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domingo, 24 de maio de 2009

Meu rugido dominical


Assisti ontem, sábado, o filme "O Orfanato" (El Orfanato, produção espanhola), no qual uma mãe (Laura) volta ao mesmo lugar, o orfanato, no qual passou a infância com o objetivo de restaurar a casa e abrir uma instituição para crianças deficientes.


Simon é o filho adotivo de Laura e de Carlos e não sabe que é adotado. O menino também é portador de HIV (AIDS). De repente, assim como ocorreu com a menina britânica Madeleine McCann (desaparecida há mais de dois anos) e com um dos personagens do livro "A Criança no Tempo" (de Ian McEwan), Simon some e Laura começa uma procura insana pelo filho.

O filme segue o estilo de produções como "Os Outros" (com Nicole Kidman) e "O Sexto Sentido (com Bruce Willis) e foi produzido por Guillermo del Toro, responsável pela fábula "O Labirito do Fauno" e pelo suspense "A Espinha do Diabo".

A despeito do sobrenome, Guillermo não tem nenhum grau de parentesco com o ator Benício del Toro ("Os Suspeitos", "21 Gramas", "Sin City"). Benício é porto-riquenho e Guillermo é mexicano.

Também por esses dias assisti "O Labirinto do Fauno", "Babel" e "21 Gramas". "Babel" e "21 Gramas" são do produtor Alejandro González Iñárritu, outro mexicano, responsável também por "Amores Bruto" ("Amores Pejos"). Os três filmes de Iñárritu formam a trilogia da vida, conforme define o diretor, e exploram a teoria do caos.

Ao assistir alguns dos filmes acima, notei que há uma intersecção dos três: Guillermo e Benício del Toro e Iñárritu. Os três buscam, sob diferentes formas, o que há por detrás do misterioso, do sobrenatural e do desconhecido.

Guillermo pela temática dos próprios filmes, que exploram o realismo fantástico e o contato com outros mundos para explicar este nosso próprio mundo. O enredo do filme "O Orfanato" é tão comovente que me fez avaliar que o próprio produtor passou por algo similar que, de alguma forma, o influenciou num tema tão delicado quanto pode ser convencer uma plateia de que pode haver diálogo entre o mundo dos vivos e dos mortos. Temática já levantada por outros filmes, inclusive alguns citados neste post.

Em "O Orfanato", um dos personagens cita o arauto da morte da mitologia alemã (do qual eu não me recordo o nome) que consiste em fazer com que o vivo olhe nos olhos do morto. No momento em que ocorre a troca de olhares entre um e outro, o primeiro (vivo) faz a passagem para o mundo do segundo (morte). E se dá, portanto, a comunicação quebrada pelo fim da existência física do humano.

Em "21 Gramas", o personagem do ator Benício del Toro passa por um processo de conversão religiosa: de ateu a crente, há o apelo do divino, a crença de que a confissão da culpa e o arrependimento e a posterior fé em Deus fará com que o caos (teoria do caos) seja sobrepujado pelo anterior ateísmo. O mesmo "21 Gramas", escrito por Iñárritu, será replicado com mais profundidade em "Babel", em que, se não há o fervor religioso, há o apelo, novamente, ao mito, pela convergência das histórias paralelas que, embora distantes geograficamente umas das outras, são ligadas pelo amálgama da teoria do caos.

Ao pensar esses três homens e respectivos projetos, penso também que, se saem do mundo real para o mito, é porque as respostas reais já não bastam (se é que já bastaram alguma vez). Tenho grande identificação com esses filmes/atores/roteiristas porque, ao contrário dos filmes realísticos, que repisam informações que já não me são suficientes, aqueles outros indicam que mesmo um meio como o cinema, em geral massivo, leva a cabo um debate que deixa o nível do real para entrar em mundos obscuros e nunca revelados, se é que os há.

Por fim, os mitos surgiram ou foram criados a partir de algum tipo de experiência (não sei se religiosa ou nascida a partir da sugestão, da dor, do amor, do desejo etc.), e, quando um filme ou roteiro rompe a fronteira entre o crível e o além-mundo, creio que esse tipo de projeto tende a ampliar os horizontes e ao menos fazer pensar sobre as possibilidades que existem.

Sem ficar preso aos conceitos estabelecidos pela ciência. Tenho tido uma constante aproximação com esse tipo de olhar, por meio de filmes, seriados de TV (como "Fringe") e livros e não sei se por repulsa à realidade, essa tendência tem me aquecido, sobremaneira.

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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