Blog Widget by LinkWithin
Connect with Facebook

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Gandhi está entre nós


Satyagraha é uma palavra do sânscrito que significa "busca da verdade". É formada pelas palavras satya (verdade) e agraha (busca). O líder indiano Mahatma Gandhi popularizou o conceito ao nomear sua fisolofia de não-violência com o nome "satyagraha".

O satyagraha de Gandhi deflagrou todo o movimento indiano que culminou com a independência da Índia do controle britânico. Até então, a Índia era uma colônia do Reino Unido.

Dentro desse contexto, o satyagri (aquele que pratica a satyagraha) é a pessoa que afirma sua verdade em confronto aberto pela prática da não-violência. O satyagri, originalmente, sempre informa seu adversário sobre suas intenções e evita ocultar estratégias que lhe possam ser vantajosas.

No contexto do Brasil contemporâneo, a Operação Satiagraha é conduzida pela Polícia Federal, iniciada desde 2004, que resultou na prisão de banqueiros, investidores e políticos dos quais os mais notórios são Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, Naji Najas, investidor que quebrou a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro em 1989, e do ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, afilhado político e, mais tarde, traidor de Paulo Maluf. A operação da Polícia Federal começou no último dia 8 deste mês e o delegado Protógenes Queiroz, que a iniciou, já caiu.

Ao contrário dos princípios exortados por Gandhi, quando da codificação da "satyagraha", no Brasil não há clareza e muito menos transparência nas ações da Polícia Federal. A mais estridente e dissonante nota desse processo, até o momento, foi a atitude do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que concedeu habeas corpus a Daniel Dantas, mesmo ante evidências contrárias. Pelo menos 400 juízes se posicionaram contra a decisão do magnânimo presidente do STF.

O caso é complicado e se arrastará, como tantos outros, por algum tempo. Até que a mídia e todos nós nos cansemos e deixemos de dar atenção às grandes falcatruas, as quais não fazem a menor diferença quando se trata de colocar o pão diário nas nossas mesas.

Interessante notar que este caso atual é tão extenso quando as teias da verdadeira teia (web): quanto mais os insetos se mexem, mais presos ficam e mais arrastam atrás de si outros insetos, de menor porte ou de segundo e seguintes escalões, nada mais do que lacaios.

Como a mim me cansa falar de política, de corrupção, de banqueiros e investidores e desse Brasil perene, em geral, paro por aqui. Somente me voltei ao tema porque me senti curioso em relação ao nome da operação. Quando fui pesquisar, me deparei com Gandhi.

Daí que é uma surpresa que tente se fazer uma ponte entre o Brasil e a Índia por um dos mais iluminados líderes mundiais. É, na minha opinião, um caminho das Índias falso, dado que os princípios de Gandhi estão longe dos nossos líderes que, eu diria, de iluminados devem ter apenas os refletores das redes de TV. Sem a TV, estão onde deveriam estar, no ostracismo.
Aliás, confio que a polícia, em geral, deve se comportar como uma pérola em concha: nunca saliente, sempre discreta. Sem marketing, sem estrelas.

A Polícia Federal gosta, não sei porque razão, de dar nomes pomposos às suas operações. É muita pompa e pouca circunstância. Digo isso porque a pompa vem à mídia, ao passo que a circunstância com que se deflagra cada operação dessas é totalmente encoberta por subterfúgios que, se olhados em profundidade, mostram-se lodosos feito os esgotos de grandes cidades.

Como curiosidade, observe alguns nomes de operações:

- Toque de Midas
- Têmis
- Hurricane
- Sanguessuga
- Hidra
- Anaconda
- Zaqueu
- Matusalém
- Zumbi
- Lince
- Farol da Colina
- Soro
- Sucuri
- Pandora
- Vampiro
- Isaías
- Placebo
- Rosa dos Ventos
- Cariri
- De Volta para Pasárgada
- Hígia
- Clone
- Influenza
- Jogo Perigoso
- Quixadá
- Serpente Negra
- Mão Invisível

Quer ler mais nomes originais? Acesse a seção de nomes das operações da Polícia Federal. Haja criatividade. Alguns delegados devem se divertir ao dar nomes aos bois, às piranhas de bois e aos rios todos. Gandhi recomendaria banhos intermináveis no Rio Ganges para a purificação desses pretensos satyagris.

Seja o primeiro a comentar

Autor e redes sociais | About author & social media

Autor | Author

Minha foto
Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

De onde você vem? | From where are you?

Aniversário do blog | Blogoversary

Get your own free Blogoversary button!

Faça do ócio um ofício | Leisure craft

Está no seu momento de descanso né? Entao clique aqui!

NetworkedBlogs | NetworkedBlogs

Siga-me no Twitter | Twitter me

Quem passou hoje? | Who visited today?

O mundo não é o bastante | World is not enough

Chegadas e partidas | Arrivals and departures

Por uma Second Life menos ordinária © 2008 Template by Dicas Blogger Supplied by Best Blogger Templates

TOPO