o chip de silício (matéria-prima para a fabricação dos processadores) se tornou a base de uma nova geração de computadores (hardware). E, na sequência, começaram as etapas evolutivas dos softwares, como o e-mail (a arroba - @ - surgiu em 1971) e os jogos.


Em 1983, todos os computadores interligados pela rede ARPANET já eram obrigados a adotar o protocolo TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que havia sido criado em 1970. O TCP/IP é, ainda hoje, o padrão de comunicação online que nos conecta, a mim e a você, a todos os computadores ligados na internet.

O cientista britânico Tim Berners-Lee, em março de 1989, daria, finalmente, a forma à internet atual ao criar o hipertexto baseado em páginas web, links e navegadores. Em abril de 1993, foi lançado o Mosaic, o primeiro navegador (ou browser) que começou a popularizar a forma de usar a internet. O Mosaic foi o precursor de navegadores como o Netscape e o Microsoft Internet Explorer.


Para se chegar a este blog, surgiu antes, em fevereiro de 1978, o BBS (bulletin board system), um rústico sistema (para os padrões atuais) que permitia a conexão do computador à rede externa. O meu primeiro computador, um Macintosh de 1994, se conectava a um BBS (futuro provedor de acesso) de Alphaville (SP).

Os blogs surgiram em 1999 (há apenas dez anos) com a empresa Blogger, comprada em 2003 pelo Google. Em 2004, o Google relançou o Blogger com novo visual. Eu entrei na internet em 1995, antes mesmo do UOL, por exemplo, surgir e antes de trabalhar comercialmente com acesso à internet. Este blog, que faz parte dessa história, entrou no ar em agosto de 2007.

Portanto, parabéns a todos os cientistas que, nesses 40 anos, encolheram o mundo. Hoje, 25% da população mundial estão na palma da mão de cada um de nós. Parabéns, internet!

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

BlogDay 2009: espalhe essa ideia!

Hoje, 31 de agosto de 2009, acontece a 4ª. edição do BlogDay.


Os blogs que eu indico, com prazer e carinho, os conheci mais cedo ou mais tarde. Isso não importa. O que vale é que, ao menos para mim, todos têm algo a dizer. E o dizem.

- De Todo Un Poco... : Victory Silcana escreve de Málaga, Andalucia, Espanha, para o mundo. De pouco em pouco, escreve sobre tudo. Uma cozinheira de poemas, antes de tudo. Que trabalha com as panelas para alimentar o espírito.

- Gentil Carioca: uma poesia, uma música. Palavras e trilhas me interessam assim como 'raspas e restos me interessam', sempre.

- H de Homem: é um blog recente, com informações que interessam aos homens. E a homens e mulheres que gostam de homens. De fato, interessa a todos, pois que trata, principalmente, de seres humanos. Assim, tipo, como você e eu.

- Morri de Sunga Branca: o blog é novinho, novinho. Mas é uma delícia. Você, de biquini ou sunga lilás, verde-limão ou preto, pode dar pinta nessa orla também.

- Why Not Now? - do amigo virtual (ainda) Pinguim, lá do outro lado do Atlântico, de Lisboa, cuja história me inspira mais do que ele imagina. Como ele mesmo diz no subtítulo, o blog é 'pessoal e transmissível'. Como o são, creio, todos os blogs, cujos pedacinhos espalham-se pelos oceanos cibernéticos.

Blog Day 2009

Você também pode compartilhar esse dia do blog. O blog é local e universaliza o seu próprio mundo. Basta soltar as asas do pensamento. Verborragia. Espalhe as palavras que elas têm força.

Para participar, as instruções do BlogDay são as seguintes:

1. Liste cinco novos blogs que você, blogueiro(a), ache interessante.

2. Notifique por e-mail esses cinco blogs e diga que serão recomendados por você no BlogDay 2009 (pode ser por outro meio também, como comentário no blog indicado).

