Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais
O título acima é o refrão de uma música infantil de autoria desconhecida. E agora virou manchete na mídia da Polônia. Tudo porque o zoológico da cidade de Poznan comprou Ninio, um elefante que, até prova em contrário, gosta mesmo é de companheiros machos e corre feito elefante que viu um ratinho quando em companhia feminina.
Claro que estou a cometer uma hipérbole, mas, ao que parece, Ninio não gosta do sexo oposto e, portanto, não tem chance nenhuma de procriar, como era a intenção dos administradores do zoológico ao comprá-lo.
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"Não pagamos US$ 11 milhões pelo maior abrigo de elefantes da Europa para ter um elefante gay ali", afirmou, cheio de preconceitos, o político Michal Grzes, do partido conservador (surpresa!) da cidade de Poznan. "A intenção era que os animais procriassem, mas se Ninio prefere elefantes machos, como deixará descendentes?", questiona, estarrecido, o conservador.
Bem, primeiro, observa-se que Grzes, o político, não quer saber de diversidade na cidade dos elefantes. Depois, presume-se que siga à risca o mandamento "crescei-vos e multiplicai-vos". Eu proponho que o pobre Ninio, na impossibilidade de gerar um filho, plante uma árvore e escreva um livro. Melhor: poste num blog como é ser diferente numa sociedade elefantina. A bem da verdade, no entanto, reconheço que Ninio tem demonstrado traços de rebeldia. Não é de hoje que o pobrezinho causa polêmicas.
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Ocorre que esta não é a primeira vez de Ninio no zoológico de Poznan. Sem explicações, o animal foi mandado para o zoológico de Varsóvia, onde viveu por três anos. Lá, mostrou um comportamento agressivo, o que fez com que os responsáveis o transferissem para Budapeste, na Hungria. Não se sabe o que aconteceu em Budapeste, mas Ninio teve que voltar para Poznan.
O fato parece ter similaridades ao que acontece recentemente, com Ninio tendo problemas na convivência com elefantes fêmeas. Inclusive, sendo bastante claro ao empurrá-las para as piscinas. No mundo dos elefantes machos, essa atitude é definida como "terna, carinhosa". No mundo dos humanos machos, creio que seria definida como "afetada".
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"Ele gosta somente de seus 'brothers' e dá cutucadas nas fêmeas com sua trompa. Tem sido completamente desrespeitoso, de forma geral", reclamou o deputado. A opinião do político não é compartilhada pela maioria das pessoas. Os especialistas afirmam que os elefantes machos costumam 'encoxar' e 'montar' os companheiros de mesmo sexo e que essa atitude está relacionada à troca afetiva, como um beijo ou afago de trompas.
Os elefantes machos, que vivem em separado do restante da manada - fêmeas e filhotes - sempre formam uma espécie de 'fraternidade', uma relação fraternal entre um macho mais velho e um ou dois mais jovens, cujos comportamentos homossexuais são vistos como uma parte importante da dinâmica social. Hummm ... Como os gregos antigos, tipo assim.
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Envolvido por uma série de escândalos, Ninio, porém, não está sozinho. O chefe do zoológico da cidade disse que o animal, com 10 anos de idades, ainda é muito novo para decidir suas preferências sexuais. Para que se desfaçam os insistentes rumores, no entanto, uma firangi (fêmea estrangeira) será especialmente trazida da Holanda e tentará copular com Ninio.
Espera-se que Ninio atinja a maturidade sexual somente por volta dos 14 anos. Quando, enfim, decide se quer ser gay na vida ou casar, ter filhos e manter uma vida paralela, com casos homossexuais em escuros e sombrios becos do zoológico. Ninio, te desejo tudo de bom! Qualquer coisa, beijo, me liga!
http://www.youtube.com/watch?v=1W7pw6xSEXk
Gostei da referência e da música. Abraço!
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