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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Rastreio de Cozinha - 149


De hoje em diante, inicia-se, para mim, a contagem regressiva da faculdade de gastronomia: faltam exatamente 30 dias para o encerramento do quarto módulo, do segundo ano e da faculdade de gastronomia, por fim.

Em 30 dias, se tudo acontecer mais ou menos conforme o planejado, se nenhum item do check list derrapar, se São Paulo não for atacada por alienígenas, se eu não for abduzido, se ... se .... São tantas condicionantes que esses trinta dias parecerão uma enorme ponte pênsil a ondular conforme o vento determinar.

Na contabilidade gastronômica, são quase dois anos - não integrais, de fato -, mas, ainda assim, quase dois anos de cozinha, sempre quente, calorosa, camarada porque não representa ameaça entre colegas.


A partir daí, será cada um por si no mercado de trabalho e na vida, como é da natureza humana. Por mais que se façam juras de fidelidade e de conexões, sobra muito pouco de uma faculdade. E esse pouco está no conhecimento adquirido e em escassas amizades.

Mas, a escassez será totalmente preenchida por aquelas pessoas que permanecerão na mente e no coração. De dias de glória e tédio. De felicidade e tristeza. De comoção, ódio, amor.


Isso é uma faculdade: aprende-se, mais do que técnicas, aprende-se, sobretudo, a faculdade de se dar a conhecer ao outro, de compartilhar, dividir-se, reconstruir-se perante outras demandas e sonhos. Conhecer outros mundos. Ouvir a voz das ruas.

Sim. Depois de ficar afastado dos bancos das faculdades por mais de dez anos, conheci outra geração de universitários. Com mais demandas, outros sonhos. Mais deficiência sim, resultado de anos de ensino empobrecido. O que, particularmente, me envergonha. O sistema de alfabetização brasileiro tem formado pessoas sem crítica e capacidade de articulação.


E nem falo da formalidade da língua, da gramática etc. etc. Falo de um desconhecimento de mundo, de correlações e compreensões que, no mais das vezes, escapam ao aluno médio. Até onde percebo, a qualidade do mundo decaiu. E feio. E as pessoas nem percebem, preocupadas que estão em apenas e somente sobreviver. Tristes dias estes.

De qualquer forma, descobri por detrás das fachadas das cozinhas um mundo completamente diferente do meu. Um outro universo que me abriu portas, várias. Que me levou a possibilidades imaginadas antes e concretizadas agora.


Em novembro de 2006, decidi prestar o vestibular para a faculdade de gastronomia. Embalava o sonho há algum tempo e algum meteorito se esmigalhou dentro de mim e me impulsionou. Uma mola fez com que eu me movesse de um estado inerte e eis-me na cozinha.

Ganhei. Só posso afirmar isso. Ganhei conhecimento, novos contatos, amigos, enfim. Ganhei em riqueza. Não de cardápios ou dos mais variados pratos, nacionais e internacionais, do doce perfeito, do pão asiático. Ganhei.

Tenho uma opinião muito particular segundo a qual todas as coisas podem ser balizadas conforme um único princípio: estou mais feliz do que era com o que eu tinha ou agora, com o que tenho? Se a reposta é sim - e pode ser não vezes sem conta -, me basta. Neste momento, devo dizer que ganhei. Que não perdi dois anos. Ganhei.


Mas ainda não levei: faltam as provas e o Tentativa de Cabar Comigo, vulgarmente abreviado para TCC. Hoje, por exemplo, foram quatro aulas voltadas exclusivamente para o TCC: Planejamento e Organização e Gestão Financeira (Custos). Ficamos feito abelhas ao redor dos professores/méis. A girar e girar e girar em busca de respostas.

A mim me cabe toda a parte de custos do projeto do TCC, além da formatação final do trabalho e da finalização da apresentação. Estou, neste momento, cercado por números que provem que o projeto, finalmente, será bem-sucedido. Se isso ocorrer, conforme os fundamentos da contabilidade, aí sim terei ganho e levado. Por enquanto, 30 dias piscam para mim feito as luzinhas chinesas de Natal que começam a pipocar por toda a cidade.

2 Comentários:

Patty Diphusa disse...

Red

Sabe que até eu vou sentir falta dessa sua faculdade de fotografia?

Bjs

Redneck disse...

Então, Patty, essa faculdade de fotografia, na verdade, anda bem desfalcada, dado que tenho apenas uma aula prática semana e que, nas últimas semanas, mal consigo tirar fotos e fazer comidas plásticas. Beijo!

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Redneck, em inglês, define um homem rude (e nude), grosseiro. Às vezes, posso ser bem bronco. Mas, na maior parte do tempo, sou doce, sensível e rio de tudo, inclusive de mim mesmo. (Redneck is an English expression meaning rude, brute - and nude - man. Those who knows me know that sometimes can be very stupid. But most times, I'm sweet, sensitive and always laugh at everything, including myself.)

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