Segunda chance
154,8 milhões de votos e quebrou-se um record mundial no programa originalmente criado pela Endemol, da Holanda: o "Big Brother Brasil 10" acabou hoje, 30, e, com o programa, o Brasil, definitivamente, sucumbe ante a TV aberta: o "Big Brother" brasileiro é um programa completamente diferente do formato licenciado há nove anos pela Rede Globo e há dez edições atrai telespectadores que o transformam no assunto do momento e, consequentemente, anunciantes que brigam por uma vaga no espaço nobilíssimo de tamanha audiência.
Não há surpresa: o vencedor, Marcelo Dourado, que leva para casa R$ 1,5 milhão, foi sagrado com as bençãos de 60% do público (mais de 90 milhões de votos). Ficaram, respectivamente, em segundo e terceiro lugares, Fernanda (29% dos votos e prêmio de R$ 150 mil) e Cadu, o fofo, doce e "uma moça" Cadu (11% dos votos e R$ 50 mil). Os três primeiros colocados, além da premiação em dinheiro, levam: um carro, uma moto + R$ 5 mil (Dourado), um apartamento de R$ 220 mil + R$ 10 mil (Fernanda) e um carro + R$ 5 mil + R$ 10 mil.
Se é possível extrair alguma coisa de um programa que atrai a audiência de milhões de pessoas e ainda bate os records mundiais dos realities shows é isso: ter a segunda chance e cair de boca nela. Só isso. Abaixo, um vídeo bem-humorado exatamente sobre o contrário e, justamente, sobre a vida: há raríssima de haver uma segunda chance.
3 Comentários:
Não acompanhei o BBB, não porque eu não gosto ou tenho alguma tendência "intelectual"-socialista-preconceituosa, simplesmente me falta tempo mesmo. Mas pelo que vi, já que é impossível não saber o que está acontecendo no BBB por mais alienado que você seja e olha que eu me considero muito alienado, mais uma vez digo, o Brasil tem o pior dos preconceitos, aquele preconceito pelas costas, todo mundo acha lindo a diversidade e as minorias, mas no fundo, lá no fundo, na hora da decisão, a maioria é a maioria.
Beijo
Serginho, pela segunda vez, faço uso inapropriado do gerenciamento de comentários e, ao recusar o comentário escrito em caracteres japoneses (ou mandarim, sei lá), acabei por recusar o seu também. Me desculpe. Não foi proposital. E, sim, você tem razão: ele ganhou R$ 1,5 milhão e no ano que vem tem mais. É assim, efêmera, a TV, assim como são efêmeras as nossas contradições. Abraço!
Eros, eu acabei de comentar isso para o meu querido Pinguim em outro post. Concordo plenamente com você: todos acham linda a diversidade (veja a popularidade da Parada Gay de SP) mas, nem tanto lá no fundo como você diz (infelizmente), o que prevalece é aquele velho chavão: é bonito quando é com os filhos dos outros, quando é com o vizinho, quando é com um estranho. Em casa, condenação e, por vezes, "preferia que você estivesse morto". Não é assim? E a maioria, tenho certeza, pensa dessa forma. E aproveita a oportunidade de um programa interativo como esse para se expressar, anonimamente. O Brasil é preconceituoso e o é ainda mais por não admiti-lo. Beijo para você, sem qualquer preconceito!
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