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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Existe prevenção ao ato de tirar a própria vida?

Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas cometem suicídio em todo o mundo anualmente. E as projeções para 2020 são de que esse número chegue a 1,5 milhão de indivíduos. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2007, eram 780 mil as pessoas que tiravam a própria vida, o que atribuía ao suicídio mais da metade das mortes violentas na Terra. A taxa de suicídios cresceu mais de 60% nos últimos 45 anos e, numa estatística ainda mais avassaladora, calcula-se que a cada suicida, outras 20 pessoas tentaram mas não conseguiram consumar o ato.


Esses números indicam que acontece um suicídio a cada 40 segundos em todo o mundo e que, a se confirmar a expansão desse tipo de morte, em 2020 ocorrerá um suicídio a cada 20 segundos. No Brasil, não há registros oficiais mas estima-se que ocorram 24 suicídios por dia (um a cada hora). Os especialistas, no entanto, afirmam que a taxa deve ser 20% maior (ou quase 30 suicídios por dia). Ainda no Brasil, os homens são os que mais cometem suicídio (três vezes mais do que as mulheres). Mas, por outro lado, as mulheres tentam tirar a vida (sem serem bem-sucedidas) de três a quatro vezes mais do que os homens.





As principais causas do suicídio estão relacionadas a depressão, ansiedade, uso de álcool e de drogas e esquizofrenia. Na edição do jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira, 4, há uma matéria sobre o assunto e uma entrevista com a jornalista Paula Fontenelle, autora do livro "Suicídio: o Futuro Interrompido" - Geração Editorial - 250 páginas. O livro é sobre o pai de Paula, que se matou com um tiro em 2005. A jornalista diz que mais de 90% dos casos estão relacionados a transtornos mentais como depressão e bipolaridade. E que as pessoas que o fazem emitem sinais embutidos em frases do tipo: "A vida não tem mais sentido", "Não consigo entender porque estar vivo" etc.


Paula diz que quando se percebe que uma pessoa quer se matar, deve-se perguntar a ela se pensa mesmo em se matar e levá-la a um psiquiatra que, com complementos químicos (remédios), é o único profissional que pode fazer alguma coisa.





A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), que acredita que suicídio é uma questão de saúde pública, lança hoje uma campanha de prevenção ao suicídio. A ABP distribuirá material informativo para o público leigo, manual de informações para a imprensa e veiculará, em rede nacional, um vídeo institucional de 30 segundos sobre o problema.


Não sei se existe prevenção a esse tipo de atitude extrema. Temo que não. Creio que quem quer se matar, o faz, mais cedo ou mais tarde. E sem emitir sinais. Ou ainda que os emita. Há centenas de casos relatados pelas próprias pessoas na internet (em blogs, redes sociais etc.) que dão todos os sinais de que vão mesmo cometer suicídio. E há aqueles suicídios silenciosos que chocam, causam estranheza e até mesmo preconceito.





(Campanha do Centro de Valorização da Vida - CVV - entidade voluntária que trabalha na prevenção do suicídio e na valorização da vida - veiculada em 1999)


Na minha família, há pelo menos dois casos de suicídio comprovados. Ambos os casos, vistos sob o contexto atual, indicam que as pessoas que os cometeram realmente tinham transtornos mentais. O suicídio é um tema árido e tabu. As pessoas - família e amigos - tendem a se afastar e acreditam mesmo que o suicídio é cometido por pessoas fracas, que 'não tiveram coragem de encarar a vida de frente'. Besteira. Essa é uma resposta um tanto confortável para os que não entendem um comportamento desse tipo, muito mais complexo do que um simples dar de ombros penalizado.


Há uns quatro ou cinco dias, acordei às 5:30 horas sob uma saraivada de gritos que começavam com "Socorro!". Um homem gritava na madrugada e dizia que ia se matar. Obviamente, fez tanto estardalhaço que acordou a família (suponho), os vizinhos e todo o bairro. Em questão de minutos a polícia chegou e silenciou o infeliz. Daqui de casa não dava para ver a cena mas acredito que o homem queria chamar a atenção para um problema específico, e não dar cabo da própria vida.


Quem o faz, repito, simplesmente o faz. Pula de um prédio, se dá um tiro, toma veneno ou remédio em demasia. Não grita, não se comunica. É um silêncio total. Algumas vezes, deixam bilhetes para os parentes e amigos. Outras, nada. Apenas um vazio. Um vazio que fez sofrer a pessoa a ponto de a morte arbitrária ser vista como solução única e um vazio nos que ficam, sob o pendor de uma culpa que nunca cessa. Uma vida que se esvai e outras que ficam, suspensas.


4 Comentários:

victorysilcana disse...

Cuanta desesperación, debe sentir la persona que opta por quitarse la vida y no ver salida ninguna.
Saludos de España.

Redneck disse...

Victory, es realmente lamentable que nada ni nadie puede evitar este triste final. Y como yo he dicho en el post, ni siempre los signos son evidentes para que se tome una iniciativa por la parte de las personas que están al rededor sobre el suicida potencial. Saludos de Sao Paulo. Beso!

João Roque disse...

Para mim o suicídio é sempre um acto de cobardia e nunca de coragem; claro que compreendo situações extremas de quase falta de controlo; mas se dá para tomar essa decisão, também dá para tomar outra e tentar mudar a vida.
è uma opinião vista de fora e sei que não é partilhada por muita gente, mas afinal um dos meus lemas de sempre é : "O que importa acima de tudo, é a Vida!"

Redneck disse...

Pinguim, tenho que discordar de você porque são fatores outros que levam as pessoas a este ato extremo: os dois casos mencionados da minha família no post foram decorrentes mais de ausência de algum componente químico cerebral do que covardia das pessoas envolvidas. Conheço outros casos similares e, a não ser que os motivos evidentes sejam mais prosaicos - crise financeira, relacionamentos frustrados etc. - a maior parte dos casos está relacionada à depressão, que é um mal ante o qual somos, na maior parte das vezes, impotentes. Abraço!

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