4. Publique no BlogDay (hoje, dia 31 de agosto) o post.

5. Faça o link com a tag do BlogDay neste link aqui e crie um link para o site do BlogDay neste link aqui.

Happy BlogDay!

sábado, 29 de agosto de 2009

BlogDay 2009

Segunda-feira, 31 de agosto, celebra-se a 4ª. edição do BlogDay. O evento foi criado com a intenção de que os blogueiros devem ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogs, outros países e áreas de interesse diversas às suas. É o dia em que blogueiros recomendam novos blogs aos visitantes de seu próprio blog.


No dia 31, o blogueiro deve fazer um post específico de recomendação de visita a outros blogs. De preferência, de blogs que tenham atitude completamente distinta à do próprio blogueiro que os recomenda.

Blog Day 2009

As instruções do BlogDay são as seguintes:

1. Liste cinco novos blogs que você, blogueiro, ache interessante.
2. Notifique por e-mail esses cinco blogs e diga que serão recomendados por você no BlogDay 2009.
4. Publique no BlogDay (na segunda, dia 31) o post.
5. Faça o link com a tag do BlogDay neste link aqui e crie um link para o site do BlogDay neste link aqui.

Farei o post BlogDay. É uma forma de agregar e promover a blogosfera.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As mensagens digitais colocadas em garrafas virtuais

Duas informações, colhidas diretamente na fonte ou em blogs, me incentivaram a fazer este post: a primeira diz respeito ao que vai dentro da garrafa, ou seja, a mensagem, o conteúdo. A segunda é sobre a própria garrafa, ou a forma, a plataforma.

A informação de conteúdo diz respeito ao anúncio de dois blogueiros, das antigas, sendo um deles o meu iniciador na blogosfera: comecei a ler blogs exatamente por linkar as indicações de Pedro Dória na coluna do NO., sucedido pelo NoMínimo e, depois, fragmentado em ex-nomínimos por diversos weblogs, blogs ou sites.

O NO. (no ponto) era um portal de jornalismo. Foi lançado em abril de 2000 e encerrado em maio de 2002. Portanto, eu comecei a consumir blogs nessa época. Depois, com o patrocínio da operadora Brasil Telecom (e do iBest), migrou para o NoMínimo. O portal tinha, entre outros nomes, a colaboração de Ancelmo Gois, Tutty Vasques, Flávio Pinheiro, Zuenir Ventura, Xico Vargas, Marcos Sá Corrêa, Paulo Roberto Pires, Villas-Bôas Corrêa, Carla Rodrigues, Pedro Doria e Arthur Dapieve. Foi encerrado em junho de 2007, por falta de patrocínio.

Os colunistas espalharam-se mas, ao mesmo tempo, estão aglutinados sob o site As Últimas que, sob a inspiração dos sites Alltop.com e PopURLs.com, é um agregador de conteúdo.


(Pedro Dória, o primeiro blogueiro a gente nunca esquece)

Pedro Dória postou no domingo, 16, o fatídico "Hora da despedida". A despeito dos motivos que o levaram a isso, lamento, dado que conteúdo relevante que é carregado pelas garrafas virtuais nesse imenso oceano de bits é raro. Ainda mais que, pela lei das estatísticas, poucas são as garrafas que chegam. E, das que chegam, mais raras ainda são as que entregam a mensagem.

Não bastasse a despedida algo melancólica de Pedro Dória, eis que outro adeus surge na praia, e, ao contrário do que seria de se esperar nessas ocasiões, não se trata de um sobrevivente de naufrágio. Não! Porque, de alguma forma, naufraga e afunda ao deixar de existir: Idelber Avelar nos comunica, em prosa suave, que O Biscoito Fino e a Massa entram, ambos, biscoito e massa de que é feito, em hibernação por tempo indeterminado. Converte biscoito e massa em marmotas, daquelas que passam longos invernos em hibernação, ou em ursos polares que sobrevivem soterrados por si mesmos nas agruras geladas do pólo.

