Rastreio de Cozinha - 54
Mais um ontem hoje. É só eu quebrar um pouquinho a rotina para que tudo saia do lugar. Fui me encontrar com umas amigas que há muito não via, exceção de Patty Diphusa, e me comprometi a postar via celular, para que o post entrasse no horário habitual. Quando me lembrei, não era mais ontem, e sim hoje.
É a segunda vez que faço isso no blog. Já falei aqui e repito: tenho um compromisso comigo mesmo de fazer as postagens das aulas de gastronomia no mesmo dia em que acontecem. E, quando isso não ocorre, admito, fico chateado. Posso parecer rigoroso, mas, se eu perder a auto-disciplina a que me impus, deixo de postar com a frequência devida.
Porque, na verdade, quando chego da faculdade, estou bastante cansado e tudo o que queria era esquecer de computadores, faculdade e dormir. Mas, se eu fizer isso, o dia seguinte se agiganta de coisas para fazer e, de post em post, creio que tudo desanda. Portanto, posto hoje o ontem, com um pequeno atraso de 23 minutos.
Nesta sexta-feira, 16, tivemos mais uma aula de criação dentro da disciplina de Cozinha Contemporânea. Como já disse antes, trata-se de criar pratos a partir de determinados ingredientes. De preferência, essas produções devem ser inovadoras, diferentes. E o foram. Eu, particularmente, estava meio off. Sabe aqueles dias que você está num lugar e, simultaneamente, não está lá? Você está lá com o corpo, mas, todo o resto - seja alma, espírito, pensamento, vontade, energia - está em outra dimensão, bem longe. Estava assim hoje.O resultado foi realmente catastrófico: fiz uma única coisa - que não revelarei aqui - e fiz errado.
Ou você está lá ou não está! Se não está, aja como se não estivesse, efetivamente. Foi o que aprendi.
Enfim, de qualquer forma, a eficiente bancada da qual eu faço parte é criativa o bastante para inventar pratos maravilhosos e foi isso que fizeram, com competência. Tínhamos os seguintes ingredientes: abacaxi, robalo, tomates, pimentões vermelhos, cebola, alho, hortelã, farinha de trigo, cheiro verde, azeite, sal, pimenta-do-reino preta, vinho, shoyu (molho de soja) e agar-agar (substância gelatinosa feita de algas marinhas usada para dar firmeza aos pratos - já escrevi sobre o agar-agar neste blog).
Com esses ingredientes, foram feitas quatro maravilhosas (e gostosas) produções, cujas fotos estampo a seguir. Hoje, não tem receita. Como a aula é de criação e não há ficha técnica (e ainda não registramos a nossa própria ficha técnica, o que deveríamos fazer), não vou passar a receita porque eu, particularmente, não participei integralmente de nenhuma produção e seria anti-ético dar aqui uma receita que eu não pensei ou desenvolvi. Assim, compartilho apenas as fotos desses lindos pratos:
(Goiabada de Tomate e Pimentão Vermelho com Redução de Shoyu e Vinho)
(Guioza de Robalo - tipo de pastelzinho que é cozido ao invés de frito, o guioza, a despeito de estar relacionado intimamente com a gastronomia nipônica, foi inventado na China, onde era servido cozido a vapor para a nobreza. Depois, os restos eram distribuídos aos soldados, que os comiam já frios. Foram os próprios chineses que exportaram o guioza para Japão. Mas, somente após a Segunda Guerra Mundial, o pastelzinho chinês se popularizou)
(Petit Gateau de Pimentão com Carpaccio de Abacaxi)
(Robalo com Suflê de Abacaxi e Molho Pesto)
(Rejeite: o motivo de eu ter me atrasado com a postagem do Rastreio de hoje, como expliquei, se deve ao fato de eu ter ido me encontrar com umas amigas. As amigas, foi tudo de bom, principalmente as que eu não via há muito tempo. Quanto ao local, foi péssimo. Serviço ruim, caro, fila imensa para pagar - há apenas um caixa. Cigarro quase pelo dobro do preço. E o proprietário ainda discutiu com uma das minhas amigas. Não vá. Sabe aquela expressão "salvo pelo gongo"? Pois é! O local se chama Gongo e, no próprio site, está lá: "Ser salvo pelo gongo: livrar-se de aborrecimentos ...". Foi tudo que não conseguimos.)
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