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sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Pão da Clarice

Patty, não resisti. Depois de ler sobre o pão no O Quem, resolvi fazer um post sobre o assunto também. O pão é principal gênero alimentício de todos os povos, desde a pré-história. Acredita-se que o pão tenha mais de 6 mil anos. No Brasil, o consumo era pequeno até o século XIX por causa do acesso ao trigo, que era caro e raro, porque importado. O pão pode ser feito no forno, na chapa, no vapor ou frito. Há uma infinidade de tipos de pães: francês, árabe, italiano, de leite, de centeio, de cevada, de milho, de batata, doce, brioche, bisnaga, cacete (tinha que ter uma referência sexual), de queijo (totalmente made in Brazil), almofadinha, filão, trança, de fôrma, de ló, de alho, de soda, preto, de minuto e mais uma cesta gigantesca. O melhor pão, para cada um, é aquele que remete a um cheirinho bom de café de casa, da casa dos pais, de quando éramos pequenos. O meu favorito até hoje é o que a minha mãe fazia no forno do fogão a lenha quando morávamos na zona rural. Ah! Nunca mais aquele pão. Também havia o da minha avó, feito em forno de barro. Hummmm! E o da minha outra avó. Das velhas parentes que faziam fornadas de pãezinhos de forno de barro que elas mesmas construiam. Mas, também gosto do pão francês das padarias de portugueses de São Paulo, do pão de batata do supermercado, do pão de queijo de cada café da cidade, do pão doce do posto da Castelo Branco. Não tem limite. Acho que não tem ninguém que não goste. Você pode gostar da casquinha ou só do miolo, mas sempre comerá um pedacinho de pão. Alimento mundial, reconhecido em qualquer lugar. Depois de tanta falar de pão, claro que vou passar uma receitinha. Bem fácil. Tenta fazer. É uma delícia. O nome é Pão da Clarice (falecida precocemente, foi casada com meu tio, irmão da minha mãe). A Clarice foi uma das quituteiras e cozinheiras de mão mais cheia que já conheci. Aliás, sua família inteira, desde o pai, sempre foram ótimos doceiros. Sua irmã é uma das grandes boleiras da minha cidade natal. Vamos à receita:


Ingredientes
- 4 ovos
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 1/2 colher (sopa) de sal
- 6 a 9 colheres (sopa) açúcar (depende do seu gosto)
- 1 colher (café) de pó Royal
- 1 Kg farinha de trigo
- 1/2 litro de leite

Repare que, ainda que algumas marcas de farinha de trigo atuais incluam fermento na própria farinha, é necessário, mesmo assim, adicionar a colherzinha de pó Royal. Senão, o seu pão vai ficar tão duro que você quebrará seus dentes e, quando atirar o pão fora, poderá matar alguém, porque o alimento atinge uma consistência de chumbo. Bem, bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto a farinha (me lembrei de uma foto de uma mulher esfarinhada, mas, não, não vem ao caso). Despeje o líquido, espesso, em uma bacia (por favor, de aço inox), acrescente a farinha de trigo e bata com um fouet (de silicone, sim?) até formar bolhas (não nas suas mãos, que essas não importam, e sim pequenas bolhas na massa). O ideal é estender a massa numa superfície fria e sem fissuras (mármore, criança!) e estender essa massa como se lavasse uma roupa suja de mecânico (sem distender seus músculos; a massa requer carinho, não ódio). Depois, nessa mesma superfície ideal que, acredito, você tem em casa, aspirja (estava louco para usar essa palavra e só escrevo este post com esta finalidade) farinha, corte pedaços da massa e estenda em formatos mais ou menos circulares (forma de ameba). Enrole carinhosamente, no formato do pão que você tem guardado na sua memória. Dá para fazer uns cinco pães. Se você for minimalista, pode fazer 15. Coloque os pães (que devem quase flutuar de tão leves) em uma fôrma untada com manteiga (e um tiquinho, quase nada, de farinha) e deixe crescer (pensa no mecânico, enquanto isso). Para você se orientar, porque o conhecimento de sua avó perdeu-se quando você migrou para a cidade, faça uma pequena bolinha, encha um copo d'água (de preferência, daqueles do tipo Nadir Figueiredo) e coloque a bolinha lá dentro. É claro que se a massa tiver uma merda, boiará de imediato (desculpe misturar cré com lé, mas é para você visualizar em sua cabeça). Se você fez tudo certinho, a bolinha boiará alguns minutos depois (tá! não sei quantos! depende de você! que coisa! talvez sejam uns 15, 20 minutos). Quando os pães crescerem e a bolinha boiar (dentro do seu próprio tempinho), leve para assar. De vez em quando, você coloca a cabeça dentro do forno e vê se está bom. Aqui, fica a seu critério. Depois de tudo isso, faça café, passe manteiga no pão e saboreie a sua obra. Você é inteligente! Pense que o antigo egípcio fazia a mesmíssima coisa apenas com cevada e água, sem fermento, e descansava o pão na pedra. Até hoje eles consomem assim e é uma delícia (lembra dos filmes iranianos?). Se nada der certo, denomine-se, em voz alta, de asno. Vá à padaria e peça pão francês quentinho. De quebra, paquere o padeiro.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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