Idelber está, como ele mesmo diz, na rede desde outubro de 2004. Talvez eu tenha entendido errado e ele estivesse, na verdade, hibernado na própria rede, no mar virtual que cerca a todos nós, e agora emerge para superfícies menos áridas. Não sei. Não me cabe sabê-lo também. São só conjecturas de um urso que, de polar, tem uma certa rudeza no trato com aqueles que voam, de repente, e nos deixam mancos, faltos de algum pedaço.


(Idelber Avelar, que colocou a mão na massa e assou finos biscoitos)

Não quero soar dramático mas enceno, sim, um pequeno manifesto pela partida, abrupta como há de ser, neste e no outro universo, o real, a partida de dois blogueiros que admiro há alguns anos. Lhes desejo, a ambos, a Pedro e Idelber, boa sorte em outras garrafas. Que essas os conduzam para outras praias com mensagens intactas. E que, rompidas as rolhas, reverberem.

Por fim, a segunda informação - a primeira, claro está, trata-se da despedida (vá que seja provisória, mas não o creio!) de ambos -, trata especificamente do invólucro, da garrafa mesmo.

A plataforma que suporta este blog e a muitos outros, o Blogspot, que pertence ao Blogger e, mais acima, ao Google, completa, no próximo domingo, 23, dez anos de existência. Segundo leio no blog da Luma (sim, festa sim, sempre!), algumas mudanças deverão chegar junto com essa primeira década. O Dicas Blogger, ao qual este meu blog deve a nova template, e o Ice Breaker sinalizam algumas funções que deverão entrar no ar:

- Novo sistema de comentários baseado no Google Friend Connect (aproveite e me siga!)
- Novos widgets sociais compatíveis com o Google Friend Connect (follow me, now!)
- Nova aba de estatísticas dentro do próprio Blogger, o que dispensa o uso do (ou integra-se ao) Google Analytics
- Melhor integração com outros serviços do Google como o FeedBurner, AdWords, YouTube e Reader
- Novo sistema de templates (passou da hora, o atual é limitado e pobre em estética e opções)
- Suporte a páginas estáticas e ao "Leia Mais" nativamente
- Contagem de visualizações nas postagens
- Perfis do Blogger serão atualizados para os Google Profiles


Além dessas novidades, que muito me agradam, ao pular de galho em galho, no meio do cipoal de informações, me deparei com o seguinte texto no blog oficial do Blogger:

"Alguns meses atrás, mencionou-se que o Blogger faria dez anos este ano. Esse dia está aí - faltam apenas dois dias - e nós trabalhamos arduamente para pensar o que poderia ser feito para comemorar essa data.

O quê? O que poderia ser dado? É o nosso aniversário mas celebramos as suas (blogueiros/as) contribuições ao longo dos anos. Nos últimos dez anos, milhões de pessoas ao redor do mundo fizeram do Blogger o que é hoje: uma vibrante comunidade de pessoas reais que contam suas histórias. Quando lhes pedimos para contar sua história no Blogger, você responde: você que postou longe da família, você que compartilhou sua arte, que cresceu, que demonstrou conhecimentos de uma área emergente de pesquisa, que superou adversidades, que reuniu autores e poetas que admira, que lidou com doenças, tornou-se pai (e mãe), aprendeu uma nova cultura, lutou com o divórcio de seus pais, colocou mensagens digitais em garrafas virtuais, ajudou as pessoas a consertar (ou desbloquear) celulares, que escreveu um romance. Você mesmo fez a postagem em tempo real da escola enquanto não desenvolve o próprio doutorado sobre as tendências de consumo para blogs. Existem milhões de histórias desse tipo, que crescem a cada dia.

Nós voltamos dez anos e quisemos dar-lhe alguns presente para celebrar este marco histórico.

