Like no other
Acredito que não há lugar nenhum - cidade ou não - mais importante do que aquele que nos originou e ao qual nossas raízes estarão inapelavelmente arraigadas. Este lugar é um lugar como nenhum outro. É vasto, é estreito, é feio, é bonito. É a semente. Talvez a derradeira passagem também. Para mim, em processo acelerado de resgate, ver o lugar onde nasci é ver o meu passado inteiro descortinado nas velhas árvores de toda a minha vida, nos trinados dos pássaros que voltam, atrevidos, em vôos cada vez mais frequentes. É lembrar de cada recanto, esconderijos de infância, pequenas construções antes gigantescas e agora tão simples. É viver o momento do cair da tarde. Silêncio!!! Sons abafados. Frio e calor. Aconchego do fogão de lenha. A luz elétrica brilha de forma estranha onde antes havia a chama da lamparina. O toque e o brilho do celular ainda me chocam nesse cenário. Me faz bem pensar que posso ficar e estar por aqui, pisar nos meus passos de décadas atrás, quando os caminhos e as pernas eram mais curtos. Silêncio!! É o fim do dia e o anoitecer traz vagalumes. Traz a memória, forte, de dias cheios de angustiante expectativa. Dias em que se sonhava de olhos abertos ao olhar as estrelas. Dias que ficaram. Dias que voltam e retomam seu lugar, de alguma forma.
1 Comentário:
Sérgio meu querido, pé vermelho é pé vermelho!!! Lembro-me das cigarras agitando na janela do meu quarto enquanto rezava por um dia melhor, do cheiro da chuva chegando, dos rasantes dos pássaros, das tardes na cachoeira, das estrelas estalando no céu azul infinito das noites quentes à beira da estrada rural que nos levava a sonhos ingênuos, enfim, tudo faz parte das minhas raízes que permanecem fincadas em solo tupaense.
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