Dica do Chef: não matarás!
O chef de cozinha Mark Dixie, acusado de assassinar uma modelo na Grã-Bretanha, confessou ter mantido relações sexuais com a vítima depois que ela já estava morta (necrofilia). Sally Anne Bowman, de 18 anos, foi esfaqueada e mordida repetidas vezes, em Croydon, ao sul de Londres, em setembro de 2005.
Dixie, de 35 anos, nega o assassinato de Bowman, mas, na audiência desta semana em Londres, confessou que manteve relações sexuais com o corpo da modelo quando ela se encontrava em uma poça de sangue na entrada da garagem de sua casa. De acordo com o depoimento que prestou ontem, Dixie havia bebido, tomado drogas e "se aproveitado da situação".
Traços do DNA de Dixie foram encontrados no corpo de Bowman, uma digital do acusado foi identificada no sapato da modelo e o corpo da vítima tinha marcas de mordidas do suspeito no rosto, no pescoço e nos seios. "O réu confessa que fez sexo com Sally Anne e que também teve relações sexuais com ela depois de sua morte", disse o promotor. Bem, eu sei que a informação é algo hard, mas, já que estamos em cinzas, como futuro chef de cozinha, tenho que encarar os fatos.
A violência nas cozinhas dos restaurantes - sejam eles estrelados, de hotéis ou de beira de estrada - é um fato concreto. Tenho referências, inclusive, de colegas de faculdade que relatam as histórias mais absurdas em restaurantes bastante conhecidos em São Paulo, com cenas de violência com armas brancas - a faca do chef é o instrumento de violência por excelência - e alto consumo de drogas, cocaína à frente.
Não há dados conhecidos sobre a violência na alta gastronomia. Porém, à medida em que se conhece os bastidores dos locais, fica claro que as quentes e engorduradas cozinhas são uma verdadeira panela de pressão. Um dos motivos que explica a efervescência desse caldeirão é a falta de qualificação da mão-de-obra no setor.
No Brasil, a profissionalização da gastronomia é recente, com menos de 15 anos de história. Em 1994, o Senac criou o curso de cozinheiro chefe internacional, em Águas de São Pedro, interior de São Paulo. Em 2001, abriu também a carreira de tecnólogo em gastronomia, que dura dois anos e garante diploma universitário. A Anhembi Morumbi investe em gastronomia desde 1999. Ainda há a FMU (desde 2001) e a Hotec (onde eu estudo), Unip, Unicsul e Metodista (todas abriram cursos a partir de 2002).
Uma coisa é certa: há vários mandamentos na cozinha e, entre eles, o mais importante é a sincronia da equipe. Se o colega levanta a faca para você, é sinal de que foi quebrada a unidade e o respeito. De qualquer forma, historicamente, o ambiente da gastronomia, egocêntrico ao máximo, sempre foi dado a explosões de cólera (veja o programa "Hells Kitchen", do famigerado chef Gordon Ramsay, de quem eu não gosto; prefiro o outro britânico, o fofo Jamie Oliver) e de virulência. A própria dinâmica do setor favorece o comportamento agressivo e de extrema competitividade. Mas, não é o caso para apontar a faca, não é? Se bem que, às vezes, eu tenho vontade de picar algo a mais do que cebolinha e alho.
2 Comentários:
Ai, amigo, se o colega levanta a faca para você o melhor é torcer para você ser o chef e poder demití-lo, não? Isso é, se sair inteiro.
Olha, o Gordon é histérico, mas na maioria das vezes ele tem razão. E não sei pque essa bronca dele, ele te adora, sempre pergunta de vc. E eu minto, claro, digo que vc está sem tempo, blá, blá, blá..Vcs precisam resolver isso.
Não pique nada mais do que cebolhinha e alho, ok? Muita calma nessa hora.
Bjs, minha pedrinhas mandam lembranças. E o doctor too.
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