Te vejo no ano 3.000
As temperaturas elevadas em todo o planeta continuarão altas até o ano 3.000, com consequências graves para a Região Nordeste do Brasil, sul da África, alguns lugares da Bacia do Mediterrâneo e na Austrália. A conclusão é de estudo publicado por cientistas do Painel do Clima das Nações Unidas (IPCC) na revista "PNAS".
E nem adianta se lamentar a essa altura: mesmo que todas as emissões de gás-estufa fossem zeradas hoje, o aquecimento global continuará sua marcha inconteste. Um aquecimento médio de 2 ºC da superfície terrestre significará a redução das chuvas durante o inverno das regiões acima citadas.
Na década de 30, os EUA foram, em parte, arrasados pelo "dust bowl" - grande seca que arrasou a agricultura norte-americana e agravou a Grande Depressão. Durante 20 anos, o dust bowl reduziu as médias de chuva em 10% naquela região.
(Um 'dust bowl' em ação nos EUA)
De forma que, a se confirmarem as previsões dos cientistas, a mudança climática - sentida por todos nós tanto no inverno quanto no verão - é irreversível, no mínimo, pelos próximos mil anos. Isso decorre do fato de que, a despeito das consequências do gás carbônico (causador do efeito estufa) persistir no ar durante 100 anos, o oceano, independentemente disso, reemitirá calor por séculos e séculos, amém.
Antes desse aterrador estudo, imaginava-se que, ao se cessarem as emissões de dióxido de carbono (CO2), o clima voltaria ao normal em 100 ou 200 anos. Além de fazer essas previsões catastróficas, o estudo estimou, ainda, o que ocorrerá com o nível do mar até o final deste século: para uma concentração de CO2 na atmosfera de 600 partes por milhão (atualmente, essa proporção é de 385 partes por milhão), os oceanos subiriam de 40 cm a 1 metro até 2100. E, mesmo sem que se acrescente uma mínima grama de CO2 na atmosfera, o nível do mar continuará a se elevar. E, pior: o estudo prevê apenas a expansão térmica, e não inclui o degelo polar, cujas consequências ainda não são conhecidas.
Por enquanto, a sugestão dos cientistas é apenas uma: cortar ainda mais as emissões de CO2. De resto, todos sabemos a duras penas o que ocorre. E não é pouco: a partir das tsunamis da Ásia, qualquer fenômeno natural é possível. Veja as recentes ocorrências pluviométricas de Santa Catarina, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Testemunhos dos tufões que agitaram o litoral do Estado de São Paulo (Guarujá e Caraguatatuba) dão conta de que nada parecido havia sido visto nesses locais.
E, não sei se você concorda comigo, mas em São Paulo (capital e interior), há um vento constante que parece não acabar nunca. Vento que, antes, limitava-se, sobretudo, ao mês de agosto. E o verão? O verão começou em dezembro aqui no Brasil e há dias que se equivalem aos meses de junho e julho.
O universo conspira a favor de quem, cara pálida? E não adianta se safar com uma saída à francesa do tipo "Não viverei até 3.000". Não, provavelmente, menos de meia dúzia de nós mal conseguirá chegar ao ano de 2100. Contudo, parece que a Terra não tem mais tempo para esperar. E nós todos, muito menos!
2 Comentários:
Pensar que eu, tu, nós fomos destruindo, em cada dia, o nosso planeta e que chegámos a este extremo é assustador. O meu receio é que cheguemos mesmo ao ponto da extinção...Não gosto de cenários catrastróficos, nem de teorias apocalípticas mas, neste caso, tudo pode acontecer! Bem, resta-me ir fazendo o melhor que posso para não destruir ainda mais aquilo que resta.
Ana
Ana, o aterrador é chegar à conclusão que já não há mais nada a fazer. Temo que demoramos - a humanidade - tempo demais para perceber os malefícios que causamos ao planeta. Agora, é tentar juntar os escombros e fazer, se possível, alguma coisa para mudar esse cenário futurístico mas não fictício. Beijo!
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