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domingo, 22 de março de 2009

Meu rugido dominical


Apologia: defesa, justificativa, discurso que louva, defende ou justifica.

Latente: algo que é implícito, com potencial de ação futura. Algo que está por vir em oposição ao estado atual de repouso.

São dois conceitos diferentes que, por alguma razão, cruzam-se constantemente nas postagens deste blog.

Escrevo sobre os mais variados temas e alguns me são particularmente caros, o que os torna frequentes e constantes, a ponto de, em alguma medida, assemelharem-se a apologias e, em outra, a estados latentes que, teoricamente, estão a ponto de vir à tona a partir do meu interior.

Creio que, como profissional de comunicação, se registro tendências para a apologia ou para uma posição latente sobre alguma coisa, em absoluto o faço de forma casual. Ao contrário, tudo o que escrevo é deliberado. Pode não ser profundamente pensado ou trabalhado. Mas, nada do que é publicado neste espaço ocorre por um equívoco ou erro ou qualquer outro pretexto.

O único e verdadeiro motivo que me leva a publicar um post é o que sinto, o que penso, o que acho do mundo, das pessoas, das atitudes e da minha própria reação ao acontecimento. A minha pauta sou eu mesmo, com meus critérios objetivos, subjetivos, retos, tortos, incertos. Seja lá como for, sou dono do meu pensamento e a minha produção, qualquer que seja, assim é feita: dos meus princípios, da minha avaliação e dos meus próprios atos.

De tal forma que, se parece que faço apologias ou engrandeço colocações de modo a lhes tornarem o que não são, isso é de minha única e exclusiva responsabilidade. Sou grandinho o suficiente para dar a cara para bater e poder responder "assim é se lhe parece".

Continuarei a olhar e comentar o mundo, com olhos dissimulados, enviesados, oblíquos, míopes. Todo olhar padece de um juízo de valor preestabelecido e não é diferente comigo. Todo olhar pode se tornar, porém, zombeteiro e rir-se com a propriedade única que os olhos têm de sorrir para consigo mesmo, num acordo recíproco entre razão e emoção. Por outras, entrecruzam-se os olhares e perdem-se, num lapso, algumas conexões, talvez.

É das imperfeições que se constitui o homem, inclusive de olhares sóbrios ou ébrios. E, se for assim, que o seja também. Que também está de bom tamanho. Que nada é matemático a ponto de se estabelecer sincronia entre a oferta e a demanda.

Prefiro dançar hipnotizado ao som de um tecno indefinido, em terra, sol e lua em transe, a ser enredado por tramas as quais não teci um único fio. Posso ser fio-terra, sem-fio ou fio de Ariadne. Depende do contexto, da vontade, do impulso. E, de repente, se meus impulsos convertem-se em textos, emaranhados de palavras, cabe a mim romper ou não a teia que pode tanto me aprisionar quanto me libertar. Sou aranha. Sou inseto. Sou qualquer coisa. Apologista ou latente, sou eu mesmo, sim senhor!

 

4 Comentários:

Anônimo disse...

claro que não posso saber ao que se refere. porém, julgo me identificar se não com tudo pelo menos com parte do que que afirma. tantas vezes me senti enredada em tramas que não são minhas, e parece que a gente que esses fios tece se crê no direito de jogar por nós. já sofri bastante com isso, lhe garanto, tanto que não ia entender, como nenhuma dessas aranhas venenosas entende, ou se entende são mesmo assassinas. mas isso passou. como voce diz eu sou eu, com meus erros defeitos e incompreensoes, e se quiserem me tomarr pelo que não sou, ou não fiz, ou fiz e até sou, me digam na CARA. aos que me rodeiam, no real, cheguei a implorar isso. não interessa como reagiram. estou so buscando a tal de compreensao, tao dificil hoje, tao milho duro me sinto que à mínima estaladela vem o povão, nem sei de onde!, atirando pedras, rebuçado, rindo, sei lá, só sei que não teci fios nessa teia. sarna pra me coçar eu coço, a minha, a dos outros nem sei. e as linhas com que me coso são as que me mostram, para o bem e para o mal, agora o que não suporto é "palavra de paisagem" ou "acto fui eu não nem sei de que voce tá falando"... não sinto ódio por tais aranhas, talvez pena, acho que não podem ser felizes assim, tentando interceptar o caminho dos outros. red, estou desabafando, coisa que nem devia fazer! pois isso já é estalar um bocadinho, "saír da casca", mas já não to aí para consequencias. estou sim para todas as consequencias que eu identifique, estou para a responsabilidade de quem ma exige, só isso. se entendeu me responde. se não entendeu responde na mesma. pode ser?
só espero que não se referisse a mim por ter falado em mel que atrai... estava brincando e lhe elogiando o gosto ao mesmo tempo. desculpe tanta letra mas o silencio me incomoda, em certas circunstancias, e nao interessa se é meu interlocutor homem ou mulher, criança, se vive no outro lado do mundo ou meu vizinho, desde que esteja vivo e seja o que é não me furto ao diálogo, tentativa de entendimento. pois a sua ausencia, de entendimento,me parece ter só duas causas possíveis - mal entendido ou fazer que não entende. na certeza da ultima hipotese, entao eu vou embora sim. nao é preciso haver consenso para as pessoas se entenderem e respeitarem. escrevi muito? :) nãããããããã

