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quinta-feira, 13 de março de 2008

Rastreio de Cozinha - 14

Depois da agitação que cerca as segundas, terças e quartas-feiras, as quintas-feiras têm um estranho efeito de funcionar como um freio. Depois, nas sextas-feiras, de volta à cozinha. Às quintas-feiras, temos aulas de Geografia Aplicada à Gastronomia e de Projeto Interdisciplinar. Ambas as disciplinas são teóricas e sinto que as duas nos tiram a energia produtiva dos demais dias.

Sabe quando você está numa subida, acelerada, e é obrigado a frear o carro para deixar outro atravessar na transversal? É assim! Acaba com todo o seu esforço. Nós, na verdade, até gostamos porque é a hora reservada para as coisas mais burocráticas: xerox de material de estudo, conversa e tempo para o café, tempo de dar uma espiada nas cozinhas alheias. Mas, que dá um certo dissabor, dá. Sem trocadilho, nos tira o sabor da cozinha, quente e corrida, mas imensamente nossa.

Que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é uma obrigação a que temos que nos submeter, não há o que contestar. Teremos que entregar, passar pela avaliação da banca e pronto. Mas, ter aulas de geografia, com a introdução dos continentes e dos países, soa um pouco maçante.

O que se passa é que é legal saber que na Coréia do Sul o clima é assim ou assado e que vai interferir na vida gastronômica das pessoas. Que, na Índia, colonizada por ingleses, há uma vastíssima culinária regional permeada por influência britânica. Que o Japão pode ser, quem diria, uma dissidência de chineses que se tornaram um povo novo ao se isolar da velha China. Sim, tudo tem seu ponto de interesse. Mas, o que é a teoria comparada com a finalização de um prato que saiu das suas mãos, desde o corte da cebola em cubinhos? Parece nada.

Daí que dá essa leseira, esse marasmo. Essa falta de assunto. No final, tudo se resumirá, basicamente, à cozinha da França, à influência menor da Espanha, Itália e Portugal (comparados à França) e regionalismos típicos do Oriente Médio e da Ásia. As Américas têm muito pouco a acrescentar, por ora.

Volto na sexta-feira, mais vívido. Porque o máximo que eu tirei dessa quinta-feira foi extra-curricular. Estou com dois amigos da Bélgica em casa e fechamos a noite, pós-faculdade, com um jantar no Mestiço. Comemos "Metrópole" (steak de filé mignon com batata e agrião) e "Dheli" (peixe com banana e arroz). Selados, devidamente, pela caipiroska de frutas vermelhas. Isso sim é satisfação, mental e física. Unir amizade e comida, ritual antigo que não cessa nunca de se repetir, o que comprova a eficiência de uma mesa com pratos maravilhosos e ótima companhia. No final, saio com a certeza de ter ganhado, senão nas aulas, ao menos fora delas.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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