Muito obrigado por fazer parte da nossa história. Ao longo das próximas semanas, lançaremos uma série de novas funcionalidades no Blogger. Alguns presentes são porque você pediu. E outros porque nossos amigos (dentro e fora do Google) simplesmente quiseram dar-lhe algo. Em resumo, é como um aniversário verdadeiro: você não quer ou não precisa, necessariamente, de todos os presentes que recebe, mas, o que vale é a intenção!

Estamos animados em compartilhar este marco com você. Fique ligado! Nas próximas semanas, será muito divertido."

Posso parecer, aos olhos do(a) leitor(a), algo nerd ou geek. Não me importo. Em pouco mais de dois anos de blogagem, quero dizer que aprendi muito sobre blogs. Por iniciativa própria ou com terceiros. Aprendi, sobretudo, que, tão importante quanto o conteúdo (mensagem), é a forma (garrafa), e que se garrafas atravessam oceanos - e as virtuais atravessam, sim, comprovadamente -, já me dou por satisfeito por não mais ficar à deriva entre ilhas. Quero dizer, entre continentes.

De modo que fico aqui, entre a partida de uns, os blogueiros, e a chegada de outras, as novidades. Que assim é a blogosfera, fértil em aparições e sumiços. Que não só no mundo virtual, mas também no real, acendemos e apagamos de quando em quando e, em alguns momentos, paramos tudo para nos celebrar ou a outrem. Ai que mundos, esses!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O meio é a mensagem na aldeia global

Quando, em 1968, o filósofo canadense Marshall McLuhan cunhou a expressão "aldeia global" para definir que, naquela época, o progresso tecnológico já começava a reduzir o planeta às dimensões de uma aldeia, não imaginou, em absoluto, o quanto estava certo. McLuhan morreu em 1980, antes de ver a "aldeia global" se juntar em "tribos" virtuais por meio da internet, criada da forma como a conhecemos, como teia (ou rede) de alcance global (do inglês World Wide Web - WWW), apenas em 1989, por Timothy John Berners-Lee.

Mas McLuhan foi visionário a tempo de ver que as transformações sociais ocorreriam a partir do computador (internet) e das telecomunicações (telefonia móvel, fixa e satelital). Observe que, exatamente nos dias de hoje, é pela rede mundial que o problema do Irã se converte, automaticamente, em problema nosso, aqui no Brasil, à guisa de aldeia, portanto.

O filósofo do Canadá instituiu também o conceito "o meio é a mensagem", ou seja, não importa a plataforma (homem, internet, telefone, TV, satélite), e sim o que esse meio ou veículo causa na estrutura social (de novo, como o Twitter, blogs e YouTube no Irã e blogs, de forma geral, na China, em Cuba, na Coreia do Norte etc. etc.), a ponto de provocar, nessas estruturas, motivações suficientes para que revoluções (de qualquer espécie) sejam realizadas.

Tomo de empréstimo os conceitos de Marshall para exemplificar in loco o quanto as telas dos nossos computadores são, sim, nossas próprias ocas nessa aldeia, independentemente de onde quer que estejamos.

Publiquei na terça-feira um post de imagens as quais acreditava serem de mensagens publicitárias, todas. Eu as obtive em blogs franceses, especializados no mercado publicitário da Europa. Eu, como muitos blogueiros, sou fanático por redes sociais e me alastro por todas - Facebook, Orkut, MySpace, Twitter, Meme, Tumblr e mais uma série de outras, agregadoras de conteúdo.


De forma que tudo o que publico aqui, imediatamente é linkado pelas demais teias da minha própria rede e interliga o blog a todos os outros serviços e aplicativos. Numa dessas conexões, semelhantes às sinapses que o cérebro faz, um twitteiro me encontrou e reclamou a autoria de uma foto postada (exatamente a foto acima). OK, havia a marca d'água na foto que remetia ao copyright de forma correta. Mas, para mim, era um publicitário lá de fora. Surpresa! O 'publicitário' é brasileiro e está logo ali, pertinho de mim, aqui em São Paulo mesmo.

