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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ato número 1, parágrafo 2º., artigo ix

Acabei de ler uma informação sobre etiqueta na internet, de forma geral. O autor lista algumas coisas que podem e outras que não devem ser feitas por meio de serviços como o Twitter ou até mesmo pelo telefone móvel.

As regras de etiqueta são antigas. É um conjunto de regras (convenções) que, teoricamente, deve nortear as relações entre as pessoas. Um leitor, anônimo (e sempre o são, nesses casos), me critica por um post já antigo no qual eu falava sobre a nudez e lança mão justamente dessa palavra, convenção, para que eu me coloque no devido lugar que me cabe na sociedade, se é que eu caibo nela.


Por princípio, acredito que convenções e regras existem para, em alguns casos, serem quebradas. As convenções, então, me soam ainda pior, já que alguém, um dia, criou um conjunto de regras e as nomeou como "convenções". Portanto, convencionou-se que, a partir de determinado momento no tempo, as coisas eram assim e não assado.

Claro que existem parâmetros a serem seguidos porque, se não o fossem, seríamos, os humanos, equivalentes a um bando de bichos desregrados, soltos, primitivos. Mas atachar em mim alguns rótulos de convenções não me apetece, de forma alguma. Tudo pode ser uma convenção: desde uma reunião de condomínio na qual se convenciona que os moradores não podem jogar lixo dentro do elevador até a convenção formal de que temos que nos postar respeitosamente quando a rainha da Inglaterra passa com a caravana.


E, dentro dessas categorias de trejeitos, comportamentos, atitudes e gestos, há duas macro-regras de etiquetas: uma, a etiqueta à mesa; a outra, a etiqueta de internet (ou de aparatos ou gadgets como celulares e MP3), que é a netiqueta. E, como as noções de cada ser variam muito, é praticamente impossível que se façam etiquetas padrões. Geralmente, há um comportamento médio aceito por todos, baseados em cortesia e educação. É um código não-escrito (embora os haja, escritos, aos montes, em livros e dicas de como se comportar nas mais inusitadas situações).

Há outros campos abrangidos pela etiqueta: a moda, a forma como se segura um copo, como se sentar diante das pessoas, quem servir primeiro, a quem se dirigir para questionar algo. São centenas de pequenas regras que, se vistas no conjunto, me parecem escadarias de teatros antigos, com milhares de degraus a serem superados até que se atinja o topo.


Mas as etiquetas estão atreladas a fatores culturais, inclusos os de tradições de cada povo e, assim, o que é um código no Brasil, não o é na Finlândia, por exemplo. Andar de mãos dadas, em alguns países, é um atentado ao pudor. Em outros, o estranho é quando dois homens não andam de mãos dadas. E, de volta à crítica do leitor anônimo, andar pelado em alguns lugares é ofensivo e em outros, como recentemente na Inglaterra, o ideal é que se trabalhe nu às sextas-ferias. São códigos, convenções.

E, assim como você e eu, na média, estamos amparados por convenções, quando as quebramos, ou sugerimos alguma quebra, somos logo repreendidos por querer escapar desse cerco moral. Esses códigos me remetem a outros, aqueles códigos éticos de máfias italianas, de detentos em presidiários e ainda outros relacionados ao mundo do crime segundo os quais você pode ser condenado à morte se ousar quebrá-los. É algo bastante leviano, do meu ponto de vista, porque, por princípio, você pode matar seu rival, mas não pode, em alguns casos, mostrar os pés descalços (caso de algumas prisões, quando na presença de familiares de outros presos).


Então, o que é convenção? Que etiqueta adotar? E há que se adotá-la? Por que, assim que aparece algo novo (como a internet), uma das primeiras providências que se toma é formalizar um conjunto de regras para se movimentar nesse ambiente? No Twitter, novíssimo fenômeno, não raro eu me deparo com uma série de comentários que me dizem e aos demais como nos comportarmos: isso pode, isso não pode!

O que sei, e pratico, é que há um princípio de bom senso que norteia tudo. O legal é quando conseguimos distinguir a expressão (que, a priori, deve ser livre, ao menos aqui no texto do blog) do fato. A isso se 'convenciona' chamar de respeitar as diferenças.

5 Comentários:

UFMing disse...

"netiqueta"???!!!!
por regra (convenção?)cumpro ou tento cumprir regras quando lhes descubro algum motivo que aceite, ainda que sempre condicionada pela sociedade. nela não caibo, lhe digo, nunca coube e jamais caberei. porém, as regras que tento cumprir as distingo de etiqueta, isso já é, para mim, coisa de quem quer mostrar que está acima de, pois detém um "saber" elítico, sendo que muitas dessas práticas são, a meu ver e em certos contextos, absolutamente ridículas. a regra de outro é mesmo aquilo que chama respeito pela diferença, que é o respeito pelo outro, que o outro é sempre, por definição, não o mesmo, portanto, diferente.

Mas agora me deixou curiosa com essa de "netiqueta"...?! Conta, que porra é essa? é que se já desprezo a etiqueta (não regras baseadas no respeito, fiz distinção), e mesmo assim muitas vezes elas me escapam, não por mal mas por distracção inata, quantas não terei quebrado, então, na net?!!! que mal conheço, pouco pratico e cujas convenções nem sabia que existiam!!!! CONTA VAI!

UFMing disse...

queria dizer "regra de ouro" e não "de outro", claro.

Redneck disse...

UFMing, pois que é o que eu quis dizer na última frase do post: "a isso se 'convenciona' chamar de respeitar as diferenças". Quanto às semelhanças e diferenças entre regras e etiquetas, creio que ambas se confundem e, em alguns momentos, se fundem para que prevaleçam, sobretudo, antiguadas convenções de que não respeita a diferença. Quanto à netiqueta, é, teoricamente, o comportamento que se 'convenciona' ter na internet, como se o mundo virtual fosse ipsis literis uma réplica do real, inclusive no que tange às regras e etiquetas. Pois te convido a quebrar cada uma das netiquetas e, depois, podemos, ainda, quebrar taças de cristal em verdadeiros jantares recobertos de etiqueta, ou melhor, de pompa e circunstância. Que tolice, pois, não é? E ainda os há os que tentam me enquadrar nessas malditas convenções. Logo eu, que odeio os convencionalismos!

Eliana Mara Chiossi disse...

Neguinho,
então, pela netiqueta,
mande beijos em retorno aos beijos que te mando agora.

Vou voltar por aqui.

Ah, quero te mandar as fábulas pelo correio ou pelas mãos difusas e vãs...

Redneck disse...

Leitora, me deixaste curioso sobre as fábulas e ainda mais que conduzidas por mãos difusas. Em nome da netiqueta, beijo, me liga! E volte sim!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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