Hajj, uma tradição de 1.381 anos
Na semana passada, cerca de 3 milhões de muçulmanos fizeram a peregrinação de seis dias aos locais sagrados do Islã. Essa peregrinação faz parte do rito anual de orações, o Hajj, cujo destino é Meca, na Arábia Saudita. No século VII, o profeta Maomé proclamou o islamismo na cidade, o que a tornaria, portanto, importante até os dias atuais na história do desenvolvimento do Islã.
Anualmente, Meca recebe enorme contingente de muçulmanos para o Hajj (que significa 'peregrinação', em árabe). Hajj é um dos pilares da religião islâmica. Os demais são testemunho, reza, esmola, jejum e ramadan (também ramadã e ramadão, que é o nono mês do calendário islâmico).
A primeira caminhada em direção à Meca foi feita no ano de 628, quando o próprio Maomé conduziu 1,4 mil fiéis para a cidade. Segundo os fundamentos do Islã, Deus ordenou a Abraão e a seu filho Ismael que reerguesse os pilares da Caaba ('meteorito', em árabe, que é o colossal cubo em torno do qual os muçulmanos oram em Meca) e chamasse as pessoas para a peregrinação. Desde então, o ritual se repete com os fiéis a seguir os caminhos e reproduzir os atos de Abraão.
O Hajj (ou Hadj) deve ser feito, pelos muçulmanos, ao menos uma vez na vida e somente pode ser realizado uma vez por ano, entre o oitavo e o décimo dia do mês de Dhu al-Hijja (é o último mês do calendário islâmico). Se a peregrinação ocorrer em outra época do ano, será chamada de 'Umra'. No entanto, a Umra não substitui o Hajj.
Entre os rituais para a concretização do Hajj, o peregrino, a uma determinada distância de Meca, deve entrar no estado de 'ihram' (sacralização ou estado sagrado). Para isso, deve vestir a 'iharam' (duas peças de tecido branco e não cosidas e sandálias também não cosidas). Durante o ihram, o peregrino não pode cortar o cabelo e as unhas, não deve usar perfumes, matar animais, discutir ou lutar, manter relações sexuais e casar.
A Caaba (ou Kaaba ou Kabah) é uma construção cúbica que fica na mesquita de Al Masjid Al-Haram. Tem 15,24 metros de altura e é permanentemente coberta com uma manta escura com bordados dourados. Dentro dessa construção, está guardada a 'Hajar el Aswad' (pedra negra, em árabe), de 50 centímetros de diâmetro, considerada uma das relíquias sagradas do Islã. Supõe-se que a pedra provem dos restos de um meteorito.
Quando Maomé proclamou o islamismo, incitou, com o gesto, o repúdio aos deuses pagãos (politeísmo) e o culto a um Deus único (monoteísmo), que é Alá. Ao fazer isso, Maomé conservou a Caaba que, no paganismo, simbolizava o sistema solar e abrigava 350 ídolos (representação zodiacal).
4 Comentários:
adoro ler sobre história e sobre as culturas dos povos. O islamismo é a religião que tem mais adéptos no mundo
Oi Daniel, tudo bem? Eu também gosto muito de história. Quanto ao islamismo, há tanta controvérsia sobre essa questão, que mistura religião e política, e poucas vezes as pessoas se lembram desse fato: é a religião com o maior número de adeptos no mundo. Em questões religiosas e culturais, penso que devemos, apenas, respeitar a opção de cada um. Abraço!
Só é pena que na Arábia Saudita se executem pessoas por serem homossexuais...
Abraço.
Oi Pinguim, finalmente! De volta a esta casa. Seja bem-vindo! Me recordei de um episódio mais ou menos recente de gays egípcios que foram apedrejados pelo fato de o serem. As relações na Arábia e nos demais países muçulmanos são turvadas pela religião. É engraçado que países nos quais os homens andam de mãos dadas (o que, na nossa cultura, pode simbolizar um casal de gays) recrimine tão violentamente os homossexuais. Para ser gay, nesses países, as pessoas têm que migrar. Abraço!
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