Rastreio de Cozinha - 82
Acabou!!!!!! E acabou bem, lhe asseguro!!! Tivemos - as quatro turmas, A1, A2, A3 (a minha) e A4 - provas simultaneamente. Duas provas - de Cozinha Contemporânea e de Cozinha Brasileira. E, eu, que não tinha muitas esperanças, pelo menos quanto à prova de Cozinha Brasileira, fiquei bastante surpreso e feliz.
As provas consistiram em uma digressão sobre as subdivisões da Cozinha Contemporânea - criação, vanguarda, fusão (fusion food), releitura, reconstrução, slow food, comfort food, orgânica, cook chill (industrialização da comida) e food design; e, na Cozinha Brasileira, questões dissertativas acerca da existência (ou não) de uma cozinha nacional brasileira em oposição a várias cozinhas regionais (das regiões Norte, Sul, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste), qual o legado que a disciplina nos deixa para a profissão e mais três questões que envolvem a comida brasileira.
Ambas as provas, na minha opinião, se complementaram, ainda que o mote da partida fosse diferente para cada disciplina. No final, houve confluência, nas minhas provas, entre a cozinha contemporânea e a cozinha brasileira.
Agora, quero registrar que todas as provas deveriam ter essa orientação: buscar saber, individualmente, por meio de avaliação objetiva de cada um, qual é a percepção que nos restou desses quatro meses de ensinamentos.
E não elaborar testes e mais testes com uma ou mais respostas, ou mesmo respostas do tipo "pegadinhas" que, a essa altura, numa faculdade, somente provam o quanto a academia (e professores que usam a prática) está distante da realidade.
Conhecimento é, de fato, o que se absorve e eu, como aluno, somente posso refletir esse conhecimento se puder elaborá-lo do meu jeito, qual seja por meio de texto no qual exponho minhas observações.
Por isso a minha surpresa com a disciplina de Cozinha Brasileira (mas, não com Cozinha Contemporânea). Esperava, diante de algumas altercações e percalços, que a P2, cujo objetivo é testar nosso conhecimento teórico, fosse do tipo múltipla escolha ou decorativa, com uma série de conceitos que seriam "colados" ou "decorados" e esquecidos dentro do vagão do primeiro trem do metrô que me conduzisse de volta para casa.
Com isso, ao contrário do que previa, as duas últimas provas foram, segundo minha avaliação, dignas de nota (por mim, aluno, contrariamente ao que soe acontecer com as provas). Escrevi, para cada prova, uma página frente e verso com minha opinião. Sei que serei lido e isso me basta. A nota é apenas um detalhe a ser registrado na caderneta e uma exigência ministerial.
A prova dissertativa abre a possibilidade de nos dar, aos alunos, voz, que, para mim, é o que realmente as faculdades têm obrigação de fazer: nos dar voz, nos fazer, ao mercado, aos colegas e a todos, ouvir. Porque são muitos os que falam e poucos os que nos permitem que falemos, de fato. E hoje isso ocorreu. Por isso, tenho que me regojizar.
Para celebrar o final da temporada da P2, me esbaldei e caí na balada (escrevo este post no alvorecer da madrugada de sábado, quando a Hora do Angelus (que pode ser às 6, 12 ou 18 horas, escolha o que lhe parecer mais apropriado) já soou e, segundo algumas crenças, o meu próprio anjo já bateu as asas, revoltado porque passei a noite fora, na esbórnia. Sorry, anjo, também sou filho do seu Pai.
Mas, não é o fim do semestre e o início das esperadas, desejadas, merecidas férias: teremos reposições na próxima semana e o TOCC (Transtorno Obsessivo de Conclusão de Curso). Aguarde que ainda haverá choro e ranger de dentes neste recinto.
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário