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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Te cutuco! Não cutuca! Te cutuco! Não cutuca! (Poke me, poke you back)

Nos EUA, uma mulher, Shannon, foi presa ao usar a função 'poke' (cutucão ou cutucar) do Facebook para acionar uma outra mulher. Mas Shannon estava proibida, por ordem judicial, de se aproximar da outra mulher por qualquer meio, inclusive digital. A cutucada que Shannon deu na 'amiga' do Facebook custará US$ 1,5 mil de fiança e mais uma multa de US$ 2,5 mil.


Ao ler isso, me lembrei de um outro projeto baseado no Facebook: o Gaydar (não confundir com o site Gaydar britânico), um programa feito por alunos do MIT que analisa o gênero e a sexualidade de amigos do Facebook e, teoricamente, consegue prever a orientação sexual da pessoa. Com dados sobre a vida offline (desconectada, ou seja, a vida real), o programa é capaz de identificar se os usuários do sexo masculino do Facebook são ou não gays.





O Gaydar é um projeto que teve início em 2007. Os criadores analisaram os perfis de 1.544 homens no Facebook que se identificavam como heterossexuais, 21 que se diziam bissexuais e 33 que afirmavam ser gays a fim de determinar as correlações entre a orientação sexual de um usuário e de seus amigos de Facebook. Proporcionalmente, os alunos do MIT descobriram que os gays tinham mais amigos gays (OK, isso não é novidade).





Mas, com essa informação, era possível dar ao Gaydar (humm, ficou meio redundante...) elementos para analisar as ligações de outros 947 homens que não revelavam, no Facebook, sua orientação sexual. A despeito de não ser um levantamento científico, e sim por amostragem, feita com dez pessoas, os estudantes concluíram que o programa identificava com precisão os homens gays. Mas não conseguia identificar homens e mulheres bissexuais e lésbicas.


O projeto Gaydar causou polêmica e é acusado de ser homofóbico. Claro que não entrou na lista de aplicativos do Facebook. A esse tipo de projeto dá-se o nome de 'rede de análise', pela qual é possível listar informações pessoais de um crescente número de usuários (o Facebook tem mais de 300 milhões de assinantes) apenas com base entre o relacionamento que você e eu mantemos com 'amigos' de Facebook.





Com isso, seria possível inferir, por exemplo, minhas ou suas preferências sexuais, políticas, filmes favoritos, pratos preferidos etc. etc. O próximo passo, tal qual um Big Brother onipresente, seria integrar as informações que as redes sociais têm de cada um de nós com outras bases de dados como registro médico, informações de cartão de crédito, compras online etc.


Há quem defenda que o projeto conduzido pelos alunos do MIT não tem nada de novo porque os julgamentos sobre as pessoas com base em seus hábitos sempre foram feitos, com ou sem redes sociais. E isso é um fato. O novo, no caso, é usar um artifício computadorizado para unir elementos que me deem mecanismos para definir uma pessoa. É um tipo de fofoca digital, uma investigação mais rápida do que a feita antes por comadres ou fofoqueiros de plantão.


Outras avaliações sugerem que o Gaydar aponta para um padrão de comportamento que se intensifica: usamos as informações do 'amigo virtual' para recolher as pistas e traçar, assim, um perfil do que é real desse amigo. Segundo essas avaliações, ainda que o Gaydar seja capaz de identificar com precisão alguns gays, não significa que é um software completamente habilitado a identificar meandros de um perfil de um gay mais discreto. Ou seja, se o gay estiver 'no armário', não haverá software ou vizinho que o fará cometer o 'outing'. O certo é que as pessoas, seja na vida real ou na virtual, oferecem informações ambíguas sobre si mesmas e as formas como os demais reagem com o intercâmbio desses dados variam muito entre o que é público e o que é privado.


Para resumir: apenas divulgamos o que queremos. Se alguém quiser nos conhecer a fundo, provavelmente não conseguirá. Nem na vida real, nem na virtual. Porque o ser humano, sob alguns aspectos, é indecifrável. E nem mesmo o mais potente software ou a visão do ser humano mais acurado será capaz de transpor a mente de outra pessoa.





E isso me remete, ainda, a outro assunto: acaba de ser lançada uma biografia, não-autorizada, sobre o ator Paul Newman ("The Man Behind the Baby Blues" - "O Homem por Trás de Baby Blues") que revela, entre outras coisas, a bissexualidade de Newman. O autor, Darwin Porter, já escreveu biografias, igualmente não-autorizadas, sobre Marlon Brando, Humphrey Bogart e Howard Hughes. No livro, Porter afirma que Newman teve relações homossexuais com Robert Stack (na Marinha), com Marlon Brando, com James Dean, Steve McQueen, Montgomery Clift, Yul Brinner e Rock Hudson. Ainda, Newman teria mantido uma paixão platônica por Tom Cruise durante as filmagens de "A Cor do Dinheiro".


Para finalizar a conturbada vida sexual de Newman, o próprio filho do ator, Scott Newman, morto aos 28 anos, teria se envolvido com um ex-amante do pai, Sal Mineo (ator de "Juventude Transviada"). A família e a esposa de Newman, Joanne, com quem esteve casado por mais de 50 anos, negam. Mas o escritor diz que Joanne, antes de se casar com Paul Newman, era casada com o escritor Gore Vidal, assumidamente bissexual, e que os três - Paul, Joanne e Gore - compartilharam a mesma cama por algum tempo.





Relato o fato aqui para concluir que a humanidade sempre tentará, de alguma forma, traçar retratos e perfis de todos nós, famosos ou não. E sempre haverá essa busca pela sexualidade alheia, principalmente quando o sexo foge do estereótipo 'Adão-Eva'. É da condição humana tentar desvendar o outro e, ao mesmo tempo, esconder a si próprio. Isso me leva a crer que usamos, todos, aquelas terríveis camisolas de hospital que nos deixam com as nádegas à mostra (até hoje não entendo porque esse modelito é assim): enquanto estamos de frente, achamos que somos respeitáveis; bastou darmos as costas para aparecermos ao outro com toda a nossa nudez. Desmascarados, por fim. Ou apenas humanizados, afinal.


6 Comentários:

UfmIng disse...

Meu caro, infelizmente, nada disso é novidade. Infelizmente porque, cá pra nós, QUE TODO O MUNDO OUVE!,- esse gene da cuscuvelhice vulgar, votada à transformação do vazio de cada um mas que ng aceita, em câmaras/televisores ocultos onde são observadas e escutadas as vidas alheias(as mais comuns e humanas, sequer as de gente com génio autêntico)quais telenovelas que viram assunto super-interessante de café, trabalho e quem sabe até de cama ou falta dela,- é pior que virus da gripe, se multiplica indiscriminadamente e não há antídoto à vista.
E quer saber?! cada vez mais nutro um profundo desprezo por seres dessa estirpe, algo que até há algum tp desconhecia - o desprezo, o descobrir DIANTE DE MIM o ser DESPREZÍVEL (sorte que meu estômago é forte ou passaria vomitando grande parte do dia)... Pior é que creio ter nascido esse novo valor que se impõe pra ficar- a legitimidade da cuscuvelhice, a autoridade moral do ser que espia e divulga o íntimo privado do outro, partilhado em grupos de orgias de chacota e maledicência que não é gratuita (quem cusca ganha e quem é cuscado perde).
Mas te digo: estou cada vez mais me lixando pra isso!!! sabe por quê? porque eu, que não espio ng mt menos c intenção de intrigar e descredibilizar, misturando o público e o privado, eu que nem percebo grds coisa de redes e me afasto dessas comunidades cm diabo da cruz, mm assim, eu vejo na CARA dessas pessoas o respectivo RABO!!! ahahahah e algumas devem perceber e ficam fulíssimas da vida - porque pensam que me olham de frente e enfrentam e me estão é mostrando a bunda! ahahahah (eu tenho mau hálito, confesso,... mastigo pastilha e tento não incomodar,...mas cheiro de bunda podre na minha cara!?...é o inferno, meu amigo!, e nem faço aquele gesto indiscreto cm quem diz "meu, vira essa bunda pra lá!")...

