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domingo, 16 de dezembro de 2007

Meu rugido dominical

"Perigo: evite morrer!". Este aviso foi eleito como vencedor do 11º. Concurso Anual de Avisos Bizarros, patrocinado pela Michigan Lawsuit Abuse Watch, grupo que atua contra o enorme volume de ações processuais exageradas e infundadas nos EUA. É engraçado e diz muita da efemeridade e da estupidez humana. Tente não morrer, a qualquer custo. Não saia de casa, não coma nada que o organismo rejeite. Não respire. Instale uma bolha que o isole do mundo. Mas, sobretudo, não morra. É velho o sonho da imortalidade. Se as pessoas já usam avisos para evitar a morte, é sinal que a vida anda mesmo por um fio, ou talvez por um sem fio, nessa época de wireless. E quem não sabe disso? Hoje mesmo, numa caminhada pela Avenida Paulista e Rua Augusta, percebi pessoas demais machucadas - braços e pernas engessados. Será que estavam nesta tentativa de evitar a senhora das sombras? Será que brigaram? Sofreram algum acidente? E tudo isso para quê? Ontem, da minha janela, vi uma batida. Algum bêbado deu um jeito de guinar o carro e bater num poste. Só ele. Sozinho. Uma pessoa, um carro e um poste. Pronto! Garanto que havia um aviso no parabrisas: evite a morte! Porque, a cada passo, não somente não a evitamos, como nos aproximamos dessa entidade. É inexorável. Procuramos (como eu), lidar com humor sobre esse assunto. Mas, como receber bem algo que nos tragará para uma escuridão que é desconhecida? Por que haveríamos de caminhar bovinamente para esse curral? Creio que o instinto de sobrevivência é forte o bastante para eriçar nossos pêlos, fazer tremer os olhos, atiçar as narinas, arrepiar toda a pele. Veja bem: são sinais primitivos, ancestrais. Que nos preparam e antecedem o perigo. Mas, há algum aviso de que a cortina final está ali, naquele palco, hora e local? Será que há? Evite a bandida! Olhe bem na cara dela, tire um barato da carranca. Se puder, arranhe a face, dispa-a. Enfrente. Como evitá-la? Viva. Viva dos sorrisos que recebe. Do obrigado por nada. Das pequenas gentilezas. De gestos ínfimos. Gargalhe para ativar a serotonina. Para contrair o rosto e ficar com uma expressão de raiva, usamos 74 músculos da face. Para sorrir, são apenas 12. Veja a disparidade. Não precisa nem ser matemático para calcular que o menor consumo de energia está mais perto do que longe. Abstraia, fantasie, viaje na maionese. Para que tanta seriedade? Para que tanto apreço pelo material? Evite morrer. Evite virar um morto-vivo. Vegetal. Viver pequeno, de lapso em lapso. Você e eu não somos um traço. Somos cabalas inteiras. Evite morrer. De indigestão. De congestão. De combustão instantânea. Pegue fogo para ativar o princípio ativo que o move. Evite morrer de desgosto. De tontura por temer a altura. Por temer o precipício. Voe feito um Ícaro e use uma cola moderna. Use protetor solar. Nada nos detêm. Evite a qualquer custo morrer. Saque o salvo-conduto, o passaporte, o ingresso, o que for. Não dê passe livre. Drible. Gingue! Dance, dancing days, dias melhores, os melhores anos de nossas vidas. Evite a cachorra. Baile funk nela. Seja punk com ela. Hable con ella! Dá um close nela. Dê close na vida. (e chega porque já é muita viagem).

2 Comentários:

SAM disse...

estive ausónia...ups....ausente mas olha mano obrigado pela visita...ja fazes parte da minha galeria de anormais ou aberrações ou se preferires dos meus tesouros deptrimentes....o termo tecnico é LINK ! LOLOLOLOLOL

abraçe caralhe!

Mystic Horseman disse...

Olá Chef !
Meme pra vc no blog !

Abraços
HorseMan