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domingo, 12 de abril de 2009

Meu rugido dominical


O livro "Man the Hunted: Primates, Predators and Human Evolution" (Homem, a Caça: Primatas, Predadores e a Evolução Humana), dos primatólogos norte-americanos Donna Hart e Robert W. Sussman, faz uma abordagem da vida humana na história evolutiva e constata que, por milhares de anos, fomos caça e apenas passamos à condição de caçadores bem mais recentemente do que se imaginava.

Ou seja, não nascemos de berço como astutos e argutos caçadores. Ao contrário, na contagem dos anos que nos é permitido retroceder em nossa linha evolutiva, mais fugimos do que encurralamos, mais nos defendemos do que atacamos.

Para chegar a essa conclusão, os autores analisaram fósseis e artefatos, tanto de primatas quanto de predadores. Outrora, se pensava que os primatas (inclusive macacos), por conta de uma 'inteligência' mais avançada, estavam a salvo dos predadores.

Nós, hominídeos, ainda, éramos alvo de um número imenso de predadores: falcões, águias, corujas, felinos, lobos, chacais, ursos, hienas, guaxinins, gambás, jacarés, crocodilos, cobras, lagartos e tucanos. Muitos desses bichos são, atualmente, completamente ignorados por nós como potenciais predadores.

A defesa humana contra o ataque da bicharada somente teria aparecido tardiamente: há 400 mil anos, quando há os primeiros registros de lanças. Os grandes animais herbívoros somente começaram a ser caçados há 40 mil anos, pelo neandertal. E isso se consolidou somente com a passagem do neandertal para o Homo erectus, há 'recentíssimos' 40 mil anos.

Desde os os primeiros registros da pesquisa - 6 milhões de anos atrás - até o domínio da caça como forma de subsistência e defesa, foram mais de 5,5 milhões de anos, computadas todas as espécies de humanídeos que povoam esse período. Por longos 5,6 milhões de anos fomos, portanto, comida.

Mas, assim que passamos da condição de caça a predadores, tornamo-nos imediatamente eretos, eriçados, altos em nossa posição de animal racional. E não há, então, fera ou animal selvagem que não possa, com os devidos mecanismos, ser caçado, dominado e morto pelo homem.

Imagino que, com isso, simultaneamente, passamos da condição de eterna vigilância e passividade ante às criaturas selvagens para uma situação de controle da cadeia natural, segundo a qual somos extremamente capazes de fazer valer a nossa vontade.

Transformamo-nos em primatas selvagens, violentos, vigorosos, escudados que estamos por detrás de nossas armas letais. Não se trata mais de um embate face-a-face com as feras. Agora, dispomos de proteção, de meios de se atingir o bicho sem que ao menos os animais nos pressintam. Somos traiçoeiros na posição de caçadores.

Dificilmente nos expomos em mata aberta. Não! Em absoluto! Tememos as feras ainda. Mas as matamos. Cometemos sacrifícios sob o signo da segurança, do medo, da glória que vem com o troféu. De prato cheio de animais selvagens passamos a refinados dândis que se comprazem em exibir peles, marfins e cabeças empaladas na sala de visitas para que o outro macho-homem se admire e nos inveje.

Fomos o caldo apenas, um dia. Fomos o pasto e repasto dos bichos por longos e duradouros milhões de anos e talvez isso tenha criado em nós a consistência de pedra da mais dura matéria. Pois que nos transformamos em aço armado, braço armado que ataca sem fome e joga fora o animal que não se serve como comida. Temos nossas próprias comidas. Caçar é diversão, não é subsistência.

De ração para a subsistência dos bichos primitivos, viramos arpões, astutos rifles que ousam, assim, disparar em direção aos bichos. Claro está que a partir de posições seguras, sem ameaça de contra-ataque.

Me espanta que, dentro da escala evolutiva, tenhamos, em 'apenas' 400 mil anos, saltado no tempo em tão largas passadas para que a situação se invertesse por completo. Embora eu me admire da capacidade humana criativa em inúmeras áreas, advinda do conhecimento, em igual proporção me surpreende que em poucos milhares de anos tenhamos sido alçados à condição de predadores.

Talvez - e como muitas teorias, essa também essa fantasiosa - se ainda fossemos potenciais almoços e jantares de animais selvagens, poderíamos ser mais afáveis, não? Quer dizer, mais propensos a pensar duas vezes sobre o valor da vida. Mais cautelosos, silenciosos, cheios de precauções, de cuidados, de passos contritos. Sobre o que se pode fazer quando se pensa. Sobre o quão pequenos somos na poeira inefável do tempo.

Mas, quer saber? A essa altura, não dá nem tempo de pensar sobre isso porque tempo é aquilo que alegamos nunca termos. Imagina se o gastássemos em conjecturas como essas! Melhor engolir depressa a comida e esquecer que outrora fomos mastigados. Que fomos fontes de proteína para a sobrevivência de outras espécies. Qual o quê! Que perda de tempo ...

(parte de algumas informações deste post foram extraídas de artigo lido no portal G1)

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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