Por coincidências outras, ao conversar com o autor, Fernando Sing, descubro que ele trabalha no mesmo prédio para uma das empresas a qual eu presto serviços. Inclusive já estive lá algumas vezes, o que nos colocou, geograficamente, no mesmíssimo lugar. Fernando me respondeu em DM (direct message ou mensagem direta) no Twitter e conto abaixo a origem da foto, a qual chamei, assim como as demais do post, de peça publicitária. Nesse caso, equivocadamente.

Em 2006, Fernando Sing e mais dois amigos fizeram a foto (sim, são eles na foto) para participar do concurso "Fanta Bamboocha". Fernando e amigos não foram escolhidos, mas eu te dou um dado se você adivinhar qual foto tem tido mais longevidade na efemeridade da internet. Fernando é diretor de arte e, atualmente, trabalha como designer da revista Marie Claire, da editora Globo. "Foram escolhidas 80 fotos na época mas não ganhamos e, em protesto, postei a foto no meu Orkut, onde está até agora porque é uma das fotos de que mais gosto", me disse Fernando.

Meu caro, como você pode ver, isso não tem a menor importância. Sua foto circula pela aldeia global virtual sem fronteiras, a ponto de figurar em blogs europeus como se peça publicitária fosse. Para quem ainda duvida do talento de Fernando Sing, acesse o link Acervo Fino e veja por si mesmo todo o portfólio do cara. Se você quiser trocar uma ideia com o Fernando, os contatos dele estão lá. Eu, que já o cumprimentei pela autoria da foto, o parabenizo de novo.

Fernando tem outros projetos em desenvolvimento que envolvem a internet e outras mídias. E, graças às redes sociais, de uma forma ou de outra, fomos conectados e colocados em contato e, da virtualidade de ambos, nos fizemos reais um para o outro e foi possível, com certeza, reduzir os nossos mundos a pequenas dimensões, tal qual pensou, lá longe, em 1968, há mais de 40 anos, o filósofo McLuhan.

sábado, 9 de maio de 2009

Ninguém é uma ilha: a realidade dos blogs e internautas cubanos

Cuba é uma ilha. O regime político de Cuba colocou a ilha em estado de sítio. Totalmente isolada, em quarentena que perdura já por cinco longas décadas, a ilha de Cuba ora acena para juntar-se ao arquipélago das demais ilhas mundiais, ora flutua feito a ilha fictícia de Saramago em "A Jangada de Pedra".



(Relógio com o protagonista de "Prison Break" que estampa um dos blogs cubanos em alusão à contagem das horas para a liberdade da ilha) 

Há pouco mais de um ano, comentei neste espaço sobre o blog Generácion Y, cuja autora, Yoani Sánchez, havia ganho o prêmio Ortega y Gasset de Jornalismo, dado pelo jornal espanhol "El País", que é uma das maiores honrarias no meio jornalístico. Mais ou menos naquela época, Cuba havia acabado de liberar a venda de celulares e computadores no país. Gesto que levava a crer na expansão do acesso à rede mundial e um consequente relaxamento no cabresto censor que controla as vozes cubanas. E principalmente dos blogs cubanos que tentam vencer as barreiras geográficas e políticas que isolam a ilha.