Felizmente, porque não sou só eu que acho isso, vejo isso, sei isso, e, sem a menor das dúvidas, afirmo a sua ILEGITIMIDADE. Embora me borrife pras informações que este ou aquele pensem sacar, me engrola mais a tripa o facto de certas pessoas serem assim e nem vergonha terem na cara(bunda)!!! ainda se gabam disso!... às vezes fico pensando onde, como, iremos PARAR pra pensar um pouco.
O mundo precisava parar total, cada um se recolher e repensar TUDO, eu inclusive, e depois se reunir, ou ir se reunindo e criar, reconstruir "um admirável mundo novo" - sempre imperfeito claro, mas onde renascesse espaço para fazer certas distinções com base em palavras que alguém ouvisse, que alguem proferisse temendo se contradizer, mentir e trapacear o próximo, tantas vezes, sob o nome de "LIBERDADE"!???????...
um mundo onde renascesse o amor, a humanidade, a empatia, a vergonha, a culpa, a desculpa, o bem e o mal...as cores, o sol...

***********************************


oh minha amiga liberdade!, a este tp deves estar dando voltas na tumba, mumificada viva, acorrentada, ezilada, clonada por algum santo cristiano ou político que brilha no escuro!...
perdendo a esperança!...

e no dia em que a liberdade perder a esperança ela morre e nós, ai de nós!... espero cá não não estar pra ver!!!...

Muito triste. Estou muito triste. assim ando sim.

Verdade mesmo é que ng nos viola na alma, e aí a intimidade autêntica mora - a bunda, ah essa podem até publicar no jornal!!! Se ainda valesse a divulgação, agora a minha, pelo amor de Deus!!! eu pagava pra não ver!

João Roque disse...

Toda essa situação me incomoda bastante, pois abre precedentes perigosos para a vida de um cidadão e não por uma questão de homossexualidade, claro. O "coming out" deve partir sempre da iniciativa do próprio e no momento que ele achar conveniente.
Sobre Paul Newman, há alguma surpresa para mim na notícia, pois desconhecia que Joanne Woodward tinha sido casada com Gore Vidal...
Sei que formaram um dos casais mais felizes e estáveis de Hollywood.
Mas confesso que Paul Newman foi dos actores mais charmosos do cinema, e com uns olhos lindos de morrer.
Abraço.

Redneck disse...

UFMing, de novo, tem a ver com nossas antigas conversas. A transferência desse comportamento do mundo real para o virtual é apenas mais um passo nessa devastação da vida alheia. Isso tudo começou com projetos de governos e agora está tão disseminado que não há mais controle, exceto o fato de as pessoas quererem controlar-se umas às outras. Isso nunca mudou. Eu sempre digo isso: tanto faz eu pertencer a uma pequena aldeia ou a uma aldeia global (que é essa vida virtual): sempre haverá o outro a me espionar e tentar ver o meu rabo sem se dar conta de que os rabos todos estão à mostra. E, como você disse, eu também o repilo, ao outro, que me põe a bunda na cara. Acho que melhor do quem um admirável mundo novo, no qual não acredito, precisamos é mudar o figurino dos modelos e usar roupas fechadas para a boca e para a bunda. Beijo!

Redneck disse...

Pinguim, a mim me incomoda pelos mesmos motivos que você cita. Mas há uma ânsia que não para nunca quando se trata de sexo. Mais: quando se trata de sexo gay. Quanto ao Paul Newman, se ele era feliz assim, é o que importa. E os olhos, ah!, eram lindos de morrer sim. Abraço!

UFMing disse...

NÃO! não é contra si este "não", mas contra este mundo- NÃO!!! não quero modelitos fechados e apertados nem para bundas nem para bocas! e saindo da metáfora e do politicamente correcto, quero que se F_ _ _ este mundo e seus enredos, o jogo do esconde esconde, mostra o pilo e encolhe o rabo! NÃO! quero saír!!! pronto. é assim que ando, querendo saír, mas nua e desbocada! não posso falar??? melhor não sentir! não posso sentir??? melhor MORRER!

Redneck disse...

UFMing, eu havia entendido que o 'não' não era para mim. Quanto a poder falar, de fato, todos podemos. E também sentir. A forma como lidamos com isso é que nos faz falar ou calar, sentir ou tornar-se indiferente. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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