O meio é a mensagem na aldeia global
Quando, em 1968, o filósofo canadense Marshall McLuhan cunhou a expressão "aldeia global" para definir que, naquela época, o progresso tecnológico já começava a reduzir o planeta às dimensões de uma aldeia, não imaginou, em absoluto, o quanto estava certo. McLuhan morreu em 1980, antes de ver a "aldeia global" se juntar em "tribos" virtuais por meio da internet, criada da forma como a conhecemos, como teia (ou rede) de alcance global (do inglês World Wide Web - WWW), apenas em 1989, por Timothy John Berners-Lee.
Mas McLuhan foi visionário a tempo de ver que as transformações sociais ocorreriam a partir do computador (internet) e das telecomunicações (telefonia móvel, fixa e satelital). Observe que, exatamente nos dias de hoje, é pela rede mundial que o problema do Irã se converte, automaticamente, em problema nosso, aqui no Brasil, à guisa de aldeia, portanto.
O filósofo do Canadá instituiu também o conceito "o meio é a mensagem", ou seja, não importa a plataforma (homem, internet, telefone, TV, satélite), e sim o que esse meio ou veículo causa na estrutura social (de novo, como o Twitter, blogs e YouTube no Irã e blogs, de forma geral, na China, em Cuba, na Coreia do Norte etc. etc.), a ponto de provocar, nessas estruturas, motivações suficientes para que revoluções (de qualquer espécie) sejam realizadas.
Tomo de empréstimo os conceitos de Marshall para exemplificar in loco o quanto as telas dos nossos computadores são, sim, nossas próprias ocas nessa aldeia, independentemente de onde quer que estejamos.
Publiquei na terça-feira um post de imagens as quais acreditava serem de mensagens publicitárias, todas. Eu as obtive em blogs franceses, especializados no mercado publicitário da Europa. Eu, como muitos blogueiros, sou fanático por redes sociais e me alastro por todas - Facebook, Orkut, MySpace, Twitter, Meme, Tumblr e mais uma série de outras, agregadoras de conteúdo.
De forma que tudo o que publico aqui, imediatamente é linkado pelas demais teias da minha própria rede e interliga o blog a todos os outros serviços e aplicativos. Numa dessas conexões, semelhantes às sinapses que o cérebro faz, um twitteiro me encontrou e reclamou a autoria de uma foto postada (exatamente a foto acima). OK, havia a marca d'água na foto que remetia ao copyright de forma correta. Mas, para mim, era um publicitário lá de fora. Surpresa! O 'publicitário' é brasileiro e está logo ali, pertinho de mim, aqui em São Paulo mesmo.
Por coincidências outras, ao conversar com o autor, Fernando Sing, descubro que ele trabalha no mesmo prédio para uma das empresas a qual eu presto serviços. Inclusive já estive lá algumas vezes, o que nos colocou, geograficamente, no mesmíssimo lugar. Fernando me respondeu em DM (direct message ou mensagem direta) no Twitter e conto abaixo a origem da foto, a qual chamei, assim como as demais do post, de peça publicitária. Nesse caso, equivocadamente.
Em 2006, Fernando Sing e mais dois amigos fizeram a foto (sim, são eles na foto) para participar do concurso "Fanta Bamboocha". Fernando e amigos não foram escolhidos, mas eu te dou um dado se você adivinhar qual foto tem tido mais longevidade na efemeridade da internet. Fernando é diretor de arte e, atualmente, trabalha como designer da revista Marie Claire, da editora Globo. "Foram escolhidas 80 fotos na época mas não ganhamos e, em protesto, postei a foto no meu Orkut, onde está até agora porque é uma das fotos de que mais gosto", me disse Fernando.
Meu caro, como você pode ver, isso não tem a menor importância. Sua foto circula pela aldeia global virtual sem fronteiras, a ponto de figurar em blogs europeus como se peça publicitária fosse. Para quem ainda duvida do talento de Fernando Sing, acesse o link Acervo Fino e veja por si mesmo todo o portfólio do cara. Se você quiser trocar uma ideia com o Fernando, os contatos dele estão lá. Eu, que já o cumprimentei pela autoria da foto, o parabenizo de novo.
Fernando tem outros projetos em desenvolvimento que envolvem a internet e outras mídias. E, graças às redes sociais, de uma forma ou de outra, fomos conectados e colocados em contato e, da virtualidade de ambos, nos fizemos reais um para o outro e foi possível, com certeza, reduzir os nossos mundos a pequenas dimensões, tal qual pensou, lá longe, em 1968, há mais de 40 anos, o filósofo McLuhan.
6 Comentários:
texto impecável - claro q sou suspeito né .. hehehe
abração Sérgio !
Fernando, você é suspeito e culpado! E merece a repercussão pelo talento. Abraço!
Infelizmente "cegos" avaliaram o concurso!
O Fernando é um "monstro" de talento!!!
Andressa, concordo com você. Tive o prazer de trocar ideias com o Fernando e sei do que você fala. Mas o talento não tem data de vencimento e o Fernando será reconhecido mais cedo ou mais tarde. Tenho certeza. Beijo!
Um monstro de talento sim!! Concordo!! Conheço pessoalmente o Fernando, desde o início da carreira dele quando era dono de uma pequena agência chamada Mundo Gráfico em Londrina PR.
Pra que saibam, na época (1.998 ou 1.999 acredito) ele fez a campanha de natal do Shopping Royal Plaza que, na época, era recentemente inaugurado na cidade e me lembro que ele era um dos poucos (não tenho certeza dos dados, mas algo em torno de 1 dos 4) brasileiros autorizados a desenhar os personagens do Ziraldo.
Merece sim todo esse reconhecimento!!
Fer, sucesso!! Beijos
Letícia, por isso mesmo não medi adjetivos para falar do Fernando. Você apenas dimensiona ainda mais a história dele e acrescenta dados que o elevam ainda mais como profissional. Como o Fernando, há muito profissional bom olvidado por aí, enquanto mentes rasteiras se dão ares de importância. De qualquer forma, o Fernando pode se considerar bem-sucedido, pelo menos quanto a amigos como você e, modestamente, eu, que nem o conheço e o admiro. Beijo para você!
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