A seguir, uma lista de blogs cubanos que vale a pena visitar para se conhecer a realidade de Cuba:

- Generácion Y - da blogueira Yoani, já citada
- Desde Aquí - do jornalista Reinaldo Escobar, marido de Yoani

Não foi isso que aconteceu. Cuba, a despeito de Fidel Castro ter deixado o pedestal de comandante-em-chefe do país, e aparentemente se preparar para a transição pós-Fidel, está do mesmo jeito que estava. A ilha, ao contrário da fantasiosa ilha de "Lost", não saiu do lugar.
Minto. A ilha retrocedeu. As dificuldades e proibições para acessar a internet em Cuba até aumentaram, segundo a denúncia dos blogueiros cubanos que mantêm posições críticas em relação ao governo de Havana. Em reportagem do jornal "El País", o mesmo que concedeu o prêmio a Yoani, o marido da blogueira, o jornalista Reinado Escobar, que também tem um blog contestador, disse que está em vigor uma resolução ministerial que impede a venda de cartões de acesso à internet a potenciais usuários cubanos nos hotéis de Havana.


Funcionários dos hotéis confirmam a proibição e afirmam que a instrução do governo limita a venda do serviço de internet apenas aos usuários estrangeiros. A resolução é dos Ministérios do Turismo e de Informática e Telecomunicações e expressa claramente que o serviço de internet sem fio (ou wireless) está disponível apenas para visitantes estrangeiros. Quanto às conexões de acesso discado, provavelmente o governo cubano não tem com que se preocupar: basicamente não há telefonia fixa doméstica na ilha.

O uso da internet em Cuba é totalmente limitado. Os cubanos não podem ser assinantes de contas particulares a não ser que sejam especialmente autorizados. Em ato contraditório, as pessoas podem criar contas de e-mail nos correios cubanos, mas não têm acesso à internet. Motivo pelo qual recorrem aos hotéis que vendem cartões de acesso.


Mas, como tudo em Cuba, as informações são confusas. Conforme a equipe do "El País", na maior parte dos hotéis de Havana visitados era possível constatar a venda de cartões para usuários cubanos e poucos funcionários dos hotéis sabiam da nova legislação.

De qualquer forma, com leis restritivas ou não, há um impedimento maior para o acesso à internet: o preço. O salário médio mensal dos cubanos é de 15 euros. O acesso à internet custa 4 euros por 30 minutos e 8 euros por 1 hora. Ou seja, se você é cubano(a), ganha salário-mínimo e acessa a internet duas vezes por mês, morre de fome.


Conforme outras fontes, o provedor de internet em Cuba é a operadora Etecsa (Empresade Telecomunicaciones de Cuba, de capital cubano-italiano), que estabelece as regras para os serviços de internet. A maior parte dos hotéis de Cuba tem acesso à internet mas, segundo outras fontes, o problema com as limitações no uso da internet são muitos, e não apenas este, que é pontual. Um outro dissidente diz que existe a possibilidade de o governo limitar ainda mais o uso da internet como forma de controlar a informação em função da grave crise econômica, que afeta Cuba tanto quanto o resto do mundo.

O que me leva de volta ao título deste post: ninguém, pessoas ou países, é uma ilha. Os efeitos de qualquer evento, para o bem e para o mal, ressoam no mundo inteiro. Os blogs cubanos, para sobreviver, precisam hospedar-se fora da ilha, sob pena de serem invadidos e exterminados pelas autoridades. Como na China, no entanto, o que não falta é criatividade e como a internet é um ótimo (e também péssimo) meio para se disseminar o que quer que seja, os blogueiros cubanos têm conseguido fazer elevar sua voz na rede mundial.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

o♂Kitty♂o, a garota doce do Youku

Esse eu vi no blog do Raul, correspondente do jornal Folha S. Paulo na China. Segundo Raul, o vídeo da Britney chinesa, aka Kitty, já foi visto por mais de 1 milhão de chineses no Youku, versão pirata do YouTube na China.

O gajo chinês se faz chamar por "o♂Kitty♂o" (o♂猫猫♂o) que, em mandarim, significa "sem dúvida, uma garota". A comida favorita dele/a é "qualquer espécie de coisas doces".

Kitty pode ser vista em seu perfil neste link, no Youku.


