No face(book)
Nada de "face to face" (cara a cara)! Ao contrário, os problemas se resolvem, agora, no face (sem dar a cara), quer dizer, no Facebook. As comunidades sociais invertem, assim, a função de aproximar as pessoas e servem também aos objetivos contrários, de encerrar os relacionamentos.
Na Grão-Bretanha, um consultor - Neil Brady - deixou um recado no seu próprio perfil do Facebook para terminar o casamento de seis anos. A mensagem era simples e definitiva: Neil Brady acabou seu casamento com Emma Brady, escreveu Neil. A esposa, no caso, foi a última a saber e somente o soube porque amigos telefonaram para confirmar a informação. Apenas um registro: se você tem um perfil numa dessas redes, não deixe de visitá-la constantemente. De repente, seu mundo - real - caiu e você nem sabe!
(O perfil de Neil Brady no Facebook)
"Todos os amigos que tenho no site são pessoas que conheço há anos e é muito humilhante que tudo tenha acontecido dessa maneira", disse Emma. A primeira atitude de Emma ao saber da informação foi ligar para o marido. Mas, os amigos a dissuadiram e a convenceram a falar com ele cara a cara (face to face, e não face[to]book). Quando chegou em casa, o marido se fez de sonso. Claro que os dois brigaram e o infeliz ainda a trancou para fora. Os dois ainda não oficializaram o divórcio, mas, obviamente, já não vivem juntos.
(O casal britânico no dia do casamento)
O engraçado é que ainda esses dias eu assisti na Ana Maria Braga (pronto, contei!) justamente o contrário: ele, de Minas Gerais, ela de Alagoas, conheceram-se por internet, namoraram e decidiram casar-se antes mesmo de se encontrar cara a cara. Não fosse o programa da Ana Maria Braga, ambos teriam se encontrado apenas no dia do casamento. Não foi divulgado no programa qual a comunidade usada pelo casal, mas, tenho certeza, era o Orkut.
Adoro as redes sociais. São um excelente meio de você saber de amigos que estão distantes, geograficamente ou não. Mantenho perfis em várias redes e sempre me deparo com pessoas as mais diferentes. É um meio como outro qualquer de conhecer pessoas de outras culturas, de outras regiões do mundo onde, a princípio, jamais eu poderia estar. Pelas redes, atravessa-se o globo. Não há mais divisões, não há fuso horário e tampouco diferenças culturais.
Basta um mínimo domínio do inglês e você conversa com as pessoas online em todos os continentes. Agora, a surpresa é que uma pessoa tenha que recorrer a um serviço virtual para proclamar que não quer mais viver com outra. No more face, no more talk. Just silence!
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