Redneck disse...

Cara Anônima, em absoluto tem algo a ver com você e muito menos com seus comentários. Aliás, acabei de elogiar seus comentários, tecidos, na verdade, de excelentes fios. Aceito e compartilho de teu desabafo e alegro-me que seja eu o anfitrião de tuas palavras, assim como houvestes por bem deixar aqui suas impressões. Meu desabafo foi genérico, não somente do espaço virtual, mas de uma forma geral, da maneira que me coloco na vida e como me colocam de volta em lugares não-solicitados, em posições não-defendidas, de modo que me vejo pressionado a tomar posição de mim mesmo e me defender. Pois que passei pelo processo de fogo e me vejo a estalar e estrilar com o alheio, assim como estalam comigo. Não há de ser por menos. No fim, somos palhas apenas, consumidas rapidamente pelo fogo às cinzas retornamos, não importa aquela ou essa opinião. Estou, repito, mais comprometido com as consequências para mim mesmo e é por isso que manifesto em rugido o que me vai n'alma. Pois que me compreendes muito bem para que eu reclame, particularmente, de tua voz. Não, minha cara. Sou, antes de tudo, adepto de palavras e as tuas nem de longe me colocam em defensiva. Ao contrário, me atraem feito mel, com os agridoces e todos os demais temperos. Por favor, não vá embora não. E consenso é, também, discenso para que se debata o eventual não-entendimento. Beijo!

Anônimo disse...

voltei só para agradecer a consideração em ter incluído meu mundo (sem grandes maravilhas) em sua "casa". Curioso que venho mais por cá desabafar do que em meu próprio mundo... o que se percebe, tendo em conta que lá sou mais muda do que palavrosa. outro dia voce falava em liberdade de expressão na blogosfera... infelizmente não estou assim tão certa disso, quero dizer, livres somos mas há muuito quem instigue a expressão não em prole da liberdade mas do seu oposto, a prepotência de tudo querer saber para controlar... isso é muito triste e com tal convivo dia após dia. dai o mutismo ser por vezes a única forma de sermos livres. na verdade não, este é o avesso... ser livre é sim dizer o que nos vai na alma. mas quando o exercício da nossa legítima liberdade é (ab)usada contra nós... não cedo. talvez venha a quebrar um dia, mas será por falta de saúde, energia, por nada mais. nem quero vencê-los quanto mais me juntar a eles. i hope this is the beggining of a beautiful friendship... :) e se não for, já é alguma coisa. boa semana.

Redneck disse...

Olha, Anônima, como nos identificamos: por vezes faço do silêncio minha morada. Mas que sempre sou interrompido pela estridente campanhia daqueles que lá fora querem falar, falar e falar. Pois que me calo a escutá-los e percebo que o meu silêncio é passaporte para lhes dar acesso aos meus próprios países silenciosos. De feita que resolvo ser tagarela e por vezes ouço tudo o que quero e o que não quero. E já não sei se a expressão é palavra ou silêncio. Mas temo que os vazios dos meus silêncios serjam preenchidos pelo parlatório alheio. Pelo que ponho a me falar então para não me sentir mudo ante a surdez alheia. Se temos liberdade de expressão? Ao menos aqui, naquele que você espera ser o início de uma bela amizade - esperança compartilhada cá deste lado -, saiba-se livre de expressão, opinião, audição e emissão. Passe livre para os que como você e eu dependemos da extensão desta maravilhosa palavra que nos faz escrever testamentos ao invés de pequenas frases. Se percebestes, sou como ti, que desata e não encontra o ponto final. Ótima semana para você também. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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