O blogueiro diz que o vídeo de Kitty está em todos os portais e blogs chineses. Kitty tem 24 anos e trabalha numa refinaria de petróleo na província de Heilongjiang, no norte da China.

Por que o sucesso? Porque na China quaisquer referências ao homossexualismo são censuradas em todas as mídias, como imprensa escrita, rádio e TV. Apenas uns poucos veículos, como o jornal China Daily, que é uma publicação em inglês do próprio governo chinês, ousam tocar no assunto.



(aKITTYnha/tem um vídeo que o Blogger não me deixa publicar)

sábado, 25 de abril de 2009

Twitter: tudo ao mesmo tempo agora já

Tenho alguns problemas para dormir e, não raro, atravesso a noite e faço do dia a minha noite e da noite o meu dia. Só que o mundo não funciona assim, evidentemente. Pelo menos era o que eu pensava antes do universo do Twitter.



O Twitter é como a cidade de São Paulo: sempre haverá alguém, em cada uma das 24 horas do dia, interessante o suficiente para atrair a sua atenção e te manter acordado(a). Se as grandes metrópoles nos oferecem dezenas de alternativas, também o Twitter acena com (falsas) pérolas ou (verdadeiros) achados, numa espécie de cruzamento global que, por enquanto, envolve muito mais os norte-americanos e, em menor grau, europeus e australianos, do que os asiáticos, por exemplo, ou os povos do Oriente Médio, assim como ocorre com outras redes sociais.


O Brasil não se furta a nenhuma novidade na internet, dado que somos o povo que mais tempo passa conectado na rede em todo o mundo. Assim, toda e qualquer novidade é devidamente assimilada pelo usuário brasileiro e, de repente, os criadores dessas redes se voltam, surpresos, para nós. Foi assim com o Orkut. Tem sido, em alguma medida, com o Facebook e é, certamente, com o Twitter.


Alguém no Twitter comentou que era incrível o tamanho de informações que se obtém na rede de microblogging. Eu disse que parecia o Google vivo e agora complemento: parece o Google News ao vivo. Limitadas a 140 caracteres, as postagens no Twitter vão desde: "estou com fome" até redirecionamentos para todo e qualquer tema (Susan Boyle, os filhos ilegítimos do presidente Lugo, do Paraguai, e qualquer outro assunto que seja de domínio mundial). Rapidamente, todos têm algo a dizer.


Assim, é possível acompanhar o ator inglês Stephen Fry e saber que fizeram (seus seguidores) comentários sobre um eventual comportamento "assustadiço e nervoso por conta de uma febre do feno causada por pulgas, que me causa sofrimento", conforme postou o ator, ao desmentir o fato. "Sheesh", exclama e aproveita para dizer para todos que vai assistir ao musical de "Priscila, a rainha do deserto", em Londres. Ver aqui o link das fotos do ator com o pessoal da peça no backstage, postadas pelo próprio via serviço de fotos do Twitter.

Também participo ao vivo da 5ª. edição do Newscamp, coberto pela amiga Ceila, que faz relatos do que se debate na internet e de como a infraestrutura de conexão nunca funciona nesses eventos, enquanto se discute multimídia, blogueiros, jornalistas e, claro, redes como o Twitter.


A atriz Marisa Orth me diz que as postagens replicadas são de responsabilidade de sua produção, que é a mesma da atriz Lúcia Veríssimo e de outro perfil. Em geral, para quem está no Twitter e segue esses perfis, é possível verificar que os três perfis fazem os mesmos redirecionamentos simultaneamente. Ao contrário de Ashton Kutcher (o primeiro a atingir 1 milhão de seguidores), as celebridades pagam para que alguém faça suas postagens no Twitter. Vejo também as fotos do cachorro de Lúcia Veríssimo. Vejo gente que se canta (principalmente os gays), com troca de links que, em geral, têm fotos ou filmes de sacanagem. Gente que, aparentemente, fala sozinha. Que coloca uns pontos de interrogação (????), uns tracinhos (----) ou que fica em silêncio total.


