Rastreio de Cozinha - 66

Costa do Sauípe, Bahia - Não tem jeito. Definitivamente, a comida é ruim. O almoço e o jantar desta quinta-feira repetiram o cardápio de ontem. Não vou nem relacionar os nomes dos pratos, mas, de novo, trata-se de um menu típico de qualquer outro hotel: carnes, legumes, massas, peixes e frangos, todos cheios de molhos e insossos.

As únicas coisas que se salvam durante as refeições são as sobremesas, bastante variadas (contudo, não são típicas da Bahia) e a água, que, ao menos, parece ser a mesma água em todo lugar.

Posso soar cínico, mas, infelizmente, o hotel não se preocupa nem um pouco em investir na gastronomia. O serviço de garçons é sofrível. No restaurante Terra Brasil, se você está em determinada mesa, longe da vista dos garçons, esqueça! Ninguém te atende. Você tem que ir ao garçom e pedir o que quer beber.

No jantar, as refeições são oferecidas por patrocinadores do evento que cubro. Os jantares são ainda mais pobres. O vinho, sem rótulo, é intragável. Hoje, o jantar foi self-service, com aqueles recipientes de metal (os rechauds) que acho bem industrial.


(Tapioca)

Até agora, os únicos alimentos da Bahia servidos foram acarajé (nos intervalos entre os seminários) e tapioca, no café da manhã, que, claro, não oferece a possibilidade mínima de frutas da terra. A própria água de coco, tão nativa, não está inclusa no menu normal. Se você quiser, tem que pedir ao garçom (cadê??) e pagar à parte.

O evento pelo qual viajei começa às 8 horas da manhã e tem previsão de término às 13 horas. Porém, como em todo lugar, não se cumprem os horários. Os "trabalhos", como chamam, são abertos às 8:30 horas e lá pelas 14:30, 15 horas, tudo acaba para o almoço, finalmente. Entre o início e o fim, há um intervalo (o coffee break). Para nós, jornalistas, começa a segunda fase do trabalho, que é escrever e enviar as notas (notícias) para nossos respectivos editores.

Quando enviei as notas, já eram 17:30 horas. Ainda tive mais entrevistas e, finalmente, me livrei do trabalho de hoje. Foram mais de 12 horas de trabalho (levantei às 6:50 horas).

Depois do jantar, nos arriscamos na vila. Ah! Choveu e ventou a tarde inteira, o que corta o barato que ainda pode ter um lugar completamente isolado. A vila é legal, mas, não passa de um centrinho comercial cheio de lojinhas. Não tenho fotos porque, como chovia, não carreguei a câmera. Se tudo der certo, amanhã eu fotografo.


(Acarajé)

Abaixo, uma relação de pratos típicos da Bahia que ficarão, provalvelmente, como parte da minha imaginação nesta viagem. Olha a diversidade! É incrível que o hotel não ofereça um só que seja:

Pratos

- Abará
-Aberém
- Arroz de Auçá
- Acaçá
- Caruru
- Vatapá
- Moqueca de Aratú
- Moqueca de Peixe
- Moqueca de Camarão
- Moqueca de Maturi
- Moqueca de Mapé
- Moqueca de Petitinga
- Sarapatel
- Xinxim de Galinha
- Efó
- Maniçoba
- Zembê
- Muganga
- Sarrabulho de Vaca
- Mininico de Carneiro
- Carne de Sol Assada
- Bobó
- Feijão de Leite
- Siri Mole
- Cabidela

Sobremesas

- Canjica
- Pamonha
- Pé-de-Moleque
- Arroz Doce
- Mungunzá
- Beiju
- Cuscuz
- Aluá
- Baba-de-Moça
- Quindim
- Cocada
- Bolinho de Estudante
- Lêlê

Com nomes tão poéticos, creio que essa diversidade agradaria às pessoas. Aliás, não entendo a passividade dos hóspedes que comem bovinamente e, em alguns casos, ainda acham que a comida está ótima. Com o preço do hotel, como disse ontem, os pratos tinham que brilhar no meio de tanto verde de palmeiras e azul do mar.