Meu rugido dominical
"Sabe, ninguém vai te ajudar, ... porque não há ninguém para fazê-lo. Ninguém. Somos apenas arranjos complicados de átomos e partículas subatômicas. Nós não vivemos, nossos átomos é que se movimentam de modo a nos dar identidade e consciência. Nós não morremos ... Nossos átomos apenas se reagrupam. Deus não existe. Não pode haver nenhum Deus. É ridículo pensar em termos de um ser superior. Um ser inferior talvez, porque nós, que nem mesmo existimos, organizamos nossas vidas com mais ordem e harmonia do que Deus organizou o mundo. Nós medimos. Nós transamos. Nós criamos música maravilhosa. Nós somos os arquitetos da nossa própria existência. Que conceito maluco curva-se diante de um deus que chacina milhares de crianças inocentes, que, devagar, as agoniza, vai matando de fome, surra-as, tortura-as, rejeita-as. Que besteira pensar que não devemos insultar tal deus, amaldiçoá-lo, apagar nossa existência. É nosso dever apagar Deus da mente. É nosso dever insultá-lo. Vá se foder, Deus! Abata-me se tem coragem, seu tirano, fraude inexistente. É dever de todos os humanos apagar Deus da mente. Então teremos um futuro, porque então seremos responsáveis por quem somos. E é isso que você deve fazer, apagar Deus da sua mente. Ser responsável por quem você é". Trecho do roteiro do filme "Bad Boy Buddy", de Rolf de Heer. Encontrei isso numas anotações minhas de 13/04/1996. Mais de dez anos. E atual! Uma vez, pesquisei junto ao site Filme B para saber se havia saído em vídeo e DVD. Não sei se você encontra para alugar ou comprar. Se puder, assista. É um dos filmes mais poéticos que eu já assisti.
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