O ambiente do Twitter é bastante aberto e, a cada dia, novos eventos surgem e dominam o cenário da rede. Ontem, sexta-feira, foi dia de #followfriday (maneira esperta e inteligente de indicar algum perfil que você goste para que outros usuários o sigam). Foi dia também de #twoonday ou #toonday (que consistia em trocar a foto do avatar/perfil por um personagem de cartoon ou desenho que você mais gosta).


O Twitter tem uma linguagem própria: para fazer referência a um assunto que é abordado a todo momento, usa-se o jogo da velha (#). E, portanto, para falar que determinado serviço falhou, pressupõe-se que se coloque o termo #fail (falha) para indicar o problema. Também tem uma linguagem que prima pela grafia incorreta: #comofas (como faz), #ficadica (fica a dica), #soporhoje (só por hoje), #rindoalto (rindo alto), #bjometwitta (beijo, me twitta) e por aí vai.


No aparente caos do Twitter, há regras que são autorregulamentadas: ou todos aceitam ou quem não segue é imediatamente isolado. OK, há muito usuário que tenta determinar o que é certo ou não no Twitter (#umporre): "o Twitter não é chat", "o Twitter não foi feito para isso", "quem quer falar muito, monta um blog" e assim por diante. Eu acho que é exatamente a flexbilidade dessas redes e o uso que se faz delas como se deseja é que as torna tão atraentes. Por que mesmo que alguns se arrolam ao direito de tentar impor regras quando nem mesmo os criadores as fizeram?


Tem algumas coisas básicas que um estreante deve saber sobre o Twitter (#ficadica): o símbolo @ (at ou arroba) precede o nome do usuário, sempre. Por exemplo, o meu perfil é @redneck_brazil (aproveita e follow me). Quando eu quero twittar (postar no Twitter), eu twitto; para replicar um tweet alheio (postagem) eu dou RT (retweet) e quando quero escrever uma mensagem direta para um usuário específico, eu uso DM (direct message ou mensagem direta). RT, DM e @.... podem ser digitados ou os próprios programas o fazem para você, conforme o tipo de aplicativo de Twitter que você tem.


Ainda não sei a utilidade do Twitter, admito. Os norte-americanos tomam a rede como se fosse a segunda onda das pontocom e fervilham com os serviços de marketing e #savemoney (ganhe dinheiro). É tudo balela, com milhares de perfis fantasmas. A todo momento, por exemplo, sou seguido por perfis que, evidentemente, não querem me dizer nada. Unfollow (parar de seguir) neles, que congestionam tudo.


Mas, uma coisa é certa nisso tudo (#ficadica). Para um profissional do jornalismo, o Twitter significa uma nova linguagem e o poder de sintetizar o lead (parágrafo principal da matéria que une o que, quando, onde, como e porque) em apenas 140 toques. Se eu aprender a fazer isso e aplicar para o dia-a-dia no jornalismo, posso garantir que está de bom tamanho.

E, claro, há os momentos de descontração total na rede como brincar com os nomes dos perfis como o do @OCriador, @capeta, @god, @deus, @suaconsciencia, @iphoneJesus etc. É engraçado ler - @suaconsciencia está seguindo você. E sem falar nas 'polêmicas' de alguns usuários que, efetivamente, não tem nada a ver, como a discussão entre o Marcelo Tas e o Diogo Mainardi que acabaram, literalmente, com a saída de cena do Mainardi do Twitter (#tonemai - não estou nem aí). Ou da Rosana Hermann para reivindicar a popularização do Buytter (compra e venda de perfis entre os twitters) na twittesfera nacional. #besteira!



O que eu quero dizer é que o Twitter, como outros eventos da internet, é uma linha do tipo que traça o antes e o depois. E é, no mínimo, interessante estar no meio desse torvelinho quando isso acontece.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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