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domingo, 28 de outubro de 2007

Meu rugido dominical

A Igreja e os vícios seculares da instituição mostram seus dentes entre nós. Nos últimos anos, houve uma avalanche de denúncias, afinal comprovadas, de padres que molestaram meninos, principalmente, em todos os lugares do mundo, com destaque para a igreja católica dos EUA. Paróquias firmemente estabelecidas como a de Boston tiveram que desembolsar milhões de dólares para calar a boca dos ex-coroinhas. Padres de altas batinas (cardeais, arcebispos e bispos) foram afastados ou acolhidos pelas muralhas do Vaticano para tentar abafar os lamentáveis escândalos de origem sexual. Agora, no Brasil, um dos mais proeminentes e atuantes membros do clero da cidade de São Paulo, o padre Júlio Lancelotti, é acusado de pedofilia e de ter mantido por oito anos um relacionamento gay com o ex-interno da Febem, Anderson Marcos Batista. O ex-interno é acusado de extorsão pelo padre Júlio Lancelotti. Na edição da Folha deste domingo, Anderson disse à polícia que manteve um relacionamento homossexual com o religioso por cerca de oito anos em troca de dinheiro e negou ter praticado extorsão. Em agosto, o padre procurou a polícia para denunciar Anderson. Disse que o ex-interno o chantageava e fazia ameaças, entre as quais a denúncia de pedofilia. Na ocasião, padre Júlio disse ter pago R$ 50 mil a Anderson, em três anos. Na última terça, o valor estava em R$ 80 mil. Ontem, sábado, o advogado do padre disse estimar em R$ 140 mil a R$ 150 mil a quantia repassada. Agora, a conta pode chegar a R$ 700 mil em oito anos. Quando comecei a ouvir essa estória na mídia, desconfiei do padre Lancelotti. Nunca acreditei no clero, de forma geral. Está no cerne da Igreja Católica, desde São Pedro, cometer os erros mais arbitrários (a Santa Inquisição é apenas um dos exemplos) e abafá-los, com toda a opulência e riqueza que caracterizam a instituição. É assim desde o princípio dos tempos e isso não muda. Dos padres, tenho mais referências negativas do que positivas: alcoolismo, padres contaminados por doenças sexuais, padres gays aos montes nos seminários. Por conta do trabalho e em viagens, já visitei igrejas em vários pontos e até mesmo seminários. O que vi não me surpreendeu: seminaristas essencialmente gays e padres idem. De certa feita, me hospedei num seminário que virou pousada no Nordeste. Claro que havia padres que administravam o local e não havia dúvida sobre seu comportamento. Em São Paulo, eu estava numa entrevista na Sé e, de repente, entrou na sala um padre moderninho, de roupas de couro! O comportamento do padre era de um jovem gay pronto para a balada (quem assistiu o filme "O Padre" saberá sobre o que eu falo). Não, não tenho ódio da igreja. Somente acho que deve acabar a hipocrisia. São seres humanos, tão passíveis de atitudes erradas quanto qualquer um de nós, e não devem ser envoltos numa camada de proteção que nós não temos. Quanta arbitrariedade deve acontecer nas milhares de paróquias do País e do mundo! Sou ateu confesso. Mas, uma instituição como a igreja, que arrebanha pessoas no mundo inteiro e se quer guardiã da moral alheia, deve, antes de tudo, olhar para seu próprio seio com franqueza. O caso do padre Júlio Lancelotti é apenas mais um nesse mar de erros que a igreja insiste em navegar. O papa Bento XVI este no Brasil para tentar melhorar a imagem da institutição por aqui. Creio que não conseguirá porque as pessoas não são tolas. Se você não pune os seus, com que direito me punirá? É essa a minha concepção.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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