Fruit de la passion
O maracujá é uma fruta sensual. De cheiro bom. A planta é formosa. As flores trepam (aiii!!!) pelas paredes e árvores, feito gentinha, assim, diria, apelativa. Do nome arcaico murucuiá, virou maracujá.
A fruta foi descrita pela primeira vez em 1584, pelo padre Fernão Cardim, no livro "Do Clima e Terra do Brasil". Em carta, o padre (que são seres sensuais, como bem se sabe), disse: “Há [no Brasil] uma fruta que chamam murucuiá, sadia, gostosa e refresca muito o sangue em tempo de calma, tem ponta de azedo, é fruta estimada”. Outro padre (não disse?), em 1663, no livro "Coisas do Brasil", fazia-lhe uma declaração de amor: “O outro portento das ervas, graça dos prados, brinco da natureza (...) é aquela que chamam os portugueses Erva da Paixão, os índios Maracujá, os castelhanos Granadilha. Cresce à maneira de hera, em breve tempo trepa altas árvores, grandes tetos, espaciosas latadas, a modo de parreira; cobrindo tudo de uma verdura graciosa e vária, entrelaçada de folhas, flores, frutos em numorosa quantidade. É a folha das mais agradáveis e frescas do Brasil, e por esse respeito sua sombra muito apetecida.”
O nome murucuiá vem do tupi e significa “comida preparada em cuia”. Tem propriedades medicinais: as raízes contêm um princípio ativo chamado passiflorina, de grande valor terapêutico, pois, apesar de ser narcótico, não deprime o sistema nervoso central. Por isso, a sabedoria popular pede o suco de maracujá para acalmar. As folhas são desobstruentes e diuréticas. O chá é usado no tratamento de coqueluche, excitação nervosa, ansiedade, insônia e perturbações da menopausa. A polpa é empregada na produção de sorvetes, refrescos, geléias, sucos, doces, bolos e balas.
Apenas no Brasil, existem mais de 150 espécies nativas de maracujá, como o maracujá-roxo, o maracujá-amarelo, o maracujá-doce, o maracujá-melão, o maracujá-açú, o maracujá-pintado, o maracujá-de-cheiro. As flores aparecem no verão, de dezembro a abril. São grandes, vistosas, com cores que variam entre o branco-esverdeado, o alaranjado, o vermelho ou o roxo. É a flor que deu ao maracujá seu outro nome: fruta-da-paixão (passion fruit, em inglês; fruit de la passion, em francês). Os missionários jesuítas que acompanharam os navegadores ao Novo Mundo viram na flor um símbolo da Paixão de Cristo. Uma descrição antiga explica esta associação: “[a flor] além de formosa e de várias cores, é misteriosa; começa no mais alto em três folhinhas, que se rematam em um globo que representam as três divinas pessoas em uma divindade ou – como outros querem – os três cravos com que Cristo foi encravado, e logo abaixo do globo, outras cinco folhas, que se rematam em uma roxa coroa, representando as cinco chagas de Cristo Nosso Redentor.”
Por que tanto apreço, de uma hora para outra, em relação à fruta da paixão? Ora, porque promessa é dívida e talvez eu esteja meio assim como a fruta atualmente ou, pior, meio a ficar crucificado como o Outro porque desejo o que não posso ter. Simples. Para mim. Larga a mão de ser curioso(a)!
3 Comentários:
Red querido príncipe,
1) Post altamente instrutivo, de verdade!
2) Fruit de la passion: minha marca de lingerie predileta, apesar de não poder comprar pelo alto preço..rs Eu chego lá!!!
3) Desejar o que não pode ter? rs Até sou curiosa, mas não pra isso!
4) Ultimamente ando com um desejo desse gênero..rsrs Fazer o que? rs
bjs
Mara
Mara, querida,
1)Porque fui cobrado.
2)Vá de La Perla.
3)Sempre desejo o que não posso ter (emocionalmente, não materialmente). Ou seja, é um karma.
4)Matar essa paixão que nos mata.
beijo
Adoro La Perla também....rs
bj
Postar um comentário