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domingo, 22 de agosto de 2010

Meu rugido dominical



Você é solteiro(a), casado(a), divorciado(a) ou curioso(a)? Seja qual for o caso, adoraria saber a opinião de cada pessoa a respeito de relacionamentos. Na média, o senso é comum. Mas, de perto, como ninguém é normal, esse senso desanda e pode ser tudo, menos comum.


A principal revista semanal do Brasil, a Veja, traz como matéria principal a instituição do casamento e afirma: Casar faz bem. Será?


Eu sou solteiro (saco, meleca, merda, droga, uó do borogodó, jezuismariajosé!). Portanto, o que posso falar do casamento? O que sei funciona mais ou menos assim (mais ou menos!): quem está fora quer entrar, quem está dentro quer sair.


Não há consenso. Absolutamente! Os solteiros (aka encalhados, por assim dizer) vivem feito umas mariposas. Circulam em volta das lâmpadas e caem de bêbados. Quando muito, se aferroam a alguns outros ferrões para depois levantar voo feito libélulas no lago - ficam numa circulação inglória, giram sobre si mesmos e passam a maior parte do tempo numa contemplação, talvez narcisista, da própria vida (nossa! fui tão franco nesse parágrafo!).


Mas, desplugado o botão que faz a liga momentânea, o que resta é um abandono, um estado meio sem sentido das coisas, uma falta total de perspectiva. Agora há pouco, uma amiga ferina disse que eu tenho que namorar. Nojenta! Só porque eu celebro conquistas no FarmVille. Será que estou em estado de surto e em ritmo avançado de regressão à infância?


Uma outra amiga é testemunha: tenho preparado o meu casamento há muito. Só falta um detalhe: o outro lado.


Outro colega, dia desses, ficou estarrecido quando disse que também eu queria me casar. Me disse: "Você? como assim?". Gente! Tem um monte de gente que se casa. Mas parece que estou mais para quatro funerais e cinco batizados do que para um casamento.


Não, nunca senti o bafejo que ronda recém-casados, aquele círculo invisível que parece contaminar todo mundo e que, de vez em quando, faz com que desconhecidos encontrem, entre a cerimônia e a festa, suas respectivas caras-metade.


Quero casar! Quero porque quero. Me mandam namorar, me acusam de ser solteiro por convicção (coisa que, definitivamente, não sou) e, o pior, sou padrinho de dez casais sem que tenha recebido a menor recompensa por ter suportado os cânones católicos! Injustiça, claro que é.


Não li a reportagem da revista Veja. Não sei se casar faz bem. Não sei se o casamento pode me fazer bem. O fato é que a solidão, certamente, não faz. Não sofro exatamente de uma solidão crônica. Não tenho crises, daquelas de conversar comigo mesmo no espelho (a despeito de eu adorar me ver refletido) e me perguntar: por quê? por quê? por quê? OK! Pareceu meio histérico tanta interrogação mas eu juro para você, não sofro de ataques histéricos. Ah! Outro dia bebi e ri muito e tive vontade de quebrar um monte de coisa no bar. Mas não fiz nada. Em casa, lembro apenas de ter desmaiado convenientemente.


Queria que alguém me contivesse. Não, não para me conter, me impedir, me limitar. Que me contivesse em si, dentro de si (sexo? também, mas dentro de si é mais do que isso!). Que me contivesse feito aquelas equações matemáticas que afirmam que A está contido em B, sabe?


Se é preciso casar para isso? Olha, não sei. Sei que quero casar. Vou publicar proclamas de um só: Redneck Abóbora da Silva comunica que casa este final de semana e se alguém tiver alguma coisa contra, favor entrar em contato com a 31ª. comarca deste foro. Ué? Não posso? Por que não? Posso tudo o que eu quiser, inclusive não casar. Mas eu quero casar. Saco!

8 Comentários:

Três Egos disse...

Também não entendo porque as pessoas dizem que somos solteiros porque queremos. Eu sou solteiro porque ainda não achei ninguém interessante oras, ninguém que me contivesse por assim dizer. EU também quero casar, só está me faltando a outra parte também... rsrs...

E eu já até me vejo casado, tendo um cachorro e dois filhos, de preferência um casal... uhahuahuahu

Beijo!

João Roque disse...

Tudo depende do que se entende por casamento. Se é um contrato celebrado, civil ou religiosamente, dispenso bem.
Se é uma união cimentada em amor com outra pessoa, absolutamente a favor.
Beijo.

Anônimo disse...

Red,

Depois de nossa ultima conversa ao telefone e ao ler o seu post, so tenho uma coisa a dizer: vc anda muito engracado e divertido!
Sinceramente, nao entendo por que as pessoas nao reparam no seu humor ferino e nao te pedem imediatamente em casamento. Gente sem graca, viu!!!!

Bjo e passa la em casa
La V.

Redneck disse...

Eros, sim, aceito. Ops! Quer dizer, eu aceito um cachorro e os dois filhos. Vou te esperar na porta do Glória para a gente entrar, OK? Beijo!

Redneck disse...

João, na verdade, nem se trata do casamento em si, e sim do que representa, que é justamente encontrar a pessoa, a pessoa que nos preencha, literal e emocionalmente. Ando ressentido dessa ausência que presença por demais constante na minha vida. Beijo!

Redneck disse...

La V, você vê como são as coisas? Agora, vou aproveitar que você fica aí na cidade-sede deles e te pedir para ir ao Cirque de Soleil e verificar se as vagas para palhaços estão preenchidas. Posso unir minhas habilidades na pole dance com a minha falta de habilidade com as pessoas e ser um palhaço, um crown que bomboleia nos paus, postes e trapézios do Cirque. Me ajuda, vai. Beijo!

Lena disse...

Eu quero casar tb. Mas porque encontei o B ou o A (daquela sua frase "A está contido em B", mas não sei se sou B ou A). Cada um que se casou sabe se casar faz bem. No meu caso, está fazendo um bem danado. Sou melhor qdo tenho o B ou o A ao meu lado. Disso não tenho dúvida. Longe dele, sei lá, o monstro pode surgir. Aí, então, é melhor mesmo ter o B ou A para me conter. Mas me conter no outro sentido. Ah, sim, já moramos juntos, o que é casar de um certo modo. No entanto, decidimos casar no papel. Foi um momento romântico. Sim. Primeiro veio o romance. Depois a praticidade. Casados no papel ele entra no meu plano de saúde. Olha que beleza. Casar pode fazer realmente bem. Bjs Lena

Redneck disse...

Lena, primeiro quero dizer que é uma surpresa agradável te ter em comentário por aqui. Adorei. Você toca num ponto fundamental: 'sou melhor quando tenho o B ou o A ao meu lado'. Não sei se sou melhor, mas, tenho certeza, me sentirei melhor e acharei, enfim, que essa vida faz sentido. Quanto ao verbo conter, acho que cabem ambos: conter de caber e de limitar mesmo. Tem horas que acho que meu horizonte é infinito demais e deveria ser um pouco restrito. Quando somos dois, um sempre faz fronteira ao outro. Acho. Quanto ao casamento, nem digo sobre a própria instituição em si. Falo mesmo do casamento no sentido estrito de viver junto, na alegria e na tristeza, na balada e na rotina, à noite e durante o dia. Isso é casamento. Em relação aos termos legais, acho que se justifica o papel por conta das cobranças civis, de lei etc. E, posso afirmar o mesmo que você: casar faz bem. Já li em algum lugar que homens que vivem só morrem mais cedo. No meu caso, sem drama, morro aos poucos, mais cedo do que deveria. Beijo!