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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Entre a nudez convencional e o nu artístico, todo mundo tira a roupa para tomar banho

A exposição "Nude Visions - 150 Anos de Imagens de Corpos na Fotografia" abre, uma vez mais, um debate que se estende entre juízo de valor e definições que cabem no mais amplo espectro do que é a nudez, de quando é artística, pornográfica, erótica, exibicionista e mais uma série de adjetivos que jamais poderão ser encerrados, dadas as diferentes opiniões que cada um tem a respeito.


A nudez é fator cultural e moral. Ficar nu, por si só, é fácil: nasce-se nu e, quando da morte, despe-se o corpo para o último banho. Ficamos nus o tempo todo: para tomar banho, para trocar de roupa, para transar. Na cultura indígena, naquela que restou ainda pura, a nudez é normal e o estranho é vestir-se de adornos como as roupas das ditas "civilizações". Assim como em tribos africanas e ainda em outras culturas.


Culturalmente, não há pudores para alguns países europeus quando se faz sol e tira-se a roupa em parques públicos para receber a luz. No Brasil, ao contrário, em que aparentemente se leva uma vida de lascívia, as praias nudistas são vistas com recato (e com risinhos escondidos sob falsos pudores) e um topless no Rio de Janeiro causa furor e acaba na polícia.

Essa exposição do nu artístico na Alemanha - no Münchner Stadtmuseum, de Munique - conta 150 anos das diferentes visões que se têm do corpo humano. São 250 trabalhos do acervo do próprio museu cujo tema está baseado justamente na investigação entre os limites da arte, da sensualidade e da pornografia na fotografia do nu. A exposição em Munique vai até o dia 13 de setembro e cobre um período na história da fotografia do nu entre 1855 a 2005.


As primeiras fotos de nu eram feitas em ateliês e retratavam homens, mulheres e crianças. No século XX, o nu artístico adquire personalidade e passa a ser visto com um gênero da arte. A partir das décadas de 1920 e 1930, são feitas novas experiências com perspectivas, distorções e ângulos. Depois, as fotografias de nudez ganharão glamour e poderão ser vistas em revistas de moda e atrairão, inclusive, as estrelas de cinema.

Atualmente, o nu está disponível de forma bastante aberta na internet e é difícil definir uma fronteira precisa que situe a fotografia artística e a diferencie do pornô. O que são as revistas Playboy, Penthouse e brasileiras como Sexy, G Magazine (para eles) e muitas outras publicações? A editora alemã Taschen, por exemplo, tem uma série de livros sobre o nu em seu catálogo, como o do fotógrafo Wilhelm von Gloeden que, entre 1890 e 1900, fez fotos de rapazes nus em Taormina, na Sicília, Itália, que, hoje, são vistas como clássicas do gênero. Se você vê o livro, efetivamente, não há nada (ao menos na minha opinião) que suscite a pornografia.


Mas a proliferação da indústria pornográfica dos EUA, do Leste Europeu e de algumas regiões asiáticas acabou com a tênue linha que separava o artístico do pornô e é quase impossível dissociar da nudez a pecha de 'provocativa' em qualquer sentido. E, no entanto, um corpo é apenas um corpo. Seja o corpo de um índio ou de uma estrela de cinema ou, ainda, de um jogador de futebol conhecido em todo o mundo, é apenas corpo.

Que, desnudo, talvez desperte a atenção porque, exatamente, é famoso e, por isso, se visto a descoberto, alimenta as mentes das pessoas da mesma forma que o(a) parceiro(a) o faz na cama, ou seja, revela apenas o desejo sexual. E por isso a nudez, convencional e artística, é tão controversa. O inusitado é que entre uma (convencional) e outra (artística), todos nós a praticamos, todos os dias (ou quase, conforme a cultura), para, no mínimo, tomar banho e isso não é nenhum escândalo. É tudo uma questão da mente, e não do corpo, em si.

6 Comentários:

Anônimo disse...

independente de achar que há quem não tire a roupa para tomar banho, não me atraem hoje os nus, mais ou menos provocativos, intencionais, gordos ou magros. a minha própria, a nudez, a descarto hoje e que fique o corpo que desse me não LIVRO tão fácil. a nudez não é o corpo, mas a mente, como diz o red.

mas hoje não venho comentar post nada, nenhum, nem a nudez, que tanta vez me aflige, hoje venho COBRAR! ah pois!
perguntar se não mereço um comentariozinho no meu cantinho.


humpf! :)

Redneck disse...

Humpf, estive na sua casa musical e me deleitei com a companhia dos leões. Quanto à nudez, deixe para lá que aqui, pelo menos, está bastante frio para que a pele seja tão exposta assim.

Anônimo disse...

Já vi e deixei o respectivo agrado.gratos.

sem-humpf (desta vez)

Redneck disse...

OK, Sem-Humpf!

Anônimo disse...

Oi sou fotografo e gostei muito do texto aqui publicado, na verdade o que muito me deixa triste e justamente esta coisa de julgar as pessoas pelo que fazem.
A hipocrisia e o pudor , falsa moral de muitos.
Se puder entre em contato comigo ou se tiver um outro canal direto aonde eu possa te enviar meus contatos. um abraço.
Paul

Redneck disse...

Paul, meu caro, pois pensamos igual, portanto. Quanto aos contatos, você pode me encontrar nos respectivos ícones das redes sociais que estão no blog ou então me dirigir um email ao endereço menosordinaria@gmail.com. Fique à vontade para me contatar. Abraço!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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