Rastreio de Cozinha - 132

O Rastreio volta assanhadinho e, sem deixar rastros, atualiza as novidades depois de uma semana de vácuo (porém, nada vaga). Começa que a turbulência dos mercados financeiros internacionais já afeta o setor de restaurantes em São Paulo.

Um dos professores, que trabalha em conhecido restaurante da capital, me disse que o movimento caiu entre 40% e 45%. Isso é uma péssima notícia. As crises financeiras tendem a fazer as pessoas ficarem muito mais cautelosas e a redução de gastos extras (para não dizer supérfluos) é o primeiro passo na hora de se pensar em cortes e visitas mais esporádicas à carteira.

Dizem que caldo de galinha e cautela não fazem mal a ninguém. Desconfio tanto do caldo quanto da cautela: o caldo porque carrega na associação com comida de hospital e pós-bebedeira de Carnaval e, logo, significa, basicamente, que somos pacientes (de doença, não de paciência). Quanto à cautela, estou bem refratário a esse tipo de comportamento: cautela é bom para que se, no final, nem ao menos temos controle sobre pessoas loucas que, do nada, te sequestram e assassinam?

Enfim, prefiro tratar de um assunto mais rasteiro, do qual nós que aqui estamos não podemos jamais nos olvidar: a comida. Por mais que se coma, o corpo pede, de tempos em tempos - mais longos ou mais curtos, conforme o organismo - a reposição. E daí não tem jeito: a comida nos iguala a todos, pobres, ricos, asiáticos, escandinavos, mau-humorados ou felizes. Neste momento, todos estão nivelados na mesma panela. A comida é necessidade básica e, a não ser que você estabeleça para si próprio uma greve de fome ou que sofra de doenças como anorexia e bulimia, somos, todos, iguais.

Dentro desse espírito fraterno - desde que haja comida para todos, que fique bem claro, porque, se não houver, a fraternidade pode virar pó -, celebramos nesta segunda-feira bons momentos, ao contrário dos fatos relatados neste blog na semana passada.

Nossas aulas de Eventos, a partir desta segunda, são práticas. Esta segunda e as quatro segundas subsequentes substituem as aulas de Sala e Bar e de Eventos. Nós mesmos montamos e fazemos os eventos. São, ao todo, cinco eventos temáticos: Café da Manhã com Monet, Festa do Halloween, Coquetel 50 Anos de Bossa Nova (do meu grupo), Pratos do Convívio à Moda Francesa e Banquete Imperial, com referências ao antigo Brasil imperial.

O evento de hoje foi o Café da Manhã com Monet. O pintor francês Oscar-Claude Monet (1840-1926) foi o principal artista entre os pintores impressionistas. Justamente, o movimento do impressionismo nasceu por conta do quadro "Impressão, Nascer do Sol", de Monet.

Assim, o evento tinha que fazer referências explícitas a Monet tanto na caracterização do ambiente (decoração, iluminação, sonorização e figurino) quanto na gastronomia. O grupo que preparou e viabilizou o evento conseguiu, de forma encantadora, montar e concretizar o evento.

 Toda a classe participou de várias maneiras: na cozinha, na decoração, no suporte e, ao final, alguns colegas foram "convidados" do evento. Gostei da experiência e parabenizo publicamente o primeiro grupo. O evento foi bom do começo ao fim. Nada como planejamento, organização e habilidade para lidar com imprevistos. Se é que os houve.